Em 1931 foi realizado um concurso que escolheria o projeto
para o Albergue da Boa Vontade, local onde as passoas carentes e os
imigrantes poderiam ter onde descansar, ter assistência
médica e alimentação até o encaminhamento a
uma habitação compátivel. Os vencedores do
concurso foram Affonso Eduardo Reidy e Gerson Pinheiro.
A edificação está localizada no bairro da
saúde, próximo ao centro da cidade do Rio de Janeiro.
A edificação possui dois pavimentos e articula suas
depêndencias por meio de alas e um grande pátio interno. O
patio ocupa uma área de 556m² e sobre este vemos duas alas
que o atravessam no segundo pavimento.
Nas alas destinadas aos dormitorios podemos
observar o uso da ventilação cruzada por meio de
esquadrias. Nestas alas as camas foram feitas para pivotar e estarem
suspensas por meio de um tirante, desse modo a limpeza é
facilitada.
O albergue possui uma volumetria reta, seu pátio interno e suas
alas configuram um jogo de cheios e vazios, a ventilação
e iluminação são demandas cumpridas pelo partido
formal.
O Albergue hoje abriga o CPRJ( Centro Pisiquiatrico do Rio de Janeiro ). Hoje o Albergue se encontra com sua arquitetura muito modificada devido as novas demandas do novo uso.
O espaço das alas não foi suficiente para abrigar as necessidades do centro, o pátio foi então ocupado parcialmente, funcionando como área descoberta para tomar sol e ambiente de estar.
O layout das partes já existentes no pavimento térreo foi
também bastante modificado. As alas do 2° pavimento
não foram muito alteradas e os espaços são
utilizados como consultórios e areas de jogos para os internos,
os corredores não abrigam leitos devido a impossibilidade que o
acesso vertical por escadas cria no tranporte de pacientes.
A grande questão que envolve o Albergue da boa vontade é
como quando podemos utilizar uma arquitetura para um determinado uso.
Reidy e Gerson, pensaram em um espaço para acomodar
dormitórios noturnos. A ultilização para um centro
pisiquiatrico é um tanto equivocada, as áreas de
internação ficam no terreo onde existe maior
movimentação e desconforto acústico, contudo locar
essas áreas no pavimento se torna impráticavel devido a
um acesso vertical não apropriado feito por escadas. Arquitetura
é adaptável até um certo ponto. O Albergue
é exemplo de um amontoado de soluções imediatistas
que desconfiguram arquitetura, ele poderia ser utilizado para outro
uso, e o centro poderia ser locado a uma arquitetura mais apropriada
para suas atividades.
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