A Purificação Final ou Purgatório



(Catecismo da Igreja Católica)

Os que morrem na graça e na amizade de Deus, mas não estão completamente purificados embora tenham garantida sua salvação eterna, passam, após sua morte, por uma purificação, a fim de obter a santidade necessária para entrar na alegria do Céu. A Igreja denomina Purgatório esta purificação final dos eleitos, que é completamente distinta do castigo dos condenados.

A Igreja formulou a doutrina da fé relativa ao Purgatório sobretudo no Concílio de Florença e de Trento. Fazendo referência a certos textos da Escritura*, a tradição da Igreja fala de um fogo purificador:

No que concerne a certas faltas leves, deve-se crer que existe antes do juízo um fogo purificador, segundo o que afirma aquele que é a Verdade, dizendo, que, se alguém tiver pronunciado uma blasfêmia contra o Espírito Santo, não lhe será perdoada nem no presente século nem no século futuro (Mt 12,32). Desta afirmação podemos deduzir que certas faltas podem ser perdoadas no século presente, ao passo que outras, no século futuro (São Gregório Magno).

Este ensinamento apóia-se também na prática da oração pelos defuntos, da qual já a Sagrada Escritura fala: "Eis por que ele [Judas Macabeu] mandou oferecer esse sacrifício expiatório pelos que haviam morrido, a fim de que fossem absolvidos de seu pecado" (2 Mc 12,46). Desde os defuntos e ofereceu sufrágios em seu favor, em especial o sacrifício eucarístico, a fim de que, purificados, eles possam chegar à visão beatífica de Deus. A Igreja recomenda também as esmolas, as indulgências e as obras de penitência em favor dos defuntos:

Levemo-lhes socorro e celebremos sua memória. Se os filhos de Jó foram purificados pelo sacrifício de seu pai (Jó 1,5), por que deveríamos duvidar de que nossas oferendas em favor dos mortos lhes levem alguma consolação? Não hesitemos em socorrer os que partiram e em oferecer nossas orações por eles (São João Crisóstomo).

� Por exemplo 1Cor 3,15; 1Pd 1,7







Orações pelas Almas do Purgatório



Senhor Jesus, dignai-vos, pelo sangue precioso que derramastes no Jardim das Oliveiras, socorrer e livrar as almas do Purgatório, principalmente a mais desamparada. Levai-a hoje para o céu, a fim de que, unida aos Anjos e à vossa Mãe Santíssima, ela vos bendiga para sempre. Amém.

Senhor Jesus, pelo sangue precioso que derramastes durante vossa flagelação, dignai-vos socorrer e livrar as almas do Purgatório, principalmente a que em vida me fez mais benefícios. Levai-a hoje para o céu, a fim de que, unida aos Anjos e à vossa Mãe Santíssima, ela vos bendiga para sempre. Amém.

Senhor Jesus, pelo sangue precioso que derramastes durante vossa coroação de espinhos, dignai-vos socorrer e livrar as almas do Purgatório, principalmente a que mais amou a Santíssima Virgem. Levai-a hoje para o céu, a fim de que unida aos Anjos e à vossa Mãe Santíssima, ela vos bendiga para sempre. Amém.

Senhor Jesus, pelo sangue precioso que derramastes carregando vossa cruz, dignai-vos socorrer e livrar as almas do Purgatório, principalmente a que sofre pelos maus exemplos que lhe dei. Levai-a hoje para o céu, a fim de que unida aos Anjos e à vossa Mãe Santíssima, ela vos bendiga para sempre. Amém.

Senhor Jesus, pelos merecimentos do sangue precioso contido no cálice que apresentastes a vossos apóstolos depois da Ceia, dignai-vos socorrer e livrar as almas do Purgatório, principalmente a que foi mais fervorosa com o Santíssimo Sacramento do Altar. Levai-a hoje para o céu, a fim de que unida aos Anjos e à vossa Mãe Santíssima, vos bendiga para sempre. Amém.

Senhor Jesus, pelos méritos do sangue precioso que emanou de vossas chagas, dignai-vos socorrer e livrar as almas do Purgatório, principalmente aquela a quem me confiastes na terra. Levai-a hoje para o céu, a fim de que unida aos Anjos e à vossa Mãe Santíssima, ela vos bendiga para sempre. Amém.

Senhor Jesus, pelos méritos do sangue precioso que saiu do vosso Sagrado Coração, dignai-vos socorrer e livrar as almas do Purgatório, principalmente a que mais propagou o culto do vosso Sacratíssimo Coração. Levai-a hoje para o céu, a fim de que unida aos Anjos e à vossa Mãe Santíssima, ela vos bendiga para sempre. Amém.

