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Re: "Brasil: Ditadura Capitalista"
26/05/2000 Por Krusty

 

A Rá! Vou fazer um texto-resposta pro Kirk, falando do que ele escreveu. Talvez esteja criando um pequeno fórum de discussões aqui.

Só espero que mais gente responda.

Bom, eu gosto de criticar o que os outros falam/escrevem. Com o Kirk isso não vai ser diferente.

Em primerio lugar, eu acho que você exagera quando fala queo Brasil é uma colônia americana. Emprimeiro lugar, queria discutir o termo "americana". Se o Brasil é uma colônia americana, é explorado pelo Paraguai, pelo México e até mesmo pelo Peru. Afinal, esses são todos países americanos. Se utilizarmos o mesmo raciocínio, poderemos concluir que o Brasil não é explorado diretamente por países da Europa, como Alemanha e França, por exemplo.

Acho que se o Brasil é uma colônia dos EUA, como o Kirk quis dizer, seria melhor usar o termo "estadunidense". É estranho, ninguém usa, mas é o mais correto. (Essa eu aprendi com uma professora da FEUSP. Ela também falava pedagogista para se referir a pessoas com trabalhos pedagógicos mas sem formação de pedagogo)

Mas eu quero comentar que o Brasil não é só colônia dos EUA, mas sim de todos os países capitalistas avançados do mundo. Vamos tentar exemplificar: a gente usa tênis da Nike e anda em carros da Renault e da Volkswagen. Eu não lembro de boas empresas que produzam calçados brasileiras muito menos carros. Vale lembrar como foi difícil para a Gurgel lançar uma linha de carros no Brasil e de que a Volkswagen acabou com a Brasília.

A baixa qualidade nos produtos brasileiros não deveria ser motivo para que os produtos não brasileiros fossem os considerados padrão. Eu queria lembrar do argumento do nosso querido D. Fernando I, também conhecido como Collor de Melo, em relação aos carros brasileiros. Elle dizia que eram carroças, e, por isso, os importados deveriam entrar no mercado para fazer, através da concorrência, que os brasileiros melhorassem.

Por que, ao invés de abrir as importações indiscriminadamente, o D. Fernando I não investiu em empresas brasileiras?

É por essas e por outras que eu digo que devemos repensar se o Brasil é colônia dos EUA ou mero instrumento de uma nova ordem social e econômica global.

Antes de sair tocando fogo em conceitos, algo que não vou fazer hoje, gostaria que as pessoas que estão lendo essa discussão tivessem um pouco de paciência de ler um ou outro texto interessante a respeito das políticas atuais. Recomendarei alguns lá no fim.

Vamos pensar em algumas coisas que D. Fernando II, vulgo HC, vem impondo para o nosso modesto país.

Vocês já ouviram falar de "Estado mínimo"? Sabem o que significa? Estado vocês sabem. Mínimo, também. Então, usem seus miolos. Estado mínimo, grosso modo, é um Estado que não tem tantas obrigações. Vou exemplificar.

Há, no Brasil, um processo de desresponsabilização do Estado para com a educação, como bem mostra a atitude governista que busca desvincular as FATECs da UNESP e a política salaria das reitorias paulistas. Isso tende a se ampliar para a educação básica no Brasil. O que se faz? Não se existe mais um trabalho efetivo do Ministério da Educação (MEC) durante o processo pedagógico das escolas. Isso representa um peso a menos para o Estado. Isso representa uma importante diminuição das responsabilidades do Estado. Isso DIMINUI o Estado.

Mas, como todos nós sabemos, principalmente dentro dessa nova "moda" político-econômica-social, o Estado precisa ser forte. Mas como existe um Estado forte se ele é "mínimo"?

Vou recorrer à educação para exemplificar. O MEC desenvolveu os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN), que são documentos que, como o prórpio nome diz, servem de PARÂMETRO para que as escolas formem sua grade curricular. Em momento algum é dito que o que lá está escrito deve funcionar como lei, mas sim como referencial. Mas o que que é feito?? Criam-se exames como o ENEM, por exemplo, que são baseados nos PCNs e que servem para avaliar o aluno. Vocês conhecem alguma escola que vai tentar criar um currículo diferente e correr o risco de seus alunos não terem bons resultados? Só para comparar, que escola que tem coragem de não cumprir o programa da FUVEST por não o considerar bom?

Em resumo, dá-se uma falsa sensação de liberdade. Liberdade controlada. E o que é pior, controlada de maneira obscura.


Hoje, eu vi no UOL que o Antônio Carlos Magalhães, o ACM, o Toninho Malvadeza, defende que as Forças Armadas estejam na rua para manter a ordem. Daqui a pouco não poderemos conversar com mais de duas pessoas ao mesmo tempo. Se o fizermos, seremos considerados "subversivos".


O Kirk falou que o Brasil deveria explorar melhor seus recursos naturais. E viva o Michelleto!! Ele também acha isso. Só que ele vê o mundo com olhos distorcidos, já que enxerga que o Brasil deveria desmatar mais a Amazônia.


Bom, algumas recomendações:

  • O que é Neo-Liberalismo, de Perry Anderson. Texto elaborado para elucidar as lideranças sindicais brasileiras. Texto extremamente fácil de compreender, porém muito profundo.
  • O futuro da democracia, de Norberto Bobbio. Esse já é bem mais
    pesado.

Se vocês quiserem as referências bibliográficas inteiras, mandem-me e-mail [email protected]

Gabriel
Espero respostas.


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