Parte 2

A Invasão dos Phlogs

Parte 1

© 2006 - Delmar Nori - membro do Fórum de Discussão do Conselho Jedi Rio de Janeiro. Texto publicado inicialmente no Fórum.

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Hilário e revelador

O terceiro episódio da 1ª Temporada do cartoon dos Ewoks mostra uma aventura na qual todos os cinco mais famosos Woklings daquela tribo (os jovens Wicket, Kneesaa, Teebo, Latara e a pequena Malani, ainda criança) ajudam a salvar sua aldeia da destruição certa.

Basicamente, eles desfazem um mal-entendido dos Ewoks com os Phlogs, criaturas gigantes que ameaçaram destruir a aldeia, até quase o fim do episódio.

Este também é o episódio em que Malani (uma menina muito afetuosa, mas chata, às vezes) inicia sua série de tentativas fracassadas de flertar com o guerreiro Wicket. Fracassadas, sim, porque até as árvores da floresta já sabiam que Wicket e Kneesaa estavam juntos desde a infância, e assim permaneceriam o resto da vida. Era natural que Wicket esnobasse Malani, o que de fato aconteceu.

Há ainda no episódio inúmeros trechos hilários, envolvendo os próprios Ewoks, os Phlogs e os vilões: os Duloks e a bruxa Morag.

Ameaça no rio

O episódio começa mostrando as amigas Kneesaa a Latara navegando numa balsa, em um dos rios de Endor. Era um dia de folga para as duas. Kneesaa pilotava a balsa, e Latara tocava sua flauta.

KNEESAA: Ah, é tão legal sair da aldeia de vez em quando... Sem tarefas pra fazer, nem a tia Bozzie pra agradar...

LATARA: E nenhum menino pra estragar nossa brincadeira.

Pra quê Latara foi falar isso? Para que aconteça algo bem comum: duas meninas conversam, uma delas se finge de durona, dizendo não precisar dos meninos, mas a outra lembra de quem a primeira gosta. De quebra, vemos o lado irônico de Kneesaa...

KNEESAA: Ah, eu sei de um menino que você gostaria de ver!

LATARA: O quê? Quem?

KNEESAA: Você sabe! O seu queridinho e amado Teebo!

LATARA (muito derretida): Ah, é mesmo... O Teebooooo...





Kneesaa ri um pouco e começa a imitar direitinho a amiga se derretendo...

KNEESAA: "É mesmo! Teebooooo..."

LATARA (duvidando): Não está tão na cara assim! Está?

KNEESAA: "Oh Teebo! Oh chyocha! Eu vou desmaiar! Me segura!"

Latara aceita a brincadeira e ri também de si própria...

LATARA: Ah, me poupe!



Mas a brincadeira das duas acaba subitamente, quando uma onda gigante as engole e as arremessa para longe, com balsa e tudo! As duas gritam, com medo...



Já caídas na água, fora da balsa, as duas se assustam com a criatura que provocou a onda gigante: um garoto Phlog, uma espécie gigante que normalmente só habita o outro lado de Endor! Ele mexera a água com seu tacape. Atrás dele, um Phlog maior ainda: Zut, o pai dele...





Claro que as ewoks não iam ficar no caminho deles! Kneesaa puxa a assustada Latara para fora do rio...

KNEESAA: Vem, Latara!



Atrás de Zod, vem a mamãe phlog, carregando Nahkee, seu filho caçula. Kneesaa e Latara tratam de se esconder, encolhidas na margem do rio.





Claro que Kneesaa percebeu o tamanho da encrenca!

KNEESAA (impressionada): Os Phlogs voltaram para a nossa floresta!



O alerta foi dado

É obrigação de todo ewok comunicar urgentemente aos Anciãos da aldeia a respeito de qualquer ameaça à tribo. É o que fazem Kneesaa e Latara, que vão contar sobre a volta dos Phlogs ao Chefe Chirpa, pai de Kneesaa.

CHIRPA: Pelas grandes árvores! Tem certeza, filha?

KNEESAA: Tenho, pai. Uma família inteira. Passaram pelas árvores como se estivessem caminhando no capim!



Malani, irmã de Teebo e uma das crianças da aldeia, chega na porta e cumprimenta Wicket.

MALANI: Goopa, Wicket.

Só que ele responde sem olhar para ela (ele está prestando atenção nos Anciãos reunidos).

WICKET: Hã... Oi, Malani.

MALANI: O que acha de meu novo capuz? Não é bonito?





Era o capuz com o qual ela fôra agraciada (com outras duas crianças) no Festival do Capuz, dias antes. Só que é um capuz grande demais pra ela, cujo gorro vive caindo sobre seus olhos. Wicket nem olha ou presta atenção nela... Apesar de ela se sentar ao seu lado.

