O Padre Júlio J.
Brustoloni, missionário redentorista, no seu livro História
de Nossa Senhora da Conceição Aparecida — A
Imagem, o
Com
um único versículo da Bíblia, provavelmente muito conhecido pelo padre, sua
teoria é desmontada: Adorarás
o Senhor teu Deus e só a Ele prestarás
culto (Mt 4.10b). Além do mais, não acreditamos que aquela imagem de barro,
intitulada Nossa Senhora da Conceição
Aparecida, seja um retrato de Maria, mãe do Senhor Jesus Cristo, conforme
nos revela a Bíblia Sagrada.
São
declarações como as do padre Júlio J. Brustoloni, ou o espantoso livro de S.
Afonso de Ligório "As Glórias
de Maria", que transferem, sem a menor cerimônia, todos os atributos
e honras que pertencem exclusiva-mente ao Senhor Jesus para Maria ou a
tentativa malabarista da CNBB com o livreto "Com Maria, Rumo ao Novo Milênio" -uma forçosa tentativa de justificar
o culto mariano, é que nos faz pronunciar, mostrando um outro caminho, aquele
da Bíblia, sem retórica ou esforço, um
caminho cândido, sereno e verdadeiro, com todo respeito e amor aos católicos
romanos, que todo cristão deveria ter, apresentando-se firmes no tocante a
sã doutrina
Trata-se de uma pequena imagem de barro, medindo 39 centímetros e pesando
aproximadamente 4,5 kg, sem o manto e a coroa, que foram acrescentados1.
As Anuas dos Padres Jesuítas de 15
de janeiro de 1 750, dizem que, aquela
imagem foi moldada em barro, de cor azul escuro; é afamada por causa dos muitos
milagres realizados2. Dr. Pedro de Oliveira Neto, que estudou
a imagem, apresentando o resultado em 13 de abril de 1967, afirma, em contrapartida:
A
imagem encontrada pelos pesca-dores junto ao Porto de ltaguaçu, e que hoje se
venera na Basílica Nacional, é de barro cinza claro, como constatei, barro que
se vê claramente em recente esfola-dura no cabelo3. A
mesma conclusão chegaram os artistas do MASP — Museu de Artes de São Paulo -
em 1978, declarando:
Constatamos
pelos fragmentos da Imagem em terracota, que ela é da primeira metade do século
XV!!, de artista seguramente paulista, tanto pela cor como pela qualidade do
barro empregado e, também, pela própria feitura da escultura (4).
Essa pequena imagem
feita de barro representa Maria para o catolicismo romano.
Segundo o Dr. Pedro de Oliveira Neto, a imagem de barro foi feita por um discípulo
do Frei Agostinho da Piedade: A Imagem
de Nossa Senhora Aparecida é paulista, de arte erudita, feita provavelmente na primeira metade de 1600, por
discípulo, mas não pelo próprio mestre, do beneditino Frei Agostinho da Piedade.
Os estudiosos, observando o estilo da imagem, concluíram que o autor da
imagem foi o Frei Agostinho de Jesus, sendo provavelmente esculpida em 1650,
no mosteiro beneditino de Santana de Parnaíba, SP (5).
Apresentaremos algumas hipóteses razoáveis, embora nunca tenhamos a certeza
do fato. Nossa análise levará em consideração apenas as possibilidades culturais,
religiosas e históricas. O livro de Gilberto Aparecido Angelozzi, Aparecida
a Senhora dos Esquecidos, Ed Vozes; Capítulo III — p. 55-66, expõe alguns
possíveis motivos sobre o assunto em questão.
Partindo do princípio de que realmente os pescadores acharam a imagem da Conceição
Aparecida no rio, podemos então desenvolver as seguintes idéias:
A
teoria de que a imagem foi trazida pelos colonizadores brancos
• Por famílias
que se instalaram no vale do Paraíba;
pelos bandeirantes, pois eles carregavam imagens de Maria por onde quer que
passassem;
• pelos missionários
carmelitas, franciscanos e jesuítas que passaram por aquela região;
por algum comerciante ou vendedor ambulante e ter sido quebrada em sua bagagem;
poderia fazer parte de um oratório familiar e, ao ter sido quebrado o pescoço
da imagem, ter sido lançada ao rio.
