PARADIGMA


~��*�� ~��*�� ~��*�� ~��*�� ~



Num pensamento r�pido e dirigido, tal qual uma flecha perdida, vou buscando espa�o na imensid�o do universo. Meu cais � um manto negro. Vejo tudo muito claro apesar da negritude. Cada olhar, cada gesto � impensado. H� um misto de ansiedade e prazer nas minhas atitudes. Inquieta��o. Formigamento. Sobriedade apenas na alma. Sim, minh�alma quer elevar-se cada vez mais, nesta busca insensata das coisas imateriais. N�o venta, n�o chove. O sil�ncio � t�o profundo e total que ou�o as batidas do meu cora��o. Cai a noite, cai o dia e nada muda. Mudo. Percebo tudo. At� que existe algo al�m da minha imagina��o. J� n�o sou mais um simples mortal. Sou tudo, sou nada. Arranco de dentro de minhas entranhas a solid�o. Deixo-a vagar silenciosamente no espa�o. O tempo insiste em seguir debaixo do meu nariz. Deixo-o seguir. Um aroma puro chega at� mim por meios desconhecidos. � cheiro de mato onde n�o se planta nada. � a pr�pria exist�ncia tamb�m desconhecida de um Ser supremo. � vida. � cor. � emo��o. Meu cora��o palpita ainda mais, meus olhos correm em dire��o do infinito, buscando explica��o no inexplic�vel. Neste exato momento me perco. Caio em mim profundamente, a solid�o j� n�o me acompanha mais. Meu riso � hist�rico e surdo. Incontido. Descabido. Percebo um gosto forte na boca que me alivia a tens�o. Como se minha saliva tivesse gosto e eu mesmo determinasse este gosto. Os olhos brilham agora. Um fato novo. At� ent�o eu apenas sentia a calmaria, mas numa reviravolta do tempo, a tempestade invade meus pensamentos, num turbilh�o inimagin�rio de emo��es. O mar revolto, as ondas imensas esperando a transposi��o. Um salto gigante do passado ao presente, o in�cio de um futuro. Em r�pidos segundos mil anos se passaram na minha mente. Qual sensa��o maior para sentir a presen�a de Deus? Eu n�o sei. Mas tenho comigo que al�m disso tudo h� esperan�a, ainda perdida, mas h�. O encontro � inevit�vel, pois as palavras s�o escritas muito antes de n�s mesmos. A constata��o � apenas singular diante do quadro que se apresenta. Muitas coisas n�o se explicam por serem determinadas pela ess�ncia divina. N�o pretendo buscar tudo de uma s� vez. Aos poucos chegarei no caminho livre e pleno de realiza��es, aos poucos libertarei o sumo do meu corpo fr�gil, aos poucos absorverei as rimas, para fazer delas meu paradigma di�rio.



~��*�� ~��*�� ~��*�� ~��*�� ~

Jesus Diogo Xavier





1