Violência nas Escolas,
Caos na Sociedade
Maurício da Silva1
Como erradicar as causas de:
* Depredação;
* Pichação;
* Uso de drogas;
* Perda dos parâmetros éticos;
* Agressões físicas e psíquicas;
* Violência familiar, escolar, social, etc.
Dedicatória.
Este livro de Pedagogia da Paz e Não-Violência, anuncia uma Educação
Revolucionária através de uma Didática Revolucionária,
que possui métodos científicos preconizados pela Psicologia Revolucionária
do Mestre Samael. É uma obra que propõe meios cientificamente
eficazes para ensinar o estudantado a pulverizar, dentro de si mesmo, os agentes
causadores da violência. É um pequeno tratado das causa e conseqüências
da violência, dedicado aos meus filhos Lucas e Marcela, à minha
esposa Simone, que muito me ajudou na edição deste, a toda a humanidade,
que é extensão de mim mesmo, porque somos todos irmãos
na essência cósmica; e, também é dedicado a todos
os grandes mestres da humanidade: Mahatma Gandhi Samael Aun Weor, VM. Rabolu,
Jesus Cristo com seus discípulos, Einstein, Pitágoras, Sócrates,
São Francisco de Assis e muitos outros, que combateram as causas da violência
e estabeleceram os parâmetros éticos, morais e espirituais e os
princípios da liberdade, da felicidade e do amor entre os povos da Terra,
como pilares concretos de sustentação da paz, sementes vivas de
germinação da solidariedade, da confraternidade, da união
e esperança entre os entes sociais componentes da massa humana. Aí
residem as razões de minha luta, tentar restabelecer os parâmetros
e os princípios, acima citados, com grande interesse, para tentar melhorar
a mim mesmo e a sociedade; condição essencial para amenizar o
sofrimento de meu pobre coração, que sofre o sofrimento de cada
um destes entes sociais deserdados pelo sistema, pela injustiça social,
vítimas indefesas de todo tipo de violência.
Santos, 17 de Julho de 1.997.
Maurício da Silva.
Prefácio.
Ao agirmos naturalmente, mecanicamente, como a natureza deseja e nos programa,
só conseguiremos desenvolver, mais ou menos, uns 10% de nossa capacidade
cognitiva, como se consta nos anais científicos, ante aos sucessivos
eventos, que a todos nós se apresentam, ao longo de nossa existência,
por mais que vivamos neste mundo e por mais que nos desenvolvamos cognitivamente.
Então, desperdiçamos um potencial cógnito de cerca de 90%
de nossa capacidade intelectiva. E para tudo isto se queima poucas células
disponíveis para tal propósito, mesmo que façamos nossa
trajetória escolar, desde do Jardim da Infância ao Doutorado, aproveitando
todas as oportunidades de aprendizagem que ai se apresentam. Então, apesar
do avanço das ciências sociais através de todos os tempos
até hoje, se conhece muito pouco acerca do universo psíquico do
ente humano. Conhecemos muito pouco sobre tudo o que existe e quase nada sobre
nós mesmos. Em números, não conseguimos ultrapassar 10%
de nossa capacidade cerebral, isto é, não conseguimos despertar
a nossa consciência além do limite de 3%. Conseqüentemente
estamos submersos a um estado de ilusão, de subconsciência total,
com 97% de nossa capacidade cônscia totalmente em inatividade. Isto em
realidade chama-nos atenção para o fato de que estamos dormindo,
mesmo em plena luz do dia. Vivemos sonhando, não só quando estamos
dormindo, mas também, quando estamos acordados, como diz o Mestre Samael
em seu Tratado de Psicologia Revolucionária.
Assim, a maioria das coisas reais é para nós ocultadas. Nossas
faculdades mentais, atrofiadas em 97% de seu potencial, não permitem
ver a realidade, não possuem conexão com a Verdade. Por isso Shakespeare
dizia que há muito mais mistérios entre o Céu a Terra,
do que a nossa vã filosofia pode imaginar. Para a essência desperta,
para a consciência, não há mistério, não há
o oculto, conforme nos ensina o Mestre Rabolu, em sua Ciência Gnóstica.
Tudo é desnudado com a luz da Consciência! A Consciência
é a conexão direta com a Realidade, que é em si a própria
Verdade. A subconsciência , substrato do Ego, não tem acesso às
coisas reais. O subconsciente (Ego) somente se conecta com a obscuridade, com
a ilusão, com a fantasia que é o mundo que perfilamos. Partindo-se
do Ego, não se chega ao universo Absoluto da realidade, somente se chega
ao Cosmo Relativo da ilusão, que é o mundo Maya, o mundo da fantasia,
da Irrealidade. Como dizia Einstein: "do mundo dos fatos (Ego) não
se conduz nenhum caminho para o mundo dos valores" (Consciência).
Ai reside o mistério shakespeariano Ser ou Não Ser, Eis a Questão.
O nosso nível de Ser, a nossa Seidade, é diretamente proporcional
ao percentual de consciência, de essência desperta, menos de 3%
em média. E o nosso Não Ser é preponderante, é proporcional
ao nosso percentual de ego, 97% de consciência aprisionada nos eus, 97%
de consciência adormecida, inoperante.
Enquanto na essência cônscia residem as sementes das virtudes, no
ego moram os germes dos defeitos. Pertencemos a uma espécie do Cosmo,
à raça humana, que possui tão somente menos de 3% de consciência,
em média ,em cada cidadão. O que nos leva a nos constituirmos
em uma sociedade demasiadamente violenta, caótica, complicada da etc.;
porque é desproporcional a quantidade de defeitos que possuímos
em relação às qualidades, às virtudes. Com uns 10%
de consciência, só para se ter uma idéia, a humanidade já
se safaria da guerra, da miséria, da fome, dos regimes políticos
absurdos e de todo tipo de violência. Haveria paz na face da Terra, não
haveria injustiça social e a Felicidade reinaria para sempre e em sua
plenitude, conforme nos assevera Samael em suas obras científicas.
Todavia, é bom que todos nós saibamos que, existe um meio revolucionário
de elevar a nossa consciência de 3% a 100% , através dos Três
e trabalhar em prol de nossos semelhantes caritativamente e por meio de umas
Componentes Vetoriais de Revolução Cognitiva morrer em defeitos,
nascer em virtudes verdadeira educação centrípeta, a Educação
Revolucionária.
Mostrar este caminho de verdadeira revolução cognitiva, ampliar
o conhecimento e a compreensão do universo psicológico do ente
humano, contribuindo para o avanço das ciências sociais se constituem
em objetivo deste livro, que propõe uma Pedagogia Revolucionária,
uma Ciência Revolucionária, que promove um ensino-aprendizagem
para dissolução das causas da violência, por intermédio
de uma Educação Revolucionária.
Esta Educação Revolucionária que se propõe - e que
está apoiada sobre as colunas da Psicologia Revolucionária, que
foi restaurada pelo Mestre Samael nos tempos modernos - possui predicados para
promover uma verdadeira educação capaz de erradicar a violência
escolar e a violência generalizada, que tanto infelicitam a todos nós
seres humano.
Denominamos de Pedagogia Revolucionária, nos termos aristotélicos,
à ciência que propicia educar o estudantado para extirpar de dentro
de si mesmo as causas da violência, por meio de uma Didática Centrípeta.
A Pedagogia Revolucionária, que proporciona uma educação
revolucionária, por estar em conexão com a Psicologia Revolucionária,
é uma ciência que busca a causa intrapsicológica da violência,
que dá origem ao fenômeno da violência escolar e da violência
generalizada. Uma ciência nestes moldes, como se configura a Pedagogia
Revolucionária, está em consonância com o realismo de Aristóteles,
cientista filósofo e educador grego, que apregoava que a ciência
é a busca das causas universais dos acontecimentos, das causas que originam
os fenômenos.
Capítulo 1.
Causa da violência.
Onde estão as reais causas da violência escolar, da violência
familiar e da violência social como um todo? Há quem atribua os
mais diversos fatores como causa da violência: ignorância, pobreza
material, carência cultural, desigualdade social, regime capitalista,
etc. Entretanto, ao nosso ver, tudo isso são fatores emergentes da violência;
então, são determinados pela violência, se constituem em
efeito da mesma e não em causa. A verdadeira causa da violência
não é veiculada pelo saber convencional mas sim ocultada por este
por motivos ideológicos, de interesse dos sistemas sociais dominantes
em obscurecer a verdade. A verdadeira causa da violência é tácita
à segunda natureza do ser humano, reside no subconsciente do seu universo
psíquico denominada, por Freud, de Ego. Ninguém pode saber das
reais causas da violência, sem conhecer e compreender os mecanismos do
Ego. Então, o que é o ego, com o seu complexo mecanismo de ação?
Capítulo 2.
O Ego.
Sigmund Freud não é o descobridor do ego, nem tampouco foi a primeira
pessoa a falar deste; pois o ego é tão antigo quanto o ser humano
na face da Terra. Freud foi o primeiro a usar o vocábulo Ego para denominar
um conjunto de agentes psíquicos constituidores do subconsciente, causa
dos defeitos psicológicos, que emocionais que constituem a estrutura
das neuroses e psicoses, por meio de uma investigação psicológica
profunda dos processos engendram a violência e a inconsciência no
ente humano. Em sua Psicanálise, método de tratamento criado por
ele para diagnosticar e tratar as desordens mentais e mentais. Freud dá
o nome de ego para um conjunto de elementos psíquicos, de valores positivos
ou negativos manifestos na psique do homem.
Tudo que possuímos no universo relativo, se apresenta sob a forma de
matéria, de energia e de luz. A matéria, segundo Einstein é
a energia que perde temperatura, se apassiva, pois o movimento de seus átomos
se torna mais lento. A energia é a luz condensada (apassivada). A luz
é a mais alta fonte de atividade dinâmica subatômica, a mais
alta realidade de forma de energia do universo relativo. O ego é uma
forma de energia apassivada a partir da essência. Portanto o ego é
a luz da essência cósmica numa freqüência vibratória
menor. Na realidade, o ego é uma forma de energia psíquica grosseira,
que impede a manifestação da essência na forma de consciência.
Em síntese, o ego é a treva, antítese da luz da essência,
sintetizada a partir do rebaixamento da freqüência desta, para ofuscar
a consciência.
Einstein se referiu a esta forma absurda de energia ao dizer: "O valor
do homem é determinado, em primeiro lugar, pelo grau e pelo sentido em
que ele se libertou de seu ego". No universo relativo, todas as coisas
se manifestam em dualidades bipolares: positivo e negativo, masculino e feminino,
alto e baixo, tristeza e alegria, prazer e dor, evolução e involução,
existência e morte, amor e ódio, essência e ego, etc.
No universo Hominal, de modo análogo, esta bipolaridade se faz presente
em seu mundo psicológico nas formas de energias, que são denominadas
pela Filosofia Moderna de: Seidade e Egocentrismo, Essência e Ego.
Na Filosofia Oriental, a manifestação da essência é
chamada de Atman e a do ego, Aham. O cientista filósofo Humberto Rodhen
descreve a essência como sendo o Uni do Universo e o Ego o Verso deste.
O Mestre Samael Aun Weor, nascido na Colômbia, em 3 de Março de
1.917, foi um homem de notável saber que, com suas profundas inquietudes,
promoveu intensas investigações no campo das ciências sociais,
das ciências naturais, da antropologia e da psicologia. Deixou-nos um
vastíssimo conhecimento dialético acerca do ego, da essência
e da consciência, registrado em mais de mais ou menos 100 (cem) obras,
traduzidas em diferentes idiomas.
O Sr. Joaquim Enrique Amortegui Valbuena, Mestre Rabolu, discípulo de
Samael Aun Weor, sintetizou o ensinamento sobre o ego, sobre a essência
e a consciência, usando uma linguagem mais simples, clara e concisa, para
facilitar nossos estudos.
O ego é um conjunto de eus que geram os defeitos, enquanto que a essência
produz as virtudes através do ente humano.
A doutrina dos eus foi estudada na Filosofia Tibetana, na Egípcia e no
Cristianismo Ocidental. No Tibet Oriental, os eus, componentes do ego, são
chamados de agregados psíquicos, ou simplesmente valores, conforme ensinamentos
do Mestre Samael.
