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A erva de São João (Hypericum perforatum) tem sido amplamente alegada como sendo eficaz como um antidepressivo. O mecanismo de ação é desconhecido; e o ingrediente ativo, se houver algum, não foi determinado [1]. Estudos de extratos padronizados da hipericina (um dos constituintes da erva) descobriram que ela é cerca de duas vezes tão eficaz quanto um placebo. Alguns estudos encontraram que ela um pouco mais eficaz que um antidepressivo padrão. Entretanto, nenhum destes estudos durou mais que seis semanas, o que não é longo o suficiente para determinar por quanto tempo a erva seria eficaz ou para detectar quaisquer efeitos adversos a longo prazo [2]. Além disso, alguns dos estudos não foram bem conduzidos [3,4]. Na maioria destes estudos, o diagnóstico não foi bem estabelecido, a taxa de resposta placebo foi menor do que normalmente vista em estudos assim, a dosagem dos antidepressivos padrão foi baixa, e a dosagem da hiperecina variou mais de seis vezes [1]. Nenhum efeito colateral grave foi relatado, mas efeitos colaterais menores incluindo desconforto gastrointestinal, fadiga, boca seca, vertigens, erupção cutânea e hipersensibilidade à luz solar. Entretanto, em fevereiro de 2000, a revista britânica Lancet publicou relatos de que a erva de São João pode interferir com a eficácia de um remédio para a AIDS (inidavir) [5]; uma droga imunossupressora (ciclosporina) usada para proteger pacientes após transplante cardíaco [6]; e um anticoagulante (warfarin) [7]. Baseado neste estudo e outros relatos na literatura médica, a FDA emitiu um Conselho de Saúde Pública declarando:
A erva de São João parece ser uma indutora de um importante mecanismo metabólico, o citocromo P450. Como muitas drogas de prescrição usadas para tratar condições como doenças cardíacas, depressão, vertigem, certos cânceres ou prevenir condições como rejeição a transplante ou gravidez (contraceptivos orais) são metabolizadas via este mecanismo, prestadores de assistência à saúde devem alertar os pacientes sobre estas potenciais interações medicamentosas para prevenir perda do efeito terapêutico de qualquer droga metabolizada via citocromo P450 [8].
A erva de São João não deveria ser usada por mulheres que estejam grávidas ou amamentando. Nem deveria ser usada junto com antidepressivos padrão. A potência e pureza das preparações vendidas nos Estados Unidos são desconhecidas [1].
Não há nenhuma evidência publicada de que a erva de São João seja eficaz contra a depressão severa, a qual, em qualquer caso, deveria receber ajuda profissional. Para depressão branda, psicoterapia dirigida em resolver a causa da depressão pode ser mais prudente.
O Departamento de Medicina Alternativa do NHI financia um ensaio clínico de 4,3 milhões de dólares de 3 anos que irá comparar os efeitos do hipericum, um placebo, e uma droga antidepressiva padrão em pacientes que são seguidos por mais de seis meses [9]. Os resultados são esperados para o ano 2002. Independente do resultado, entretanto, outro problema deve vir a tona antes que os consumidores possam usar a erva de São João efetivamente. Uma análise do Good Housekeeping Institute de seis cápsulas de suplemento de erva de São João amplamente disponíveis e quatro extratos líquidos revelaram uma deficiência de consistência dos ingredientes ativos suspeitos, hipericina e pseudohipericina. O estudo descobriu:
Uma investigação similar do Los Angeles Times descobriu que 7 de 10 produtos continham entre 75% e 135% dos níveis de hipericina descritos no rótulo, e três continham não mais que cerca da metade da potência rotulada [11].
Referências
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Este artigo foi revisto no site original em 16 de abril de 2000.