MALANI: Ah, eu ganhei do Chefe Chirpa em pessoa. Significa que sou membro adulto da tribo... Ou quase.



Wicket continua sem prestar atenção nela.

MALANI: Significa que pode me convidar para colher amoras... Ou caminhar ao luar... Ou talvez até dar as mãos!



WICKET: Hã... Malani.

Ela fica contente em finalmente chamar a atenção de Wicket.

MALANI: Sim, Wicket?

WICKET: Pode falar baixo, por favor? Não ouço os Anciãos.

Até que a chatinha da Malani levou um fora bem educado, da parte de Wicket. Ingênua que só, ela demorou para perceber. Agora que Malani se calou, dá para o pobre do Wicket ouvir o que Mestre Logray fala para os Ewoks presentes.

LOGRAY: Os Phlogs são seres fortes, é verdade. Mas geralmente são calmos e pacíficos. Nós devemos ficar longe deles e nunca, nunca irritá-los.

Depois de ouvirem Mestre Logray, os Ewoks passaram a ficar atentos à ameaça que rondava a aldeia.



Os Phlogs acampam

Fazendo jus à fama de seres brutos mas pacíficos, a família de phlogs acampa na floresta. Mamãe phlog vai pegar comida numa árvore e Nahkee brinca com o irmão. Mas Zut chama o filho mais velho, para pegarem uma pedra gigante, e o caçula acaba sozinho no berço improvisado.







O bebê phlog escapa do berço e vai procurar algo com que brincar. Encontra uma fera. Só que a criatura felina fica com medo do "carinho" do bebê gigante.









O bebê continua avançando na floresta, mas é cercado pelas aranhas gigantes de Morag. Só pára de chorar quando a bruxa dá uma ordem para as aranhas.

MORAG: Vocês não vão machucá-lo.

Morag chega e hipnotiza o bebê, fazendo-o dormir. A bruxa chama as aranhas de novo.

MORAG: Venham! Temos que agir rápido!









Lá perto, a mamãe Phlog se desespera ao perceber que o bebê sumiu! Os três phlogs acham ali perto um capuz, um arco e duas flechas. Zut fareja-os, e já começa a pensar besteira...

ZUT (gritando, raivoso): Ewoks!







Morag está escondida num penhasco, observando os phlogs, que estão bem irados.

MORAG: Graças às pistas que deixamos, os phlogs pensam que os ewoks roubaram a criança deles! Nem os poderes de Logray salvarão o povo dele, desta vez.

Morag dá uma ordem às aranhas gigantes.

MORAG: Podem leva-lo, mas com cuidado.

As aranhas estão levando o bebê phlog numa teia.

MORAG: Quando a família dele destruir os ewoks, nós o devolveremos são e salvo. Enquanto isso, conheço um lugar perfeito onde podemos deixa-lo para que cuidem dele...







Encrenca para os Duloks

O lugar onde Morag pretende deixar o bebê phlog é o pântano onde vivem os Phlogs! É o que ela vai reivindicar junto ao rei, que a princípio não reage bem...

GORNEESH: O quê??? Você quer que eu, o rei de todos os Duloks, fique de babá de um pirralho Phlog chorão? Passou dos limites, Senhorita Morag!



A bruxa finge estar decepcionada e triste...

MORAG: Ora, rei Gorneesh, achei que gostaria da chance de me fazer um favor.

Mas logo parte para as ameaças...

MORAG: Mas se não estiver disposto, é claro que...

Ela aciona a Pedra das Sombras, de seu cajado.



Umwak, o covardão pajé dos Duloks, logo se esconde. O rei, antes irredutível, já muda o discurso. Não sem antes dar uns risos medrosos.

GORNEESH: Ora, claro, senhorita. Seria um prazer termos um bebê querido conosco. Ah ah ah...



MORAG: Obrigado, ó rei. Eu virei buscá-lo depois que a família dele destruir a aldeia dos Ewoks. Adeus.

Morag vai embora, e Umwak percebe facilmente o plano de Morag.

UMWAK: Ora... Usar os Phlogs para acabar com os Ewoks?

GORNEESH (lamentando): Eu quase tenho pena dos baixinhos.





Só que, nessa hora, Nahkee pega e começa a abraçar fortemente o monarca dos Duloks... Uma das cenas mais hilárias do cartoon (por enquanto)...

GORNEESH: Oh! Mas eu tenho mais pena ainda de mim! Me sooooolta! Pára! Solta! Pára com isso!

E o bebê continua fazendo de Gorneesh um brinquedinho...



Passeio entre as árvores

Malani caminha numa trilha natural na copa das árvores. Há um ponto em que os jovens ewoks tem que agarrar uma extensão de tronco de árvore para pular de um ponto a outro.