No Egito os agregados psíquicos, os eus, os valores, o ego, são
chamados de Demônios Vermelhos de Seth, conforme está escrito nas
obras de Psicologia Revolucionária do Mestre Samael.
No Cristianismo, os eus, componentes do ego, recebem a denominação
de Legião, e os efeitos deste são chamados de pecados. Aí
o conjunto dos elementos psíquicos compõe um universo de sete
Legiões: Cobiça, Gula, Luxúria, Inveja, Ira, Orgulho e
Preguiça.
Sabemos que dois corpos não podem ocupar o mesmo lugar no espaço
ao mesmo tempo, lei da inércia. Da mesma forma, no nosso espaço
psicológico, não podem atuar ao mesmo tempo, a essência
(consciência) e o ego (subconsciência). Na realidade, a essência
age, porque é pró-ativa, e o ego reage ante os acontecimentos,
porque é reativo.
A psicologia revolucionária, criada pelo Mestre Samael, diz que o homem
moderno possui tão somente 3% de essência produtora de virtudes,
de qualidades, contra 97% de eus, germes do ego, geradores de defeitos. Então,
o pobre ser humano, mecanizado como está, produz 97% de defeitos; entre
eles, todo tipo de violência, de agressividade, de depredações,
etc.; e apenas 3% de virtudes, em suas relações interpessoais
e, também, nas relações intrapessoais, isto é, nas
suas relações com o próximo, com o Cosmo e consigo mesmo.
Devido ao ego, o homem não possui individualidade definida e sim uma
multiplicidade de comportamentos que se alternam entre si, de instante a instante,
através da personalidade. Amarguras, dificuldades, etc., são efeitos
da falta de unidade psicológica em nós. Há uma falta de
organização psíquica em cada um de nós, decorrente
da atuação dos múltiplos agregados psíquicos, eus.
Dentro de cada um de nós
vivem milhares de eus, que podem ser evidenciados através da prática
da auto-observação, conforme asseverou o Mestre Samael; o que
pode ser comprovado por cada um de nós ao perceber as inumeráveis
mudanças de comportamento, reações e contradições
que se dão em nosso interior.
Nossa mente é como um palco e os eus são os atores que aí
atuam e cada um ao cumprir o seu papel cósmico de drama, de comédia
ou de tragédia é destronado pelo seguinte que entra em cena, conforme
podemos comprovar na prática através dos ensinamentos que nos
deixou o Mestre Samael. Da mesma forma, não possuímos um eu permanente,
mas muitos eus, que geram comportamentos efêmeros; é uma legião
de eus diabólicos, uma multidão de elementos infra-humanos que
nos tornam seres agressivos, depredadores, usuários de drogas, violentos
e absurdos.
Do ensinamento dado pelo mestre Samael e que pode ser comprovado por nós,
conclui-se que também é um absurdo a teoria do Eu Superior e Eu
Inferior, conforme apregoa a psicologia convencional. Porque estes são
partes da mesma coisa, assim como o ponto-de-partida e o ponto-de-chegada de
um móvel pertencem a uma mesma trajetória de movimento. Assim
como o ponto inicial e o ponto final de um segmento de reta formam duas secções
de uma mesma coisa, a inferior e a superior, o Eu Superior e o Eu Inferior em
nós são dois aspectos do mesmo ego pluralizado, tenebroso e absurdo.
O Eu Divino ou Eu Superior é um disfarce ideologicamente formulado pelos
inimigos da paz e da justiça social. Certamente é uma evasiva,
uma escapatória para manter a sociedade na obscuridão, na ignorância
e na violência generalizada.
Dentro de nossa personalidade (persona), que em Grego significa máscara,
vivem muitíssimas personagens diferentes entre si, algumas boas, outras
más, umas melhores, outras piores, algumas gulosas que nos levam a comer
excessivamente, outras beberronas que nos levam aos bares, outras luxuriosas
que nos levam ao abuso sexual, ao adultério, à fornicação;
há aquelas iradas que nos levam ao desentendimento, à agressividade,
à briga, à morte; há outras cobiçosas que nos levam
a trabalhar compulsivamente, outras preguiçosas que nos conduzem à
inércia total, etc.
Cada agente psicológico luta por sua hegemonia no espaço psicológico,
querendo exclusividade, ao tentar controlar o centro intelectual por meio de
pensamentos, o centro emocional através de sentimentos, o centro motriz
por meio de movimentos, o centro sexual através do sexo desenfreado e
o centro instintivo pela mecânica animal, conforme nos ensina a Psicologia
Revolucinária do Mestre Samael.
Capítulo 3.
A violência na escola
Michel Foucalt em seu livro "Vigiar e Punir", que trata das Instituições
Penais a partir dos séculos XVII e XVIII, referindo-se ao esquadrinhamento
disciplinar da sociedade, contribuiu enormemente para o avanço da teoria
da violência, ao elucidar a política de coerção,
de dominação, por meio de vigilância e punição
sobre o intelecto, sobre a vontade, sobre as disposições e sobre
as paixões dos indivíduos.
Áurea Maria Guimarães em sua obra "Vigilância, Punição
e Depredação Escolar", editada pela Papirus Editora em 1988,
apresenta-nos também considerável contribuição para
a teoria da Violência Escolar.
Áurea Maria Guimarães aponta o fato de a escola funcionar como
prisão, esquecendo-se da tarefa de educar o cidadão. Aponta a
crise da educação, que é evidenciada no Brasil; e com base
na obra de Foucalt denuncia os regulamentos rígidos e opressivos que
levam os alunos à evasão escolar e a uma crescente depredação
da escola.
A autora narra em seu livro os atos de vandalismo que os prédios escolares
sofrem; em resposta a este vandalismo vem, como reação por parte
da instituição, a vigilância, a construção
e ampliação de muros e do serviço de segurança,
intensificação de rondas policiais, etc.
Áurea Maria Guimarães, ao descrever a depredação
de um prédio escolar, traz a narrativa da associação da
pobreza à periculosidade do bairro onde escola está inserida;
onde há uma relação tácita entre depredação-marginalidade-pobreza.
A autora afirma com base na obra de Michel Foucalt "Vigiar e Punir",
que a depredação não gira em função da pobreza
do bairro, mas, gira em torno do rigor punitivo desencadeado pela escola. Consta-se
algumas semelhanças entre os processos de vigilância e punição
descritos por Foucalt com relação ao século XIX e os que
ocorrem nas escolas de hoje. Dos estudos realizados por Guimarães, resultam
algumas hipóteses, levantadas a partir dos enfoques analisados:
1.A escola possui em sua organização o germe do controle, onde
todos são vigiados e vigiam ao mesmo tempo;
2.Neste sistema de vigiar, há uma relação entre vigilância,
punição e depredação escolar;
3.O sucesso da escola depende diretamente da sua eficácia como instituição
normatizadora, controladora de comportamento. Em virtude do currículo,
a ser cumprido na escola, atender os objetivos ideológicos das desigualdades
sociais , esta nada tem a ver com as expectativas e interesses dos alunos das
classes subalternas;
4.Vigiar e punir são conseqüências diretas das estruturas
burocráticas vigentes nas escolas;
5.A escola estabelece diferenciação de comportamentos individuais,
apontando eficazmente quem é o marginal, o favelado, o maloqueiro, colocando
nestes a causa dos problemas disciplinares;
6.Na escola, puni-se e vigia-se para padronizar comportamentos.
Na escola e na prisão, de acordo com Foucalt e Guimarães, a disciplina
é recompensada pelos jogos das promoções, que permitem
estabelecer hierarquias e lugares; puni-se rebaixando e degradando. A penalidade,
hierarquicamente, tem dois efeitos: distribuição dos alunos de
acordo com suas aptidões e comportamentos; e colocar pressão constante
sobre os alunos, para que se submetam ao mesmo modelo, à subordinação,
à docilidade, etc.
Nos "desvios" do modelo uniforme, da padronização do
comportamento, aplica-se o castigo disciplinar como corretivo, através
de pequenas penalidades. Os corretivos para redução dos desvios
versam sobre: desatenção, negligência, falta de zelo, maneira
de ser (grosseria ou desobediência), tagarelice, insolência, sujeira
do corpo, gestos desconformes, imodéstia e indecência na sexualidade,
etc.
Foucalt denomina de uma "anatomia política", uma mecânica
do poder, os métodos disciplinares em que as disciplinas se constituem
em métodos que permitem minucioso controle das operações
do corpo do aluno; e que lhe impõe uma relação servil de
docilidade-utilidade. Desta forma, os métodos da gratificação
são: boas x más notas, bons e x maus pontos, que se constituem
em um sistema operante no treinamento escolar. Assim as disciplinas se constituem
em técnicas que fabricam indivíduos úteis ao sistema dominante
na consecução de papéis ideológicos.
As técnicas de individualização dos sujeitos na escola
abrem brecha para um tipo de saber específico acerca do homem. Ao vigiar
e ao conhecer cada aluno, a escola se torna um local importante de observação
para o sistema convencional.
Anotar os desempenhos dos alunos em cadernetas ou boletins individuais, se constitui
numa prática que implica em manter os alunos sob olhar permanente. Com
isso, o ato de vigiar fica inserido na essência da prática escolar.
Documentar individualidades se traduz em um eficiente meio de controle, de dominação
dos alunos, na escola, por intermédio da observação destes.
A vigilância se constitui no suporte básico das práticas
políticas disciplinares para formação dos domínios
do saber.
A escola é um instrumento, também ideológico, que produz
poder, organizado por intermédio da vigilância; um poder múltiplo,
anônimo e automático que atua sobre os indivíduos, colocando
em funcionamento uma rede de relações.
A existência de exames é um indicador de que a escola produz poder,
ao medir, ao descrever, mensurar, classificar e normalizar o aluno.
O exame é uma combinação entre as técnicas da sanção
que normaliza e da hierarquia que vigia.
Ao formar um sistema comparativo de caracterização de fatos coletivos
e ao descrever a evolução particular, as aptidões do aluno
debaixo de um controle de saber permanente, o exame, assim, consegue reforçar
a imagem dos alunos tidos como problemáticos, com normas pedagógicas
que têm a eficácia de marcar e solidificar os "desvios".
A escola por intermédio dos seus próprios alunos, funcionários
e diretores, passa a se constituir numa central de controle de sua população,
num poderoso observatório político. Onde as punições
apresentam como objetivos á tarefa de diferenciar e separar indivíduos
que caracterizam a desordem, a loucura, a agressividade, o crime, etc.
Guimarães nos ensina em seu livro que a escola associa depredação
com marginalidade, com delinqüência, com mau aluno, com maloqueiro,
com favelado, etc. conforme já vimos; em razão do interesse desta
mesma escola residir nos seus resultados enquanto instituição
controladora da sociedade.
Foucalt nos ensina que o poder de punir não é essencialmente diferente
do de educar. O bom aluno, por esta ótica é aquele que é
dócil, servil e não depreda a escola, não faz pichação
e nem outros atos vândalos. O controle dos desvios dos alunos, enquanto
indivíduo, é o que a escola visa.
O centro de pesquisa do Instituto de Ação Cultural (IDAC), apresentou
dois trabalhos acerca da vigilância escolar: "Cuidado! Escola"
e "A vida na escola e a escola da vida", descrevendo como se apresenta
a escola na atualidade.
Os trabalhos falam de três escolas: a escola que o sistema diz que existe;
a escola do sonho de todos e a escola tal como é na realidade. Dizendo
que a escola, sonhada, funciona muito bem com instrução para todos,
com promoção de todos quanto à melhoria de vida, melhor
emprego, melhores salários, de importância e de posição
social
A escola que a legislação diz existir é democrática,
está aberta a todos, com ensino obrigatório, onde o ponto-de-partida
é igual para todos e o sucesso depende do esforço e da inteligência
de cada um. Mas, na escola real constata-se que uma pequena parte somente é
que é educada; a grande maioria é excluída e marginalizada;
o acesso à escola não é igual para todos e além
de tudo isso, a escola convence que os que fracassam o fazem porque são
incompetentes, inferiores, etc.
A escola que aí existe trata de maneira igual alunos que são desiguais,
por encontrarem em situação desigual. Não leva em conta
o cotidiano do aluno, nem sua contextualização, marcados por diferenças
culturais e materiais gritantes, ditados pela injustiça social emergente
da ordem econômica, etc.
