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Bagaceira
Número 26 - 10/04/2000 Por Krusty

 

Ae!! Krusty na área!!

Vou começar desancando a coluna do meu amigo Fozzieta. Ela me fez rir! E o pior é que não foi do "Jogo do Milhão", mas sim de um comentário feito pelo colega a respeito do ex-Ministério da Educação e do Desporto, atual Ministério da Educação.

Caro amigo Fozzie, desculpe inquirir de maneira tão severa e não amiga, mas de que inferno o senhor tirou a idéia de que o Ministério da Educação busca soluções para os problemas da educação no Brasil??

Desculpe, caro Fozzie, mas o senhor sabia que, pelos especialistas em educação, o Sr. Paulo Renato é conhecido como o Sinistro da Educação? E, para trazer o problema mais próximo de nós, a secretária da educação do governo estadual paulista, Rose Neubauer, é chamada de Secretina?

Como podemos esperar soluções de um ministério que coloca a educação como um produto a ser comprado no supermercado? A política neo-liberal do nosso imperador D. Fernando II tem feito com que a população (os consumidores) tenha como escolher entre um produto (a educação) "melhor" do que o outro atribuindo um conceito arbitrário e não avaliativo.

O sistema é muito simples: todos os produtos são colocados em condição de igualdade e, através de uma nota, o consumidor escolhe o que quer. É como se escolher entre duas latinhas de ervilha. Olha-se a quantidade de calorias e quais são os conservantes. Dependendo do preço e dos atributos, a escolha é feita.

O Provão é um mecanismo de "ervilhização" da educação. Os alunos da faculdade são obrigados a responder uma prova se não não recebem diploma que vai "avaliar" a faculdade. Usando a normal de Gauss, que não deve ser usada para avaliações escolares, o Fozzie pode explicar como ela funciona, são atribuidos os conceitos. De acordo com os resultados, o consumidor escolhe entre a faculdade X e a faculdade Y.

O único problema enfentado pelo Ministério hoje é que há uma disparidade nos preços, já que as universidades públicas, que não são gratuitas, são mantidas com o dinheiro de impostos da população, não têm cobrança de mensalidade. É lógico que o consumidor vai preferir a faculdade de uma universidade pública.

Qual é a "solução" do ministério? Vamos cortar as verbas das universidades públicas, usando a desculpa de que o dinheiro vai para a educação básica (até ensino médio), para fazer com que haja a necessidade de uma fonte de renda alternativa para sustentação dos cursos. Essa é uma boa medida para se instituir as mensalidades nas universidades públicas.

Essa discussão é distante mesmo para os estudantes das universidades públicas, que ficam distantes das discussões trazidas pelo movimento estudantil, e não enxergam o que está acontecendo. Só para citar um exemplo: na minha faculdade, a Faculdade de Educação da USP, no semestre passado, havia uma necessidade intensa de contratação de professores para metodologias de ensino, dos cursos de licenciatura. Alguém tem idéia de quanto era o salário bruto desses professores? R$250,00 (duzentos e cinquenta reais). Quem me disse isso foi um professor meu do colégio que andou dando umas aulas lá. Lembrem-se que o pré-requisito era que o professor tivesse mestrado.

Essa situação se repete agora, no curso Metodologia de Arte e Movimento Corporal, que sempre foi oferecida por um professor de educação física e por uma professora de arte. Infelizmente, no meio do primeiro semestre do ano passado, a professora Mariazinha Fusari faleceu, vítima de um fulminate ataque cardíaco, deixando a faculdade desprovida de professor para sua disciplina. Foi publicado no Diário Oficial da União o salário do professor para seu cargo. Quem adivinha?? Isso mesmo! R$ 250,00 de novo!

Os professores e funcionários das três universidades públicas paulistas, USP, UNESP e UNICAMP fizeram do dia 05/04 um dia de paralisação e discussão a respeito da questão salarial. Faz cinco anos que o salário deles não é reajustado, o que significa que o poder aquisitivo deles vem caindo desde 1995. Lembrem-se que 1995 foi o ano que D. Fernando II assumiu, junto do futuro candidato à presidência pelo PSDB, Paulo Renato.

Pois bem, só para concluir um pensamento desta coluna, vou fazer um pedido. Se, por acaso, você é aluno do último ano de alguma faculdade que vai ser obrigada a realizar o provão, tente traçar algumas discussões em sua instituição sobre uma forma de boicotar a "avaliação". Há uma discussão sendo encaminhada pelas executivas nacionais a respeito dessas instituições que culminará em um seminário em Uberlândia.

Bom, as idéias acabaram.

Keep on dreamin`
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