Senhor Jesus, pelos merecimentos de vossa adorável resignação sobre a Cruz, dignai-vos socorrer e livrar as almas do Purgatório, principalmente a que mais padece por minha causa. Levai-a hoje para o céu, a fim de que unida aos Anjos e à vossa Mãe Santíssima, ela vos bendiga para sempre. Amém.

Senhor Jesus, pelos méritos das lágrimas que a Santa Virgem derramou aos pés de vossa cruz, dignai-vos socorrer e livrar as almas do Purgatório, principalmente a que vos é mais cara. Levai-a hoje para o céu, a fim de que, unida aos Anjos e à vossa Mãe Santíssima, ela vos bendiga para sempre. Amém.

Ó Deus, que concedeis o perdão dos pecados e quereis a salvação dos homens, imploramos vossa clemência para que, pela intercessão da Bem-aventurada Virgem Maria e de todos os santos, façais que cheguem a participar da eterna bem-aventurança todos os nossos irmãos, parentes e amigos que passaram dessa vida para outra, por Cristo, Nosso Senhor. Amém









Revelações de Deus Pai à Santa Catarina de Sena

Deus Pai

No Juízo Particular, no instante final, quando a pessoa compreende que não pode fugir das Minhas Mãos recupera a visão que a atormenta interiormente fazendo-a ver que por própria culpa chegou a tão triste situação.

Se o pecador se deixar iluminar e se arrepender, não por medo dos castigos infernais, mas por ter ofendido a Suma e Eterna Bondade, AINDA SERÁ PERDOADO.

Mas, se ultrapassar o momento da morte nas trevas, no remorso, sem esperança no Sangue, ou então, lamentando-se apenas pela infelicidade em que se acha - e não por ter Me ofendido - irá para a perdição.

Sobrevirá pois, a repreensão pela injustiça e falso julgamento.

Em primeiro lugar a repreensão da injustiça e do julgamento falso em geral, praticados no conjunto de suas ações, durante a vida; depois, em particular, do último instante quando o pecador considera seu pecado maior que a Minha misericórdia.

Este é o pecado que não será perdoado, nem aqui nem no além.

O desprezo voluntário da Minha misericórdia constitui pecado mais grave que todos os anteriores

Filha, tua linguagem é incapaz de descrever os sofrimentos desses infelizes condenados.

Sendo três os seus vícios principais - egoísmo, medo de perder a boa fama e orgulho - aos quais se acrescentam a injustiça, a maldade e impureza, no inferno os pecadores padecem de quatro tormentos principais.

O primeiro é a ausência da Minha visão.

Um sofrimento tão grande que os condenados, se fosse possível, prefeririam sofrer o fogo vendo-Me, que ficar de fora dele sem Me ver.

O segundo, como conseqüência, é o remorso que corrói o pecador privado de Mim, longe da conversação dos anjos, a conviver com os demônios.

Aliás, a visão do diabo constitui o terceiro tormento.

Ao vê-lo duplica-se o sofrer.

Nestes (demônios), eles se conhecem melhor, entendendo que por própria culpa mereceram o castigo.

Assim o remorso os martiriza e jamais cessará o ardor da consciência.

Muito grande é este tormento, porque o diabo é visto do próprio ser; tão horrível é a sua fealdade, que a mente humana não consegue imaginar.

Se ainda o recordas, já te mostrei o demônio assim como ele é; foi por um átimo de tempo.

Quando retornastes ao sentido, preferias caminhar por uma estrada de fogo até o juízo final que tornar a vê-lo.

No entanto, apesar do que viste ignoras a sua fealdade, especialmente porque, segundo a justiça divina, ele é visto mais ou menos horrível pelos condenados, segundo a gravidade das culpas.

O quarto é o fogo.

Um fogo que arde sem consumir, sem destruir o ser humano.

É algo de imaterial, que não destrói a alma incorpórea.

Na Minha justiça permito que tal fogo queime, faça padecer, aflija; mas não destrua.

É ardente e fere de modo crudelíssimo em muitas maneiras, conforme a diversidade das culpas.

A uns mais, a outros menos, segundo a gravidade dos pecados.

Destes quatro tormentos derivam os demais: o frio, o calor, o ranger de dentes (Mt, 22,13)

Grande é o ódio dos condenados, pois já não amam o bem.

Blasfemam continuamente contra Mim!

Queres saber por que já não podem desejar o bem? É porque, no fim desta vida, vincula-se o livre arbítrio.

Com o cessar do tempo, já não se merece mais.

Quem termina esta existência em pecado mortal, por direito divino fica para sempre apegado ao ódio, obstinado no mal, a roer-se interiormente.

Seus sofrimentos irão aumentando sempre, especialmente por causa das demais pessoas que por sua causa irão para a condenação.

O homem justo (no mesmo Juízo) ao encerrar sua vida terrena no amor, já não poderá progredir na virtude.

