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Mural dos Laranjas

FAROESTE CABOCLO DA ENGENHARIA
(leia com o ritmo da música "Faroeste Caboclo")

 

Cheio de medo, em setembro,
Joãozinho viu que os dedos tremiam
pra fazer a inscrição
Deixou pra trás a namorada, a motoca,
o futebol e as festinhas
pra rachar na revisão
Quando criança só pensava em ser engenheiro
Ainda mais com o dinheiro
que sonhava em ter na mão
Era o CDF lá do colégio onde estudava
e todo mundo admirava
o boletim desse cuzão

Ia pra igreja
só pra rezar pro seu santo
pra pedir a sua ajuda
pra prestar vestibular
Sabia mesmo
que ia ser barra pesada
porque tinha muito japa
pra tomar o seu lugar
O ano todo
se propôs a estudar,
passava o dia inetiro
sem ligar televisão
Nos feriados
não ia viajar
tinha que ficar em casa
pra treinar a redação

Fazia todos os exercícios da apostila
e no fim de cada aula
ia falar com o professor
Às quinze horas
ia pro laboratório,
ver as mitocôndrias
da aula anterior
Não entendia
como o militarismo
dominou o seu país
por vinte anos de terror
Ficou cansado
de tentar achar resposta
e desceu pra lanchonete
pra afogar a sua dor

E lá chegando,
foi tomar um cafezinho,
encontrou um concorrente
com quem foi falar.
E o concorrente
aumentou seu desespero,
pois manjava muita coisa
que ele tinha que estudar.
Dizia ele:
"Eu vou prestar o ITA,
neste país prova pior não há.
E se não der,
eu vou pegar Engenharia
aqui na Poli eu vou tomar o seu lugar"

E João não gostou dessa proposta,
ele disse "Ai, que bosta!
Tô começando a passar mal"
Ele ficou bestificado de pegar
a lista de espera
só depois do Carnaval
Meu Deus, pode ser pior ainda,
no Ano Novo
eu posso estar lá na Mauá
É brincadeira querer ser Engenheiro
e só descolar emprego
em Taguatinga

Na Sexta-feira
ele morria de vontade
de correr para o banheiro,
se borrando de terror
Ele estudava
o relevo da Bolívia,
Função Quadrática
e também a Modular
E nos domingos,
então ele fazia
Tarefa mínima e
Complementar
E Joãozinho
até a morte se esforçava
e o tempo mal sobrava
pr'ele se alimentar

E via às duas horas
o Vestibulando
que passava todas as dicas
sobre o vestibular
Mas ele não queria mais conversa
e decidiu que em novembro
era hora de rachar
Ele pirou que precisava estudar tanto,
virou um bitolado
e começou a delirar

E logo, logo os malucos da sua idade
viram a calamidade:
"Tem babaca novo aí!"
E o nosso Joãozinho ficou louco
e acabou batendo em todos
os japoneses dali
Seus amigos,
preocupados com a sua sorte,
deram uma fita de Rock
pr'ele relaxar
Mas de repente,
sob a má influência
dos Boyzinhos lá do fundo,
começou a zoar

Já na primeira fase ele penou
e só passou porque
o corte foi 43
Limite, Integral e Derivada,
vocês vão ver, vou resolver vocês...

Agora Joãozinho era fodido
e estava decidido que
não ia se dar mal
Sacava toda a Trigonometria
e manjava de Limites,
Derivada e Integral

Foi quando conheceu uma menina
e de toda aquela zona
ele se arrependeu
Maria Lúcia era uma bitola linda
e o coração dele pra ela,
Joãozinho prometeu
Ele dizia que devia estudar,
pois Engenheiro ele queria ser
Maria Lúcia pra sempre eu vou te amar,
Engenharia com você quero fazer...