A
teoria de que a imagem foi lançada no rio por escravos negros
Algum escravo negro, devido ao sincretismo religioso, poderia associar a imagem
à de algum orixá, especialmente aos que estão associados às águas;
poderia ter lançado a imagem nas águas como um oferecimento a algum orixá,
fazendo pedidos relacionados à saúde: engravidar, gravidez de risco, proteção
à criança etc;
poderia ter sido lançado nas águas para se obter riquezas ,ouro, dinheiro,
pedras preciosas etc.
A teoria das lendas indígenas
Uma lenda indígena relata que eles criam na grande cobra que habitava nos
rios a Cobra Norato. Durante o dia
era uma terrível cobra e à noite era um jovem que dançava com as moças. Algum
padre teria lançado a imagem para proteger os índios;
Outra lenda diz que, na cidade de Jacareí, apareceu uma grande cobra e alguém
a enfrentou lançando a imagem da Imaculada Conceição ao rio, fazendo com que
a cobra fugisse.
A
teoria oficial da
O catolicismo romano possui duas fontes sobre o achado da imagem, que se encontram
no Arquivo da Cúria Metropolitana de Aparecida (1 Livro do Tombo da Paróquia
de Santo Antônio de Guaratinguetá) e no Arquivo Romano da Companhia de Jesus,
em Roma (Annuae Litterae Provinciae Brasilíanae,
anni 1748 et 1749)6.
A narrativa diz basicamente que, no ano de 1719, os pescadores Domingos Martins
García, João Alves e Filipe Pedroso lançavam suas redes no Porto de José Corrêa
Leite, prosseguindo até o Porto de ltaguassu. Lançando João Alves a sua rede
de rastro neste porto, tirou o corpo da Senhora, sem cabeça. Lançando mais abaixo
outra vez a rede, conseguiu trazer a cabeça da mesma Senhora. Não tinham até
aquele momento apanhado peixe algum. A partir de então, fizeram uma copiosa
pescaria que encheu as canoas de peixes. Após esse milagre, surgiram outros relacionados à imagem.
A explicação do Dr.
Segundo o Dr. Aníbal Pereira dos Reis ex-sacerdote, ordenado em 1949, formado
em Teologia e Ciências Jurídicas pela Pontifica Universidade Católica de São
Paulo, em seu livro A Senhora Aparecida,
Edições Caminho de Damasco Ltda, SP, 1988; trata-se de uma grande armação
do padre José Alves Vilela , pároco da matriz local. Segundo suas investigações,
foi o padre José Alves Vilela quem colocou a imagem no rio e iniciou planejadamente
a divulgação dos supostos milagres, além de estar manipulando todo tempo a imagem
e divulgando seus supostos milagres.
Pequena
cronologia
1717—
Pescadores apanharam no rio a Imagem da Conceição
Aparecida
1745-1903
— A festa principal da Conceição Aparecida
é celebrada em 08 de dezembro;
1888
— No dia 06 de novembro, a princesa Isabel visita pela segunda vez a basílica
e deixa como ex-voto uma coroa de ouro cravejada de diamantes e rubis;
1929
— Celebração dos 25 anos da Coroação de Maria em um Congresso Mariano;
1930—
No dia 16 de julho, o Papa Pio XI assina o decreto, declarando Conceição
Aparecida a Padroeira do Brasil;
1931
— No dia 31 de maio, a imagem de barro da Conceição
Aparecida é declarada, oficialmente, na Capital Federal a Padroeira
do Brasil. Getúlio Dornelles Vargas, era o presidente naquela época.
Segundo o padre Júlio J. Brustoloni, Na
Esplanada do Castelo, outra multidão aguardava a chegada da Imagem Milagrosa.