Para sempre continuará a amar no grau de caridade que atingiu até Mim.

Também será julgado na proporção do amor.

Continuamente Me deseja, continuamente Me possuí; suas aspirações não caem no vazio.

Ao desejar, será saciado; ao saciar-se, sentirá ainda fome; distanciando-se assim, do fastio da saciedade e do sofrimento da fome.

Os bem-aventurados gozam da Minha eterna visão.

Cada um no seu grau, de acordo com a caridade em que vieram participar de tudo o que possuo.

Desfrutam na alegria e gozo - dos bens pessoais e comuns que mereceram.

Colocados entre os anjos e santos com eles se rejubilam na proporção do bem praticado na terra.

Entre si congraçados na caridade os bem-aventurados de modo especial comunicam-se com aqueles que amaram no mundo.

Não penses que a felicidade celeste seja apenas individual.

Não! Ela é participada por todos os cidadãos da pátria, homens e anjos.

Quando chega alguém à vida eterna, todos sentem sua felicidade da mesma forma como ele participa do prazer de todos.

Em seus anseios os eleitos clamam continuamente diante de Mim em favor do mundo inteiro.

Suas vidas haviam terminado no amor fraterno; continuam no mesmo amor.

Aliás, foi exatamente por tal caridade que passaram pela porta que é Meu Filho

Por ocasião do Juízo Final, o Verbo encarnado virá com divina majestade para repreender o mundo.

Não mais se apresentará pobrezinho na forma como nasceu da Virgem, na estrebaria, entre animais, para morrer depois no meio de ladrões.

Naquela ocasião, ocultei n'Ele o Meu poder e permiti que suportasse penas e dores como homem.

A natureza divina se unira a humana e foi enquanto homem que sofreu para reparar as vossas culpas.

No juízo final, não será assim, pois virá com poder a fim de julgar.

As criaturas humanas estremecerão e Ele a cada um dará sentença conforme merecimento.

Tua língua não conseguirá exprimir o que se sucederá aos condenados.

Para os bons, Jesus será motivo de temor santo e alegria imensa.

Os bem-aventurados continuam no céu, eternamente, aquele mesmo amor com que encerraram a vida terrena.

Eles em nada se distanciam de Mim.

Seus desejos estão saciados.

Anseiam em ver-Me glorificado por vós viandantes e peregrinos que sois em direção à morte.

Aspirando por Minha honra, querem vossa salvação e sempre rogam por vós; de Minha parte, escuto os seus pedidos naquilo em que vós, por maldade, não opondes resistência à Minha bondade.

Os bem-aventurados desejam recuperar os seus corpos; todavia não sofrem por sua ausência.

Até se alegram, na certeza de que tal aspiração será realizada.

A ausência do corpo não lhes diminui o prazer, não é angustiante, não faz sofrer.

Nem julgues que a satisfação de ter o corpo após a ressurreição lhes traga maior bem-aventurança.

Se isso fosse verdade, seria sinal que a felicidade anterior era imperfeita, enquanto não o reouvessem, e isso não pode ser.

De fato, nenhuma perfeição lhes falta.

Não é o corpo que faz feliz a alma, mas o contrário.

Quando esta recupera o corpo no dia do juízo, participará ele da plenitude e da perfeição da alma.

Naquele dia, esta se fixará para sempre em Mim, e o corpo em tal união, ficará imortal, sutil, leve.

Deves saber que o corpo ressuscitado pode atravessar uma parede, que o fogo e a água não o ofendem.

Tal propriedade lhe advém, não de uma virtude própria, mas por uma força que gratuitamente concedo à alma, que foi criada à Minha imagem e semelhança num inefável ato de amor.

Tua inteligência não dispõe da capacidade necessária para entender, nem teus ouvidos para escutar, a língua para narrar e o coração para sentir qual é a felicidade dos santos.

Ocupei-Me da felicidade dos santos para que entendesses melhor a infelicidade dos condenados ao inferno.

Aliás, outro tormento destes últimos, é ver quanto os bem-aventurados são felizes.

Tal conhecimento acresce-lhes a pena, da mesma forma como a condenação dos maus leva os justos a glorificar Minha bondade.

A luz é mais evidente na escuridão, e a escuridão na luz.

Conhecer a alegria dos santos é dor para os réus do inferno.

Os condenados aguardam com temor o dia do juízo final.

Sabem que então seus sofrimentos aumentarão.

As escutar o terrível convite: " mortui, venite ad judicium", a alma retornará ao corpo.

Para os bem-aventurados será um corpo de glória; para os réus um corpo para sempre obscurecido.

Diante do Meu Filho, sentirão grande vergonha.

Também diante dos santos.

O remorso martirizará a profundidade do seu ser, quero dizer, a alma; mas também o corpo.

