Primeiro Passeio de Inverno

Serra da Lousã

07JAN01

2001 Odisseia na Lous@

l Memória Descritiva l Altimetria l Mapa l Geologia l História l

| Wallpaper Lous@mix | Participantes l Impressões Pessoais | Fotografias |

 

MEMÓRIA DESCRITIVA

Começando o passeio na "Nave de Exposições da Villa da Lousã", rumamos
lentamente, por alcatrão até Cacilhas, onde tem começo, um dos mais
notáveis exercicios de sofrimento, auto-impostos pelo grupo daV@.
O terreno passa a ser de terra batida, em muito mau estado (vivam as
FS), e o declive aumenta de forma bastante súbita.
Seguem-se curvas e contracurvas, sempre em penosa subida (ver gráfico em
anexo eh eh eh ), mas que pelo menos, nos vai brindando com uma vista
espantosa, que se torna de cortar a respiração ao chegar ao Miradouro
das Hortas.
Nessa altura será o primeiro reagrupamento, e oportunidade de tirar umas
fotos.
Continuando a subida, vamos atenuando o sofrimento de uns e outros,
apreciando a floresta de caducifólias e coniferas da região,
maioritáriamente exóticas, uma vez que esta zona da Serra da lousã, foi
florestada com mais de 300 espécies diferentes, sendo um local de
diversidade silvícula único em toda a Europa.
O segundo local de reunião vai ser na casa do Guarda Florestal das
Hortas, onde já teremos trepado dos 150 para os 700 m !!!!
Reunida a malta, continuamos a subir mais um Km, até ao local da 1ª
descida, que vai permitir um primeiro grito de alegria, já que o caminho
se vai encontar inundado de águas frias e cristalinas, e que vão ajudar
concerteza a refrear os ânimos.
Esta descida vai levar os nossos valorosos à aldeia do Vaqueirinho, cuja
descrição em pormenor será feita no local pelo nosso Sherpa.
Em seguida, seguimos em fila indiana, pelas veredas de um Single
Trek...divino!!!!
Tendo sempre atenção ao xisto escorregadio, vamos encontrar a aldeia do
Catarredor, onde novas surpresas nos esperam!!!
Terminada a visita a esta aldeia histórica, seguimos caminho acima, pelo
mais duro troço do passeio, com um pendente, piso e cansaço de impor
respeito aos mais destreinados (claro que não tou a falar contigo
FC...).
Essa subida leva-nos a um troço de alcatrão...sim eu sei...mas não há
alternativa...temos de aguentar...tb não é assim tão grande.
Chegados à cota máxima deste passeio (perto dos 1000 m), convidamos os
mais afoitos a subir ao Trevim (1208 m), enquanto os mortais repousam à
sombra de um belo cedro atlântico, que faz companhia à Casa do Guarda do
Porto Espinho, onde chegamos a meio do percurso. Nesta zona, se
mantivermos o nível sonoro dentro de limites razoáveis, vamos concerteza
ver vários exemplares de veados que povoam esta Serra.
Nessa altura... COMEÇA A LOCURA TOTAL!!!!!!!!

Os famosissimos Single Track da Lousã vão mostar a sua
raça....acautelem-se pois...a adrenalina vai correr em bica.
Em menos de 10 Km, passamos de 1000 para 150 m !!!!!
E não pensem quem em altura alguma vão poder andar a par.... é sempre a
olhar o rabo do da frente....
Vai ser até dizer chega...os travões vão deixar de travar... os braços
vão ceder... os selins vão bater no estômago... os rabos no pneu de
trás... alguns vão voar... alguns arrastar-se... MAS... o vício vai
ficar... e de certeza que muitos vão voltar à Serra da Lousã... repetir
tudo de novo. (Esperem só para ver a famosa "rata" !!!)

Segue-se a seca do custume... banho... come-se uma coisita
qualquer...pagamos... despedimo-nos... e vamos a jurar p'ra nós
mesmos...que nunca mais andamos de bicicleta...até à proxima vez
claro!!!

