Nos primeiros tempos de utilização da eletricidade, esta era corrente contínua produzida por dínamos e assim era transportada da central até aos utilizadores. Enquanto as distâncias eram pequenas esta solução não era muito grave mas, para grandes distâncias, o fato da tensão de transporte ser a do dínamo (não muito grande) implicava que a corrente transportada era muito grande, o que originava muitas perdas por efeito de Joule. Estas perdas são proporcionais ao quadrado da corrente. Pode transportar-se uma mesma potência P=UI com tensão baixa e corrente alta ou com tensão alta e corrente baixa. Neste último caso as perdas por efeito de Joule são muito menores. Além disso, as seções dos condutores não precisam ser tão grandes, o que se traduz numa grande economia, quer dos condutores, quer dos aparelhos associados, como isoladores de suporte, por exemplo. Nesses primeiros tempos havia o problema de elevar a tensão para o transporte de energia. Tal não é fácil em corrente contínua. Nessa época só seria possível com dínamos, que são caros e, além disso, levantam problemas de construção quando as tensões sobem. Foi a invenção do transformador que veio resolver o problema de elevar a tensão para o transporte e baixar a tensão no final do transporte para poder ser utilizada em segurança pelos consumidores. O transformador realiza estas operações facilmente e com muito elevado rendimento. Só que o transformador é uma máquina de corrente alternada. Daí a primeira grande conveniência em usar corrente alternada. Além disso, a invenção do motor assíncrono trouxe outro renovado interesse pela utilização da corrente alternada porque é um motor de fácil construção, robusto, sem coletores nem escovas e seus problemas associados.
O desenvolvimento da eletrônica de potência permitiu entretanto fazer elevação de tensões para valores muito elevados para o transporte e abaixamento de tensões próximo dos utilizadores, através da utilização de conversores estáticos com tirístores. Um exemplo existe na linha de transporte de energia em corrente contínua em alta tensão (CCAT) a 750 kV entre a barragem de Cabora Bassa, em Moçambique e a África do Sul.
A grande utilização da corrente alternada hoje verificada continua a residir na facilidade de transformação em corrente alternada com outros valores de tensão, usando o transformador ou em corrente contínua, usando retificadores e outros circuitos associados, assim como no uso do motor assíncrono.