O tempo passa e um dia chega a hora
de fazer Segunda Fase,
coitadinho do João
E ele faz uma prova perigosa
e diz que espera uma resposta,
pode ser um "Sim" ou "Não"

Não vou correndo pra banca de jornal,
nem pro pátio do cursinho,
Isso eu não faço não.
Pois eu prefiro ficar na minha casa,
esperando o resultado
com o cú na mão
Maria Lúcia vai comprar o tal jornal
e logo após achar seu nome,
ela procura o de João
Mas ela volta com tristeza no olhar,
olha pra ele e diz:
"Você pegou a Quinta opção"
Você passou na sua Quinta opção,
Você passou na sua Quinta opcão,
Bacharelado em Matemática é um Tesão,
eu vou sofrer as conseqüências
como um cão

Não é que Joãzinho estava certo,
seu futuro era incerto,
mas foi se matricular
Matriculou-se e no meio da zoeira,
descobriu que tinha muitos
como ele no lugar
Fez inscrição para o remanejamento,
e talvez no fim do ano,
transferência ia tentar
E João mantinha a esperança
de um dia conseguir uma vaga
na Poli Química

Mas acontece que um tal de Tadeu Moretti,
terrorista de renome
apareceu por lá
Ficou sabendo dos planos de Joãozinho
e decidiu que com suas notas
ele ia se ferrar

E ele teve que largar Cálculo 2,
mesmo sabendo derivar e integrar
E decidiu então deixar para depois
que o Taneja voltasse a lecionar
O tal Moretti, professor mais sem vergonha,
com sua prova enfadonha
fez todo mundo dançar
E reprovava calouros inocentes
e o nabo era tão quente,
que nem dava pra sentar
O Joãozinho há muito não via sua amada
e a saudade começou a apertar
Eu vou pra Poli, eu vou ver Maria Lúcia,
já está em tempo da gente se encontrar

Chegando à Poli, então ele chorou
quando viu Maria Lúcia
namorando um japonês
Maria Lúcia, como você mudou...
Que estrago que a Poli te fez!!
Ahhh!!!

E Joãozinho era só ódio por dentro,
então o japonês
para um duelo ele chamou
Amanhã, às duas horas, no Biênio
ou na Praça do Relógio, seja aonde for
E você pode escolher suas equações,
derivadas ou matrizes
de qualquer versor
Que eu provo que o Sub-espaço nulo
é o coração dessa piranha
a quem jurei o meu amor

E Joãozinho não sabia o que fazer
quando escutou um papo
lá no bandejão
Onde falavam dum duelo que iam ver,
dizendo a hora,
o local e a razão

No Sábado, então, às duas horas,
toda a Poli, sem demora,
foi lá só para assistir
Um japa que botava pelas costas,
encoxou Maria Lúcia
e começou a sorrir
Sentindo um ódio na garganta,
João olhou pros cabacinhas
e pros trouxas
a aplaudir
E olhou pros pipoqueiros
e as bancas de cachorro-quente,
que passavam por ali

E, nisso, o céu abriu seus olhos
e então Maria Lúcia ele reconheceu
Ela queria fazer Álgebra 2,
pra provar que a Poli
não a emburreceu

Politécnico, eu sou homem,
coisa que você não é
e não me contento
em por nas costas, não
Some daqui, filho da puta sem vergonha,
vai pra casa tocar bronha,
o seu destino é ser bundão
E Joãozinho deu as costas para os dois,
foi pra Pura,
onde encontrou o seu valor
Maria Lúcia se arrependeu depois,
prestou Fuvest,
mas no IME não entrou

E ela declarava
que o nosso Joãozinho
era gênio que escapou
de se foder
Que na alta burguesia lá da Poli,
todo mundo é bunda-mole,
ninguém sabe o que fazer

E foi dar monitoria no cursinho
pra avisar os molequinhos
pra não esquecer
Ela precisa avisar toda essa gente:
Engenharia é pra demente que só quer...
SOFREEEEER!!!


 

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