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ALTIMETRIA

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MAPA

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UM POUCO DA HISTÓRIA DA SERRA DA LOUSÃ


A Serra da Lousã, como tantas outras deste País, tem sido fustigada pelo ventos da evolução e mudança, revelando nos seus vales e encostas cicatrizes mais ou menos profundas, causadas pela mão do Homem na sua inocência, ganância, curiosidade e, quase sempre, necessidade.
A sua flora climácica, ou pelo menos aquela que constituía a "ultima cobertura vegetal natural", era constituída por carvalhos caducifólios, como o Quercus robor nos vales e encostas e, talvez, o Quercus pyrenaica e o Quercus suber nas zonas de clima mais temperado e seco (COSTA, 1992). No entanto, devido a sucessivas acções de desarborização que originaram a curto prazo uma acentuada erosão em alguns locais da Serra, hoje em dia existem zonas em que já nem os urzais, tojais e giestais conseguem vegetar (COSTA, 1992).
Refiram-se então alguns marcos históricos importantes acerca da Serra da Lousã, desde o séc. XV:
1402 - Existência de pelo menos dois locais habitados na Bacia da Lousã (Lugar dos Cômoros e Aldeia da Ribeira), mas fora da vila; criação de gado bovino e agricultura nos campos do Vale do Arouce; desconhece-se a ocupação da Serra (COSTA, 1992 cit. CAMPOS, 1987).
1467 - Existência de "montados na serra do Trevim e da Horta até Cruz de Espinho" de molde a apascentar gados; Serra com estatuto de baldio; preocupação quanto ao uso da Serra (em registos de então lê-se: "... lhes comem toda a erva e lhes destroem quanta madeira eles têm ..." ) (COSTA, 1992 cit. LEMOS, 1959).
1527 - Recenseamento de Portugal declara que a Serra se encontra desabitada, com excepção de duas famílias em Vale de Nogueira (COSTA, 1992 cit. COLLAÇO, 1929).
1679/87 - Forte ocupação da Serra como o atesta a existência das aldeias de Casal Novo, Talasnal, Catarredor, Cerdeiras, Vaqueirinho, Chiqueiro e Silveira, além de outras seguramente mais antigas como Vale Maceira, Vale Nogueira e Vale Domingos (COSTA, 1992 cit. MEXIA, 1938).
1734 - A Câmara da Lousã proibe: o corte de lenha na Serra para ser trazida rio abaixo, a produção de carvão na Serra, corte de pinheiros, rama dos mesmos, lenha e cepos e a entrada de gados nos pinhais (COSTA, 1992 cit. MEXIA, 1938).
1747 -Produção intensa de gados na Serra, especialmente suíno, que se alimentava da lande de carvalho. Degração da Serra em relação a descrições anteriores (COSTA, 1992 cit.DAVEAU, 1988).
1794 - Proibição do arranque de cepa para fazer carvão, excepto para os ferreiros e a fábrica de papel, mas só em sitios muito distantes (COSTA, 1992 cit. MEXIA, 1938).
1853/54 - Total desarborização no caminho da Lousã ao Trevim, consequência evidente do pastoreio estival que aí se exerce.
1868 - O Relatorio ácerca da Arborização Geral do Paiz (Ribeiro & Delgado, 1868) refere-se de uma maneira clara ao estado de desnudação em que se encontra a Serra de Lousã. Como causa principal aponta-se o "extraordinário consumo de matos" para produção de adubo orgânico, referindo que se chegava a "rapar o mato à enxada", deixando os terrenos completamente desprotegidos perante a acção das águas da chuvas. Cita-se existência de sementeiras de penisco feitas por particulares nos terrenos baldios, bem como a existência de pinhais mais antigos nas duas encostas da Serra (COSTA, 1992 cit. RIBEIRO & DELGADO, 1868).
1871 - A câmara da Lousã demonstra interesse na arborização da Serra, tendo procedido á sementeira de penisco bem como á plantação de carvalhos, castanheiros, e sobreiros. Primeiras acções de correcção torrencial (COSTA, 1992 cit. ARANHA, 1871).
1879/80 - J. Rivoli observou manchas de pinheiro bravo dispersas pela Serra, exploradas pelo município da Lousã, que permitia a sua exploração integral das mesmas até ao corte final. Ausencia de referências em relação ao pastoreio, uma vez que a cobertura vegetal era praticamente inexistente nas zonas antes utilizadas para produção de gados. Como causas de tal situação apontam-se a secura estival, bem como a disposição vertical do substrato geológico de natureza xistosa que originam, segundo o autor, a perda de água para profundidades dificilmente alcançáveis por plantas de porte herbáceo ou arbustivo (COSTA, 1992 cit. RIVOLI, 1881).
1912 - Referência a uma doença então misteriosa, e que dizimou completamente os castanheiros existentes em toda a Serra, compreendidos entre os 400 e 600 m de altitude (COSTA, 1992 cit. POINSARD, 1912).
1938 - Grande parte da Serra encontra-se árida e nua, existindo no entanto uma forte tendência de colonização, especialmente pelo pinheiro bravo, que se começa a espalhar pela Serra. Surgem os primeiros rebanhos (COSTA, 1992).
1939 - Segundo o Projecto de Arborização do Perímetro Florestal da Lousã, 4460 ha estariam submetidos ao regime florestal, sendo 1337 ha destinados a arborização (as espécies referidas neste projecto, utilizadas na arborização foram especialmente castanheiros, carvalho português, carvalho pardo, medronheiro, sobreiro e pinheiro bravo). Destes, 811 encontravam-se já arborizados, estando os restantes 526 ha revestidos por matos, bastante degradados, utilizados na alimentação de gados e produção de estrumes (COSTA, 1992).
1956 - Dos 4460 ha submetidos ao regime florestal no Perímetro Florestal da Lousã, os 1337 destinados a arborização encontrava-se totalmente arborizados.


