A circuncisão tem sido praticada por razões religiosas desde épocas antigas e por razões ligadas à saúde por mais de um século. Nos Estados Unidos a maioria dos recém nascidos do sexo masculino ainda são circuncisados, embora nos últimos anos a taxa parece estar caindo. Ainda que pesquisas mostrem que a circuncisão diminui levemente a incidência de câncer de pênis e infecções urinárias no primeiro ano, estas condições são incomuns o suficiente para que o benefício atual à saúde seja pequeno. A incidência exata de complicações pós-operatórias da circuncisão (infecção local e sangramento) é desconhecida mas parece ser de 0,2% a 0,6% [1,2]. A maioria das complicações são pequenas. Em 1999, após sua Força Tarefa em Circuncisão conduzir um estudo completo da evidência científica, a American Academy of Pediatrics [AAP] declarou:
A evidência científica atual demonstra benefícios médicos potenciais da circuncisão em recém nascidos do sexo masculino; entretanto, estes dados não são suficientes para recomendar circuncisão neonatal de rotina. No caso da circuncisão, em que há benefícios e riscos potenciais, embora o procedimentos não seja essencial para o bem-estar atual da criança, os pais deveriam determinar o que é melhor para a criança. Para fazer uma escolha informada, os pais de todos os bebês do sexo masculino deveriam receber informações acuradas e não tendenciosas e ser proporcionada a oportunidade de discutir esta decisão. É importante para os pais levar em conta tradições culturais, religiosas e étnicas, além de fatores médicos, quando tomar esta decisão. A analgesia é segura e eficaz em reduzir a dor do procedimento associado a circuncisão; além disso, se for feita uma decisão a favor da circuncisão, deve ser proporcionada a analgesia do procedimento. Se a circuncisão for realizada no período neo-natal, deve ser feita somente em crianças estáveis e saudáveis [3].
A mutilação genital feminina, algumas vezes chamada de circuncisão feminina, envolve a remoção de parte ou de todo clitóris de meninas. Pode também envolver a sutura da abertura vaginal. A AAP [4], a American Medical Association [5] e a Organização Mundial da Saúde [6] se opõem a esta prática porque é desfigurante, tem sérias complicações físicas e emocionais, e não proporciona nenhum benefício médico. Nos Estados Unidos, é proibida pela lei federal [7], e pelo menos dez estados declararam-na um ato criminal.
Para maiores informações sobre circuncisão, procure no site da AAP com a palavra "circumcision" [circuncisão] na caixa de busca.
Referências
Este artigo foi atualizado no site original em 26 de agosto de 1999.