A escola dos dias atuais, fechada, protegida por muros, grades, vigilância
e punição, se constitui num mundo à parte; onde o acesso
dos alunos é cuidadosamente controlado, cujos papéis de cada um
já estão mecanicamente pré-estabelecidos, já com
destinos traçados.
A escola que aí está, a real, com professores desmotivados, com
sua dignidade ética, moral, econômica e social ameaçada
pelos salários corroídos, descontentes com as más condições
de trabalho, mau preparados, cansados, frustrados, etc., se torna um lugar do
"faz-de-conta". Onde os alunos, pais de alunos, professores e comunidade
em geral aceitam, de forma majoritária, o sistema escolar da maneira
como está, com suas práticas e normas habituais. Onde o funcionário
faz de conta que trabalha, o aluno faz de conta que aprende, o professor faz
de conta que ensina, o coordenador faz de conta que coordena, o diretor faz
de conta que dirige, o supervisor faz de conta que está tudo certo, o
delegado homologa, o secretário de educação faz de conta
que os profissionais de educação estão contentes e o governo
faz de conta que os paga bons salários a todos, com pisos reais e tetos
maximizados.
A escola tem se constituído em uma grande vergonha, local de disseminação
da falsa consciência, da ideologia do ego de reprodução
absurda das desigualdades sociais, que é na realidade e ao bem da verdade
um dos piores tipos de violência entre a espécie humana.
Os conteúdos, aquilo que se ensina, não são programados
em função de quem se aprende, mas sim, com a intenção
nítida de promover o mecanismo da seleção, não se
leva em consideração a realidade cultural dos alunos vitimados
pela pior das violências, que é a injustiça da desigualdade
social. Desta forma, os conteúdos são programados de maneira a
atender as atividades intelectuais, o raciocínio abstrato, em compartimentos
rigidamente hierarquizados, priorizando a inteligência racional em detrimento
dos demais tipos de inteligências.
Deste modo, os alunos em exercícios de aprendizagem não conseguem
perceber o sentido ideológico e nem a utilidade do trabalho que lhes
é imposto. Como suas tarefas, os exercícios escolares, não
trazem em seu bojo uma justificativa, resta apenas aos alunos aceitarem com
passividade e temor a sentença através do julgamento do professor,
para poderem formar um julgamento falso acerca deles mesmos, com atribuição
de culpa pelo fracasso escolar a si mesmos.
A contextualização cultural divisiona os alunos em dois tipos:
o aluno pobre que não sabe nada, não possui nada de positivo;
seus valores, seus anseios e a sua comunicação não são
valorizados; e o aluno de classe média, que tem uma boa bagagem cultural,
onde a escola se torna para ele apenas um prolongamento natural da sua casa.
A escola real, da forma que aí está, estruturada para a classe
média, vitimiza o aluno da classe pobre, ao promover um ensino onde o
aprendizado é adquirido através de cada um por si, em apologia
ao individualismo, em detrimento do trabalho coletivo, da cooperação
e da solidariedade. Desta forma, estimula a competição, robustece
o ego, robustece o germe da violência, contribui assim para tornar a sociedade
violenta, como a nossa que aí está, etc.
Nesta escola vitimizante, há a supervalorização do trabalho
intelectual em detrimento do manual; submissão, hierarquização
das tarefas, etc.; nesta só o professor é detentor do saber e
há um zelo profundo pela ordem estabelecida, onde vigilância e
punição levam ao aluno o medo do conflito, medo do confronto,
temor de contradizer alguém e temor de errar, etc.
A escola real, é planejada para executar uma função ideológica
de reprodução das desigualdades sociais. Desta forma, apesar da
expectativa dos pobres em torno desta escola, ela não pode dar certo
para eles, pois é planejada para dar certo para o sistema dominante,
constituindo-se em uma relação paradoxal de interesses conflitantes.
Conclusivamente, deve-se dizer que o objetivo maior da escola deveria ser a
formação do cidadão ético, juntamente com a democratização.
Porque sem homens íntegros, éticos, não pode haver democracia.
Entretanto, percebe-se que o objetivo da escola vitimizadora tem sido o de formar
uma minoria privilegiada, que ela entende ser mais capaz de aprender, por ser
mais esperta. Então, com base na meritocracia e nos dons inatos, a escola
dá à massa privilegiada a capacidade de pensar, planejar, dirigir,
dar ordens a outros, etc.
Com isto, os objetivos de formação do cidadão e da democratização
do ensino, que consistem em oferecer ao aluno, vindo de meio desprivilegiado
as mesmas possibilidades de êxito, ficam prejudicados. Assim, a escola
vitimizadora acaba, na realidade, preparando para o Estado trabalhadores desqualificados,
consumidores descomedidos, clientes submissos, administradores ajustados aos
fins do sistema, etc.
Porém, se a escola não é democrática na sua prática
cotidiana, como poderá formar um cidadão íntegro, ético,
para compor uma sociedade verdadeiramente democrática? Como poderemos
atingir a plenitude democrática, se lá no local onde devemos aprender
lições de democracia há uma instituição que
ideologicamente ceifa aos pobres as oportunidades de participação
nas tomadas de decisões, nos destino do país, ao excluí-los
de suas fileiras, ao negar-lhes o saber elaborado?
As exigências do sistema econômico e do sistema produtivo determinam
os conhecimentos e aptidões que devem ser adquiridos em cada contexto
sócio-cultural e quais valores e modos de comportamento que devem ser
transmitidos a clientela escolar.
A separação entre trabalhos manuais e intelectuais caracteriza
a forma como se dá a organização do trabalho e da vida
dos entes sociais, desde a época do Fordismo-Taylorismo até nossos
dias, nas sociedades industriais.
A sociedade é dividida em dois tipos de sujeitos, através da divisão
técnica e social do trabalho:
*Em baixo, tem-se uma maioria de entes sociais desqualificados profissionalmemente;
*No alto, tem-se uma pequena minoria com qualificações profissionais
altamente especializadas.
A raiz do problema está na função ideológica que
a escola desempenha a serviço do sistema dominante; o problema maior
do fracasso escolar esta fora da escola e a maioria de seus profissionais, de
seus alunos e da comunidade em geral não consegue perceber isto, por
ausência de uma consciência dialética, por ausência
de senso filosófico, etc.
Não é possível a educação da massa social,
com elevação de sua consciência do nível comum ao
grau filosófico, na escola vitimizadora que aí está. Uma
escola de verdadeira educação para conscientização
ética, para erradicação da violência humana, e para
vivência da plenitude democrática só será possível
quando o aluno puder trazer para a escola o seu cotidiano e o seu contexto social.
Esse tipo de educação só será possível se
a experiência, que cada ente social e que cada grupo social têm
em suas relações com os outros, se transformar em fonte de participação,
de criatividade, de questionamento, etc.
Apesar da função ideológica da escola vitimizadora, ela
não é estática e nem intocável. De repente ela pode,
se quiser, ensinar aos alunos, de uma maneira didaticamente construtiva, a andarem
juntos, independente de classe social; manterem-se juntos, trabalharem juntos
de forma compartilhada e solidária, deixando de lado o rigor competitivo,
que está calcado no individualismo egocêntrico.
Apesar de tudo, a escola por não ser estática e nem intocável,
vem mudando ao longo dos tempos e assumindo a forma, em cada momento histórico,
que os movimentos de transformações sociais têm-lhe configurado;
ela tem sido sempre impulsionada por tensões, conflitos e esperanças;
sempre determinada por pressões dos grupos sociais, das invocações
científicas ou de necessidades econômicas, adaptando-se sempre
aos novos tempos.
Só que até hoje, esta escola, que sempre mudou conforme as exigências
de cada época, atrelada sempre ao poder dominante, nunca se qualificou,
ao bem da verdade, para transformar o homem e, conseqüentemente, a humanidade,
para um novo comportamento de cooperação, de associativismo e
solidariedade. Isto é, já à beira do terceiro milênio,
a escola convencional não conseguiu ainda educar o Homem segundo a Maiêutica
Socrática, revivida no construtivismo de Vigostky e Piaget; elevá-lo
a um grau maior de seidade, a um grau maior de humanização, de
conscientização, de solidarização universal, de
libertação do materialismo sistêmico, etc...
Para início de uma educação libertadora, rumo a uma sociedade
humanamente solidária, é preciso que haja uma profunda reflexão
por todos os envolvidos no sistema escolar acerca do papel do professorado,
do lugar onde está inserido e de uma modificação de sua
conduta dentro da sala de aula; deixando de estar a serviço do sistema,
para sempre se colocar a serviço do ente social do sistema.
Esse novo modelo de escola antiviolência, voltada para a construção
da emancipação do desvalido social, passa por uma crítica
da instituição escolar, levando os educadores ao interesse de
outras dimensões de ensino, de uma pedagogia revolucionária, mais
participativa, mais criativa, democrática e libertária.
Em razão do atrelamento da escola aos interesses dos grupos que dominam
a vida social, cultural e econômica da nação, e por legitimar
as diferenças sociais, o sistema escolar não oferece educação
e não forma ninguém. Pois, segundo os grandes educadores: "Educação
é tudo aquilo que fica inserido na alma do estudante, após haver
saído da escola, e ter esquecido tudo o que ali se aprendeu."
Capítulo 4.
Pseudo Educação
No nosso país, nação dos pobres, dos favelados, dos marginalizados,
a escola não é educacional e nem muito menos instrucional. Ela
não tem correspondido às expectativas das diferentes camadas sociais.
Ela é centralizada, burocrática, autoritária e geratriz
de violência descomedida; ela é incapaz de atender as exigências
sociais e culturais, que passam pelas individuais. É uma escola limitada
economicamente, com dificuldades pedagógicas, políticas e administrativas.
Desta forma, a escola deixa de ser uma instância educativa na essência
da palavra. Porque, educação é resultante de ensinamentos
dirigidos ao crescimento da consciência do educando, enquanto que instrução
é toda mensagem destinada, quase sempre, a hipertrofiação
do ego deste.
Não pode ser educativa esta escola que aí está, que se
constitui em um observatório político, em um local de observação,
que controla sua clientela, tudo e a todos, para delimitação dos
desvios dos alunos, através do conhecimento do comportamento deste e
da vigilância contínua.
Educar-se significa despojar-se do poder para uso próprio; então,
não pode ser educadora uma escola que é um aparelho de produção
do poder, que desenvolve na criança e no adolescente o germe egóico
da legião da ambição, para estimulá-los à
competição exacerbada, a ações solitárias,
afastando-os em definitivo da solidariedade, da cooperação bilateral
.
Não pode ser educadora uma escola que se constitui num mundo fechado,
que é controlada cuidadosamente pelos agentes orgânicos do sistema
dominante; onde há pré-determinação de papéis
a serem cumpridos por seus alunos, que ali se matriculam já com seus
destinos marcados por "profecias auto-realizadoras", de síndrome
do fracasso.
Não há educação para liberação nesta
escola violentadora; onde os professores, os diretores e os funcionários
aceitam docilmente, e executam, as normas escolares e sociais com o aval dos
pais dos alunos; onde os alunos julgam uns aos outros, por meio do aprendizado
e da competição. Constitui-se num verdadeiro fracasso educacional
as ações da escola que classifica seus alunos através da
promoção ou da punição, com a função
de distribuí-los de acordo com seus comportamentos, segundo uma trajetória
nefasta; onde todos os alunos iniciam por um caminho comum; mas, ao final se
diferenciam, com uma seleção que engendra uma divisão:
uma minoria domesticada para atender mandos do estado e uma imensa maioria que
se convence de que o seu fracasso se deve a ela mesma e apresenta-lhe, neste
instante, um único caminho a seguir: empregar-se no mercado de trabalho,
em condições não muito interessantes, com baixa remuneração,
incorporando-se ao famoso "exército de reserva".
Não atende às expectativas de educação da maioria
desvalida, uma escola que usa a prática do princípio da coerção,
chamado por Foucalt, de penalidade da norma, que introduz no ensino normas gerais
de educação, de disciplina, de ordem, de comportamento, de punição,
etc.