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CARACTERIZAÇÃO DA ZONA

A Serra da Lousã, acidente orográfico mais elevado do estremo Sudoeste da Cordilheira Central, faz parte do Sistema Montanhoso Luso-Castelhano, sendo uma ramificação da Serra da Estrela.
O seu perfil N-S, passando pelo ponto de cota mais elevada (Trevim ou Pico de Trevim com 1204 m de altitude), apresenta-se bastante assimétrico:
Para Norte, observamos um declive bastante acentuado, passando dos 1204 m do Pico do Trevim aos 300 na Bacia da Lousã, onde se situa a Vila da Lousã em apenas 5025 m de extensão, o que corresponde a um declive médio de cerca de 18%.
O rumo Este-Oeste corresponde aproximadamente á linha de cumeada, pelo que o valor das cotas se mantém elevado ao longo desta por ainda bastantes quilómetros.
Em direcção a Sul e Sudoeste, o declive é relativamente suave, mantendo-se num nivel hipsométrico acima dos 750 m por vários quilómetros, atingindo os 300 m de altitude já perto do Zêzere.
A Serra da Lousã funciona como separador de águas entre as bacias hidrográficas do Tejo e do Mondego.

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WALLPAPER LOUSÃMIX

Para obteres este Wallpaper para o fundo do Ambiente de Trabalho do teu computador efectua o download (1.13 Mb) e salva o ficheiro resultante na directoria <<C : / Windows >> (Sistema Operativo "Windows 95" ou superior).

Em seguida clica no ambiente de trabalho com o botão do lado direiro do teu "mouse" e escolhe "Propriedades" e no quadro "Padrão de Fundo" escolhe "Lousamix", clica em "OK" e já está.


PARTICIPANTES

António Cancela
Antonio Malvar
Artur Nogueira
Augusto Neves
Berta Assunção
Carlos Martins
Carlos Rego
Carlos Pires
Cláudio Nogueira
Daniel Gomes
Eduardo Oliveira
Fernando Carmo
Filipe Barreirinhas
Francisco Caetano
Francisco Moura
Henrique Almeida
Hernani
Hugo Boinga
Inês Frazão
Frazão
J.J. Machado
João Elvas
João Monarca
João Fernandes
Joao Silva
Jorge Cunha
Jorge Ximbra
José Coelho
José Vaz
Júlio Ceia
Luis Parreira
Manuel Vilela
Maria José Vaz
Mário Amaro
Mário Pereira
Mário Sampaio
Marco
Miguel Barroso
Nuno Duarte
Orlando
Paulo Rodrigues
Paulo Soares
Pedro Brites
Pedro Roque
Pedro Santos
Pedro Vilanova
Pimpão
Ricardo Martinho
Rui Sousa
Rui "Rviper" Coelho
Samuel Nabiça
Sérgio Lopes
Toni Machado
Vitor Cordeiro
Zé "Mad Dog" Miguel

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IMPRESSÕES PESSOAIS

De: Orlando <[email protected]>
Para: <[email protected]>
Assunto: [ VELOCIPEDI@ ] Lousã 2001
Data: Domingo, 7 de Janeiro de 2001 22:55