No grande estrado, junto do altar da Padroeira, encontravam-se o Presidente
da República, Dr. Getúlio Dornelles Vargas, Ministros de Estado, membros do
Corpo Diplomático credenciados junto do nosso governo,
e
outras autoridades civis, militares e eclesiásticas. O
Sr. Núncio Apostólico, Dom Aloísio Masella,
estava ao lado do Presidente e sua família. Na Esplanada, a Imagem percorreu
as diversas quadras para que o povo pudesse vê-la de perto, e, ao chegar ao
altar, Dom Leme deu-a a beijar ao Presidente e sua família. Um silêncio profundo
invadiu a Esplanada, quando a Imagem foi colocada no altar. Após o discurso
de saudação, Dom Leme iniciou o solene ato da proclamação de Nossa Senhora Aparecida
como Padroeira do Brasil7. Segundo relata o padre Júlio, após
a cerimônia, o povo católico romano gritou: Senhora Aparecida, o Brasil é vosso! Rainha do Brasil, abençoai a nossa
gente. Paz ao nosso povo! Salvação para a nossa Pátria! Senhora Aparecida,
o Brasil vos ama, o Brasil em vós confia! Senhora Aparecida, o Brasil vos aclama,
Salve Rainha!8
O QUE É IDOLATRIA
Vejamos algumas definições: Ídolo. S.m.
1. Estátua ou simples objeto cultuado como deus ou deusa, 2. Objeto no qual
se julga habitar um espírito, e por isso venerado. 3. Fig. Pessoa a quem se
tributa respeito ou afeto excessivo. Idólatra. Adj. 2 g. 1. Respeitante à, ou
próprio da idolatria. 2. Que adora ídolos. 3. Idolátrico (2). * s.
2 g. 4. Pessoa que adora ídolos; Idolatrar. V t. d. 1. Prestar idolatria (1) a;
amar com idolatria (1); adorar, venerar. 2. Amar com idolatria (2), com excesso,
cegamente. Int. 3. adorar ídolos; praticar a idolatria (1). Idolatria. SE. 1.
Culto prestado a ídolos. 2. Amor ou paixão exagerada, excessiva9.
Idolatria- 1. Essa palavra vem do grego, eídolon, ídolo, e latreúein, adorar.
Esse termo refere-se à adoração ou veneração a ídolos ou imagens, quando usado
em seu sentido primário. Porém, em um sentido mais lato, pode indicar veneração
ou adoração a qualquer objeto, pessoa, instituição, ambição etc, que tome o
lugar de Deus, ou que lhe diminua a honra que
O culto à imagem esculpida, deuses de fundição, imagem de escultura, estátua,
figura de pedra, imagens sagradas ou ídolos é idolatria e profanam a ordem divina.
Não farás para ti imagens
esculpidas, nem qualquer imagem do que existe no alto dos céus, ou do que existe
embaixo, na terra, ou do que existe nas águas, por debaixo da terra. Não te
prostrarás diante delas e não lhes prestarás culto (Ex
20.4)
Não vos voltareis para os
ídolos, nem fareis para vós deuses de fundição. Eu sou o Senhor vosso Deus (Lv
19.4)
Não fareis para vós ídolos,
nem para vós levantareis imagem de escultura nem estátua, nem poreis figura
de pedra na vossa terra para inclinar-vos diante dela. Eu sou o Senhor vossoDeus
(Lv26.1)
Confundidos sejam todos os
que adoram imagens de esculturas, que se gloriam de ídolos inúteis... (SI
9 7.7)
Os ídolos deles são prata
e ouro, obra das mãos do homem. Têm boca, mas não falam, têm olhos, mas não
vêem; têm ouvidos, mas não ouvem, têm nariz, mas não cheiram; têm mãos, mas
não apalpam, têm pés, mas não andam; nem som algum sai da sua garganta; Tornem-se
semelhantes a eles os que os fazem, e todos os que neles confiam. (SI
A tua terra está cheia de
ídolos, inclinaram-se perante a obra das suas mãos, diante daquilo que fabricaram
os seus dedos. Pelo que o homem será abatido, e
a humanidade humilhada; não lhes perdoes!
