Pergunta :

Gostaria que você me informasse onde posso obter informação sobre normas técnicas para confeção de placas de circuito impresso, por exemplo, relação de diâmetro entre o furo e a ilha, largura e espaçamento mínimo entre trilhas, etc.

 

 

 

Resposta :

 

Cálculos

 

Dois dos fenómenos a considerar no dimensionamento das trilhas (ou pistas ou filetes) nos circuitos impressos são a queda de tensão e a dissipação de energia por efeito de Joule.

 

Queda de tensão

 

Considerando a resistividade do cobre ρ = 0,017 Ω mm2 / m e uma espessura do cobre de 0,05 mm (50 μm), a resistência R de uma trilha de comprimento l (em metro) e largura b (em mm) virá :

 

 

A densidade de corrente J máxima é de 35 A / mm2 e a densidade de potência máxima é de 2,5 mW / mm2.

 

Exemplo - cálculo da largura mínima de uma trilha

 

Tensão aos terminais da trilha = 5 V ; corrente  = 4 A ; comprimento = 6 cm.

 

a) Queda de tensão

Largura mínima da trilha = 1,6 mm

 

b) Densidade de corrente

Largura mínima da trilha = 2,3 mm

 

c) Das alíneas a) e b), a largura mínima deve ser 2,3 mm (o maior valor).

 

 

 

 

 

Queda de tensão - Temperaturas acima de 20º C

 

Os cálculos anteriores foram feitos para 20º C. Como os componentes podem atingir valores superiores, a resistividade do cobre aumenta. Aumentando a resistência das trilhas, é maior a queda de tensão. Para não ultrapassar o valor máximo de tensão desejado, haverá que aumentar a largura das trilhas.

 

 

No quadro seguinte apresentam-se valores da resistência para as temperaturas de 20º C,

50º C e 85º C, considerando-se espessuras das trilhas de 35 μm e de 70 μm, para larguras de 0,1 a 5 mm.

 

Resistência da trilha em Ω / m

 

 

temperatura /

/ espessura da trilha

 

 

Largura da trilha (mm)

 

 

0,1

 

 

0,25

 

0,5

 

1

 

2,5

 

5

 

 

 

 

 

 

 

20ºC / 35 μm

5

2

1

0,5

0,2

0,1

20ºC / 70 μm

2,5

1

0,5

0,25

0,1

0,05

 

 

 

 

 

 

 

50ºC / 35 μm

6,3

2,51

1,26

0,63

0,25

0,126

50ºC / 70 μm

3,14

1,26

0,63

0,31

0,126

0,063

 

 

 

 

 

 

 

85ºC / 35 μm

7,6

3,0

1,52

0,76

0,3

0,15

85ºC / 70 μm

3,8

1,52

0,76

0,38

0,15

0,76

 

Por exemplo, a resistência de 1m de trilha de 0,5 mm de largura e de 35 μm de espessura, à temperatura de 20º C é 1 Ω. Se a temperatura do componente for 50ºC (o que é vulgar), a resistência será 1,26 Ω, produzindo maior queda de tensão. Se necessário, utiliza-se a largura de 1 mm, que oferece uma resistência de 0,63 Ω.

 

 

 

 

 

Potência dissipada - elevação de temperatura

 

Já se referiu a questão da potência dissipada. O quadro seguinte apresenta o aumento de temperatura verificado em cada trilha consoante a corrente e a espessura. Os espaços em branco correspondem a aumentos de temperatura sem problemas.

 

 

 

Corrente

(A)

 

Aumento da temperatura

 

 

0,1 mm

 

 

0,25 mm

 

0,5 mm

 

1 mm

 

2,5 mm

 

5 mm

0,25

10º C

 

 

 

 

 

0,5

30º C

10º C

 

 

 

 

1

100º C

30º C

8º C

 

 

 

2,5

 

100º C

50º C

15º C

8º C

 

5

 

 

140º C

45º C

25º C

8º C

10

 

 

 

140º C

65º C

30º C

 

Para correntes da ordem dos miliampère não há problemas. Para correntes superiores, a temperatura atingida pode ser perigosa. Por exemplo, para 1 A, numa trilha com 0,1 mm de largura há um aumento de temperatura de 100º C, mas com 0,5 mm esse valor baixa para

8º C e para 1 mm é ainda menor. Este último valor é o mais indicado e acima dele é desnecessário.

 

Em torno dos furos a largura do cobre deve acompanhar a das trilhas.

 

Diâmetros dos furos

 

 

Aplicação do furo

 

 

Diâmetro do furo (mm)

Terminais tipo agulha

1,25 a 1,3

Circuitos integrados

0,8

Componentes de uso corrente

(resistores, condensadores, etc.)

1

parafusos de fixação

3,5

 

 

 

 

Normalização

 

Os circuitos impressos devem ser aplicados sobre uma retícula, uma grelha de malha quadrada, em cujos nós de intersecção devem estar os componentes a montar.

 

 

1 - Norma de IEC (International Electrical Comission) - Publicação 97 de Outubro de 1957 "Recommendations for fundamental parameters for printed wiring tecniques"

 

Medida da retícula = 2,54 mm (0,1 polegada)

 

2 - Norma alemã DIN 40801 (Circuitos impressos Directrizes) - Técnica A-1

 

Medida da retícula = 2,5 mm

Diâmetro unificado de furos = 1,3 + 0,1 mm

(placas com 1,5 mm de espessura)

 

3 - Espessuras normalizadas das placas : 1 - 1,5 - 2 - 2,5 - 3 mm (preferida 1,5 mm)

 

4 - Técnica Epsilon (Técnica B-1) - Norma IEC

 

Esta técnica resultou da necessidade da miniaturização.

 

A dimensão internacional da retícula é

 

Diâmetro dos furos = 0,8 mm

D = d + 2 b

 

5 - Técnica A-1

Largura normal mínima da trilha = 0,8 mm

Separação mínima entre condutores = 0,8 mm

Processo de fotogravação : os valores anteriores passam para 0,2 mm ;

Para trilhas com mais de 5 cm recomenda-se antes o valor de 1 mm.

 

 

 

 

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