Amigos

Assim que cheguei a casa não resisti e corri para o pc para opinar sobre esta jornada histórica.
Sem dúvida alguma que estamos todos de parabéns pela forma como tudo correu.
A organização foi espectacular, o repasto excelente, o traçado agreste como esperávamos; longas, longas subidas e "single tracks" de numa mais esquecer na vida( nem que seja pelas risotas dos malhos dados).
Mas do que mais gostei foi sem dúvida poder conhecer pessoalmente a maioria das pessoas que aqui teclam diáriamente.
Limámos arestas conversamos sobre tudo, sofremos a subir sofremos a descer e no fim fiacámos com saudades desta jornada.
Ah um senão...
Isto de ir atrás do ArturN a descer é sem dúvida de morrer pois quando terminou o passeio calços de travão já não existiam e já se notava ferro com ferro. Toma!!!!!!!!!
É agora que ele compra os disquitos para manter aquela bina o mais conservadora possível.
Não te zangues olha que é só veneno.
Obrigado a todos pela companhia e pelo belo domingo que me fizeram passar.
Havemos de nos encontrar brevemente tenho a certeza.
Até 4ª feira. Compromissos laborais esperam-me fora de casa.

Orlando

De: Lagarto Azul <[email protected]>
Para: <[email protected]>
Assunto: [ VELOCIPEDI@ ] Lous@ 2001
Data: Domingo, 7 de Janeiro de 2001 23:14

Obrigado,

Apesar de eu ter feito parte das descidas trialeiras radicais a pé, apesar do PauloR ser um chato do caraças que atira com os colegas para a berma, apesar do Machado se ter abraçado a um pinheiro de costas ( mais dificil ainda ), apesar de se ter provado que uns Magura também rebentam em pleno monte,( vivam os velhos cabos e espirais ), apesar do APRO ter feito o pino, o Malvar também, o FC também, eu também e muitos outros também, apesar do BoingaMen se ter separado do grupo a julgar que o mesmo estava para trás, quando afinal já todos estavamos nos carros, apesar do mesmo Boinga ter caido em pleno ribeirinho, mas voltado atrás para tornar a descer segunda e terceira vez ( homem determinado ), apesar de um dos poucos furos da volta ter acontecido precisamente aos tubeless do Malvar e apesar de muitas outras coisas, a Lous@ 2001 foi um sucesso porque:

Eu ganhei uma corrente e uma cassete Sram 9.0 ( ainda por cima da marca que eu uso )
As três participantes femininas portaram-se muito bem
Os meus V.Brakes não me deixaram ficar mal...apesar de reconhecer que nas condições das trialeiras radicais a descer e as que eu fiz em cima da burra, o comportamento quiçá mais constante de uns disquinhos, sem lama e sem água, seriam mais adequados...pouco, mas um pouquinho mais ( sou teimoso ) e só nas condições verificadas;mas não vou comprar nenhuns Ah...pois mesmo assim o desempenho não justifica de forma alguma o investimento, pelo menos na minha maneira de pensar e avaliar as coisas...
As HT andaram tanto como as FS e vice-versa
Conheci o meu primo...
e o Orlando...
e o Brites...
E o Miguel "Agues n Kisses ' Barroso
E o Vilela e todos os outros e para além de uma organização impecavel...esteve um dia de sol glorioso...ou o Lagarto não tivesse ido.

E ainda por cima a boca do dia veio do Boinga, quando ao deixa-lo em casa e a comentar a espantosa colecção de Lambrettas que ele tem, ele me disse que " gostava de coisas antigas " ao qual eu lhe retorqui " então és conservador " ao qual ele me fulminou " por isso eu gosto de ti, velhinho"...

Boa semana para todos e...
Penso eu de que...
ArturN

De: Fernando Carmo <[email protected]>
Para: <[email protected]>
Assunto: [ VELOCIPEDI@ ] Lous@ 2001 - a ressaca!
Data: Segunda-feira, 8 de Janeiro de 2001 10:00

Em relação ao Lous@ 2001

Acreditem que, havia muito tempo que não me divertia tanto em cima da bike! Foram fantásticos aqueles momentos, em que cada um de nós procurava vencer as dificuldades que o terreno impunha, perante uma assistência ruidosa que, vibrava com as quedas, a perícia e a técnica dos restantes.
Uma vez mais creio terem sido deitadas por terra, as questões relativas às FS e HT, aos Magura e aos discos.
Mas uma coisa é certa, o Artur Nogueira vai mesmo comprar umas "bolachas" para ver se deixa de descer a pé.
Fantásticas algumas quedas, os abraços, de costas, aos pinheiros do caminho, as cambalhotas nas pedras, o moderador da Velocipedi@ praguejando -"Eu gosto disto mas,... porra pá", e os choques com as árvores, tudo, felizmente sem grandes consequências físicas ou materiais.
Tenho pena que as subidas tenham acabado cedo, e mais pena tenho de não ter sido possível alcançar o Trevim, mas cada passeio no seu estilo, e este foi o expoente dos single-tracks, ou não tivesse sido organizado pelos homens de Coimbra. Momentos houve em que me lembrei dos
Caminhos de Santiago, do "single-track" alucinante que, liga o Alto de Ibañeta a Roncesvalles.
O facto de o ambiente entre os participantes ter sido excelente, não me surpreendeu, como também, não me surpreendeu o excelente trabalho organizativo, com o expoente máximo nos momentos gastronómicos oportunamente propiciados.
Gostei.