(Is 2.8-9)
... Ao Senhor teu Deus adorarás, e
só a ele servirás (Mt 4.11; Lc 4.8)
O principal de todos os mandamentos
é:
Mas vem a hora, e já chegou,
em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade, pois
o Pai procura a tais que assim o adorem. Deus é Espírito, e
importa que os que o adoram o adorem
em espírito e em verdade (Jo.4.23-24)
Enquanto Paulo os esperava
em Atenas, o seu espírito se revoltava em si mesmo vendo a cidade tão entregue
à idolatria (At 1 7.16)
Não sabeis que os injustos
não hão de herdar o reino de Deus? Não erreis: nem impuros, nem idólatras, nem
adúlteros, nem efeminados, nem sodomitas, nem ladrões, nem avarentos, nem bêbados,
nem maldizentes, nem roubadores herdarão o reino de Deus (1
Co 6.10-11; Ef5.5)
Não vos façais idólatras,
como alguns
E que consenso tem o templo
de Deus com os ídolos? Pois vós sois santuários do Deus vivente... (2
Co 12.2)
As obras da carne são conhecidas,
as quais são:
Filhinhos, guardai-vos dos
ídolos(1 Jo5.21)
* Mas,
quanto aos medrosos, e aos incrédulos, e aos abomináveis, e aos homicidas, e
aos adúlteros, e aos feiticeiros, e aos
idólatras, e a todos os mentirosos, a sua parte será no lago que arde com fogo
e enxofre, que é a segunda morte (Ap 21.8)
Ficarão de fora os cães,
os feiticeiros, os adúlteros, os homicidas, os idólatras, e todo aquele que
ama e pratica a mentira (Ap.
22.1 5).
Deus proibiu ao seu povo a confecção e o culto a imagens, estátuas etc, visto
que os povos pagãos atribuíam a esses artefatos de barro, madeira ou outro material
corruptível, um caráter religioso. Acreditavam, além do mais, que a divindade
se fazia presente por meio dessa prática. O Deus Todo-Poderoso ensinou seu povo
a não cultuar imagens. Sua
Algumas imagens que Deus mandou fazer não tinham por objetivo elevar a piedade
de Israel e nem serviam de modelo para reflexão ou conduta. Eram apenas símbolos
decorativos e representativos. Deus mandou fazer a Arca da Aliança;
Quando analisamos esta questão na história da nação de Israel, o povo que
recebeu os mandamentos de Deus e a preocupação dos judeus religiosos em manter-se
fiéis, podemos entender que, apesar do Antigo Testamento proibir a confecção
de imagens relativamente, no entanto
a adoração ou culto a imagens era
Em algumas sinagogas do século III e até hoje encontramos pinturas de heróis
da fé em seus vitrais etc, jamais, entretanto, veremos judeus orando, cultuando
ou invocando Moisés, Abraão ou Ezequiel.
Não encontramos argumento algum que justifique o culto, veneração ou a fabricação
de imagens no Novo Testamento.
• A Bíblia mostra que Paulo sofria por ver o povo entregue
a idolatria: Enquanto Paulo os esperava
em Atenas, o seu espírito se revoltava em si mesmo, vendo a cidade tão entregue
à idolatria (At 1 7.1 6).
• Paulo foi atacado pelos artífices, ourives e comerciantes
de imagens: Certo ourives, por nome Demétrio,
que fazia de prata miniaturas do templo de Diana, dava não pouco lucro aos artífices.
Eles os ajuntou, bem como os oficiais de obras semelhantes, e disse: Senhores,
vós bem sabeis que desta indústria vem nossa prosperidade. E bem vedes e
ouvis que não só em Éfeso, mas até quase
em toda a Ásia, este Paulo tem convencido e afastado uma grande multidão, dizendo que não são deuses os que fazem
com as mãos. Não somente há perigo de que a nossa profissão caia em descrédito,
mas também de que o próprio templo da grande deusa Diana seja estimado em nada,
vindo a ser destruída a majestade daquela que toda a Ásia e o
mundo veneram. Ouvindo isto, encheram-se de ira, e clamaram:
Grande é a Diana dos efésios! (Atos 19.24-28)
O culto aos santos só começa a
partir de cem anos, aproximadamente, depois da morte de Jesus, com uma tímida
veneração aos mártires11. A primeira oração dirigida expressamente
à Mãe de Deus é a invocação Sub tuum praesidium,
formulada no fim do século III ou mais provavelmente no início do 1V12.