Por este sistema, a escola, fomentadora da violência, submete seus alunos
a uma pressão constante, com a intenção de fazê-los
seguir o mesmo modelo de comportamento; e, desta maneira, submetê-los
à subordinação, à docilidade, à ingenuidade,
etc.; usando para isso a prática dos exercícios dos deveres e
todas as partes das disciplinas, ideologicamente pré-elaboradas para
tal fim; isto é , para estabelecer o princípio da igualdade formal,
que conduz à homogeneidade e também à aferição
dos desvios, tornando úteis para isto as diferenças.
A massa social desvalida, precisa tomar cuidado com a escola sentenciadora,
onde há professores que agem como porta-vozes das normas educacionais,
elaboradas segundo a visão dominante; pois lá também é
onde há pais de alunos agindo como guardiões das normas da instituição.
Cuidado com a escola pseudo- educativa que usa em sua prática o princípio
da exaltação ao individualismo egóico, com exercícios
repetitivos, impositivos e injustamente privilegia a egolatria, o esforço
individual, o trabalho solidário e os sucessos personalizados.
Este sistema causa, por outro lado, tensão e inquietação
ao aluno e ansiedade em seus pais, porque se sobrepõem ao sistema de
notas e se constitui em um sistema de punição e recompensa.
Nesta escola de pseudo-educação, não há nenhuma
ação dirigida à transformação da massa social
desvalida; nada mudará nesta, se não forem modificadas as coisas
muito simples, como o cotidiano de sua comunidade, por exemplo.
Não educa a criança, a escola que usa a vigilância para
controle do aluno, para esquadrinhamento do seu tempo, do seu espaço
e das atividades destes.
Não há educação na escola que aí está,
que utiliza a punição para marginalizar, para classificar, diferenciar
e selecionar os alunos, levando-os a um comportamento uniformizado. Foge dos
padrões educacionais a escola que produz em seu seio indivíduos
normalizados, não críticos, mantenedores dos padrões tidos
como desejáveis pelo sistema de ensino. Nesta escola, qualquer pensamento
novo, criativo, toda ação inovadora, é tido como comportamento
desviante, que vem pertubar o ambiente escolar. Então, este comportamento
desviante se constitui em ponto referencial para que haja manutenção
da uniformidade.
Capítulo 5.
Vigilância, Instrumento de Dominação e Controle.
Ao estudar Foucaut, Guimarães
e os trabalhos da IDAC podemos aprender que a escola convencional, de pseudo-educação,
ideologicamente chamada de educadora, presta um desserviço aos pobres
através da vigilância, entendida como esquadrinhamento do espaço,
do tempo, do gesto e das atitudes de cada aluno. Cada aluno ocupa um determinado
lugar no espaço e no tempo. Um local que é marcado e ocupado de
maneira a ser utilizado intensa e rapidamente .
Os métodos de esquadrinhamento representam o poder usado para controlar
as operações do corpo, com o objetivo de produzir entes sociais
submissos, dóceis e exercitados aos mandos do sistema.
É um fracasso para o povo pobre, a escola que utiliza a vigilância
para possibilitar o controle do corpo, como um suporte básico para o
exercício da política disciplinar, inserida na prática
de ensino, transformando-a num verdadeiro observatório político.
Não presta para os pobres, a escola de pseudo-educação,
que se constitui num local onde se pode ter conhecimento de todos os alunos
pobres, possibilitando a classificação, qualificação,
punição e normalização de todas as pessoas ali inseridas.
A escola pseudo-educativa abusa de sua autoridade, com muita rigidez disciplinar,
numa tentativa clara de diminuir, com o seu poder, a possibilidade de contestação
dos alunos. Sua arbitrariedade visa claramente amedrontá-los, para que
aceitem os limites impostos pela instituição.
Desta forma estes alunos aceitam o poder de punir e ser punido como uma prática
natural entre eles, de acordo com os critérios estabelecidos pela instituição.
A propalada escola convencional, cantada em versos e prosas pelo sistema, defendida
pela legislação como sendo formadora de cidadãos de consciência
crítica, acaba, na realidade, fazendo com que os seus alunos percam a
noção de seus direitos. Porque a punição acaba garantindo
a ausência da capacidade de crítica.
A escola pseudo-educativa, através de um modelo pedagógico antiquado,
que utiliza a vigilância como o principal instrumento de controle, dentro
das normas estabelecidas covenientemente, para obtenção de comportamentos
homogêneos, não consegue instalar uma didática para erradicar
a causa da violência, da agressão e do vício das drogas
de seus alunos.
As normas estabelecidas, que atingem os corpos físicos e psicológicos
dos alunos, são inseridas em legislação convencional do
sistema, nos Regimentos Comuns das Escolas Estaduais, e por uma série
de regras não escritas, transmitidas aos alunos diretamente, através
das normas internas de cada unidade escolar, e outras, que impliquem no controle
do tempo, dos gestos, das exigências e das atitudes dos educandos. Assim,
a escola pseudo-educativa acaba identificando os entes desviantes, via homogenização
de comportamentos.
Ao ler Áurea Maria Guimarães, aprendemos que as diferentes formas,
pelas quais a vigilância acontece, revelam que o poder não é
objeto natural que se possui, mas é uma prática social, ideologicamente
engendrada. Na realidade, as relações de poder, as práticas
constituídas, historicamente, se dissimulam por toda estrutura social,
atingindo os indivíduos em seus gestos, seus discursos, suas atitudes,
suas aprendizagens, suas vidas cotidiana, etc.
Capítulo 6.
Punição, Forma de Castigo ou de Discriminação?
Em regime de uma sociedade economicamente desigual, é normal que discipline
por meio de punição, como modo de discriminar comportamento dos
sujeitos, passando a diferenciá-los, a hierarquizá-los. Desta
forma o ato punitivo não tem como objetivo sancionar o infrator pela
infração cometida ,mas sim controlar, qualificar o indivíduo.
Distancia-se da educação, a escola que usa a punição
como uma técnica disciplinar, onde punir é exercitar a sua função
ideológica de homogenização. Aí é fantasioso
pensar que penalidade é uma maneira de reprimir os delitos.
A punição pode produzir nos indivíduos a ausência
da crítica, a normalização, a seleção, além
de visar a uniformidade de comportamento. A escola tem tratado ao longo do tempo
todos os alunos da mesma maneira, inclusive até na aplicação
dos castigos, para conseguir detectar comportamentos desviantes. Quem não
cumpre as normas é tomado por ela como parâmetro dos comportamentos
tidos como indesejáveis.
Uma escola que pune seus alunos com objetivos escusos, rebaixando-os e degradando-os,
não pode ser educativa. Não é educativa esta escola que
possui um sistema de fornecimento de notas, estabelecido de acordo com o comportamento
dos alunos; que possui uma vigilância constante, que os classifica, os
qualifica e pune. Desta forma as notas boas são associadas a bom comportamento,
e as notas baixas, a mau comportamento.
Não pode ser educativa, a escola que pune rebaixando, degradando, colocando
em evidência, distinguindo os alunos que possam caracterizar a desordem.
Uma escola que estabelece um sistema de fornecimento de notas, que superpõe
a um esquema próprio de punição e recompensa, para robustecimento
do eu da competição, em detrimento da formação da
essência da cooperação.
Não pode ser educativa, a escola que produz a normalização
e a ausência de crítica no aluno, que rebaixa e degrada; terminando
produzir neste o medo de falar, para não correr o risco de ser criticado
ou, até mesmo, de ser punido. Assim, a escola, ao invés de produzir
a maturação dos alunos, produz a infantilização
em crianças, ao tratá-la como prisioneiras, ao controlar as atitudes
desviantes com o controle do comportamento destas. Não pode ser educativa,
a escola que possui as punições como instrumentos que tentem catalisar
as identidades dos alunos, o perfil de seus comportamentos, por meio de anotações,
que se prestam a uma utilização eventual; como ocorre, por exemplo,
no livro de assentamento das ocorrências, das advertências, das
suspensões, nos termos de compromissos, nas transferências compulsórias,
etc.
Não pode ser educativa a escola onde professores, funcionários
e direção usam como punição palavras depreciativas,
para chamar atenção dos alunos, como "favelado, por exemplo,
"bobo", 'índio", "maloqueiro". "selvagem",
"maconheiro", "marginal," etc.
A escola convencional, por não ser de natureza educativa, não
discuti coletivamente estes sistemas de punições; não conscientiza
que estes instrumentos de controle são ideológicos, que favorecem
a tranqüilidade do professor, mas que desestimula o aprendizado do aluno;
e provoca reações naqueles alunos que percebem as incoerências
neste sistema disciplinar; insere no alunado a capacidade de revide às
agressões de professores, de funcionários de diretores e o desinteresse
pelo estudo, etc.
Capítulo 7.
Depredação e pichação, componentes da violência
escolar.
Uma escola que quer educar deve refletir sobre o sistema de punição;
verificar que a penalidade não visa punir o que aluno fez somente, e
não tem por objeto a revisão de atos que estejam prejudicando
o seu desenvolvimento pessoal, mas o que se procura é controlar o comportamento,
neutralizando as possíveis disposições para rebeldia, desordem,
perigo, etc.
A escola que pretenda ser educativa deverá fazer uma profunda reflexão
junto com os seus alunos acerca das causas dos atos inconseqüentes destes;
porque isso acarreta o desenvolvimento da consciência crítica dos
elementos que participam do processo do ensino-aprendizagem, envolvendo escola
enquanto instituição e outros órgãos a ela ligados.
Em educação, no sentido restrito da palavra, só tem sentido
punições, em última instância, como sendo aquelas
que visam melhorar o relacionamento humano dentro da escola, ampliar o esforço
de grupo e a solidariedade. Portanto, é preciso desenvolver nas escolas
a prática da reflexão coletiva, da crítica construtiva,
para se acercar das causas do riscamento dos carros dos professores, das pichações,
das depredações, do uso das drogas, da violência generalizada,
etc; perguntando ao estudantado: porque que as dependências da escola
são pichadas, depredadas, etc?; porque cresce o tráfico e o uso
de drogas entre os estudantes nas escolas?; porque tem aumentado a agressão
e a violência entre os estudantes no interior das unidades escolares?
Há necessidade urgente deste tipo de discussão, para que se chegue
à essência dos fatos; partindo-se da sua aparência para o
desvelamento da realidade, que ideologicamente ai foi ofuscada . O carro riscado,
o aluno problemático, o professor bravo, os pais aborrecidos, o confronto
das pessoas envolvidas, podem representar o início de uma ação
para se saber quem é que está por detrás de tudo isto.
Capítulo 8.
Depredação, um componente da violência.
A preocupação acerca da depredação dos prédios
escolares é muito grande. Não só os alunos, mas outros
elementos da comunidade invadem os estabelecimentos, à noite, nos fins-de-semana
e nos feriados, para danificar instalação, roubar equipamentos
e assaltar alunos e professores, etc.
Em tais escolas a instituição escolar e o sistema jamais foram
questionados pelos alunos e pelos professores, no sentido de se chegar ao cerne
da questão.
Não há questionamento sobre a instituição escolar;
então, enquanto tal, a violência é do professor, do diretor,
dos funcionários, dos alunos, etc. Sempre é apontada a vadiagem
do aluno, a maldade das pessoas, a desobediência, etc, como causa da violência;
quando em verdade, é conseqüência desta.
Geralmente a escola é desorganizada, há falta de professores,
há falta funcionários, há falta de material, e há
falta de tudo ! Mas, lá se exige organização dos alunos,
numa total desconexão entre aquilo que oferece e aquilo que exige. Para
solucionar o problema da indisciplina, da violência, da depredação,
etc, geralmente, se propõem aumentar a vigilância, aumentar a segurança
do prédio escolar, ampliar as normas e regulamentos, etc. Contudo, indisciplina,
violência, desrespeito e depredação vem aumentando freqüentemente,
tanto em escola com rígido esquema de vigilância, de segurança
e de punição, quanto naquelas onde há ausência quase
total de tais normas.
Depredação, violência e indisciplina, muitas das vezes,
se constituem em resposta que os alunos dão à repressão,
às normas rígidas e aos desrespeitos oferecidos pelos professores,
diretores, funcionários, supervisores, dirigentes regionais de ensino,
que agem, ideologicamente, em conjunto com o governo, na tarefa de reprodução
das desigualdades sociais.
Desta forma se associam depredação, indisciplina com marginalidade.
