FILOSOFIA E EXPRESSIONISMO

Ricardo Timm de Souza



Philosophy Dept., PUCRS, Brazil

O presente estudo objetiva fundamentalmente sugerir e analisar relações significativas entre a filosofia e o Expressionismo. Tal objetivo já delineia, de forma clara, os próprios limites deste texto, pois algumas dimensões fundamentais têm de ser, necessariamente, levadas em conta em um trabalho desta natureza. Em primeiro lugar, a amplitude dos universos culturais envolvidos: desde o ponto de vista da filosofia, é evidente que não temos, aos inícios do século XX, nenhuma univocidade conceitual - esta é uma característica não só da filosofia, mas, de uma forma acentuada, de todos as grandes estruturas culturais desde pelo menos as últimas décadas do século XX, como tentamos mostrar algures . E, desde o ponto de vista do Expressionismo, sua própria riqueza extrapola quaisquer limites meramente conceituais, abrindo continuamente novas perspectivas compreensivas, na medida exatamente em que se trata de um movimento, e não de uma estrutura ou escola fechada de idéias ou expressões artísticas. Em segundo lugar, há que se ressaltar a dificuldade do estabelecimento de relação causais, ou mesmo de conexão explícita e indubitável, entre mundos culturais extremamente complexos; tal é o caso das relações possíveis entre a filosofia dos inícios do século XX - que está, em boa medida, à procura de seu estatuto de validade, frente, por exemplo, aos desafios das ciências empíricas - e aquele particular movimento, fundamentalmente artístico-literário, a que se tem chamado Expressionismo, em sua variedade transbordante de vida e ímpar em termos de riqueza de manifestações. 1