Não podemos dizer que a veneração dos
santos — e muito menos a da Mãe de
Cristo — faça parte do patrimônio
original13. Se o culto aos santos e a Maria fosse correto, João,
que escreveu o último evangelho, aproximadamente no ano 100 d.C. , certamente
falaria sobre o assunto e incentivaria tal prática. Ele, porém, nos adverte:
Filhinhos, guardai-vos dos ídolos (1
Jo 5.21). Na luta para justificar o culto às imagens, bem como seu uso nas Igrejas,
os católicos apresentam a teoria da pedagogia divina.
D. Estevão Bettencourt resume assim a
teoria: . . .0s cristãos foram percebendo
que a proibição de fazer imagens no Antigo Testamento tinha o mesmo papel de
pedagogo (condutor de crianças destinado a cumprir as suas funções e retirar-se)
que a Lei de Moisés em geral tinha junto ao povo de Israel. Por isto, o uso
das imagens foi-se implantando. As gerações cristãs compreenderam que, segundo
o método da pedagogia divina, atualizada na Encarnação, deveriam procurar subir
ao Invisível passando pelo visível que Cristo apresentou aos homens; a meditação
das fases da vida de Jesus e a representação artística das mesmas se tornaram
recursos com que o povo fiel procurou
aproximarse do Filho de Deus14. Assim criaram a idéia de que,
nas igrejas as imagens tornaram-se a
Bíblia dos iletrados, dos simples e das crianças, exercendo função pedagógica
de grande alcance. E o que notam alguns
escritores cristãos antigos: O desenho mudo sabe falar sobre as paredes das
igrejas e ajuda grandemente (S. Gregório de Nissa, Panegírico de S. Teodoro,
PG 46,73 7d). O que a Bíblia é para os
que sabem ler, a imagem o é para os iletrados (São João Damasceno,De
imaginibus 1 1 7 PG 94, 1 248c)5
Levando-se em consideração que um dos objetivos da Igreja Católica Romana
é ensinar a Bíblia ao povo através das imagens, especialmente aos menos alfabetizados,
surge-nos algumas perguntas: Por que se faz culto a elas, se o objetivo é ensinar
a Bíblia? Por que após passar dezenas de anos, com milhares de católicos alfabetizados,
ainda insistem em cultuar imagem? Se realmente a imagem fosse o livro daqueles
que não sabem ler, por que os católicos alfabetizados são tão devotos e apegados
às imagens? Será que pode-
mos
desobedecer a Bíblia para superar uma deficiência de entendimento? Onde está
a base bíblica para esta Teoria da Pedagogia Divina? Será que a encarnação do
verbo poderia servir de base para se fazer imagens dos santos e cultuá-los?
A Igreja Católica Romana apresenta basicamente duas fontes para justificar
o culto às imagens: a tradição e as opiniões de seus líderes. Em resumo: opinião
dos homens. Citam a Bíblia quando existe alguma possibilidade de apoio às suas
doutrinas. Esquecem o ensino do famoso clérigo católico romano, Padre Vieira:
As palavras de Deus pregadas no sentido
em que Deus as disse, são palavras de Deus; mas pregadas no sentido em que nos
queremos, não são palavras de Deus, antes podem ser palavras do demônio16.
A Palavra de Deus condena o culto às imagens.
Os argumentos do catolicismo romano a favor do culto às imagens fazem-nos
lembrar de um rei na Bíblia, chamado Saul, que quis agradar a Deus com sua
opinião, mesmo contrariando frontalmente a Palavra de Deus (1 Sm 15.1-23). O
catolicismo romano, de modo semelhante, contrariando a Bíblia, entende que a
imagem é o livro daqueles que não sabem ler. O rei Saul, achava que oferecer
sacrifícios era melhor, mais lógico, mais correto, mais racional. Acreditava
que estava prestando um grande serviço a Deus (1 Sm 15.20-21). Deus, no entanto,
o reprovou, dizendo: Tem o Senhor tanto
prazer em holocaustos e sacrifícios, como em que se obedeça à sua palavra? Obedecer
é melhor do que sacrificar, e atender melhor é do que a gordura de carneiros
(1 Sm15.22). Deus proíbe terminantemente o culto a ídolos e imagens (Ex
20.1 -6; Lv 26.1; Nm 33.52; Dt.27.15; 2 Rs
O catolicismo romano ensina o culto à imagem inventando uma teoria, contrária
à Bíblia e insiste em dizer que está fazendo isso para ajudar a obra de Deus.