Em realidade, o sistema não se importa com o rendimento escolar da classe
desfavorecida; conseqüentemente, há desrespeito e falta de habilidade
e de interesse em lidar com os estudantes.
Em geral, a depredação, a indisciplina e a violência, que
na realidade é produto do hipertrofiamento do ego, é evidenciada
pela rigidez no sistema de vigilância e punição, na falta
de organização e no exercício de controle sobre os alunos;
onde se misturam faltam de organização e coerção
pelo sistema.
Porque se associam depredação com violência? Porque nas
escolas onde há depredação, indisciplina e violência,
as relações, entre as pessoas que ali convivem, se caracterizam
pela repressão que a direção e os professores exercem sobre
os alunos. Os alunos, por sua vez, revidam a isto também, com indisciplina,
depredação, pichação e violência múltipla.
Assim, as escolas acabam associando a depredação, a indisciplina
e a violência em geral, com marginalidade.
Onde há bom relacionamento, calcado na teoria das inteligências
múltiplas, entre professores, alunos e direção, onde há
um clima democrático, há organização, disciplina,
ordem e os alunos sentem a escola como um local agradável.
Capítulo 9.
Educação não combina com competição.
É preciso que se conheça na escola, por parte de professores,
direção e alunos, esta rede intrincada de ações
e reações, de ajustes e desajustes do ensino à economia,
por meio de uma discussão coletiva, para o estabelecimento de relações
mais críticas entre a sociedade, a escola e o indivíduo; partindo-se
do cotidiano, da observação, da análise de situações
concretas vividas por todos. É preciso que, ordenadamente, todo grupo
de pessoas da comunidade escolar seja levado a discutir seus problemas e buscar
soluções em conjunto para estes. Equivocadamente, sempre se associou
educação do homem ao modelo econômico reinante. Porém,
educação só se associa adequadamente à transformação
interior do homem. O que se associa a modelos econômicos são, em
verdade, os adestramentos, os treinamentos, as instruções mecânicas,
etc. Educação não combina muito bem com competição,
mas rima perfeitamente com colaboração, entre os entes humanos.
Já se adestrou o homem para a economia de escala, ensinando-lhe a apontar
parafusos, nos modelos fordismo-taylorismo, executando rotineiramente tarefas
simples, etc. Mas, agora, adestra-se o homem para modelos mais complexos de
operações no trabalho, adequando-o à tecnologia moderna,
aos meios de comunicações sofisticados, ao modelo neoliberal,
à economia global, etc. Ninguém fala em educar o homem para empatia,
eduzindo de seu interior os seus erros e ajudando-o nas transformações
de seus defeitos em virtudes; elevando-o na escala da seidade interna, da ética,
da moral, etc. E é uma pena, porque se assim agíssemos na educação
deste homem, o social, o econômico, o ético, o desenvolvimento
tecnológico, etc., viriam como conseqüência direta desta formação
holística.
É bom que todos nós educadores saibamos, que se são as
exigências do sistema produtivo que determinam, em cada etapa histórica,
os conhecimentos, os valores e os modos de comportamentos, que deverão
ser inculcados nos nossos alunos, através dos sistemas de ensino, então
aí não poderá haver educação. Se não,
tão somente instrução, treinamento, adestração,
etc.
Se nós educadores que compreendemos isto, não contestarmos incessantemente
este sistema produtivo injusto; e o modo como nossos alunos são inseridos
nele para serem treinados, domesticados e para serem adequados a esse tal sistema,
estaremos cometendo uma grande falha; cumpre-nos capacitarmos constantemente,
por hora, para nos tornarmos competentes mesmo que neste sistema que aí
está; para daí adiante transformar a maneira de se enfocar as
relações dentro da escola, direcionando a adestração,
que o sistema impõe aos alunos, para uma verdadeira educação.
Começando por levar todo o grupo a discutir seus problemas, construtivamente,
e buscar respostas em conjunto, solidariamente.
Professores, diretores, funcionários, alunos e a sociedade, em geral,
estão bastante desencantados com esta pseudo-educação,
que se dá nas escolas, e com a vida de modo geral.
Os educadores, em geral sabem, que os processos administrativos, a burocracia,
etc., são fantasmas que pairam sobre as escolas; onde os diretores, os
supervisores, etc., se preocupam demasiadamente com a infra-estrutura da sua
escola; mas, se preocupam muito pouco com o estudantado e que, de modo geral,
são portadores de uma mentalidade conservadora e retrógrada.
É preciso incentivar em todas estas escolas, em que a direção
anda com o freio-de-mão puxado, o uso da quadra, da sala de projeção,
do palco, da biblioteca e de todas as dependências, para realização
de festa, olimpíadas, gincanas, campeonatos, teatros, shows, etc.; com
o objetivo de integração e de educação dos alunos;
e com o estabelecimento de novos valores, diferentes dos tradicionalmente estabelecidos.
A escola burocrata deve ser transformada, gradativamente, em palco de discussão
e de crescimento para todos; onde os desejos dos alunos, suas necessidades,
suas falas, suas culturas e seus cotidianos, constituem os principais parâmetros
para se elaborar as diretrizes gerais de organização da escola
e educação formativa do estudantado.
Capítulo 10.
Psicologia da violência Generalizada.
Todo defeito do ente humano tem sua origem no ego. O ego é a causa de
todo mal. É responsável por toda amargura, tristeza e fracasso
da raça humana. Portanto, a causa da depredação, da pichação,
do uso das drogas e da violência generalizada, na escola, na família,
nos campos de futebol, no trânsito, na ecologia e na sociedade em geral,
está inserida no ego, na forma de agregados psíquicos inumano,
em suas múltiplas formas mentais.
Os elementos psicológicos da ambição são os responsáveis
pelo desequilíbrio do homem materialista, que tendo todo um aparato ideológico
amparado pelo sistema, passa a acumular riquezas materiais, razão do
desequilíbrio financeiro e da injustiça social. Pois tudo aquilo
que é acumulado, de um lado por alguns, é exatamente o que faltará,
do outro lado, para os demais.
O mestre Samael dizia que o homem sempre esteve diante de dois monstros que
queriam devorá-lo; de um lado, o capitalismo e do outro, o socialismo.
Hoje, já desapareceu o socialismo do Leste Europeu. Entretanto, sobrevive
o monstro do capitalismo, sob a forma moderna do neoliberalismo.
A economia Global leva a riqueza, produzida por todos, a se concentrar nas mãos
de poucos. Dentro em breve teremos o capital concentrado nas mãos de
algumas poucas pessoas; enquanto que a grande maioria da massa de seres humanos
estará descapitalizada, pobre, sem emprego, sem teto, sem educação,
sem saúde, sem alimento, sem nada, e completamente escrava daqueles que
detém o capital.
Só que, como a dinâmica é pendular, pela dialética
dos fenômenos, tudo volta à origem, no incessante movimento de
vai-e-vem; daí que não haverá segurança para ninguém.
Nem para o violento acumulador de capital, que se aquartela em sua própria
casa, com muros altos, com cachorros de guarda, com alarmes e todo tipo de dispositivo
de segurança; e nem para o sem nada, que para sobreviver, hipertrofia
e coloca em ação o eu do roubo, do seqüestro, do latrocínio,
etc.
O sem nada, vitimado pela violência da injustiça social, robustece
dentro de si o eu da ira; e, ao hipertrofiar este eu psicológico, eclode-se
nas mais variadas formas de violências pluridimensionais. Coisa que escola
nenhuma ensinou até hoje; por isso a educação do ente humano
é um fracasso em todos os quadrantes da terra.
Capítulo 11.
Técnicas para dissolução da violência.
Não se pode erradicar a violência da sociedade, da forma como se
tentou até hoje, atacando-a no efeito. É preciso atacá-la
no seu nascedouro, na origem, na causa. E, para isso, precisamos saber onde
ela nasce; coisa que a escola convencional não ensina às crianças.
Não ensina, porque não sabe. E não sabe porque não
quer saber a verdade, a crua realidade dos fatos.
E por incrível que pareça, qualquer indivíduo pode erradicar
de dentro de si mesmo os germes da violência; para isto, basta saber como.
E o saber como, até hoje, a escola não ousou ensinar, porque não
aprendeu ainda. E, para ensinar isto ao ente humano, a escola precisaria ter
uma didática concreta, que orientasse o estudantado a maneira correta
de combater a violência na causa por meio da dissolução
dos seus eus inumanos, do seu ego.
Para acabar com a violência social é preciso que a escola ensine
aos alunos, crianças e adolescentes, entre estes aqueles que ainda não
se tornaram demasiadamente violentos, a maneira como não se prostituírem
socialmente com a violência generalizada do mundo adulto; a não
se tornar violento, como mais uma vítima do sistema. E, é preciso
ensinar, a quem já se contaminou com os vírus da violência,
com os eus da ira, da ambição, da inveja, da preguiça,
da gula, da luxúria, do orgulho, etc., a técnica de erradicação
destes defeitos, por intermédio do sistema de revolução
da consciência, que começa com a prática de auto-observação
de si mesmo. É preciso ter a coragem de ensinar às crianças
que a violência de concentrar bens materiais, no modelo econômico
injusto, é responsável pela violência escolar, pela violência
infanto-juvenil, pela violência senil, pela violência social, pela
violência familiar, racial, etc.; e, mostrar onde ela inicia, no interior
de cada um de nós mesmo, através dos agentes componentes do ego.
Para estancar a violência vigente, seria necessário promover a
transformação do modelo econômico que aí está.
Mas, para transformar este modelo vigente, promotor da violência pluridimensional,
é preciso transformar o homem que o dirige. E, este não se transforma
sem a erradicação do ego de dentro de si mesmo.
Uma verdadeira educação, para elevação do homem
e da sociedade ao grau de HUMANO, começa por ensinar o aluno a destruir
dentro de si mesmo os aspectos animalescos que possui, o ego, o germe de todos
os males, raiz da violência pluridimensional.
É preciso uma didática concreta de dissolução destes
eus geradores de defeitos, para ensinar ao homem erradicar do interior de si
mesmo o germe da ambição e todos os outros eus engendradores de
todo tipo de violência. É preciso educá-lo com aquela educação
que possui a inteligência vegetal; da árvore produz frutos para
alimentar não só a si mesma, mas a todos os demais seres vivos
da biomassa. E o homem cria um sistema econômico violento, que lhe permite
usar o trabalho de outros homens em benefício próprio; assim,
consegue ajuntar só para si, por possuir em seu interior os agentes danosos
da ambição, tudo aquilo que a árvore produziu universalmente
para todos os demais seres vivos. E depois dizem que o indivíduo de hoje,
concentrador do grande capital, é moderno, evoluído, coisa e tal.
Capítulo 12.
Educação e Violência Múltipla.
Pitágoras já dizia, há 2.500 anos: "Eduquem as crianças
de hoje e não será preciso castigar os homens de amanhã."
Porém, a ação de educar não se vingou, a partir
de Pitágoras, até hoje. No nosso mundo atual, pseudo-evoluído,
as preocupações econômicas e financeiras absorveram completamente
os 3% de inteligência da raça humana, tanto dos que governam o
país quanto dos que são governados. Na escola convencional de
qualquer grau só se trata da instrução e da adestração.
Esqueceu-se por completo da Maiêutica Socrática, geratriz da verdadeira
educação.
Uma verdadeira educação deve-se fazer presente na escola, em todos
os momentos, principalmente no ensino fundamental, que é o alicerce formativo;
esta deve ser completamente desarticulada da questão econômica
e voltada para os valores éticos .
Quem forma o caráter de um indivíduo que, por sua vez, vai compor
a sociedade, é a educação que ele recebe quando ainda é
criança ou jovem. O destino das criaturas humanas que compõem
a sociedade está em conexão com os princípios educacionais
que lhes foram inculcados na infância e na adolescência. Daí,
pode-se dizer que a horrorosa violência, que ronda os quatro cantos do
mundo, possui suas raízes no fracasso dos sistemas educacionais. A famigerada
violência, crescente em suas múltiplas formas, nos dias de hoje,
está estritamente relacionada à inegável falta da educação,
no sentido real da palavra.
