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O
que é RPG? E T H A M B A Origens T R A M A S Definição
de trama DIREITOS E DEVERES Direitos do jogador CULTURA BRASILEIRA Lendas ******** |
Redescoberta Havia
sido um ano enlouquecido em Hogwarts, com muitas coisas estranhas. A morte de
Rhizz, O Elfo Maldito, ainda estava fresca na mente de todos, assim como o
trágico fim de Pandora. Não só estes, mas também o vampiro Corde Lamia, cujo
nome significa “Coração de Vampiro” e sua mascote Aracne, a aranha inflada
até o tamanho de uma acromântula, e ainda a gata Amálgama, e ouros tantos. Todos
estes, é claro, crias da mente pueril de um louco. Mas,
independente dos monstros e lutas, muitas coisas inesquecíveis haviam
acontecido. Mortes, prisões, mais mortes... E tudo isso bem debaixo do nariz
“dele”. Não que “ele” pudesse fazer alguma coisa definitiva contra isso mas,
na falta de Albus Ragnar, era Odlavinou Saedrae o responsável pelo bem-estar
dos estudantes e funcionários, na condição de vice-diretor da escola. E,
com o fim do ano letivo e volta de Ragnar, Odlavinou Saedrae precisava
descansar, respirar, viver. Precisava, enfim, reencontrar o rumo de sua vida
que, pasmem!, havia se perdido. Tantas lutas, tantas derrotas, tantos gritos
suprimidos, tantos caminhos a partilhar, tantas historias não contadas – o
infeliz adivinho parecia prestes a explodir. Passando
o serviço a Ragnar, resolveu esfriar a cabeça. Cruzar o oceano, voltar para
casa, respirar, recostar a cabeça em algum lugar. Com os olhos mareados,
assinou as ultimas levas de pergaminhos, entregando tudo nas mãos que nunca
deviam ter deixado de assiná-los. Ragnar, a contragosto, viu-se obrigado a
concordar com as forçadas férias do adivinho – férias que ele não marcou uma
data para terminar. Sentiria muitas saudades de Hogwarts, muitas saudades da
Corvinal, mas era preciso... Poderia
ele, então, aparatar para o outro lado do oceano, ou tomar um navio. Escolheu
o navio. Não havia pressa, poderia viajar em paz e descansar bastante. (Nota: tudo isso acima visto conforme a trama 2004/2006 do RPG Alohomorra
Hogwarts.) Descansou
bem. Na terceira noite, ao navio, recebeu uma carta. Para
quem estava mais ao leste de onde estava, agora, receber uma ave colorida
entregando um pergaminho em vez de uma coruja poderia parecer estranho, mas
ele estava acostumado, afinal, fora criado desta forma. Antes que a arara
reclamasse, pagou pela entrega e a dispensou – afinal, o bico da arara era
muito maior e mais assustador –e mais afiado!- que o de uma coruja. A
lasca de papel era curiosa, tinha uma mensagem curta e enigmática: “Quem bom que estão vindo. Estamos esperando
vocês há muitos anos” Aquilo
soou estranho ao adivinho. Ora, podia ser algum amigo antigo ou parente, mas
porque não assinar a carta? E, parece, quem lhe escrevia fazia referencia ao
seu velho elfo liberto, Rico, pois deu preferência a segunda pessoa do plural
em vez do singular. No
momento seguinte, Odlavinou Saedrae juraria que estava sendo observado mas,
mesmo tendo avistado o par de olhos tristes que o fitavam, não passava de um
pobre rapaz, de não mais de dezessete anos que, apercebendo-se que fora pego
espiando, voltou a olhar para o mar, mui tristonho. Falando com ele,
Odlavinou Saedrae percebeu que era um jovem soturno, que só se apresentava
como sendo um viajante andarilho. Estava triste, prestes a chorar, mas não
queria ajuda. Passaram
os dias. Odlavinou
Saedrae desembarcou, sendo felizmente recebido por um casal de amigos, que
não via a muito. Viu o rapaz tristonho ser recebido por um grupo de pessoas
de aspecto cansado e olhos tristes. Todos estavam com os olhos vermelhos e
cansados, mas pareciam muito felizes ao vê-lo. Olhavam para Odlavinou
Saedrae, curiosos e sorridentes. Mas logo desviaram o olhar quando desceu do
