ANEL DE FOGO SOBRE O OIAPOQUE

                                                                                                      

 

CIRCUNSTÂNCIAS GLOBAIS

 

No início da manhã de 22 de setembro de 2006, o disco lunar cruzará o solar. Como o diâmetro aparente da Lua será menor, a região mais externa do disco solar será vista como um anel no meio do eclipse. 

Depois de cruzar as Guianas e o Suriname, a anti-umbra passará pela cidade de Oiapoque, no extremo do Estado do Amapá, a única no Brasil dentro da faixa de eclipse anular.  Em seguida, a anti-umbra lançar-se-á ao Oceano Atlântico, descrevendo uma trajetória para Sudeste, passando entre as costas da América do Sul e da África, sem mais encontrar algum continente até deixar de projetar-se sobre o nosso planeta.

O evento poderá ser visto como parcial de boa parte da América do Sul, incluindo a maior parte do território brasileiro, como ilustram a figura (Fred Espenak - NASA/GSFC) e o mapa (Espenak/Google) abaixo.

 

 

 

 

 

                                                                                      CIRCUNSTÂNCIAS PARA O OIAPOQUE     

 

Observadores situados na cidade de Oiapoque (ponto vermelho no mapa abaixo), localizada a apenas 35 km ao Norte do limite sul (linha azul inferior) da faixa de anularidade (cuja largura nessa longitude será de 319,2 km) e a 126 km ao Sul da linha central (em amarelo), terão a oportunidade de ver o disco solar reduzir-se a um anel.

 

 

O disco lunar permanecerá totalmente imerso no disco solar por 3 minutos e 34 segundos e o meio do eclipse ocorrerá às 6h54m0,1s, hora local (GMT-3h), quando a altura do Sol será de 8,6 graus. Nesse instante, 85,4% do disco solar estarão encobertos pelo disco lunar, ou seja, a luminosidade solar estará reduzida a aproximadamente 1/7.

 

 

Imagem ampliada do meio do eclipse no Oiapoque, mostrando o anel residual do disco solar, cerca de 8 vezes mais fino a Nordeste do que a Sudoeste. O horizonte leste está para baixo. As estatísticas meteorológicas para a cidade do Oiapoque são favoráveis, indicando nebulosidade média para essa época correspondente a apenas 1/3 do céu.

 

               Circunstâncias para as coordenadas

Lat +   3g50m35.0s   Long +  51g50m 6.0s   Alt   10m

                             

                               Oiapoque (AP)

 

Eclipse anular com magnitude máxima igual a  0,93228

             e obscurecimento máximo igual a 0,85377

 

Contato   TU (h:m:s)    AP     AV     Alt     Az    Razão Diâm.

 

Nascer     9:16:41.8  303.4   29.5   -0.25   89.6     0.92173

  U1          9:52:12.7  352.6   78.8    8.13   90.2     0.92389

 MAX        9:54: 0.1   31.3   117.5    8.57   90.3    0.92400

  U4          9:55:47.1   69.9   156.0    9.01   90.3    0.92411

  P4         11:12:24.1 122.5  208.3  28.06   91.7    0.92862

 

       Duração total  = 2h 26m 35.1s

       Duração da fase anular  =     3m 34.5s

 

 

 

CIRCUNSTÂNCIAS PARA CIDADES BRASILEIRAS

 

A tabela seguinte lista as circunstâncias do eclipse para várias cidades brasileiras.

 

Circunstâncias do Eclipse Solar de 22/09/06

Cidade

Início

(h:mm)

Meio

Fim

(h:mm)

 

(h:mm)

Altura (o)

Mag

Obsc

Oiapoque

6:17

6:54

9

0,924

0,854

8:12

Macapá

6:14

6:59

10

0,835

0,765

8:18

Belém

6:04

7:02

14

0,809

0,735

8:23

Fortaleza

5:56

7:13

26

0,813

0,741

8:44

Recife

6:05

7:25

33

0,751

0,668

8:59

Salvador

6:14

7:30

30

0,623

0,519

8:59

Brasília

6:19

7:25

19

0,500

0,382

8:42

Vitória

6:32

7:44

30

0,476

0,357

9:06

B.Horizonte

6:30

7:38

26

0,452

0,331

8:56

Rio Janeiro

6:38

7:45

27

0,410

0,288

9:01

São Paulo

6:39

7:43

23

0,374

0,253

8:54

Curitiba

6:44

7:44

21

0,328

0,210

8:50

Florianópolis

6:51

7:49

22

0,301

0,185

8:54

Porto Alegre

6:58

7:52

20

0,252

0,143

8:50

 