Acusá-los-ão: o Sangue de Cristo, por eles derramado; as obras de misericórdia, espirituais e corporais, do Meu Filho, o bem que eles mesmos deveriam ter praticado em benefício dos outros, segundo o evangelho.

Terá seu castigo a maldade com que trataram os irmãos, pois Eu mesmo, compassivo, perdoara-lhes (Mt 18,33).

Serão repreendidos pelo orgulho, egoísmo, impureza, ganância; e tudo isso reavivará seus padecimentos.

No instante da morte, somente a alma é repreendida; no juízo final também o corpo, por ter sido instrumento da alma na prática do bem e do mal conforme a orientação da vontade.

Todo bem e todo mal é feito através do corpo por este motivo, Minha filha, os justos terão no corpo glorificado uma luz e um amor infinitos; já os réus do inferno sofrerão pena eterna em, seus corpos, usados para o pecado.

Ao recuperar o corpo diante de Jesus ressuscitado, os réus sentirão tormento renovado e acrescido: a sensualidade sofrerá na sua impureza, vendo a natureza humana unida à divindade, contemplando este barro adâmico - vossa natureza - colocada acima de todos os coros angélicos, enquanto eles, os maus, estarão no mais profundo abismo.

Os condenados verão brilhar sobre os eleitos a liberalidade e a misericórdia, quais frutos do Sangue de Cristo; saberão das dificuldades suportadas pelos bons e que agora se mostram em seus corpos como frisos de adornos para as vestes.

O valor de tais sofrimentos físicos não provém do corpo mas da riqueza da alma; é ela que dá o corpo o merecimento da luta como companheira da prática das virtudes.

Tal exteriorização se verifica porque o corpo manifesta o resultado das batalhas das alma, como o espelho reflete a face do homem.

Ao se verem privados de tamanha beleza, os habitantes das trevas verão surgir nos próprios corpos os sinais dos pecados e terão maiores tormentos e confusão.

E ao soar aquela terrível sentença: "Ide, malditos, para o fogo eterno".

Suas almas e corpos encaminhar-se-ão para a companhia de demônios, sem mais remédios nem esperança.

Cada um a seu modo, se envolverá na podridão que viveu na terra, de acordo com as ações que praticou: o avarento arderá na sua ganância dos bens que desordenadamente amou; o maldoso, na sua ruindade; o impuro na imunda e infeliz concupiscência; o injusto nas suas iniqüidades; o rancoroso no seu ódio pelos outros.

Quanto ao egoísmo fonte de todos os males arderá como princípio causador de tudo em sofrimentos insuportáveis.

O orgulho terá igual sorte.

Assim, corpo e alma serão punidos em todos os vícios.

Sirvo-Me do demônio qual instrumento da Minha justiça para atormentar os que Me ofendem.

Nesta vida o coloquei qual tentador, molestando os homens.

Não para que estes sejam vencidos, mas para que conquistem a vitória e o prêmio pela comprovação das virtudes.

Ninguém deve temer as possíveis lutas e tentações do demônio.

Fortaleci os homens, dei-lhes energia para vontade, no Sangue de Cristo.

Demônio ou criatura alguma conseguem dobrar a vontade.

Ela vos pertence, é livre.

Vós é que escolheis o querer ou não querer alguma coisa.

Eu disse que o demônio convida os homens para a água-morta, a única que lhe pertence, cegando-os com prazeres e satisfações do mundo.

Usa o anzol do prazer e fisga-os mediante a aparência de bem.

Sabe ele que por outros caminhos nada conseguiria; sem o vislumbre* de um bem ou satisfação, os homens não se deixam aprisionar; por sua própria natureza, a alma humana tende ao bem.

Infelizmente, devido à cegueira do egoísmo, o homem não consegue discernir qual é o bem verdadeiro, realmente útil ao corpo e à alma.

Percebendo isto, o demônio, maldoso, apresenta-lhe numerosos atrativos maus, disfarçados porém sob alguma utilidade ou prazer.

A certeza da Minha presença em suas vidas, é o conhecimento da Minha verdade.

Tal conhecimento se realiza na inteligência que é, o olho da alma; pupila de tal olho é a fé.

Pela iluminação da fé, eles distinguem, conhecem e seguem a estrada mensagem do Verbo Encarnado.

Sem a fé ninguém reconhece tal estrada, à semelhança daquele que possuísse o olho, mas coberto por um pano.

Sim, a pupila desse olhar é a fé; nada verá quem cobrir sua inteligência com o pano da infelicidade, por causa do egoísmo.

Tal pessoa terá a inteligência, mas não a luz para conhecer.

Como afirmei antes, ninguém consegue seguir o caminho da verdade sem a luz da razão - recebida de Mim com a inteligência - e sem a luz da fé, infundida na hora do santo batismo, supondo que não destruais esta última com vossos pecados.




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