barco uma mulher, vestida dos pés à cabeça como uma estrela de cinema, um
tipo de mulher trouxa que não gosta de ser reconhecida em publico e usa
pesados óculos, volumosas estolas e coisas para esconder o rosto. A
mulher chegou e foi embora de imediato, e o grupo do rapaz triste, de umas
boas dez pessoas, homens e mulheres de todas as idades, voltaram a contemplar
Odlavinou Saedrae. Pararam de olhar quando desceu do barco uma outra menina,
talvez da mesma idade do rapaz triste. Ela era branca em demasia, parecendo
pálida como uma vela de cera muito, muito branca. Seus cabelos eram negros,
lisos e tristes, sem brilho, sem vida. Triste como o rapaz. Mas, a exemplo
dele, ela ria. Parecia feliz. Todo
aquele grupo parecia feliz. Parecia
que foram tristes a vida inteira e agora era hora de sorrir. Passado
alguns dias, Odlavinou Saedrae recebeu uma nova missiva, esta entregue por uma
arara completamente amarela – linda, por sinal. “Venha para a Escola. Estamos esperando
vocês“. Lamentou, porque julgava muito cedo pra voltar a Hogwarts.
Ora, ainda nem havia começado sua faxina mental. A arara ficou parada, como
se esperasse resposta, e Odlavinou Saedrae viu uma segunda arara, dourada
como aquela, ganhando os céus. Daí, percebeu que Hogwarts não usava aqueles
animais. E, rapidamente, consultando a carta, viu que não se tratava de
Hogwarts. Escreveu uma rápida resposta, perguntando quem falava com ele,
despachando o animal. Naquela noite, resolveu fazer o que um adivinho fazia
naquela situação: perguntou ao seu eu interior o que estava acontecendo. Por
sugestões divinatórias, viu-se numa biblioteca publica, pesquisando, buscando
lendo. Deparou-se com um velho volume que contava, sem muitos detalhes, de
uma historia louca de Tupã se apaixonar por Jaci, fazendo alusão aos
eclipses. Ele
não sabia porque não conseguia desviar os olhos daquela historia. Mal
nasceu o dia seguinte, abrindo a janela, viu a arara dourada vindo em sua
direção. Para surpresa dele, a arara passou direto. Era raro ver araras
daquelas, ele imaginava – afinal, nunca havia visto. E ver duas, num curto
espaço de tempo. Ao
fim da tarde daquele dia, foi visitado por uma arara dourada, novamente. Ela
trazia uma folha de pergaminho, que logo lhe estendeu. Era
uma folha de papel velhíssima. Bem conservada, mas o bolor no rodapé esquerdo
deixava claro que era muito velha. Muito bem prensada, parecia ter sido
conservada à salvo por muitos dias, que poderiam ser agrupados em anos, estes
em séculos e continue a conta. O
papel trazia um cabeçalho lindo, apesar da tinta vermelha estar gasta com o
tempo. A imagem trazia um Sol e uma Lua, lado a lado, ganhando o limite do
escudo triangular. Porem, como se representasse abrangência, tanto o sol
quando a Lua estavam rodeados por um círculo. Dentro do circulo, ainda,
metade dele estava preenchida com pontos, com o seu total impossível de
definir a olho nu. Representavam, é claro, as estrelas, também muito bem
seguras e confortáveis dentro do círculo. O próprio circulo, ao redor do
emblema, trazia uma mensagem, à saber: “As portas estão sempre abertas a
todos que precisam de uma chance”. A idéia de aceitação e abrangência era
visível, ao pé do escudo, onde havia o emblema de um portão aberto. Sob o
escuro, poder-se-ia ler a legenda: “ETAMHBA”. Aos pés do pergaminho, a título
de rodapé, vinha o significado da legenda: “Escola de Tradições, Aprendizado
Mágico, História e Bruxedos da Amazônia”. No
corpo do texto, vinha a mensagem: “Ainda há pergaminho e timbre. Hora dos Andarilhos
andarem?” A
ave esperava a resposta, esperava, mas o adivinho não conseguia entender. Por
fim, a ave empoleirou-se num canto, como se deixasse claro que não sairia
dali sem resposta. O
adivinho ficou estático. O que será que significaria aquilo, afinal?