Abraços,

FC

De: NunoBTT <[email protected]>
Para: <[email protected]>
Assunto: [ VELOCIPEDI@ ] Lousã
Data: Segunda-feira, 8 de Janeiro de 2001 10:24

Bons dias!!!

Escrevo para saber como está o pessoal a recuperar da jornada de ontem!!!

APRO e ArturN - que tal estão os vossos pés? devem estar doridos depois de tanto km a pé!!!!!

Fernando Carmo - que tal está o corpo? também dorido depois de todas aquelas cambalhotas pelos pinheiros adentro!!!! e as chamadas "pelotas" já estão melhor?!?!?»!

A. Malvar - aquela cabeçada nos raios da roda do APRO não deixou marcas pois não????

Boinga - o teu rabinho já não doi?? aquela queda dentro do riacho deve ter deixado algumas mossas!!!!

NunoD - a mão direita está a doer!!!!!!!!!!

Abraços

NunoD

De: Mario P Sampaio <[email protected]>
Para: <[email protected]>
Assunto: [ VELOCIPEDI@ ] Lous@
Data: Segunda-feira, 8 de Janeiro de 2001 12:04

Tremulo e todo impenado cá estou a agradecer e a louvar o óptimo evento de ontem, até o tempo esteve bem organizado.
Reconheço que eu não estava ao nivel da generalidade dos partecipantes e da dureza da prova (sim não se pode dizer que foi um simples passeio), quanto ao "down-hill" não havia necessidade, enfim, cumpri e sobrevivi.
Venha mais, mas mais softs.
Parabens à impecável organização.
Mário

De: Daniel Gomes <[email protected]>
Para: <[email protected]>
Assunto: [ VELOCIPEDI@ ] Lous@2001
Data: Segunda-feira, 8 de Janeiro de 2001 12:17

Caros amigos,

Primeiro espero que todos tenham chegado bem a casa.

Segundo, quero agradecer pessoalmente a todos os co-listeiros e outros companheiros, porque as pessoas
é que "fazem " estes eventos, o facto de terem ajudado a que o Lous@2001 fosse mais Um, pelo menos
para mim inesquecível (onde é que eu vou conseguir bater o recorde de velocidade máxima de 117,4 Kms/H).
De facto "o que a malta gosta é disto", prima o convívio, as subidas são puxadas, as descidas de arrepiar os cabelos
(eu sei, eu tenho poucos para arrepiar), o facto de "grão a grão" irmos ultrapassando as nossas dificuldades em termos fisícos e técnicos, i.e., começarmos a conseguir desviar do 2º e 3º pinheiro, porque no 1º já acertámos mesmo.

Em terceiro, mas não mesmo menos importante, quero felicitar a organização pelo seu óptimo desempenho, tendo só um reparo a fazer, não deviam fazer os passeios pedestres e de bicicleta no mesmo dia, estavam sempre bicicletas a rasar-me a pele, assim não há condições!!

Um abraço e um muito obrigado a todos!!

Saudações "on wheels"

Daniel Gomes

De: Rui Pedro Coelho <[email protected]>
Para: <[email protected]>
Assunto: [ VELOCIPEDI@ ] Diário de Bordo (Tipo Dakar)
Data: Segunda-feira, 8 de Janeiro de 2001 12:53

Viva!
->Chegada ao local de partida a horas e com a bike a 100% (testes de potência efectuados no dia anterior)
->Determinação e confiança nos 1º´s km´s até ao miradouro (ganhei 1 meta volante; e cheguei no pelotão da frente á 1ª contagem de montanha)
->Na Stage 2 (Miradouro->Casa do Guarda) problemas de aquecimento na bike, chegando a atingir o Red Line por diversas vezes (198b.p.m), não deu para continuar com os da frente.
->Stage 3 e 4 (Aldeia e Repasto) a bomba de água foi rectificada não havendo grandes problemas de aquecimento da bicicleta.
->Stage 4 (Repasto->Single Tracks) excesso de combustível atrofiou a bomba injectora que não conseguiu "digerir" todo o "tipo" de combustível armazenado; -1º grau, o travão de trás recusa-se a reagir a todas as solicitações; Problemas de estabilidade devido a uma deficiente distribuição da potência de travagem (EBD), a potência era toda exercida sobre a roda da frente tornando a bicicleta difícil de estabilizar aquando das passagens pelas single track´s mais técnicos.
->Stage 5 (Single Tracks->Meta) apesar de ter sido o primeiro a chegar, abdiquei do prémio de vitória, visto ter descido esta ultima etapa a uma média de 35km\h...tive de vir pela estrada pq o travão de trás recusava-se a funcionar. O Sprint final correu sem grandes problemas.
->Stage 6 (A chanfana) aí sim apostei tudo e fui o 1º a chegar. :))))))