Ela encontra um munyip, criatura que Vive entre as árvores, mas desce ao chão para procurar comida. Deve alimentar-se especificamente de vegetais (folhas, sementes e pequenas frutas). Malani acha graça no animal.

MALANI: Goopa, munyip.

O munyip passa por Malani, quase fazendo-a cair da árvore...



MALANI: Você quer brincar, é?

O munyip desce da árvore, e Malani vai atrás, procura-lo entre um arbusto de flores.

MALANI: Eu vou encontrar você...



Wicket apronta mais uma

Os quatro Woklings mais famosos do cartoon, embora não sejam mais crianças (como Malani), preservam o hábito de passearem juntos na trilha das árvores onde Malani passou minutos antes. Todos eles estão muito animados.



KNEESAA (para os amigos): Danvay! Anda logo! Eu não quero encontrar aqueles phlogs de novo!

WICKET (rindo)! Chak! Eu não sei o que seria pior. Encontrar um deles... Ah ah... Ou a irmã caçula do Teebo! Ah ah ah ah...

TEEBO: Ora! Ela gosta de você.





Wicket carrega ainda mais o discurso. Exatamente na hora em que Malani está lá embaixo, entre as flores, ouvindo tudo...

WICKET: Eu gosto dela! Bem longe de mim! Ela é muito chata.

Mesmo satisfeita em ser a única amada por Wicket, Kneesaa não concorda com o jeito com que Wicket trata Malani.

KNEESAA: Ah, Wicket... Você está sendo duro demais com ela!

WICKET: Ora, Kneesaa... A Malani com aquele olhar melado pra cima de mim me lembra... Ah ah... Como a Latara olha pro Teebo! Ah ah ah...



Latara dá um tapa em Wicket.

WICKET: Ai! Eeecha-wawa, Latara!

Malani começa a chorar diante do munyip, que sente pena dela. Malani foge floresta adentro.





Depois das brincadeiras, a apreensão

Tirando os cavalos que aparecem em Caravana da Coragem e os humanos, as criaturas do Universo Star Wars não podem ser classificadas com os nomes das espécies terráqueas.

Por mais que até George Lucas chame os Ewoks de "ursos graciosos", dá para contestar esta preguiçosa associação, feita só por causa das orelhas e do porte físico.

Sem contar que já vi gente comparando eles com coalas (aqueles animais australianos) e até com esquilos!!!

Comparações também um tanto contestáveis.

Ewoks são Ewoks, ora. Nada mais que isso.

E desde quando ursos pulam de árvore em árvore, agarrados a cipós?

Os quatro Woklings brincam com os cipós daquelas árvores próximas à aldeia deles. Todos muito animados. Às gargalhadas, eles despencam de propósito por sobre uma montanha de folhas secas, no chão. Latara taca um monte de folhas em cima de Wicket, de brincadeira. Teebo é quem acha mais engraçado...

TEEBO: Latara! Ah ah ah ah...







O munyip que estava brincando com Malani chega correndo, todo agitado, e Teebo (que tem dom para dialogar com animais) vai falar com ele.

TEEBO: O que foi, munyip?

Totalmente agitado, o munyip gesticula e chega a imitar os gestos de Malani chorando.





TEEBO (apreensivo): Ih! Essa não!

Teebo atrai a atenção dos outros Woklings, que ainda brincam nas folhas.

WICKET: Ei, Teebo, o que foi?

Teebo já fica zangado com Wicket.





TEEBO: Esse munyip disse que estava brincando com minha irmã Malani no arbusto de flores, quando passamos. E você disse alguma coisa que fez ela chorar. E agora ela fugiu pra floresta!

Wicket leva bronca das duas meninas.

KNEESAA: Ah! Wicket!

LATARA: "Que legal", Wicket!



WICKET: Tchau pra vocês. Eu tenho que encontrar a Malani.

O senso do dever faz Wicket sair correndo, à procura da irmã de Teebo.

Parece que todos deixaram rapidinho de ficarem bravos com Wicket.

KNEESAA: Espera aí, Wicket! Nós vamos com você!!!



Kneesaa, Teebo e Latara alcançam Wicket, para poderem ajuda-lo.

O primeiro ataque dos Phlogs

Os quatro Woklings percorrem a floresta, em busca de Malani. Chamam por ela várias vezes.

TEEBO: Espere. Arandy.

Teebo tenta ouvir algo, enquanto os demais fazem silêncio.



TEEBO: As árvores dizem que ela veio por aqui. Mas tem alguma coisa... Algum aviso.

É um ruído vindo de uns arbustos e de duas árvores, bem na frente deles. Todos se espantam.

LATARA: O que foi isso?