Precisava se informar. Por quatro dias e quatro noites, enquanto a ave
esperava, ele pesquisou e buscou, seja nos livros, seja perguntando ao seu eu
interior, e nada aparecia de real valor. No
quinto dia, amigos, já cientes de suas buscas, lhe aconselharam que havia uma
velha anciã perita em lendas e historias, que certamente poderia lhe ajudar,
com seus conhecimentos. Ele foi a casa da mulher e quase foi expulso ao citar
o nome da escola, pois ela achou que ele lhe pregava uma peça. Foi preciso
que ele mostrasse o pergaminho com o emblema da escola para que ela
esbugalhasse os olhos. Daí, pediu para estudar o pergaminho, dizendo que, se
acreditasse nele, o chamaria. Passou
um dia, dois, três. A arara dourada parecia tristonha em seu poleiro, quando
um veloz canário entrou no quarto, trazendo um micro bilhete à pata, que
entregou e saiu de imediato. Era da sábia, que marcava uma entrevista dentro
de quinze minutos. Uma
vez lá, o adivinho viu a mulher lhe tratar com muita amabilidade, dizendo que
era perita em Historia da Bruxaria Amazônica e daria uma boa professora. Sem
entender, o adivinho perguntou o que ela sabia da escola. Nisso, muito séria,
ela falou de todas as escolas de magia do continente Americano, e que todas
tinham suas qualidades, mas nenhuma como aquela que o escreveu. Contou
quem foram os fundadores da escola, seus feitos, seus nomes que se tornaram
lendas, confundidos com deuses pelos povos não mágicos. E, claro, contou como
a escola foi destruída. Quando o adivinho perguntou como é que uma escola
destruída a milênios podia lhe escrever, a bruxa não soube responder, ficando
desconcertada. Tomando
aquilo por balela, o adivinho se foi. Saindo da casa da velha sábia, quase
estatelou-se face-a-face com uma mulher que entrava. Mal o viu, ela se
ajeitou, guardando no bolso o pergaminho que trazia. A mulher parecia muito
familiar ao adivinho, mas ele não pode precisar de onde a conhecera. Sem
aviso, ela seguiu, indo para o interior da casa da anciã, desculpando-se pelo
choque. Voltando
para casa, o adivinho pegou o pergaminho que lhe trouxe a arara, escreveu em
resposta que não entendia que brincadeira estranha era aquela com uma escola
que não existia há séculos e séculos, e despachou a ave. Nisso,
se flagrou raciocinando que, por conta destes eventos, não havia começado a
empreender sua viagem de si a si mesmo. Por outro lado, julgou que poderia
considerar ter começado sim, visto que sentia-se bem. E
há quanto tempo não se sentia, de fato, bem. Estranho
explicar, ele só sentiu uma voz lhe dizer que estava no caminho certo. Naquela
noite, quando foi jantar em um dos restaurantes das imediações, novamente viu
a enigmática mulher que avistara entrando na casa da velha anciã. Parecia
muito aborrecida, conversando com uma amiga. Nisso, alguma coisa o impeliu a