->A próxima missão está agendada para 13 de Maio em Portalegre (Castelo de Vide penso eu!)

O meu Muito Obrigado a toda a organização e todos os que lá estiveram, por este passeio lindíssimo e muito divertido. Gostei muito de vos conhecer.

Agora tenho de ir embora porque tenho de ir comprar um travão para trás.

Eu era aquele gajo que tinha uma GT amarela\cinzenta com pneus Wildgripper XL S PRETOS e verdes e com o térmico do F.C.(R.) P.

Até á próxima
Rviper

De: Hugo Cardoso <[email protected]>
Para: Velocipedia <[email protected]>
Assunto: [ VELOCIPEDI@ ] a minha Lousa ou "Guerra e Paz" por Boinga
Data: Segunda-feira, 8 de Janeiro de 2001 18:23

Capítulo 1 - Introdução

Levantei-me às 6h20. Espantosamente, consegui sobreviver. O Lagarto deu-me boleia e chegámos a horas. Cumprimento cumprimento, olá olá, bolas que está frio, quem é que falta.
Começámos a subir e subimos e subimos... e subimos mais um bocado. Eu ia na mija-mija (1ª-1ª) e era só pessoal a passar por mim no prato do meio e no prato grande. Que vergonha... tenho que começar a treinar uma década destas. Valeu a paisagem e a conversa.

Capítulo 2 - Glória

Agora é só descer, que começe a diversão. "Atenção malta que a 1ª descida é muito inclinada, por isso baixem os selins". Oh diabo, que o meu espigão de selim não baixa e eu ando com isto alto para o mundial. Não faz mal, a minha técnica superior compensará.
Chega a minha vez de descer e não corre muito mal. Pinheiros passam velozmente e flashes disparam. A multidão ruge de entusiasmo, até alguém
gritar "era pá direita!". E era mesmo. Como eu pratico o que prego(*) e a descida era bastante catita, decido fazê-la outra vez. Ninguém se juntou a
mim, que cambada de estradistas :-). Cá vai disto! Calma calma concentra trava trava ai o pinheiro ufa endireita endireita umpff aarrgh vira vira
torce torce vou cair aguenta salta o pé do pedal inclina vira torce segura ainda 'tou vivo ai o ribeiro eject eject porque é que estou sentado num
ribeiro? Ainda bem que ninguém viu. Bem, rebobina-se um bocadito e tenta-se outra vez, pronto já está. Não dou autógrafos.

Capítulo 3 - Pesadelo

Acabou o espectáculo e a multidão dispersou. Eu saí em último porque a corrente tinha caído da pedaleira. Raramente tenho caimbras mas pouco depois deu-me uma breca completa da cintura para baixo. Fiquei deitado a gemer como um cachorrinho, não foi bonito de se ver. Era como se tivesse 2 ou 3 Aliens em cada coxa a quererem rasgar um caminho para fora. Felizmente que estudei meditação no Tibete durante 11 anos porque breves minutos depois já estava a pé. Fui andando a empurrar o chaço e passo por dois colegas que estavam a remendar um furo. Mais à frente já dá para pedalar e encontro duas senhoras num carro. "Viram ciclistas? Ali em cima na estrada à esquerda? Obrigadinho.
É verdade, é uma cor gira, não é?" Boinga chega ao cruzamento. O cruzamento está deserto. Boinga espera pelos colegas que estavam a remendar o furo. Eles não aparecem, nunca aparecerão. Boinga vira à esquerda na estrada e mais à frente acha um caminho. Boinga não vê marcas de pneus. Boinga continua pela estrada e acha outro caminho. Boinga não vê marcas de pneus. Boinga continua pela estrada e acha outro caminho. Boinga vê nítidas marcas de pneus mas apercebe-se que este é o caminho que leva à descida da glória. Boinga decide voltar para o cruzamento para não se desencontrar. Boinga espera. Boinga espera durante muito tempo. Boinga resolve o cubo mágico, faz um puzzle de 5000 peças de uma fotografia
de areia, lê as obras completas anotadas e comentadas de Tolstoi em 17 línguas e resolve o cubo mágico de olhos fechados.
"Decerto que alguém dará pela minha falta e me virá buscar", pensa Boinga. "Estar a adivinhar o caminho só complicaria a minha situação", raciocina
Boinga. A água há muito que acabou. O último naco de PowerBar é consumido religiosamente. À medida que o Sol continua na sua queda inexorável para a linha de cumeada, o frio instala-se. Boinga não perde a esperança e continua com o olhar fixo no fim da estrada, esperando ver um ciclista a qualquer segundo. Nada. Boinga está só, sem amigos, sem calor, sem futuro... sem esperança.
Boinga espera mais um bocadinho. "Certamente que eles já sentiram falta da minha linda bicicleta azul clara e do meu charme e élan naturais, vou
esperar mais um bocadinho". Boinga rasga as obras completas de Tolstoi em bocadinhos minúsculos e entretêm-se a juntá-los outra vez. O frio dói.

