Caminhos Estreitos
Ela insiste em descer. Suave. Silenciosa. Vai desenhando caminhos estreitos em meu rosto. Seca. |
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Parece que minh’alma está se lavando. Um choro contido num silêncio profundo. Parece a dor do mundo.
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Dá-me força Senhor para suportar este trecho. Sei que muitos a exibem com galhardia, mas sou covarde. Meu ritmo é lento e descompassado. |
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Sinto-me ultrajado em minha alegria. Doce. Tardia. Queria poder voltar no tempo. Parar tudo ali. No ponto da exatidão.
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Abrir meu coração e contar todos os meus segredos. Ali. Mesmo que fosse num canto triste. Solitário como o do pássaro. |
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Minhas pernas bambeiam sem sintonia. Minha mente vagueia. Vazia. Vou até o inconsciente do destino, buscar minha alegria. Fútil. Sobra tempo para pensar no certo e no errado, quando se tem a opção de escolher.
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O que é certo e errado? Nada importa, pois o caminho é estreito. A saída talvez seja um grito elevado. Para acordar o surdo. Que absurdo! Não! |
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Vou ficar quieto esperando as horas passarem. O tic-tac do relógio me enlouquece, tira minha concentração. Jogo-o fora. "Plaft". Perdi o tempo. Agora sou eu e mais ninguém.
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Olho pro céu. A estrela mais brilhante é minha, me guia. Vou dar um presente a ela, meu amor. Extraído de dentro. Meu mais puro sentimento neste momento. |
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Meu rosto está ficando frio. Meu coração está apertado, tentando se mexer. Não consegue. Minhas mãos param de teclar.
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