sair do lugar, e caminhar para tomar um ar. Foi o que fez. Dois
minutos depois, viu um raio dourado rasgando a noite. Era, é certo, uma arara
dourada. À noite, parecia fosforescente, de tanto que brilhava. Daí, ele teve
que admitir: ela não era amarela, era dourada mesmo. Dourada. Uma arara
dourada. Que
trama estranha era aquela? A
ave trazia um pacote, que deixou cair às mãos do adivinho. Depois disso,
pousou em seu ombro direito, parecendo sentir-se muito confortável. Era
estranho, a arara era tão dourada que parecia emitir luz. Por conta disso, o
adivinho pôde ler o nome daquele que lhe enviou o pacote. Mas
não havia nome. Dizia apenas: “Escola de Tradições, , História, Aprendizado Mágico e Bruxedos da Amazônia –
endereço desiluzionado”. O adivinho abriu o pacote, grande para seu conteúdo:
um medalhão, dourado como o ouro, ou de puro ouro, com uma grossa corrente de
ouro. A figura do medalhão era simples: Um Sol de ouro e uma lua, de prata,
lado a lado. Era um medalhão lindo, e o adivinho o tocou. Seu
estomago embrulhou, sua visão embaçou e a respiração lhe faltou. Logo viu que
o chão lhe faltou sob os pés e tudo parecia girar ao seu redor. Logo, a arara
lhe bicou violentamente o ombro, e o instinto lhe orientou a soltar o
medalhão. Caiu ao chão. Terra,
lama, folhas. Estava
em outro lugar. O
medalhão era uma chave de portal. Com
a velocidade de uma serpente, a arara bicou-lhe o bolso, agarrando a varinha
e ganhando noite adentro a floresta. Por instinto, o adivinho a seguiu. Ora,
como seu eu interior não havia lhe avisado do perigo? Por que as percepções
do adivinho não lhe falaram, ao menos, para ter cuidado? Antes, disseram que
seria um dia feliz, muito agradável. Correndo
as escuras, com os benditos sapatos que não ajudavam em nada na floresta, viu
uma poça de lama achar graça dele, roubando a firmeza dos passos e fazendo-o
cair pesadamente. Logo
viu alguém ali. Era o rapaz tristonho que avistara no navio. Com
muita precaução, perguntou ao rapaz que estranha trama era aquela que o havia
arrastado até ali. O rapaz, fazendo uma reverencia, o tratou por “Senhor” e
“Bom Mestre”, dizendo que diria tudo o que lhe perguntasse diretamente. Vieram
as perguntas e as respostas. O rapaz falou que o povo no porto, todos os
dele, eram bruxos, isso é verdade. Bruxos sem ligação com nada que não seja
diretamente relacionado aos mestres de seus ancestrais e, claro, com os
sucessores dos mestres destes últimos. O rapaz falou que, sim, todos os
escritos recebidos por eles vieram da escola que um dia foi conhecida por
AMBA, Academia de Magia e Bruxaria da Amazônia, rebatizada depois de ETHAMBA,
Escola de Tradições, História,
Aprendizado Mágico e Bruxedos da Amazônia. O
rapaz interrompeu o relato, pedindo que Odlavinou Saedrae o seguisse.