Capítulo 4 - Acção

São 4 horas. O Sol baixa perigosamente. Boinga sabe que está sozinho no mundo. Boinga tem que sobreviver. Boinga decide voltar à descida da glória e refazer o caminho para ver se falhou algum cruzamento. Na subida de regresso, Boinga medita no paradeiro dos colegas do furo. Onde estão?
Porque não subiram até ao cruzamento como todos subiram? Quem era o caramelo que vinha a fechar o grupo? O cruzamento outra vez. É tarde e não há luz suficiente para acabar o passeio pelo monte. Boinga decide ir pela estrada.
Boinga deita-se no meio da faixa de rodagem e pára um casal de nativos idosos que, relutantemente, baixam o vidro. "Boa tarde. Para a Lousã. Por
aqui, certo. Quantos km? 15, ok. Obrigado. Ter cuidado com as curvas que são apertadas? Agradecido, não se preocupe. Sim eu sei, é uma cor gira, não é?".
Boinga tinha acabado de dar duas pedaladas quando saltam duas meninas de um carro e o interpelam: "Olha, és do passeio Velocipédia? Sabes onde eles estão?"
"Quem me dera. Passaram por aqui mas já foi há duas épocas glaciares. Devem estar à minha procura, se os virem digam que eu voltei à Lousã por estrada."
"E como é que te chamas?"
"Boinga, é assim que eles me conhecem"
Boinga observa os esgares de incredulidade provocados pela sua alcunha. Tal foi o espanto que o par de jovens absteve-se de fazer os elogios habituais à cor do quadro. A vida prega partidas cruéis. Quando duas raparigas jovens metem conversa com Boinga, este está coberto de lama e a cheirar a cavalo.
Suspiro...
Toca a derreter asfalto. A estrada é boa e sempre a descer. Boinga imagina os seus colegas a divertirem-se à brava nos melhores single tracks do país, enquanto que Boinga, na posse de uma FS novinha em folha, é obrigado a descer por estrada. A dor! O sofrimento! A ignomínia! E agora a minha
imitação do Marlon Brando "the horror... the horror..."
A velocidade e os gases de escape duma Carrinha Audi 80 1.9 TDI apaziguam Boinga e este desce à Max Biaggi. Os quilómetros sucedem-se rapidamente. Os raios tangenciais do Sol moribundo filtrados pelas árvores cobrem Boinga de amarelo e dourado enquanto este corta curvas com as suas mundialmente reconhecidas audácia e técnica. À medida que Boinga mergulha no vale, as paredes rochosas elevam-se monumentalmente em direcção ao céu e Boinga sente-se pequenino. Vinte e muitos quilómetros depois, eis as piscinas.
Enquanto Boinga desliza exausto em direcção à civilização, ouve um comentário "olha, este colega só chegou agora". A verdade é incisiva. Boinga
sobrevive.

Capítulo 5 - Epílogo

Roupa seca roupa seca meias secas sapatos secos ai que bom ahhhh vamos lá jantar ai que quentinho glugluglugluglu no Sumol de laranja carninha que boa que está oh eu queria os cubos vermelhos Jarbas vamos para casa e liga a chaufagem um tipo atingido por um pinheiro kamikaze outro abriu os maguras para ver o que tinham lá dentro inúmeros outros fizeram ejects das sua montadas impossível estás a sonhar Jarbas Blá blá blá XT de 95 XTR de 94 estás mortinho por montar uns diskus mekanikus Lagarto eram todos malta simpática nada de drag cerebral quando é o próximo.