Todos os instantes estão expressos em hora local;

Mag e Obsc referem-se às frações obscurecidas do diâmetro e do disco solar, respectivamente;

Horários em itálico correspondem ao nascer do Sol.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

As figuras abaixo mostram o aspecto do meio do eclipse em algumas capitais do Brasil. 

 

 

                                                             Previsões mais detalhadas são listadas a seguir:

 

Eclipse Solar de 22 de setembro de 2006 (Elementos besselianos de Meeus)

                                              TD-TU= 65.0 s

 

Circunstâncias para as coordenadas

Lat -   1g28m 3.0s   Long +  48g29m18.0s   Alt   10m

Belém (PA)

Eclipse parcial com magnitude máxima igual a 0.80886

e obscurecimento máximo igual a 0.73474

Contato   TU (h:m:s)    AP     AV     Alt     Az    Razao Diam

P1       8:51:21.9  309.6   41.0   -3.64   89.8    0.92104

MAX     10: 1:37.4   32.9  124.5   13.77   89.3    0.92529

P4      11:23:16.5  117.0  209.0   34.14   88.7    0.92995

Duração do eclipse parcial = 2h 31m 54.6s

 

Circunstâncias para as coordenadas

Lat -  19g55m57.0s   Long +  43g56m32.0s   Alt  852m

Belo Horizonte (MG)

Eclipse parcial com magnitude máxima igual a 0.45203

e obscurecimento máximo igual a 0.33136

Contato   TU (h:m:s)    AP     AV     Alt     Az    Razao Diam

P1       9:29:46.3  336.1   86.4    9.66   86.2    0.92432

MAX     10:38: 1.4   36.8  149.2   25.53   79.7    0.92807

P4      11:55:59.3   97.9  216.0   43.21   69.7    0.93177

Duração do eclipse parcial = 2h 26m 13.0s

 

Circunstâncias para as coordenadas

Lat -  15g47m 3.0s   Long +  47g55m25.0s   Alt 1170m

Brasília (DF)

Eclipse parcial com magnitude máxima igual a 0.50023

e obscurecimento máximo igual a 0.38205

Contato   TU (h:m:s)    AP     AV     Alt     Az    Razao Diam

P1       9:18:31.4  330.8   76.7    3.50   88.8    0.92277

MAX     10:25:19.1   34.7  141.6   19.38   84.0    0.92663

P4      11:42: 4.3   99.1  209.4   37.58   77.1    0.93066

Duração do eclipse parcial = 2h 23m 32.9s

 

Circunstâncias para as coordenadas

Lat -  27g35m36.0s   Long +  48g35m56.0s   Alt   24m

Florianópolis (SC)

Eclipse parcial com magnitude máxima igual a 0.30133

e obscurecimento máximo igual a 0.18530

Contato   TU (h:m:s)    AP     AV     Alt     Az    Razao Diam

P1       9:51: 7.1  347.0  105.0    9.67   84.6    0.92428

MAX     10:49:13.4   35.8  155.9   22.34   77.3    0.92731

P4      11:53:47.2   84.7  209.8   35.96   67.3    0.93034

Duração do eclipse parcial = 2h  2m 40.2s

 

Circunstâncias para as coordenadas

Lat -   3g45m47.0s   Long +  38g31m23.0s   Alt   16m

Fortaleza (CE)

Eclipse parcial com magnitude máxima igual a 0.81297

e obscurecimento máximo igual a 0.74074

Contato   TU (h:m:s)    AP     AV     Alt     Az    Razao Diam

P1       8:55:29.7  312.8   46.7    7.23   89.2    0.92379

MAX     10:12:51.1   37.1  131.5   26.44   87.8    0.92830

P4      11:43:42.8  122.1  218.1   49.06   85.2    0.93281

Duração do eclipse parcial = 2h 48m 13.0s

 

Circunstâncias para as coordenadas

Lat -  30g 2m15.0s   Long +  51g13m13.0s   Alt   10m

Porto  Alegre (RS)