Como o povo, tanto o rico como o pobre, não auto-educou-se, ao longo
da existência humana, hoje a sociedade é um caos. Segurança,
na atualidade, é questão de vida ou de morte. Porque a violência
atinge a todas as pessoas de qualquer nível social. Ninguém é
feliz, ninguém tem paz! O desespero e o medo atingem a todos. Pois, ninguém
tem tranqüilidade nas ruas, em casa, nos campos de futebol, nas praças
de esportes, no aglomerados de pessoas, nos templos, nos carros, nos ônibus,
nos aviões, dentro ou fora da cidade.... Todo mundo vive desassossegado,
de dia e de noite, a qualquer hora. É uma situação caótica,
deplorável, a que chegou o ser humano
A violência representou o fracasso da sociedade em seu processo de humanização.
Esta violência criou um quadro imbatível, imprevisível e
absurdo, com os assaltos a bancos, a residências e a estabelecimentos
comerciais; como se verificam freqüentemente nos dias de hoje no meio social,
o que por si só comprovam a veracidade dos fatos. A população
vive atemorizada com os assaltos às pessoas, nas cidades e nos campo,
como mostra os noticiários de violência de todo tipo, agressões
e crimes, que já tomam a maior parte da televisão, do rádio,
dos jornais, das revistas, etc.
A raça humana tornou-se vítima de si mesma e está num beco
sem saída! Ao sair à noite pelas ruas, a pé, é agir
imprudentemente; pois é grande a possibilidade de ser assaltado aí.
Ficar em casa também corre o mesmo risco. As estatísticas dos
crimes contra a ecologia, contra as pessoas, o vandalismo, o bandidismo, a corrupção,
a sodomia, a depravação e a degeneração humana,
crescem assustadoramente todos os dias. Isto está nos noticiários,
nas páginas dos jornais e é do conhecimento de todos. É
a realidade atual do nosso COSMOS que virou CAOS.
As medidas que os governos vem adotando não têm conseguido resolver
os problemas e nem remediá-los. Porque qualquer solução,
do processo de violência crescente, passa pela transformação
da sociedade através da educação. Mas, como não
há educação para transformar a massa social, a questão
da violência fica insolúvel.
Jogamos a culpa nos políticos, nos governos, pela violência descomedida;
mas quem é o governo? Nada mais é do que o expoente que sai de
uma base (a sociedade) . Se a base é suja, é corrupta, é
violenta, etc., produz, conseqüentemente, expoentes sujos. Se não
há transformação, através da educação
da base, o expoente sai sujo e deplorável, ainda que sua aparência
externa seja revestida de uma pseudobeleza.
Como transformar base suja em expoentes limpos, esqueceu-se completamente do
papel da educação? Expoente, não transformado pelo filtro
da educação, reproduz com fidelidade a base impura. Se não
se coloca a escola como filtro transformador de bases sujas em expoentes limpos,
a superação da violência múltipla, dessa verdadeira
calamidade pública, que tanto infelicita os países, não
encontrará solução no nosso mundo.
Uma educação eficaz certamente seria uma grande força para
transformação das bases sujas em expoentes limpos e imaculados;
o que resultaria na diminuição da violência. É irrefutável
que a prática da educação para a modificação
do caráter do cidadão, propicia-lhe insumos para uma vida equilibrada
na sociedade. Uma educação verdadeiramente formativa, transforma
bases sujas em expoentes limpos. Da mesma maneira que se formam os políticos,
se formam os médicos, os dentistas, os engenheiros, etc.
O sistema escolar convencional que ai está é um fracasso total,
enquanto agente transformador da massa social; porque este só ousa instruir,
adestrar, segundo o modelo econômico vigente, para as coisas materiais,
o que é muito pouco no caminho da transformação. Porque
é preciso educar os jovens, inculcando-lhes princípios morais
e éticos, norteadores de suas vidas; dirigindo-os para o espírito
de cooperação mútua, ao invés da competição
egocêntrica que lhes é imposta pelo sistema escolar adestrativo.
A violência, a indisciplina e a desordem caótica, são frutos
da subeducação, da permissividade dos pais, da despersonalização
da culpabilidade, etc. Os pais e a escola, ausentes, têm produzido cidadãos
delinqüentes; uma legião de seres desajustados, esquizofrênicos,
irresponsáveis, etc. É preciso que os governos e a sociedade em
geral acreditem no que Pitágoras disse há cerca de 2.000 anos
a respeito da educação: "Educar as crianças de hoje,
para não ser preciso castigar os homens de amanhã." Porque
os jovens não nascem delinqüentes. Os germes da delinqüência,
que residem em sua psique, ao invés de serem germinados por falta de
educação, como geralmente ocorre, podem ser transformados pelo
filtro da mesma. Porque todos são educáveis, sem distinção
de raça, sexo, cor, classe social e de faixa etária. Basta, para
que isso ocorra, que haja priorização da educação,
como meio de elevação dos parâmetros éticos do ente
social. Tratem-se de fazer a educação na escola, nos meios de
comunicação, nos sindicatos, na família, etc., que os resultados
serão altamente positivos.
Nunca se viu tanta violência, urbana e no campo, no Brasil e em outros
países, o que se tem constituído em verdadeiras guerras civis
disfarçadas. Isto é o resultado da ausência de educação
para formação moral, espiritual e ética do ente humano.
Desta maneira este não logrou avançar na escala de valores da
seidade interna; o que se agravou com a falta da noção de cidadania,
espelhada na repetência e na evasão escolar, no fracasso escolar,
no desemprego maciço, nos salários irrisórios, etc.; frutos
da injustiça social, propiciados pelo monstro do capitalismo. Para dar
fim a este estado de coisas, é preciso investimento no social, na criança,
no homem, educando-os, formando-os com valores morais, espirituais e éticos.
A experiência demonstra que investir no cidadão, na criança,
é o melhor caminho para se controlar a violência. Então,
é preciso que a sociedade comunitária e o governo, como um todo,
trabalhem conjuntamente, para combater as drogas, vetor da violência,
para reduzir a miséria, para retirar o sem-nada da rua e dá-lo
abrigo e assistência condizentes com a dignidade do ente humano.
É necessário montar um sistema embasado nos valores educacionais;
onde o aluno deve ser levado a conhecer a verdade, acerca de todas as coisas
e de si mesmo. Então, a escola deve informar ao aluno que a violência
tem origem no ego; que este quem engendrou o modelo econômico que ai está,
para propiciar uma distribuição injusta de renda. Ego, que por
sua vez, dá origem à miséria, ao desemprego, a favelação
do sem-nada e à violência em geral. Também deve ser ensinado
que, por outro lado, o modelo econômico vigente, na forma de capitalismo
voraz, na sua etapa apocalíptica, e que é o grande responsável
pelo desequilíbrio social, tem sua origem na hipertrofiação
do ego.
Portanto, se desintegrarmos este ente gerador de defeitos, por meio de uma didática
concreta, que nos ensine o caminho da revolução da consciência,
a transformação do homem será um evento certo; que por
sua vez demandará a transformação da sociedade e do modelo
econômico desumano que ai está ,etc. Então, a miséria,
a injustiça social, a violência, etc., serão erradicadas,
como conseqüência direta da transformação da humanidade.
Desta forma, estaremos combatendo estes males, vetores da violência generalizada,
onde eles nascem, nas causas, ao erradicar do interior de cada estudante os
eus da ambição descomedida.
Esta mudança é radical e representa a última esperança
para o homem telúrico. Por este motivo ,a educação genuína
do ente humano não poderá estar atrelada ao modelo econômico.
Não se pode fazer um projeto de educação do ente humano,
atrelado ao modelo, como se fez até hoje. Temos que conectar a educação
do homem a valores virtuosos da essência: éticos, espirituais,
morais, etc. Porque se o educando permear-se destes valores, a transformação
da sociedade estará garantida; pois que este é o meio mais eficaz
de se combater a violência generalizada, na causa. Mas, do combate da
violência no efeito, sem a transformação da sociedade pelo
filtro escolar que transforme defeitos em virtudes, nada resultará.
Porém, se o ente humano for transformado pelo filtro da educação,
dialeticamente à luz da ética, se tornará em uma poderosa
força motriz agente de todas as outras transformações que
virão em decorrência.
Considera-se como educação para erradicação da violência,
aquela que se veicula ao estudante para o alongamento de sua inteligência,
para ampliar a sua compreensão e revolucionar a sua consciência;
levando-o a conhecer-se a si mesmo, por intermédio de técnica
da auto-observação; prática que lhe permite visualizar
os elementos psicológicos atuando na construção dos defeitos
e da violência generalizada, o que tanto infelicita os povos da nossa
sociedade. Os sistemas de ensino, ao elaborarem os seus projeto educacionais,
devem ter como objetivo o sucesso do homem, da escola e da sociedade. E nenhum
sucesso econômico, tecnológico, material. etc., compensa o fracasso
da massa social, aqui no Planeta terra. E, todos nós sabemos que este
fracasso vem na forma de globalização econômica, destruição
familiar, desemprego, trabalho infantil, fome, injusta distribuição
de renda, ausência de política concreta de reforma agrária,
imoralidade generalizada, perdas de parâmetros éticos da sociedade,
mortalidade infantil, epidemias, discriminação social e racial,
torturas, guerras entre os povos, agressividade, drogas nas escolas , pichação,
depredação escolar, criminalidade exacerbada e violência
geral; coisas que exterminam a raça humana e põe fim à
espécie Homo sapiens, no Planeta Terra.
É preciso levar em conta, ao planejar o ensino, a perda de parâmetros
éticos do ente social, em quase todos os setores da vida. Nossa sociedade
evolucionou tecnologicamente, sem que houvesse expansão da sua consciência.
Daí perdeu-se os referenciais éticos, na família, nos aglomerados
sociais, na política, na televisão, no rádio, na dança,
na música, na Internet, nos esportes, nas escolas, no comércio,
nos serviços públicos, etc. Devido ao hipertrofiamento do ego,
levar vantagem em tudo é a lei do homem atual, torpe e egoísta
em sua totalidade.
Capítulo 13.
Ação na Causa dos Acontecimentos.
Conta-se que era uma vez três pescadores, que estavam pescando num determinado
rio, no meio de uma imensa floresta. De repente um dos pescadores notou que
uma criança caiu dentro do rio; imediatamente parou de pescar, para socorrê-la.
Tendo socorrido-a voltou a pescar novamente. Logo em seguida notou que mais
duas crianças haviam caído no rio. Imediatamente deixou mais uma
vez a pescaria e chamou seus dois outros amigos para ajudá-lo. Entretanto
somente um deles atendeu ao chamado; enquanto que o terceiro amigo continuou
a pescaria normalmente. Após socorrerem às duas crianças
puseram-se a pescar outra vez. Logo em seguida observaram que seis crianças
haviam caído dentro do rio. De pronto os dois amigos convidaram o terceiro
para juntos socorrerem as crianças. Todavia este novamente não
veio; não adentrara a água. Perguntado pelos dois primeiros amigos
qual era a razão da não ajuda, ele disse categoricamente: enquanto
vocês dois fazem a operação de resgate destas seis crianças,
eu vou investigar de onde e porque estão caindo. E, assim, enquanto os
dois primeiros amigos efetuaram o resgate das crianças, o terceiro deles
encontrou o local de onde as crianças caiam e a razão de tais
quedas. Assim, pôde-se evitar que mais crianças caíssem,
em progressão geométrica, erradicando os motivos das quedas, na
fonte, na causa.
O terceiro agente desta narrativa teve um valor de ação superior;
pois atuou na causa do problema, para equacioná-lo e solucioná-lo
definitivamente. Enquanto que os dois primeiros embora tivessem atuado com feitos
heróicos, o fizeram no efeito, sem qualquer equacionamento e resolução
do problema.
Esta estória, que se adapta a muitas coisas, serve para nos mostrar as
diferenças gigantescas que há entre a instrução
adestrativa, dada pelas escolas convencionais, até hoje e a verdadeira
educação, que poderá ser dada no futuro, como uma última
esperança da raça humana, aqui no Planeta . Porque a verdadeira
educação ataca o problema da violência na causa e não
no efeito, como se fez até hoje, com um ensino da escola convencional,
que é genuinamente adestrativo, dirigido á subconsciência,
ao ego do estudantado.
