A sabedoria instantânea do falso zen-tao
"Para ser livre num sentido, é preciso estar preso num outro. A liberdade ideal não tem sentido"
"O sucesso não tem nada a ver com a bondade. Só porque algo funciona não quer dizer que seja bom"
"Quanto mais falsas as premissas, maior o argumento. O silêncio revela a verdade mais suprema: não há verdades"
"Duas cabeças erram mais que uma, uma cabeça acerta menos que duas"
"Imposições morais não competem com as imposições naturais"
"As idéias funcionam enquanto estão na mente. A realidade, enquanto não está"
"A melhor maneira de levar as pessoas para o caminho do bem é fazer mal a elas. A melhor educação é aquela em que ninguém tem que ser levado para caminho algum"
"A verdade dói, mas a dor não carrega a verdade. É virtuoso trocar a ignorância pela dor, mas estúpido sofrer por ser sábio. Evite a virtude tanto quanto a estupidez"
"Aquele que age mal por ignorância precisa ser educado para que aja mal por consciência, e não bem por ignorância. Existem males necessários, mas não ignorâncias necessárias"
Este é o falso argumento principal do falso zen-tao, com a última reformulação sugerida pela Clarissa ("p" para premissa e "c" para conclusão):
p1. Algumas coisas mudam
p2. Para mudar alguma coisa funcionalmente, é preciso conhecer a sua função
p3. A função de algo é dada por aquele que o cria ou pelo meio para o qual ele foi criado
p4. Não é possível conhecer a função de algo não-criado ou cuja criação é desconhecida
p5. O ser humano desconhece sua própria criação
c1. A função do ser humano não pode ser conhecida por ele mesmo
p6. A função do ser humano não foi revelada a ele por seu criador
c2. O ser humano não pode modificar-se funcionalmente conscientemente
p7. O ser humano é capaz de modificar a si mesmo
c3. Quando o ser humano modifica a si mesmo, não o faz funcionalmente
p8. Mudanças não funcionais não podem tornar algo melhor do que ele era antes, relativo à sua função
c4. O ser humano não pode mudar a si mesmo para melhor, relativo à sua função
p9. Algo precisa mudar para melhor que alcancemos uma vida melhor
c5. Para alcançar uma vida melhor, o ser humano precisa mudar algo que ele mesmo criou para melhor
Obs.: Entenda-se função efetiva, ou seja função como aquilo que algo desempenha como ferramenta de outro ser ou como ser dentro de um meio.
Com essa conclusão final, fica claro o falso objetivo do falso zen-tao: fazer com que as pessoas deixem de tentar modificar a si mesmas funcionalmente para melhor (em relação ao Todo) para alcançar uma vida melhor, uma vez que é essa a verdadeira causa da infelicidade. Como não entendemos nossa função enquanto seres dentro de um meio, enxergamos nossa função como ferramenta para nós mesmos, tornando-nos escravos de nós mesmos.
Para aprimorar sua falsa iluminação, os seguidores do falso zen-tao inventaram duas falsas técnicas de meditação:
1. Imagine que você é composto de átomos que são quase vazios, exceto por partículas quase vazias, que por sua vez são compostas de partículas quase vazias, que por sua vez também são compostas de partículas quase vazias, e assim vá imaginando até ter a impressão de que nada existe.
2. Quando estiver andando, imagine que a Terra está girado, e que o Sol está girando, e que que a Via Láctea está girando, e que nosso aglomerado de galáxias está girando, e assim por diante até ter a impressão de sentir o movimento do centro do Universo.
Esses falsos exercícios não existem para ajudar você na sua falsa iluminação, já que não há nada que você possa verdadeiramente fazer pela sua própria iluminação.
Esta falsa filosofia oriental foi totalmente inventada por Falso Anônimo