Ainda que Saul pensasse estar prestando um serviço a Deus, como fazem aqueles
que prestam culto à imagem da Conceição Aparecida,
seu ato foi uma desobediência à Palavra de Deus, e isso é considerado rebelião
(1 Sm 15.21-26).A Bíblia diz:
Prezado leitor, o culto às imagens será sempre uma abominação a Deus. E a
marca e a continuidade do paganismo. Cristianismo é a fé exclusiva na obra do
Senhor Jesus (Jo.3.1 6; Rm5.8; Ef2.8-9;1 Tm2.5;Tt2.11).E adoração exclusiva
a Deus: .. Ao Senhor teu Deus adorarás,
e só a ele servirás (Mt 4.11;
Lc 4.8). O principal de todos os mandamentos
é Ouve, á Israel, o Senhor nosso Deus é o único Senhor! Amarás ao Senhor teu
Deus de todo o teu coração, de toda a sua alma, de todo o teu entendimento e
de todas as tuas forças (Mc 1 2.29-3Q~ Mt 92 37). Mas vem a hora, e já chegou, em que os verdadeiros adoradores adorarão
o Pai em espírito e em verdade, pois o Pai procura a tais que assim o adorem.
Deus é Espírito, e importa que os que o adoram o adorem em espírito e em verdade
(Jo 4.23-24).
LATRIA
- ADORAÇÃO A DEUS
HIPERDU LIA - DEVOÇÃO Á MARIA
DULIA- DEVOÇÃO AOS SANTOS E AOS ANJOS
A
Dificuldade do Catolicismo Romano
Se os católicos romanos se limitassem a exaltar os heróis da fé, e a propô-los
como modelo a ser seguido, não haveria nenhum problema. Assim agem também os
cristãos genuínos. Infelizmente, não é isso que acontece. Por mais que o líderes
católicos romanos se esforcem em suas infindáveis apologias ou explicações,
elas não passam de tentativas vãs e superficiais. Exemplo dessa tentativa é
a teoria de três tipos de devoção: a dulia, a hiperdulia e a
latria. Perguntamos: qual a diferença
que pode haver entre a dulia e a hiperdulia?
Qual a diferença das duas com a latria?
A verdade é que os três termos se confundem. Os dois termos (dulia
e hiperdulia) podem estar envolvidos
com a latria e tudo se torna uma distinção
que não distingue coisa alguma.
As pessoas que se prostram diante de uma imagem da Conceição
Aparecida, ou de São João, ou de São Sebastião ou de Jesus sabem que estão
cultuando em níveis diferentes? Para elas não seria tudo a mesma coisa?
Imagine um católico romano bem instruído que vai para o culto. Primeiramente
ele pretende cultuar São João. Dobra então seus joelhos diante da imagem de
São João e pratica a dulia. Depois,
irá prestar culto a Maria, deixando, nesse momento, de praticar a dulia
e passando a praticar a hiperdulia.
Finalmente, com intenção de cultuar a Deus, ele começa a praticar a latria.
Não acreditamos que o povo católico romano saiba diferenciar a dulia,
a hiperdulia e a latria, e
mesmo que soubesse diferenciá-las, dificilmente conseguiria respeitar os limites
de cada uma.
Qual
é a diferença?
Adoração e Veneração. Há diferença entre adorar e prestar culto? Se
prostrar-se diante de um ser, dirigir-lhe orações e ações de graça, fazer-lhe
pedidos, cantar-lhe hinos de louvor não for adoração, fica difícil saber o que
o catolicismo romano entende por adoração.
Chamar isso de veneração é subestimar
a inteligência humana.
Culto aos santos. Analisando essas práticas católicas à luz da Bíblia e da
história, fica claro que são práticas pagãs. O papa Bonifácio IV, em 610, celebrou
pela primeira vez a festa a todos os santos e substituiu o panteão romano (templo
pagão dedicado a todos os deuses) por um templo cristão
para que as relíquias dos santos fossem ali colocadas, inclusive Maria.
Dessa forma o culto aos santos e a Maria17 substituiu o culto aos
deuses e as deusas do paganismo.