Equacionar e solucionar o problema da violência é uma questão
puramente educacional. Ou se resolve esta questão de uma vez por toda,
na causa, com educação; ou, do contrário, com instrução
amestrativa, como a que é dada ai, ficará insolúvel, por
ser hipertrofiadora do ego; pois é dirigida a este. Sem educação
transformadora, dirigida à consciência do educando, as nossas crianças
continuarão caindo no rio da violência, em progressão geométrica;
e os dois pescadores (escolas convencionais de adestramento) não conseguirão
salvá-las, por atuarem no efeito do fenômeno.
É preciso, urgentemente, implantar a Educação do Terceiro
Milênio, para atacar o problema da violência na causa, no seu nascedouro,
no ego, que é a raiz de todos os males (onde as crianças caem
no rio das drogas, da agressão, do caos). Não se pode continuar
com os sistemas de ensino como estão, sob pena de fracasso total da raça
humana. Não se pode também continuar tratando o problema das drogas,
da depredação, da agressão e da violência generalizada,
no efeito apenas, assim como fizeram os dois pescadores que salvaram as crianças
do afogamento. É preciso atacar a violência na causa, inteligentemente,
com educação verdadeira, como fez o terceiro pescador, para a
salvação integral de todas as nossas crianças.
Capítulo 14.
Propostas concretas de combate à violência.
A única maneira eficaz de erradicar a violência das escolas e da
sociedade em geral, seria combatê-la na causa, dissolvendo seus agentes
causadores, os elementos psicológicos inumanos componentes do ego. Porque,
neste cosmo relativo, existe a lei de causa-efeito. E, naturalmente, cessando
a causa, cessa o efeito. Se eliminarmos o ego, causa dos defeitos, cessa a violência,
que é seu efeito, conforme já foi dito.
Enquanto a sociedade não se decida, e provavelmente nunca se decidirá,
combater a violência no seu nascedouro, na causa, eliminando os agregados
psíquicos de dentro de si mesma, é preciso estabelecer programas
alternativos de combate desta; mesmo que seja em no efeito, para amenizar seus
resultados catastróficos; antes que seja tarde demais e a massa social
vá ao caos total. Então, na minha visão, um programa eficaz
de combate à violência se faz de dois modos interativos, concomitantes
e permanentes, em duas frentes: a)- Combate constante no efeito desta, com prevenção
e com repreensão, dependendo de onde ela esteja situada na senda do crime,
no seu movimento que vai desde da intenção até a prática
da delinqüência; b) - Combate constante e intensivo na causa, com
educação revolucionária, calcada nos princípios
morais, espirituais e éticos; com base na Filosofia Socrática,
na Mecânica Newtoniana, na Cosmovisão Einsteiniana e na Psicologia
Revolucionária do Mestre Samael.
a)- Combate da Violência no Efeito, Preventiva e Repreensivamente.
Para combatermos a violência no efeito, de modo preventivo, como se fez
até hoje, podemos agir, na minha compreensão, como se segue:
1-Fazer uma profunda reflexão em todo o mundo acerca da violência
múltipla, na família, na escola, no trânsito, nos esportes,
na ecologia, etc.
2-Instituir um dia universal de cada ano, para passar os nossos feitos negativos
a limpo, refletir sobre os nossos defeitos, nossos erros, que quase sempre engendram
violências; arrependermos de possuí-los e tomarmos atitudes sérias
para emendarmos deles, combatê-los e erradicá-los, para o bem de
nosso semelhante e da empatia da massa social a limpo. Poderia ser este dia,
o dia da morte de Jesus Cristo, a maior autoridade entre os seres humanos a
posicionar radicalmente contra a violência e a favor da paz; entretanto
foi barbaramente vitimado pela injustiça e pela violência descomedida
do ente humano.
3-Incluir nos currículos escolares e programas de ensino, proposta de
conscientização acerca da origem e conseqüência da
violência entre os seres humanos; estabelecendo atividades educativas,
profiláticas, etc., para enfrentamento e erradicação desta.
4-Desenvolver ações integradas, no mundo inteiro, envolvendo a
família, a escola, todos os segmentos sociais, as instituições
sociais, etc., no sentido de encaminhar soluções de combate a
todo tipo de violência.
5-Conscientizar a todos, através das escolas e dos veículos de
comunicação, acerca de que a violência é algo que
diz respeito a todos nós; porquanto é fruto e desmembramento das
condições sociais, econômicas e da perversa política
econômica do injusto regime capitalista, vigentes em nosso país
e no mundo.
6-Conscientizar o estudantado a identificar através da observação,
a presença da violência no cotidiano, na família, no trabalho,
no trânsito, nos esportes, na escola, em todas camadas sociais, na ecologia,
em pessoas escolarizadas da mais alta formação intelectual, etc.
Identificando preliminarmente, através da observação da
violência existente em si mesmos, devido à presença do ego
em cada um de nós.
7-Levar o estudantado a se conscientizar de que a violência é altamente
disseminada pela massa, e que é institucionalizada pelo sistema político
e econômico, dominantes, etc.; que, em conseqüência disto,
a vida se torna mais difícil e complicada para todos nós; e de
que a vida, enquanto valor divino, supremo, se torna cada vez mais desrespeitada
e banalizada.
8-Ajudar o estudantado a se conscientizar de que os laços de amizades
genuínas, de cooperação, de solidariedade, o espírito
comunitário e o exercício de cidadania plena, estão desaparecendo
do nicho ecológico do ente humano, por causa da hipertrofiação
do ego, da violência generalizada e da banalização da vida.
9-Conscientizar o estudantado acerca da perda dos parâmetros éticos,
morais e espirituais entre os entes sociais componentes da massa humana; e ajudar
o alunado a desenvolver atitudes positivas no sentido de reconquistar tais valores,
que foram perdidos.
E, repreensivamente é a maneira com que se combateu a violência
até hoje. O Sistema possui todo um aparato, revestido adequadamente,
com a ideologia dominante, para a execução desta função.
Sobre esta já se falaram exaustivamente muitos autores, entre eles, por
exemplo, os que citamos ao longo deste livro, Michel Foucalt; Ana M. Guimarães,
Einstein e outros. Então, Não precisamos abordá-la novamente,
pois foi o que fizemos ao longo de todo este trabalho
B) Combate da Violência na Causa.
Este método consiste em levar o educando a aprender investigar os seus
próprios defeitos, através da técnica da auto-observação
de si mesmo; para, em seguida, efetuar a eliminação destes, por
meio da aplicação do primeiro fator de revolução
da consciência, conforme está didaticamente demonstrado na Psicologia
Revolucionária do Mestre Samael.
Se não combatermos a violência, em seu nascedouro, na causa, enquanto
se combate também paralelamente no seu efeito, por todos os meios disponíveis,
com uma verdadeira batalha, a massa social vai ser dizimada em progressão
geométrica indelevelmente. Nós poderíamos vencer esta batalha,
se praticássemos o que se ensina na Psicologia Revolucionária
do Mestre Samael. Se praticássemos o exercício da auto-observação,
continuamente, iríamos constatar o mais cru realismo da existência
da eterna batalha entre o bem e o mal; e que não está lá
fora, mas dentro de cada um de nós mesmos.
A violência é apenas um efeito dos componentes do mal, que estão
radicados sobre os agentes do ego, em nossa psique. É apenas efeito de
um dos componentes dos sete defeitos capitais, que tem por causa um elemento
psíquico chamado ira. Então, o mal chamado de violência,
nossos erros, nossos defeitos e nossos sofrimentos, são gerados em nosso
interior psicológico através de agentes psíquicos componentes
do ego.
Por outro lado, existe também, em nosso interior, um componente psíquico
determinante do bem, chamado de Essência, em quantidade diminuta, num
percentual ínfimo de 3%, conforme já frisamos. Então, o
verdadeiro combate à violência, se faz, de maneira eficaz, ao atacá-la
na causa, com uma verdadeira educação, que ensine ao estudantado
aprender a aprender erradicar de dentro de si mesmo os agentes causadores da
violência; e liberar a essência fabricadora das virtudes, causas
do bem, agentes da paz e antítese da violência; condição
essencial para se achar os parâmetros éticos perdidos; e restabelecer
os parâmetros éticos, os valores morais e espirituais entre os
seres humanos.
Capítulo 15.
Educação Revolucionária
Ao falarmos em educação centrípeta, educação
genuína, educação verdadeira, etc., ao longo deste livro,
referíamos à Educação Revolucionária. Educação
Revolucionária é a pedagogia da antiviolência que promove
a revolução da nossa consciência. E a verdadeira revolução
é aquela que nos leva a romper definitivamente com o passado e conectar
ao futuro através do presente.
Então, para a Educação Revolucionária, o importante
é a vida do estudantado no presente; porque, a Escola Convencional tem
preparado o alunado para um futuro tão distante, que chega ser irreal,
ilusório, fantasioso. Pois a vida moderna num mundo globalizado, é
tão dinâmica, as coisas mudam tão rapidamente, que se torna
quase impossível prever o futuro. Quando o futuro real chega, quase toda
preparação, que o aluno recebera no passado, já se encontra
desatualizada, desfigurada, descontextualizada, etc. O importante é fixar-se
firmemente ao estreito presente, que é síntese entre o passado
antitético e o futuro, tese.
A Educação Revolucionária é aquela que se sustenta
firmemente sobre o alicerce sólido da Psicologia Revolucionária
do Mestre Samael; e esta Psicologia deve ser estudada profundamente e vivenciada
por todos os dirigentes de ensino, por professores, estudantes e comunidade
escolar em geral.
A Psicologia Revolucionaria sempre esteve presente entre os seres humanos, desde
o princípio dos tempos. Portanto, ela não é uma ciência
contemporânea como se supõem; pois é uma ciência antiqüíssima
que remonta às velhas escolas dos mistérios arcaicos. O Mestre
Samael disse que é impossível definir isso que se conhece como
psicologia porque, exceto nesta época contemporânea, ela já
mais existiu sob seu próprio nome, devido a que por tais e quais motivos,
sempre foi suspeita de tendências subversivas de caráter político
ou religioso. Por isso, viu-se na necessidade de se disfarçar com múltiplas
roupagens.
O Mestre Samael também nos ensina que, desde a antigüidade, nos
mais diferentes lugares do mundo, a psicologia experimental, que se apresentava
sob o nome Philokalia, sempre representou inteligentemente o seu papel, disfarçada
com as vestimentas da filosofia.
A Philokalia dos antigos tempos, que sempre esteve ligada à arte, à
ciência, à religião e a filosofia, que hora se apresentava,
hora se ocultava da massa social, foi restaurada na sua plenitude, em 1950,
pelo Mestre Samael, com a denominação de Psicologia Revolucionária.
Esta psicologia experimental, é uma Psicologia Revolucionária,
que estuda o homem com profundidade do ponto de vista da revolução
da consciência.
A Psicologia Revolucionária do Mestre Samael, que dá base ao nosso
presente tratado de Educação Revolucionária, espalhou-se
pelo mundo todo através das muitas obras que ele escreveu, aproximadamente
100 (cem); entre estas, temos por exemplos: Educação Fundamental;
Tempo, Espaço e Consciência; Antropologia Gnóstica; Dialética
da Razão Objetiva; De Lábios a Ouvidos; Conferências extraordinárias;
A grande Rebelião, Transformação Social da Humanidade;
Revolução da Dialética e o super livro: TRATADO DE PSICOLOGIA
REVOLUONÁRIA e muitos outros.
A educação escolar da forma como está, embasada na psicologia
do ego, não serve para tirar o estudantado e a humanidade do mar de violência,
do caos que estamos submetidos. Porque esta psicologia convencional se degenerou
ao longo dos tempos. Esta psicologia degenerada, da escola convencional, conseguiu
o seu objetivo de manter a ignorância, violência e caos entre na
massa humana.
A psicologia da escola convencional, além de ser retrógrada, reacionária,
perdeu o seu sentido de ser e todo contato com a Philokalia, com a verdadeira
Psicologia de Revolução da Consciência.
Uma verdadeira Educação Revolucionária leva-nos a compreender
a importância da formação do homem ético, destituído
de qualquer resido da violência, habilitado a promover a paz.
A Educação Radical forma o estudantado com base na revolução
de sua consciência. Para tal está embasada na Psicologia Revolucionária,
que ensina ao estudantado os princípios, leis e fatos intimamente relacionados
com a transformação definitiva e radical deste.