Caminhando, passaram sob um tronco de árvore, mas ao sair dele, não saíram no
lugar que deveriam sair, mas em outro lugar. A passagem sob o tronco era uma
passagem mágica. O mesmo aconteceu ao contornarem um córrego praticamente
inexistente, ou ainda ao entrarem numa gruta e saírem numa clareira, por
encanto. Por
fim, chegaram a uma nova clareira. Para seguir na direção da floresta, era
preciso tomar uma das trilhas, doze ao todos. Mas o rapaz conduziu o adivinho
para uma outra passagem. No caminho, viram a arara luminosa, muito bem
acomodada no ombro esquerdo, ombro nu, de um ancião de muitos dias. O ancião
ergueu um largo sorriso ao ver o visitante, e disse que, agora, os Andarilhos
voltariam a andar. Agora,
formando um trio, avançaram. Passada
a secreta décima terceira trilha, chegaram a um lugar que lembrava uma tribo
indígena, com muitas ocas, todas minúsculas. Uma arara, negra com asas azuis,
gritou com força quando o trio chegou, e todos vieram para fora das ocas. Houve
festa, choros de felicidade e gritos de comemoração. Gritos constrangidos e
contidos, pois aqueles não estavam habituados a gritar. “— É da natureza dos Andarilhos serem
calados e reservados”, lhe falou uma mulher de aspecto feliz,
parecendo muitíssimo jovem para a sabedoria com que fizera colocações em
seguida. Então
Odlavinou Saedrae foi conduzido para uma oca, e viu o interior de uma delas,
enfim. Por fora, eram ocas de palha e terra. Aquela, por dentro, parecia um
palacete como nunca se imaginaria dentro da floresta. O homem que o recebeu
logo lhe falou que estava no mais oculto recôndito da Floresta Amazônica, que
só se pode atingir se levado por Andarilhos. Ele mesmo se apresentou como o
antigo líder dos Andarilhos – já avisando que era decisão dele, Odlavinou
Saedrae e da outra decidirem quem será o líder dos tais, e era por isso que
se apresentava com ex-lider, e não como líder. O
homem explicou que ETHAMBA ficara fechada. Agora, reconstruída até o ultimo
detalhe original, só seria reaberta quando os descendentes diretos de Tupã e
Jaci fossem convidados a reclamar seu posto de direito. De outra forma, a
Escola permaneceria oculta até que os próximos descendentes reclamassem seu
lugar. Mas avisava que não poderiam ser quaisquer descendentes, pois os
Andarilhos já cometeram seus erros antes, escolhendo as pessoas erradas
apenas pelo sangue em suas veias. Naquela
mesma noite, mostraram ao adivinho a cidadela de Aram-Iaé, as torres, o
Templo Amanaré Akangatu, tudo. Ele ficou maravilhado, mas então foi avisado:
apenas a elite dos bruxos deveria ser convidada a experimentar a excelência
da formação de ETHAMBA. O Adivinho, então, perguntou do emblema de ETHAMBA,
onde se diz que as portas estão abertas para todos. O clima ficou diferente.
Houve quem dissesse que aqueles sonhos velhos do passado não tinham mais
sentido. Mui
amargurado, a visão da escola, á noite, deixou de ter o significado que
deveria ter para Odlavinou Saedrae Logo, toda aquela beleza mágica lhe
pareceu feia. Ressentido, pensou que era fácil deduzir porque nenhum
descendente dos bruxos havia aceitado retomar a escola. Recusou
a incumbência, ouvindo que ninguém poderia deixar escapar os segredos de
ETHAMBA. Ouviu um grito estranho, que nunca ouvira, percebeu uma luz vermelha
vindo de algum lugar e caiu. Acordou
no dia seguinte, com o Sol ferindo seu rosto. Estava
numa espécie de jaula, dentro de prédio. Logo imaginou, pela magnitude do
lugar, se tratar do grande templo que viu à noite. Olhando
em volta, viu uma espécie de altar, onde residia uma varinha – talvez a sua.
