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Mural dos Laranjas

Bagaceira
Número 8 - 31/8/99 Por Fozzie

 

Opa! E aí? Como passaram a semana? Como não vou ouvir a resposta de vocês, isso não vai fazer diferença, hehe... Mas espero que tenha sido uma semana legal.

Bom, já tenho que começar discordando do Krusty quanto a ele ser o mais chato dos colunistas. A disputa é acirrada aqui na bagaceira. Fica a seu critério escolher o mais chato... Mas tudo bem, isso não importa. Se você tiver paciência de ler, já é um bom começo.

Falando em disputa, acabo me lembrar de competições esportivas. A humanidade inventou todo tipo de competição: esportes coletivos como futebol, vôlei, basquete, pólo etc., como também os individuais: judô, karatê e um monte de outras artes marciais, futebol de botão, natação, atletismo, xadrez, etc. E também os americanos inventaram um monte de competições para ver quem é o melhor em qualquer coisa como comer mais hot-dogs, cuspe a distância e arremesso de sogra.

Já percebeu que existe um monte de esporte, né? Mas eu não vou ficar aqui só enunciado os esportes que eu conheço. É engraçado reparar como os esportes evoluem. Muitos mudaram suas regras no decorrer dos anos, outros, continuam praticamente a mesma coisa desde o início.

Se você tiver o mínimo de conexão com o mundo, já deve ter reparado que um dos esportes que mais foi modificado ultimamente foi o vôlei. O jogo que antes tinha vantagem, agora tem a pontuação contada diretamente, qualquer bola no chão é ponto de alguém. Os sets agora vão a 25 pontos. E sem contar o tal líbero que colocaram lá para confundir os leigos (como eu) que até agora não sabem para que serve aquele jogador de camisa diferente dos companheiros.

Em contrapartida, no futebol houve pouca alteração das regras. Que eu me lembre, recentemente teve aquela do recuo para o goleiro (que não podia mais pegar com mão a bola vinda de um recuo intencional de um companheiro - a menos que o recuo fosse de peito ou de cabeça). Várias tentativas de melhorar o jogo disciplinarmente, deixando os juízes mais rigorosos na aplicação de cartões e marcação de faltas, foram feitas (vemos que funcionou eficientemente... a-hã... hehe).

Mas não é isso que quero explorar. Eu quero chegar num ponto mais "profundo". Por que será que em alguns esportes há tanta resistência para a mudança de regras e em alguns outros há uma avalanche de mudanças, simplesmente para tornar o esporte mais dinâmico?

Eu fico imaginando se acontecesse com um jogo milenar como o xadrez (que tem as regras do jeito que são hoje desde o século XIV) o mesmo que aconteceu com o vôlei. De uma hora para outra um monte de mudanças apenas pra "dinamizar" o jogo (ainda bem que a televisão ainda não cobre campeonatos de xadrez, por que se cobrisse, não duvido que alguma coisa já tivesse sido feita a respeito... hehe). Então, a notificação das mudanças seria mais ou menos assim, caso saísse em algum pequeno artigo de jornal:

"Depois de tantos anos sem alterações em suas regras, o xadrez finalmente será modificado. As novas regras vêm para dinamizar o esporte que há tanto tempo mantém-se estático perante a evolução do mundo e à globalização. A partir de agora, serão adicionadas mais duas fileiras de casas no tabuleiro, uma em cada direção, totalizando desta forma não mais 64 casas, mas sim 81 casas, num novo tabuleiro 9x9. Nessa casa adicional será colocada ao lado direito do rei mais uma rainha com poderes plenos (a concubina) e o peão da frente do rei terá uma cor diferente (vermelho para as peças negras e verde para as brancas), ele será chamado peão-volante e poderá andar para frente na direção diagonal, voltar casas e será vedado ao jogador fazer a abertura do jogo com ele. O cavalo continua podendo saltar outras peças, mas não mais faz um "L" de 2x1 casas e sim um "L" um pouco maior, de 3x2 casas. O bispo, por razões de celibato não pode mais comer nenhuma outra peça. Uma nova peça, cujo nome ainda não foi definido e cujo design será determinado depois de um concurso reunindo os alunos que se destacaram nas faculdades de artes plásticas da Rússia, Hungria, Romênia e Ucrânia será criada, tendo a função de substituir uma das torres durante o jogo (apenas quando for a vez do jogador que quer fazer a modificação movimentar) e que pode se mover em "V"s diagonais, tendo o número de casas que vai andar determinado por um dado lançado pelo juiz do jogo. Juiz? Sim, juiz. A partir de agora, para uma partida ter validade histórica e moral para os jogadores é obrigatória a presença de um juiz e um auxiliar, que assistirá o jogo de cima, verificando se não há nenhuma movimentação irregular por parte de algum dos jogadores. Mas os jogadores mais conservadores não precisam se desesperar, o objetivo do jogo ainda continua o mesmo: capturar o rei adversário."

Bom, acho que já deu para perceber como ficaria ridículo. Aqueles que não entendem nada de xadrez e estão lendo isso até agora, não precisam entrar em desespero. Talvez isso possa servir de motivação para aprender a jogar e depois ver como o que eu falei acima é realmente absurdo. Eu imagino o que o Kasparov iria pensar quando soubesse dessas mudanças... hehe

Pode até ser que Bobby Fisher gostasse dessas loucas idéias, mas como ele já está louco mesmo, não seria uma opinião muito confiável. Se bem que no mundo do xadrez não dá para afirmar quem realmente é louco ou não. Fico me perguntando se Bobby Fisher ficou louco e abandonou o xadrez ou criou juízo e abandonou o xadrez?. Para quem não o conhece, aqui vão as palavras de um dos maiores professores de xadrez do mundo, Bruce Pandolfini, comentando sobre Bobby Fisher, num recente artigo seu na revista Exame: "Fisher foi mestre da clareza e rei do posicionamento. Seus adversários percebiam para onde ia, mas não conseguiam impedir seu avanço. Eu considero o americano Bobby Fisher o maior enxadrista russo de todos os tempos. Ele estudou todos os métodos dos enxadristas russos. Sua genialidade se deve à capacidade de combinar o frescor e pragmatismo americano com as idéias russas sobre estratégia."

Mas eu não sou nenhum entendido de xadrez. Apenas quis aproveitar esse jogo para exemplificar as maluquices que andam fazendo por aí - diga-se de passagem, que não são só no esporte, pois o mundo esportivo é apenas uma pequena amostragem da humanidade como um todo.

Acho que já falei bastante... E se você quiser, pode fazer um esforço e pensar um pouco a respeito. Vou ficando por aqui. E qualquer dúvida, crítica, sugestão, comentário, notificação de mudanças de regras esportivas mande um e-mail para [email protected]

P.S.: Dúvidas técnicas sobre o jogo de xadrez, favor contatar o Stranger... hehe (acho que ele não vai gostar muito de ler isso... hehe)


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