À MINHA MÃE
No silêncio da noite calma,
na escuridão que a mesma tem,
enche-se-me de saudade a alma
ao recordar-te minha mãe.
Recordo-me dos teus afagos,
que meus olhos em pranto são,
como dois inundados bagos
pela dor do meu coração.
Lembro tanto de ti, de nós,
recordo-me disto e daquilo,
lembro-me tão bem da tua voz,
ao dizer-me, "querido
filho"!
Aquele doce e terno olhar,
e as lágrimas nos olhos teus.
O teu comovido abraçar,
daquele nosso último
adeus.
Revejo a nossa despedida,
quando, no quintal, me
acenavas.
Sinto em mim como uma ferida,
cada aceno que tu me
davas.
Triste hora aquela, quanta
dor!
Só tristeza minha alma tem.
Estarás sempre em meu amor,
mas eu sem ti, querida mãe.
Eu nunca mais te esquecerei,
enquanto minha alma viver.
Mas depois... o resto não sei,
será só o que Deus
quiser!
Autor - José Pereira
Mancebo
©
SILAPI
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