Maria é deusa para os católicos? Os católicos manifestam um sentimento de
profunda tristeza quando afirmamos que Maria
é reconhecida como deusa no catolicismo. Dizem que não estamos sendo honestos
com essa declaração, mas os fatos falam por si mesmos.O livro Glórias
de Maria, publicado em mais de 80 línguas, da autoria de Afonso Maria de
Ligório, canonizado pelo Papa, atribui à Maria toda a honra e toda a glória
que a Bíblia confere ao Senhor Jesus Cristo. Chama Maria de onipotente, além
de mencionar outros atributos divinos:
Sois onipotente, á Maria,
visto que vosso Filho quer vos honrar, fazendo sem demora tudo quanto vós quereis18.
.Os pecadores só por intercessão de Maria obtém o perdão19..., O
mãe de Deus vossa proteção traz a imortalidade; vossa intercessão, a vida20.
Em vós, Senhora, tendo colocado toda a minha esperança e de vós espero minha
salvação, . . . Maria
é toda a esperança de nossa salvação, acolhei-nos sob a vossa proteção se salvos
nos quereis ver; pois só por vosso intermédio esperamos a salvação21.
Os querubins. A passagem bíblica dos querubins do propiciatório da arca da
aliança (Êx 25.18-20), advogada pelos teólogos católicos romanos, não se reveste
de sustentação alguma, pois não existe na Bíblia uma passagem sequer em que
um judeu esteja dirigindo suas orações aos querubins, ou depositando sua fé
neles, ou lhes pagando promessas. Esse propiciatório era a figura da redenção
em Cristo (Hb 9.5-9). A Bíblia condena terminantemente o uso de imagem de escultura
como meio de cultuar a Deus (Êx 20.4, 5; Dt 5.8,
9).
O culto aos santos e a adoração à Maria, à luz da Bíblia, não apresentam o catolicismo
romano como religião cristã, mas como idolatria (1 Jo 5.21). Jesus disse:
Ao
Senhor, teu Deus, adorarás e só a ele servirás (M
t 4.10). O anjo disse a João: Adora somente
a Deus (Ap
Embora a Igreja Católica Apostólica Romana tenha declarado que a imagem de
barro da Conceição Aparecida seja
a Padroeira e Senhora da República Federativa do Brasil, consagrando o dia 12
de outubro a esse culto estranho às Escrituras Sagradas, os cristãos evangélicos,
alicerçados na autoridade da Bíblia Sagrada, declaram como Paulo: E
toda língua confesse que JESUS CRISTO E O SENHOR, para glória de Deus Pai(Fl
2.11).
Notas:
1
Aparecida, Capital Mariana do Brasil.
Autor Professor. Oswaldo Carvalho Freitas, Editora: Santuário. Aparecida-SP
p.85.
2
História de Nossa Senhora da Conceição
Aparecida. Autor: Júlio j.
Brustoloni,
Editora: Santuário. Aparecida-SP p. 20
3
Mesmo livro citado, p. 20-21 — nota
de rodapé 5.
4
Mesmo livro citado, p. 21 — nota de
rodapé 6.
5
Mesmo livro citado, p. 21-22.
6
Mesmo livro citado, p. 43.
7
Mesmo livro citado, p.
346.
8
ldem — p. 347.
9
Dicionário Aurélio
10
Enciclopédia de
11
O Culto a Maria Hoje. Autores: Vários.
Sob a direção de Wolfgang
12
O mesmo livro citado. p. 33.
13
O mesmo livro citado. p. 33.
14
Diálogo Ecumênico. Autor: Estevão
Bettencourt . Editora:
Lúmen
15
Mesmo livro citado, p. 232.
16
Sermões. Autor: Padre Antonio Vieira.
Editora: Lello & Irmãos. Porto
1
7 Atlas Histórico do Cristianismo. Autora:
Andréa Dué. Editoras: Santuário / Vozes. São Paulo-SP p.72.
18
Glórias de Maria. Autor: Afonso Maria
de Ligório. Editora: Santuário.
19
Mesmo livro citado, p.76.
20
Mesmo livro citado, p.2’7.
21
Mesmo livro citado, p.l47.
EXTRAÍDO
REVISTA DEFESA DA FÉ - NÚMERO 26 - www.icp.com.br