Eclipse parcial com magnitude máxima igual a 0.25223

e obscurecimento máximo igual a 0.14310

Contato   TU (h:m:s)    AP     AV     Alt     Az    Razao Diam

P1       9:58:25.4  350.6  111.1    8.76   84.6    0.92404

MAX     10:51:44.6   35.0  157.3   20.11   77.5    0.92678

P4      11:50:19.6   79.5  205.9   32.21   68.3    0.92954

Duração do eclipse parcial = 1h 51m 54.3s

 

Circunstâncias para as coordenadas

Lat -   8g10m52.0s   Long +  34g54m47.0s   Alt    2m

Recife (PE)

Eclipse parcial com magnitude máxima igual a 0.75136

e obscurecimento máximo igual a 0.66841

Contato   TU (h:m:s)    AP     AV     Alt     Az    Razao Diam

P1       9: 4:35.3  318.6   57.0   12.92   87.8    0.92519

MAX     10:25:11.6   39.4  139.3   32.78   84.3    0.92970

P4      11:59:32.3  120.7  225.8   55.85   77.3    0.93388

Duração do eclipse parcial = 2h 54m 57.0s

 

Circunstâncias para as coordenadas

Lat -  22g55m 0.0s   Long +  43g13m 0.0s   Alt   10m

Rio de Janeiro (RJ)

Eclipse parcial com magnitude máxima igual a 0.40970

e obscurecimento máximo igual a 0.28822

Contato   TU (h:m:s)    AP     AV     Alt     Az    Razao Diam

P1       9:38:14.7  339.8   93.4   12.05   84.5    0.92490

MAX     10:45:27.9   37.5  153.6   27.29   77.1    0.92846

P4      12: 1:37.5   95.3  218.3   43.91   65.6    0.93191

Duração do eclipse parcial = 2h 23m 22.7s

 

Circunstâncias para as coordenadas

Lat -  23g32m36.0s   Long +  46g37m59.0s   Alt  760m

São Paulo (SP)

Eclipse parcial com magnitude máxima igual a 0.37415

e obscurecimento máximo igual a 0.25309

Contato   TU (h:m:s)    AP     AV     Alt     Az    Razao Diam

P1       9:39:21.2  341.3   95.3    9.14   85.7    0.92417

MAX     10:42:36.0   36.1  152.1   23.45   78.8    0.92758

P4      11:53:56.2   91.1  212.4   39.15   68.8    0.93099

Duração do eclipse parcial = 2h 14m 35.0s

 

Circunstâncias para as coordenadas

Lat -  20g18m52.0s   Long +  40g19m 6.0s   Alt    2m

Vitória (ES)

Eclipse parcial com magnitude máxima igual a 0.47622

e obscurecimento máximo igual a 0.35681

Contato   TU (h:m:s)    AP     AV     Alt     Az    Razao Diam

P1       9:31:42.9  335.8   86.8   13.45   84.6    0.92527

MAX     10:43:35.4   38.5  152.3   30.07   77.3    0.92909

P4      12: 5:44.0  101.3  223.1   48.32   65.0    0.93269

Duração do eclipse parcial = 2h 34m  1.2s

 

 

 

 

OBSERVAÇÕES

 

Os observadores poderão registrar o início e fim do eclipse, além de obter registros em fotos ou vídeos. Aumentos telescópios intermediários e/ou altos poderão ser usados na aferição dos instantes dos contatos e na tentativa de identificação de irregularidades no perfil lunar. Aqueles situados no Oiapoque poderão também registrar os instantes dos contatos internos, correspondentes ao início e fim da fase anular do eclipse.

Recomenda-se que todos os testes de fotografia e filmagem sejam realizados nos dias anteriores ao evento, usando o Sol como alvo.

 

 

RECOMENDAÇÃO

 

Olhar para o Sol sem proteção adequada pode causar cegueira permanente. Portanto, é sempre bom lembrar que o uso de filtros apropriados para a observação solar (como os de mylar ou de máscara de soldador número 14, por exemplo) são obrigatórios para a observação direta do eclipse, mesmo no meio da fase anular, seja ela realizada sem instrumentos ou através de binóculos, telescópios ou visores de câmeras ou filmadoras.

 

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