Fim

Boinga com as coxas doridas

* TSQEHCQ voltas atrás para repetir bocados de caminho que não te correram
bem

De: manuel conceição beirão vilela <[email protected]>
Para: Velocipedia <[email protected]>
Assunto: [ VELOCIPEDI@ ] Lousã inverno de 2001
Data: Segunda-feira, 8 de Janeiro de 2001 20:52

Simplesmente inacreditável.

Prova de Duatlo com 24 Kms a subir em bicicleta e 10 a descer ao lado dela.

A subida foi para lá das nuvens.

Na descida os culpados eram os pinheiros que com tanta vontade de verem passar os BeTeTistas até se colocavam nos trilhos.

Já á muito tempo que não me divertia tanto, e não esperava visualizar as acrobacias que colocaram o pessoal ao rubro.

Conclusão: A fasquia ficou muito alta para o dia 13 de Maio.

Cá vos esperamos crentes e não crentes.

****** De bicicleta até ao fim do mundo ******

Manuel Vilela

De: C.Nogueira <[email protected]>
Para: <[email protected]>
Assunto: [ VELOCIPEDI@ ] Lous@ 2001
Data: Terça-feira, 9 de Janeiro de 2001 0:27

Olé:

Pois é, foi bom mas acabou-se! Passei o dia a ressacar do encontro da Lousã! É que voltar à prisão depois de uma evasão daquelas não é pêra doce!

Apesar de não ter sido um percurso dos meus favoritos, foi um encontro muito do meu agrado pelo excelente convívio e pelos belos locais que nos fêz visitar.

Quero assim felicitar o pessoal da organização pelo excelente trabalho que realizou! Apesar do gélido banho, não posso deixar de considerar que tudo este à altura dos acontecimentos.HA!

Valeu tb por têr conhecido muito do pessoal que por aqui escreve bacuradas; até conheci lá um primo que não sabia que tinha, sim, é que a V@ começa tb a ser uma família.
Ouve tb quem andasse muito caladinho no meio do pelotão, estou-me a lembrar do Boinga, que não fosse têr protagonizado uma bela queda para dentro de um charco, ninguém tinha dado por ele; é que fiquei com a sensação de que a presença de muitos "paparazi" o deixou nervoso, e tomá lá!

Venha o próximo que este é já história.

Um abraço.

Cláudio Nogueira
[email protected]


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FOTOGRAFIAS DA INCURSÃO

fernando carmo pics are here

joão monarca pics

 

. Primeira pausa no miradouro sobre a Lousã a meio da ascensão ...

. M. Vilela em plena ascensão ...

. Pausa antes da húmida descida para o Catarredor ...

. idem ...

. "Aquele Bar" ...

. M. Vilela e a decana do Catarredor ...

. Idem para J. Monarca ...

. O lanche ...

. As "papas" ...

. Idem ...

. Os ribeiros corriam fortes e propiciavam planos magníficos ...

. E dificuldades inesperadas ...

. Não acham ?...

. A "Boinga-Bike" no momento precedente do "encontro de terceiro grau" com o afluente ...

. E há quem tenha optado por travessias mais civilizadas no mesmo local ...

. Pausa entre descidas ...

 

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miguel barroso pics

 

. A dura ascensão quando a altitude já fazia o sol romper a neblina...

. Continuando a subir logo após o miradouro ...

. Idem, já com o sol radioso ...

. Reagrupamento no final da primeira ascensão (casa do guarda florestal) ...

. Na eira de Catarredor ...

. Idem...

. Um verdadeiro lanche regional incluí sempre umas "papas de sarrabulho"...

. O grupo, ao lanche, junto à "casa do colega do guarda florestal" ...

. idem, com perigosos bandoleiros ...

. Autêntica prova de DH, não acham? ...

. Mais do mesmo ...

. APRO liderando enquanto "a coisa não descia muito" ...

. APRO liderando quando "a coisa descia muito" ou a importância de uns pitons de alumínio ...

. Reagrupamento após uma das descidas ...

. Finalmente a civilização ...

. Noutro plano ...

. Uma das mesas onde se podem ver Daniel Gomes, Luís Parreira, João Elvas, ocultado por Rui Sousa e APRO ...

. As duas mesas setentrionais ...

. Hugo "Boinga" Cardoso contando criteriosamente os €uros ...

. A mesa "Ciclonatur" ...


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