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Bagaceira
Número 23 - 26/01/2000 Por Krusty

 

Bom, depois de um bom tempo, aqui estou eu escrevendo de novo a famigerada Bagaceira.

Demorei, dessa vez, por alguns motivos: preguiça; outras coisas para fazer; viagem e o webmaster fora de São Paulo.

Resolvi, novamente, dividir a coluna em seções, com assuntos distintos. Isso faz com que o texto possa seguir por vários caminhos, sem a obrigação de uma mesma linha de raciocínio ser mantida. Acho que assim eu consigo escrever todas as coisas que eu quiser e vocês não ficam muito perdidos.

E, para começar, de fato, a coluna, vou transcrever uma carta redigida na última reunião ordinária da Executiva Estadual dos Estudantes de Pedagogia de São Paulo. É interessante para vocês saberem o que está acontecendo com a educação nacional.

"COMO ACABAR COM A EDUCAÇÃO COM UM DECRETO

Os cursos de Pedagogia sempre buscaram formar "o profissional em Educação", ou seja, aquele que tenha condições de atuar em áreas específicas, mas com uma visão mais ampla de todo processo educacional, portanto é necessário que sua formação seja integral.

Ao contrário de outras áreas profissionais, em Educação não pode haver segmentação em atividades muito específicas. Nossa concepção de educação nos leva a uma ideal de educador que se forma na teoria e também na prática, num processo dinâmico, onde as duas se relacionam de forma dialética. Além disso não se concebe um educador pronto , totalmente acabado, mas sim alguém em constante e contínua formação. O pesquisador, o administrador escolar, o supervisor, o inspetor e o orientador educacional, formados nos curso de pedagogia, não podem abrir mão da experiência de ser professor, assim como este jamais deixa de ser um pesquisador em seu trabalho diário. Do contrário corre-se o risco de criar-se uma educação estática, inflexível e segmentada.

Desconsiderando todas as discussões em torno da Educação e da formação de profissionais que atuam na mesma, o Governo Federal baixou o Decreto 3276 em 06 de dezembro de 1999, restringindo o curso de Pedagogia à formação de técnicos, pois retira deste curso a habilitação para a educação infantil (formação de professores para pré-escola) e para Séries Iniciais do Ensino Fundamental (formação de professores de 1ª a 4ª série).

Existem dois pontos que não podem deixar de ser analisados, a forma autoritária adotada pelo governo para definir questões de tamanha relevância e as implicações destas em todo o contexto educacional.

Se o governo tinha a intenção de melhorar a qualidade do ensino, como veicula em suas propagandas, como isto ocorrerá com profissionais que estão tendo sua formação cada vez mais restrita?

A partir deste decreto o governo legitima a separação entre os que pensam educação e os que constróem a educação cotidianamente.

Frente a este extremo desrespeito à educação e aqueles seriamente comprometido com ela, esperamos contar com sua participação nas mobilizações contrárias a este decreto."

 

Quem quiser entrar em contato com a Executiva Estadual dos Estudantes de Pedagogia de São Paulo pode mandar um e-mail para [email protected] ou ligar no (0xx11) 8183293 e falar com Zé, Chumiga, Gabriel, Vanessa ou Edna.

Bom, mas também resolvi mostrar a vocês um pouco da graça de nossos poetas...

Transcrevi um trecho de um livro do Gregório de Matos, o "Boca do Inferno", que se chama Antologia e é da editora L&PM pocket.

"A MESMA MARIA VIEAS SACODE AGORA O POETA ESTRAVAGANTEMENTE PORQUE SE ESPEIDORRAVA MUITO

DÉCIMAS

Dizem, que o vosso cu, Cota,
assompra sem zombaria,
que parece artilharia,
quando vem chegando a frota:
parece, que está de aposta
estu cu a peidos dar,
porque jamais sem parar
êste grão-cu de enche mão
sem pederneira, ou murrão
está sempre a disparar

De Cota o seu arcabuz
apontado sempre está,
que entre noite, e dia dá
mais de quinhentos truz-truz:
não achareis tantos cus
tão prontos em peidos dar,
porque jamais sem parar
faz tão grande bateria,
que de noite, nem de dia
pode tal cu descansar

Cota, êsse vosso arcabuz
parece ser encantado,
pois sempre está carregado
disparando tantos truz:
arrenego de tais cus,
porque êste foi o primeiro
cu de Moça fulieiro,
que tivesse tasl saída
para tocar tôda a vida
por fole de algum ferreiro"

(pp. 125 e 126)

Bom, esse daí era o Gregório de Matos! Na introdução do livro, há um comentário a respeito da proibição do ensino de seus poemas nas escolas por um governo da época da ditadura.

Até entendo que vocês tenham achado o poema um pouco exagerado, mas não acho que isso seja motivo para ESCONDER o conhecimento dos alunos.

Eu mantive a acentuação da maneira que está no livro, por isso alguns acentos estão sobrando.

Bom, acho que se vocês chegaram até aqui, já leram bastante. Reflitam a respeito dos governos autoritários: um que proibiu o ensino de um poeta em escolas e outro que tenta proibir, de maneira geral, o ensino das escolas.

E viva a ditadura econômica neo-liberal do nosso imperador.

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