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Introdução

A língua árabe ( اللُّغَةُ الْعَرَبِيَّة - 'al-lughatu l-carabiyya) pertence à família das línguas semíticas, assim como o hebraico e o aramaico, o amhárico (ou etíope) e os extintos fenício e acádico. É o idioma oficial de cerca de 27 países e territórios do Norte da África e Oriente Médio, com mais de 400 milhões de falantes - uma das seis línguas oficiais da ONU. Além disso, é a língua sagrada e litúrgica do Islam, e exerceu, ao longo dos últimos 1.300 anos, notável influência sobre o idioma tanto de povos islamizados (turcos, iranianos, pasquitaneses, indonésios, etc.) como de povos que mantiveram intenso contato com o mundo islâmico, em particular os da Península Ibérica (portugueses, espanhois, etc.), devido à dominação islâmica dessa região por mais de 700 anos. Essa influência reflete-se principalmente na formação do léxico dessas línguas.

Para fins didáticos, o árabe é atualmente distinguido em dois fenômenos linguísticos diferentes, que em geral são objeto de estudo separado - um é o chamado Árabe Clássico, ou Literário; e o outro, Árabe Dialetal, ou Coloquial. Ambas as formas coexistem, na prática, como modalidades de expressão empregadas em situações distintas, e esse fenômeno é denominado pelos estudiosos como diglossia.

A forma "oficial" do árabe é chamada de Árabe Clássico, ou Literário ( الْعَرَبِيَّةُ الْفُصْحَى - 'al-carabiyyatu l-fus-haa), pois representa a linguagem "culta", a qual se aprende na escola, e que busca nos clássicos da língua suas bases. É utilizada tanto como língua escrita quanto falada, nos meios acadêmicos, em situações de caráter solene e religioso ou cerimoniais, e, em geral, nos meios de comunicação. É praticamente a mesma língua de 1.300 anos atrás, mas, naturalmente, já sofreu ligeiras modificações e simplificações na sintaxe e morfologia, bem como enriquecimento de seu léxico, de modo que, em sua forma atual, é chamado pelos arabistas (estudiosos da língua e cultura árabe) ocidentais de Modern Standard Arabic. O grau de compreensão e domínio do Árabe Clássico depende, de fato, do grau de estudos e do meio social do indivíduo.

O chamado Árabe Dialetal, ou Coloquial ( الْعَرَبِيَّةُ الْعَامِّيَّة - 'al-carabiyyatu l-caammiyya) consiste, na verdade, em um grande número de dialetos derivados do árabe clássico, mas com grandes e profundas divergências, tanto em relação à forma literária, como entre as demais formas dialetais. Trata-se, porém, da expressão linguística mais natural ao indivíduo de procedência árabe, pois é a língua que ele aprende desde a infância, e que utiliza em situações informais, como nas ruas, no trabalho, em família, com os amigos e, por isso, é a forma preferencial da música. Como varia de região para região, seu aprendizado tende a ser mais difícil para um não-nativo e a depender mais de uma convivência em um contexto arabófono específico, embora também seja possível encontrar materiais (inclusive em português) de ensino de certos dialetos árabes, como o libanês, o sírio, o egípcio e o marroquino.

Na prática, o dialeto tende a influenciar o falante nativo no uso do árabe clássico. Essa influência, contudo, não é comprometedora à compreensão de um falante não-nativo, ou de um falante árabe de um contexto social e regional diferente, pois tende a ser pequena. Para aqueles que se propõem a uma experiência transcultural, com ênfase no contato real e na convivência com uma comunidade arabófona, recomenda-se o estudo do árabe clássico com o auxílio de material ou mesmo instrutores procedentes do meio social e regional visado; ao passo que, àqueles que se interessam pela cultura árabe em geral, no seu aspecto geral, ou religioso, ou que desejam apenas entender o que lêem e escutam pelos meios de comunicação (hoje facilmente acessíveis pela internet), o estudo do árabe clássico deve bastar. Para este fim, existe farto material impresso e online, ao qual este site propõe acrescentar apenas uma pequena contribuição, particularmente para aqueles que têm dificuldade em lidar com materiais em outros idiomas.




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