WICKET: Esperem aqui.

Wicket pega uma clava improvisada, enquanto os amigos ficam mais atrás.

WICKET: Malani, é você?





Os arbustos se mexem. E Wicket fica assombrado quando vê as duas árvores sendo afastadas uma da outra.

WICKET: Malani... Eeecha wawa!

É que ele está diante de ninguuém menos que um dos Phlogs, que não está a fim de conversa...

"Ewok keeshka!"

Keeshka é uma palavra do dialeto phlog que significa inimigo.



Os quatro Woklings fogem apavorados, com o phlog quase esmagando-os...

"Vamos sair daqui!"

Correndo vários metros, eles dão de cara com outro dos Phlogs, que vai tentar esmaga-los também...



Eles saem correndo por outro caminho.

WICKET: Por aqui!

Ele aponta para os amigos o caminho para um tronco oco, onde cabem todos eles.



WICKET: Veek! Entrem! Rápido!

Com os quatro dentro da tora, Wicket propõe que eles rolem a tora.

WICKET: Me ajudem a empurrar!

Eles conseguem fazer a tora rolar, bem a tempo de escapar de um dos Phlogs, que cai batendo o queixo bem onde estava a tora. Mas os Woklings ficam tontos, de tanto rolarem dentro dela...



O que acontece é ainda mais perigoso: a tora se choca com uma pedra à beira de um precipício. A tora se parte, e os quatro acabam caindo dali, direto num rio lá embaixo. Os Phlogs ficam frustrados em verem os Ewoks descendo rio abaixo, boiando junto aos pedaços da tora. Wicket e Kneesaa estão se apoiando na mesma madeira. Os dois conversam, temerosos da situação.







KNEESAA: Os Phlogs estão atacando! Nós precisamos avisar a aldeia!

WICKET: Chak! Teebo e eu vamos procurar a Malani. Temos que encontra-la...

Eles ouvem os Phlogs rosnando, de longe.

"Keeshka, Ewoks!"

WICKET: ... antes que eles a encontrem.

Pintou sujeira

Esta é uma das mais hilárias cenas com Duloks já produzidas.

Os Duloks continuam tomando conta de Nahkee, o bebê phlog capturado e entregue por Morag. O garoto fica com fome várias vezes ao dia, e mesmo recebendo comida, pouco tempo depois volta a chorar de fome novamente. Sempre agarrado ao seu "brinquedinho de criança", o Rei Gorneesh.

Os demais Duloks providenciam a comida para o bebê.

UMWAK: Anda logo com esse glock!

Ele fala isso para Lady Urgah (a primeira-dama, que preparava o glock) e os outros que levavam a comida para Nahkee.

URGAH: É a quinta vez hoje! Quanto mais ele vai comer?



GORNEESH: Não reclame! Você ficou com o trabalho fácil.

Ao comer, o bebê se lambuza todo, e também lambuzando Rei Gorneesh.

GORNEESH: Ei! Cuidado! Mas que moleque mais porcalhão!

Mesmo comendo, o bebê sente algo, larga Gorneesh e começa a chorar ainda mais.



GORNEESH: Por quê ele está chorando?

Umwak, o pajé dulok, pensa um pouco e tem uma idéia: conferir a gigantesca fralda de Nahkee. A cara de espanto dele já diz o que ele encontrou na fralda do bebê...



Umwak vai cochichar no ouvido do rei, para falar a respeito. O monarca fica mais constrangido ainda...

GORNEESH: Essa não! Não está falando sério!

Mas o pajé confirma tudo.



Como é o monarca quem recebeu de Morag a missão de tomar conta do bebê gigante, ele vai apelar para os súditos, com um discurso bem formal, que não atrai muito o interesse...



GORNEESH: Leais servos! Grande honra e recompensas, assim como a minha eterna gratidão, aguardam o corajoso dulok que...

Só que o barulho que a caca de Nahkee faz espanta todos os "leais servos" do rei.

GORNEESH: Ora, que ingratidão!



O bebê acha engraçado, e ri do monarca...

Gorneesh enfim troca a fralda de Nahkee ("Mas que moleque mais pesado!", comenta o rei). Quando acaba, manda:

GORNEESH: E vê se não apronta mais nada! E para termos certeza disso...

Nahkee continua rindo, só parando quando é amarrado com uma corda a um tronco de árvore.

GORNEESH: Você não vai a lugar nenhum amarrado desse jeito! Ah ah ah ah... Agora, vou tirar uma sonequinha. Até mais, pirralho.



Gorneesh vai dormir em sua casa. Só que Nahkee é forte o suficiente para arrancar o tronco de árvore de uma vez só e deixar o pântano dos Duloks, engatinhando.



Parte 2

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