Olhando para trás, assustou-se. O rapaz que vira no navio, e a menina que
veio em seguida, depois da mulher que lhe passou a sensação de conhecida,
estavam amarrados na parede, de braços abertos. Pareciam
cansados, abatidos e sofrendo muito. Que
loucura estava acontecendo ali? Pessoas
entravam e saiam dali, mas ninguém lhe dava resposta quando gritava. Por
fim, entrou uma grande procissão, com praticamente todos os Andarilhos que
vira no dia anterior. Com expressões fechadas, segurando cajados em vez de
varinhas, trajados com túnicas brancas, como sacerdotes astecas, anunciaram
ao adivinho que aqueles dois haviam escolhido a pessoa errada para assumir
ETHAMBA, mesmo que fossem descendentes de Tupã e Jaci. Por isso, eles
morreriam. Dizem que consultaram os oráculos e que não seria bom matar um
descendente de seus mestres – mas o soltariam depois do sacrifício dos dois,
pois ele presenciaria e, indo em paz, não falhariam, eles, Andarilhos, com
seus antepassados. Julgando
tudo aquilo como imbecilidade, o adivinho recusou tomar parte naquilo. Não
aceitaria que alguém morresse para que ele vivesse. Insistiram, gritaram,
ameaçaram, mas ele estava resoluto. Os Andarilhos pareciam possessos de tão
furiosos. Um
grito de guerra se fez ouvir, e uma mulher entrou no salão, varinha em mãos,
com um pano amarrado ao ombro, onde trazia algum objeto. Ia azarando para
todos os lados, chegando á jaula do adivinho. Por fim, abriu a jaula. A
mulher se apresentou como Kherolyn Navarre, ex-diretora da casa de
Radmantarayako, no Instituto Durmstrang de Magia. Abrindo a jaula,
rapidamente contou ao adivinho que passaram pela mesma situação: ela também
era, de forma direta ou indireta, descendente dos fundadores da escola, e a
trouxeram ali, falando de segregação. Os Andarilhos iam matar os dois, mas
resolveram matar só Odlavinou Saedrae, pois julgavam que a mulher era frágil
por natureza e ia se calar para manter a vida. Lhe deram, até, uma chave de
portal para sumir dali – era o que vinha trazendo bem amarrado ao ombro. Naturalmente
Kherolyn repudiou a idéia, aproveitou a primeira oportunidade e foi em busca
do adivinho que, sabia ela, morreria inocente. Em
poucos segundos, ele explicou a ela que a situação se invertera, e ele iria
embora se visse aqueles dois pobres morrendo. Nessas,
livre, o adivinho viu os Andarilhos se posicionarem entre eles o altar – à
frente da parede onde os dois jovens tristes estavam presos. Kherolyn
desfraldou o conteúdo que vinha guardado, e pediu que tocassem juntos, sem
baixar a varinha, para que fossem embora juntos – ao que parece, atenta à
batalha e aos feitiços que lhe fugiam da varinha com maestria, não teve tempo
hábil de ouvir o relato do adivinho – ou será que ele, nervoso como estava,
não foi claro o suficiente? Mas
não havia tempo. Numa
atitude louca, o adivinho agradeceu, mas pediu que Kherolyn partisse. Ele não
ia conseguir sair dali sabendo que os jovens iam morrer. A mulher praguejou
algo, e foi junto dele, abrindo caminho com azarações. Com muito esforço,
chegaram aos jovens e tocaram seus corpos com a chave de portal. Nada
aconteceu. Os
Andarilhos sorriam. Depois,
gargalharam. Em
seguida, aplaudiram. Até
os jovens presos sorriram. O
então líder dos Andarilhos se adiantou, dizendo que ninguém nunca havia
passado naquele teste. As mulheres sempre usavam a chave de portal e sumiam,
sem falar palavra a ninguém, com medo de serem chamadas de loucas – pois
aquele lugar “não existia”. E os homens, quando percebem que ficarão livres,
ou não percebem, por nervosismo, ou não se importam, por medo, que outros
morrerão para que um outro viva. Todos,
uma vez mais, lhes aplaudem, saudando-os como os diretores de ETAHMBA. Prometem
lhe passar o conhecimento que cultivaram de geração a geração. Por
fim, perguntam quando os Andarilhos voltarão a andar. O
próximo passo foi notificar as autoridades do acontecido. Precisavam de
autorização para voltar a funcionar. Não só isso, deveriam estar devidamente
regulamentados par contratar docentes e admitir discentes. Tudo
isso deveria começar com uma inspeção. E a única forma disso acontecer seria
com a autorização dos co-diretores, que deveriam enviar um andarilho para
guiar os que fiscalizariam – isso, claro, sem risco de decorarem o caminho,
pois este sempre era alterado, com a mudança de lugar dos portais. Junto
dos funcionários do Ministério, veio uma equipe do famoso jornal “Diário
Mágico”, além de uma equipe da revista “NOM’s e NIEM’s: Os melhores”, revista
de referencia para pais e pedagogos. As
inspeções vão as mil maravilhas, e tudo indica que logo a escola poderá
voltar às atividades.
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