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Mural dos Laranjas

Bagaceira
Número 31 - 23/10/2000 Por Krusty

 

Bom, vou tentar descrever uma coisa quase indescritível.

19:30
A gente entra no bar e começa a montar o equipamento. A bateria é o que leva mais tempo. Vai bumbo, caixa, surdo, tons e pratos. O César vai colocando as coisas em ritmo de tartaruga, o que é muito comum nos bateristas. Eu e o Ricardo carregamos os amplis de guitarra e de baixo, colocamos em cima de umas caixas velhas que ficam lá no bar e afinamos os instrumentos até que tudo fique montado.

20:15
O Ozzy sempre pede para a gente passar o som do jeito dele: baixo e bateria primeiro. Depois entra a guitarra e por último a voz. NUNCA a gente passa o som assim. É sempre tudo de uma vez. E são sempre as mesmas músicas que usamos para passar o som: "Metropolis" e "Silent Screamin'".

20:50
O bar fecha e nós vamos para o Mr.Sheik esperar a hora de voltar para receber alguns poucos amigos e nos preparar para tocar.

Também é tradicional o que pedimos. Sempre um suco de laranja sem gelo, para mim, uma Coca Light para o Ricardo e uns 34 chopps para o César. O Ricardo come alguma coisa. Na verdade é MUITA coisa que ele come. Eu pego um beirute e o César fica fumando feito uma chaminé.

22:35
A gente volta para o bar e vai conversar no camarim ou jogar bilhar. As pessoas vão chegando e vêm falar com a gente. Já temos um público quase fiel, composto por alguns amigos especiais, como o Adriano, o Leonardo, a PaulaCS, a Raquel, a Thaty, o Ganso e o Renato. Cada um tem seu jeito e cada um gosta da banda do seu jeito.

23:40
A casa já está enchendo e a hora está chegando. Alguns últimos acertos e a banda entra no palco. Antes, nos reunimos no camarim para algumas palavras e acertos. Há a clássica passada no banheiro imediatamente antes de se subir no palco. Essa eu aprendi num show que deu tudo errado. Tive que falar para o César tocar "Fire on a TV Screen" mais rápido porque eu tava louco para ir ao banheiro.

00:00
A gente sobe no palco, espera o som ser desligado. Um olha para o outro. O coração bate mais rápido. O sangue corre mais quente. Todo mundo sabe exatamente como a música começa. As batidas vigorosas da introdução de "Life to the Edge". A gente não precisa nem se olhar para tocar essa música. Mas, e isso é indescritível, o contar do tempo feito pelo César é fundamental. Não para que a gente toque direito, mas sim para que a gente se sinta uma banda.

Depois da terceira música, os nervos já estão acalmados e a gente começa a se divertir mais. As piadas começam a aflorar e as bobagens tomam conta do microfone.

Quando chegamos lá pela oitava ou nona música do show, começamos a pensar que vai ser chato ter que sair do palco. Mas, e isso é muito estranho, do mesmo modo, a gente quer muito tocar o final do show. É algo mágico para a banda tocar "Fire on a TV Screen". Não sei explicar, mas há alguma magia que nos toma e nos faz colocar todo o sangue, todo o corpo e toda a alma em "Fire on a TV Screen".

Acabado o show, fica aquela sensação de "preciso mais disso".

Pode parecer clichê, piegas ou babaca, mesmo, mas se tem uma droga que me viciou, assim como o Ricardo e o César, essa droga é o Rock and Roll. É um discurso antigo, batido e passado, mas é a mais pura realidade.

Estar em cima do palco, tocando para um público que dança, canta e participa do show só é comparável a pouquíssimas situações.


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