É preciso que os agentes do ensino, professores, dirigentes, estudantes
e comunidade escolar, dêem conta do momento crítico que estamos
vivendo, em meio à pichação, à depredação
às drogas e à violência generalizada, e proporcionem uma
nova maneira de formar o alunado, baseada na Educação Revolucionária,
que possui a capacidade de erradicar tais males das gerações do
futuro.
É preciso que a escola aprenda a conduzir a nova geração
através da Educação Revolucionária, para erradicar
de dentro de estudante a semente do individualismo, que foi plantada pela sociedade
ancestral, a semente do egoísmo, das agressões acirradas, da violência
generalizada, etc.; atacando estes males na causa, e promovendo o espírito
de coletivismo, a paz, a cidadania e a solidariedade.
A escola do Terceiro Milênio poderá direcionar a instrução
que dá ao ente humano atrelada à economia, com base na competição
egóica, para uma educação holística, para uma formação
centrípeta, sustentada na Psicologia Revolucionária. Então,
esta escola possuirá um Ensino Revolucionário, totalmente objetivo,
prático e real. Daí, o estudantado aprenderá a aprender
a ler o mundo, tendo a vida como centro. Aí, a Pedagogia Revolucionária
transmitirá ao alunado, métodos para despertar as suas potencialidades
internas e, através da leitura da vida e do mundo, conquistar seu próprio
conhecimento, adquirir sabedoria e expandir a consciência.
CAPÍTULO 16.
Proposta para Construção da Paz.
A todas pessoas do mundo conturbado que estamos vivendo nestes tempos difíceis,
apresento minha proposta de construção da paz, como cidadão,
que juntamente com vocês, está vivendo no beco-sem-saída
que a violência nos coloca! Espero assim estar contribuindo para pacificar
a humanidade um tanto quanto meio louca a estas alturas dos acontecimentos,
já bastante caótica, em
decomposição! Espero que você também elabore sua
proposta para paz, entre para o Projeto Violência Não do Movimento
Vivavida com Paz, nos apresente críticas e propostas, para juntos construirmos
a paz. A paz social só pode ser construída com a participação
de cada um de nós no coletivo da massa social.
Em l986 sai da cidade de Itariri para dar aulas em São Paulo. Foi quando
tomei conhecimento do universo da violência escolar, ao observar o comportamento
agressivo da maioria dos alunos, o desassossego, as inquietudes de tendência
agressivas, a falta de respeito, a ausência de valores éticos,
morais e espirituais. Conclui que o interior de uma sala de aula é um
palco de dramatização da violência, onde as peças
são apresentadas, uma após outra, na forma de desrespeito ao professor,
desacatos, ameaças, etc, por alunos que desrespeitam ao professor, não
respeitam seus colegas, não respeitam a si mesmo, fazem do templo da
aprendizagem o palco da violência.
Foi ai que percebi que a violência escolar é extensão da
violência familiar, e da social e que cresce diariamente em progressão
geométrica , de maneira assustadora a ponto de colocar em risco a continuidade
da vida no Planeta, se nada fizermos para reversão das causas desta.
E para reverter este quadro caótico é que resolvi dar minha singela
contribuição para o processo de construção da paz,
fundando o MOVIMENTO VIVAVIDA COM PAZ.
O Movimento Vivavida com Paz pertence à humanidade e está para
ser construído por todos nós que tomamos consciência das
dimensões caótica da violência. Ele terá a configuração
final que desenharmos, terá a pintura que fizermos. Vamos desenhá-lo?
O Movimento já conta com um projeto de construção da paz,
com um livro editado pela Evirt e outros em processo de edição,
está conectado ao Projeto Jornal Escola e Comunidade da A Tribuna e conta
com o apoio da Editora Evirt, sua maior divulgadora e incentivadora.
Então, meus caros amigos professores, coordenadores e diretores, ao fazer
o lançamento oficial aqui, hoje de um trabalho que começou em
1986, presto conta à humanidade do que fiz a ela, até agora, e
do que pretendo fazer daqui para frente, juntamente com todos os envolvidos
e os que se envolverem no processo de construção de dias mais
felizes para a sociedade, ao participarem do PROJETO DE COMBATE ÀS CAUSAS
DA VIOLÊNCIA. EE BRAZ CUBAS, SANTOS ,SP, 25 de maio de 1999. Maurício
da Silva.
Objetivos Gerais.
Levar o aluno aprender a aprender:
1. Praticar auto-observação de si mesmo, para descobrir e erradicar
estados psicológicos equivocados geradores de violência: ansiosidade,
agressividade, tensão, etc.
2. Despertar o interesse pelo conhecimento de si mesmo, para eliminar de dentro
de si os fatores que causam violência.
3. Praticar técnicas de relaxamento, de concentração, para
perceber e eliminar os agentes do desequilíbrio emocional.
4. Perceber a conscientizar-se do beco-sem-saída em que a sociedade foi
colocada pela violência generalizada e elaborar planos para sair daí.
5. Viver a vida sem violência, lutando sempre pela construção
da paz.
6. Lutar pela reconquista dos valores éticos, morais e espirituais perdidos,
eliminando os defeitos geradores de violência, criando as virtudes geradoras
da paz.
7. Refletir para compreender a responsabilidade que todos nós temos na
luta contra a violência, para construir a paz.
8. Desenvolver faculdades de percepção, de atenção,
de observação, discriminação, análise, síntese,
dedução e criatividade acerca do processo de criação
da paz.
9. Adquirir hábitos de pesquisar assuntos acerca da violência em
jornais, revistas, livros, etc., para auto-sensibilização.
10. Conhecer os Três Fatores de Construção da Paz, emergentes
dos Fatores de Revolução da Consciência instituídos
pelo Dr. Samael Aun Weor.
CONTEÚDOS.
1. O que é a paz?
2. 2. A violência nas escolas.
3. A Violência na família.
4. A Violência onde há aglomeração de pessoas: shows,
jogos, comícios, etc.
5. Violência social.
6. Violência nas instituições públicas;
7. Violências nos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário.
8. Disciplina e ordem.
9. Fatores de causas da violência: ansiosidades, tenção,
agressividade, desassossego, etc.
10. Autoridade, autoritarismo, limites e permissividade.
11. Perdas de parâmetros éticos.
12. Erotização na mídia, na televisão, no cinema,
na música, na internet, etc.
13. As causas da depredação, da pichação e do usou
de drogas nas escolas.
14. O ego e a essência.
15. Pseudo Educação.
16. Punição: forma de castigo ou de discriminação.
17. Educação não combina com competição.
18. Psicologia da Violência.
19. Técnicas para dissolução da violência.
20. Educação e violência múltipla.
21. Ação nas causas da violência.
22. Propostas concretas de combate à violência.
23. Educação Revolucionária.
ESTRATÉGIAS.
1. Aulas expositivas e dialogadas.
2. Leitura e interpretação de textos de violência, em jornais,
revistas, livros, etc.
3. Discussão das atividades desenvolvidas pelos alunos acerca da violência.
4. Trabalhos individuais ou grupos sobre violência, utilizando as diversas
técnicas de dinâmica de grupo.
6. Entrevistas feitas pelos alunos a especialista em assuntos de violência.
7. Realização de visitas dos alunos a pessoas atingidas pelas
diversas formas de violência.
8. Projeção de filmes sobre violência.
9. Realização de pesquisas bibliográficas.
10.Leitura em jornais dos assuntos inerentes à violência cotidiana.
11. Painéis sobre violência.
12.Seminário sobre violência.
13.Debates acerca da violência.
14.Escrever cartas e mandar e-mails ao maior número possível de
pessoas acerca da violência generalizada.
15.Colocar placares sobre violência nas escolas em locais de grandes concentrações
de pessoas.
16.Feitura de Composições, pelos alunos, sobre violência,
com auxílio professores de português, utilizando textos de jornais,
revistas, livros, etc.
18.Montagem do histórico da violência generalizada nos quatro cantos
do mundo, com orientação de professores de história.
19.Mapeamento pelos alunos da violência no mundo, com auxílio dos
professores de geografia.
20.Retratação da violência pelos alunos, com auxílio
dos professores de ed. Artística.
21.Elaboração pelos alunos da estatística da violência
mundial, com auxílio do prof. de matemática.
22.Elaboração pelos alunos de propostas de paz.
Capítulo 17.
Ciência sem Consciência em Época de Globalização.
A ciência e a consciência resultam de um trabalho de construção
com os fatores que determinam a inteligência. Ciência e consciência
devem caminhar juntas sincronizadamente. Se ciência e consciência
não caminharem juntas, em perfeita conexão, acontece o que vem
ocorrendo nos tempos atuais, no mundo da globalização. Estamos
à beira do Terceiro Milênio e a sociedade se apresenta num caos
total, apesar do progresso das ciências.
Como ciência e consciência não vem caminhando juntas, temos
hoje frondosos edifícios, cada vez mais altos, mais sofisticados. Entretanto,
somos cada vez mais altos de explosividade, de pavios curtos. As com ciência
e tecnologia constrói- se estradas mais largas, mais pujantes, mas por
falta de consciência o nosso ponto de vista fica cada vez mais estreito.
Ambicionamos muito, gastamos mais, consumimos em demasia, entretanto, temos
cada vez menos tudo aquilo que mais precisamos, que é a paz. Os carros
e as casas são cada vez mais possantes, mais entretanto seus ocupantes
se rarefazem por causa da individualização invés da solidariedade.
Cada vez temos mais conhecimentos externos e menos sabedoria interna.
A medicina evoluiu muito, mas a saúde tem diminuído e as doenças
se alastram por todos os lados. A paz se escasseia e a violência se amplia
nos quatro cantos do mundo. A sociedade está mergulhada no mar das drogas
e da violência, bebemos muito, fumamos demais, investimos demasiadamente
no prazer e temos cada vez monos felicidade. Anda-se depressa demais, dirigi-se
muito rápido, mas não se chega à tão sonhada paz
e a felicidade. Fala-se muito em direitos humanos, mas está faltando
limite aos estudantes, às crianças, etc, que desrespeitam seus
pais, seus professores e as autoridades em geral. Não segue as leis da
natureza, come-se muito, bebe-se demais e dorme-se poucos, desgastando muito
o nosso centro instintivos.
Com o nosso egoísmo, exacerbado, apoiado no capitalismo globalizante,
ampliou-se as nossas posses, com aquilo que faz falta aos outros, enquanto reduzimos
nossos valores éticos, morais e espirituais. Queremos acumular para viver
várias vidas, quando na realidade só temos uma, e a vivemos mal.
Para garantir o nosso pseudoprogresso, poluímos as águas, a terra
e o ar e a alma.
Escrevemos muito, ampliamos a comunicação, mas diminuímos
os níveis de compreensão. Fala-se em qualidade de vida, mas diminui
o padrão moral. Almejamos muito, planejamos em demasia, mais realizamos
pouco, porque por aqui, por estarmos bem perto do inferno dantesco, há
muita intenção e pouca ação. No mundo globalizado
da ciência sem consciência, encurta-se as distâncias e o caráter
também. Há muitos lucros fáceis e relacionamentos difíceis.
Rola-se a ambição, a morte, o ódio e outras formas de violência
generalizada, que apresentam muitas causas e uma só conseqüência:
a ausência da paz para todos nós.
Bibliografia.
1. A Violência nas Escolas - summus Editorial - Autor Claire Colombier.
2. Indisciplina na Escola - summos Editorial - Autor Júlio Groppa Aquino.
3. Os Construtores da Paz - Editora Moderna-Autora Ma.T. Maldonado.
4. Tratado de Psicologia Revolucionária - Editora Gnose - Autor Samael
Aun Weor.
5. Disciplina: O Limite na Medida Certa - Auto Dr. Içami Tiba.
6. Educação Fundamental - Autor: Samael Aun Weor - Editora Gnose.
7. Punição e Depredação - Editora Papirus - Autora
Aurea Mª Guimarães.
8. Vigiar e Punir - Michel Faucalt - Várias Editoras.
9. A Educação do Homem Integral - Martin Claret Editores - Humberto
Rohden.
Notas
1 - Graduado em Ciências, Física, Matemática e Pedagogia (Vivavida com Paz), Santos. E-mail: [email protected] . Site: http://sites.uol.com.br/maudasi/