Geologia Estrutural



As forças internas da Terra trazem em sua dinâmica resultados que podem ser observados na superfície. Os terremotos, o vulcanismo, as rochas dobradas e falhadas são exemplos claros de que toda a crosta esteve submetida a tais esforços e que eles continuam atuando até‚ os dias atuais.

Esses movimentos são denominados tectônicos e são classificados em dois tipos: orogenéticos e epirogenéticos.

O movimento orogenético é relativamente rápido e, quando se manifesta, geralmente deforma, dobrando e falhando as camadas rochosas. Os terremotos são os movimentos orogenéticos‚ mais rápidos de que se tem conta. Associados ao vulcanismo, correspondem a sinais anteriores ou posteriores de um tectonismo orogenético mais amplo. A orogênese propriamente dita é a elevação de uma vasta áera, dando origem a grandes cadeias de montanhas. Assim os terremotos e o vulcanismo andino são sinais posteriores ao levantamento da grande cadeia de montanhas que são os Andes. Ao contrário, o vulcanismo e os sismos da faixa que vai de Java ao Japão são sinais precursores de uma grande cadeia de montanhas que se elevar naquela área.

Os movimentos epirogenéticos caracterizam-se por serem lentos, abrangerem áreas continentais e não terem competência para deformar (não produzem falhas ou dobras) as estruturas rochosas. O movimento epirogenético não está relacionado com ao vulcanismo nem as sismos, ao contrário, é de ocorrência mais comum em áreas relativamente estáveis da crosta terrestre, sendo característico das bacias sedimentares intracratônicas.


ESTRUTURAS ATECTÔNICAS

Trata-se de perturbações locais de pequena amplitude, afetando pequenas áreas. São movimentos cuja causa reside freqüentemente na força de gravidade, sendo realizadas geralmente na superfície ou nas suas proximidades. Manifesta-se comumente como dobras de tamanhos reduzidos (até‚ 1 dezena de metros), estando limitadas por baixo e por cima por camadas não-perturbadas.


ESTRUTURAS TECTÔNICAS

A continua busca de equilíbrio na crosta terrestre, em virtude das continuas mudanças químicas e físicas que se processam desde a sua consolidação e da movimentação das placas litosféricas, implica em deformações e rupturas das rochas, originando assim, as estruturas tectônicas, dentre as quais se destacam as falhas e as dobras.


FALHAS: Denomina-se de falha uma fratura que tenha ocorrido nas rochas com um conseqüente deslocamento relativo dos blocos resultantes. O deslocamento de um ou dos dois blocos processa-se ao longo do plano de fratura. Quando ocorre uma fratura sem o deslocamento de blocos, essa é denominada junta ou diáclase.

Os deslocamentos dos blocos falhados podem atingir centenas de metros ou de quilômetros.


ELEMENTOS DAS FALHAS

Plano de falha: é a superfície decorrente do falhamento e na qual os blocos se deslocam. Tal plano pode ser medido, determinando o tipo de falhamento ocorrido, O plano de falha apresenta-se na maioria das vezes, muito polido ou estriado ou em degraus escalonados que indicam o sentido do movimento dos blocos.

Linha de falha: é a linha que resulta da intercessão do plano de falha com a superfície do terreno. Nos mapas geológicos elas aparecem como segmentos de retas as vezes sinuosas.

Teto ou capa: é o bloco que se acha na parte superior de um plano de falha inclinado.

Muro ou lapa: é o bloco que se acha na parte inferior de um plano de falha inclinado.


CLASSIFICAÇÃO DAS FALHAS

Falha normal ou de gravidade: é aquela em que o teto baixou em relação ao muro. Tais falhas resultam e um esforço de tensão. O mergulho do plano de falha pode variar de quase horizontal a vertical, entretanto são mais comuns mergulhos superiores a 45o.

Falha inversa ou de empurrão: é aquela em que o teto sobe em relação ao muro. São produzidas por esforços de compressão.

Falha horizontal ou de cisalhamento: é aquela em que o deslocamento ‚ paralelo à direção da falha, ou seja, horizontal.


DOBRAS: são curvaturas ou flexões, ora mais ora menos fechadas, produzidas por esforços de natureza tectônica ou por intrusões magmáticas ou ainda, por causas atectônicas.


COMPONENTES DAS DOBRAS

Plano axial: É o plano que divide uma dobra tão simetricamente quanto possível em duas partes. Em algumas dobras o plano axial ‚ vertical, em outras ‚ inclinado e em outra ainda, pode ser horizontal.

Eixo: É a linha que resulta da intercessão do plano axial com uma camada qualquer.

Flancos: Corresponde aos dois lados de uma dobra. Um flanco se estende do plano axial de uma dobra até‚ o plano axial da dobra seguinte.

Crista: É a porção mais elevada de uma dobra, podendo ou não, corresponder ao eixo da dobra.


CLASSIFICAÇÃO DAS DOBRAS

Anticlinal: é uma dobra convexa para cima na qual as camadas se inclinam de maneira divergente a partir de um eixo e as rochas mais antigas ocorrem na sua prção0 interior.

Sinclinal: é uma dobra côncava para cima na qual as camadas se inclinam de modo convergente formando uma depressão e as rochas mais jovens ocorrem na sua parte interior.

Dobra simétrica: O plano axial ‚ essencialmente vertical e o ângulo de mergulho dos dois flancos é igual.

Dobra assimétrica: O plano axial pode ser ou não inclinado e o ângulo de mergulho dos dois flancos difere um do outro.

Dobra isoclinal: Os dois flancos apresentam um paralelismo, tendo portanto, os mesmo ângulos de inclinação e mergulhando ambos para o mesmo lado.


BIBLIOGRAFIA BÁSICA

POPP, J. H. 1981. Geologia geral. Rio de Janeiro, Livros Técnicos e Científicos, 2. ed., 257p.




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