Parte 2

A Vila Assombrada

Parte 1

© 2006 - Delmar Nori - membro do Fórum de Discussão do Conselho Jedi Rio de Janeiro.

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O segundo episódio da 1ª Temporada do cartoon dos Ewoks apresentou mais novidades sobre o micro-universo de Endor, já apresentado nos filmes O Retorno de Jedi, Caravana da Coragem e no 1º episódio do cartoon (O Lamento das Árvores).

A Vila Assombrada é a primeira história em que os Ewoks da Vila da Árvore Brilhante devem enfrentar simultaneamente dois de seus maiores inimigos: a bruxa Morag e a tribo dos Duloks.

Neste episódio, Wicket mostra mais uma vez ser o maior estrategista de seu povo. Como havia feito no episódio anterior.

Este episódio também é o primeiro a confirmar o romance de Wicket com Princesa Kneesaa. O romance foi apenas sugerido pela animada dança dos dois no final de O Lamento das Árvores.

Colhendo amoras

Na primeira cena, Kneesaa e Wicket colhem amoras, cada um com sua bolsa a tiracolo. Naquela complicada cultura primitiva, esta é uma atividade que dois jovens Ewoks (uma macho e uma fêmea) que não sejam parentes só podem fazer juntos se tiverem assumido um romance, ainda que subentendido.

A cena começa mostrando os dois correndo numa trilha entre as amoreiras, fora da aldeia suspensa. Kneesaa corre apressadamente, e Wicket se esforça para não ficar para trás.





WICKET: Ei, Kneesaa! Espere por mim!

Ela quer apressá-lo.

KNEESAA: Anda logo, Wicket! Tem mais amoras no final do escorregador.

O tal escorregador é um grande tronco oco de árvore, por onde os Ewoks menores (notadamente crianças e adolescentes) escorregam para cair sobre as amoreiras que ficam abaixo do fim do tronco.

Kneesaa entra no escorregador, deixando algumas amoras caírem da bolsa. Wicket faz o mesmo, logo atrás.

WICKET: Kneesaa! Aqui vou eu!

A altura do tronco em relação às amoreiras não é muito grande. As plantas amortecem a queda.

Kneesaa cai sobre uma amoreira, e Wicket cai ao lado dela. Os dois se olham e riem da brincadeira.





Eles começam a colher as amoras daquela planta.

KNEESAA: A minha sacola está cheia. E a sua?

O primeiro ataque do mantigrua

Nisso, uma gigantesca criatura alada (da espécie dos mantigruas) chega, assustando o casal com seu tamanho e sua sombra.

WICKET: Danvay! Kneesaa, cuidado!

Os dois se jogam do alto da planta, e caem no chão. O problema é que o mantigrua arrancou e agarrou uma planta, e um dos cipós se enrosca numa das pernas de Kneesaa. A princesa é levada junto.

WICKET (aflito): Kneesaa!

KNEESAA (gritando): Socorro, Wicket!



Wicket se levanta imediatamente.

WICKET (aflito): Segure-se, Kneesaa! Eu estou indo!

Ele corre e sobe num tronco velho próximo da rota de vôo do mantigrua.

WICKET: Agüenta firme! Eu vou pegar você!

Ele salta do tronco, e agarra os braços de Kneesaa.

WICKET: Peguei!

Tão logo a princesa se solta, ela e Wicket começam a despencar, e caem sobre as amoreiras. O mantigrua segue seu rumo, levando duas plantas.







Ainda caídos sobre as amoreiras, os dois Ewoks se refazem do susto.

KNEESAA: Oh. O que era aquela coisa?

WICKET: Eu não sei. Mas é melhor voltarmos para a aldeia e avisar a tribo.





Na cabana do Mestre Logray

Kneesaa e Wicket voltam correndo para a Vila da Árvore Brilhante, que fica suspensa na copa das sequóias de Endor.



Numa das inúmeras vielas da vila, eles tomam outro susto, ao ouvir o rosnar do mantigrua novamente.

KNEESAA (assustada): Wicket! Tá voltando!



WICKET (a respeito do ruído): Espera. Veio da cabana do Logray. Yub nub.

Eles correm em direção à cabana do Mestre Logray, o pajé da tribo.



Depois de atravessarem a cortina que serve de porta para a cabana, eles ficam impressionados com a forte luz verde provinda do oráculo, que é um pião que projeta imagens e sons de outros ambientes, enquanto gira.



A imagem e os sons projetados são realmente assustadores: são da bruxa Morag, velha inimiga dos Ewoks, falando com o mantigrua, recém-chegado com as duas amoreiras arrancadas da floresta.

MORAG: As árvores de amora finalmente amadureceram. Amanhã, você voltará à floresta dos Ewoks e destruirá todas as árvores de amora.

As imagens assustam Kneesaa.

KNEESAA: É o monstro que vimos no bosque de amoras!





O pião pára de rodar, e Chefe Chirpa aproveita para esclarecer a princesa a respeito das imagens.

CHIRPA: É o mantigrua, filha.



Wicket fica cheio de dúvidas.

WICKET: O mantigrua?

LOGRAY: O escravo voador da nossa velha inimiga Morag, a bruxa de Tulgah.



Enquanto Logray fala, ele vai desenrolando um pergaminho que conta a história de ataques anteriores da criatura alada.



LOGRAY: Certa vez, no passado distante, Morag mandou o mantigrua devorar nossas amoreiras. Sem os frutos especiais das árvores, muitos Ewoks adoeceram. Foi uma época de miséria.

Para falar do presente, Logray se exalta mais.

LOGRAY: E agora, mais uma vez Morag manda o monstro nos amaldiçoar!

Chirpa mostra sua raiva do monstro.

CHIRPA: Grrr... Eu adoraria espantar esse ladrão alado de uma vez!



Wicket se espelha no velho monarca, e faz o mesmo gestual.

WICKET: Chefe Chirpa, vamos acabar com esse enxerido! Grrr...



Logray não acredita que derrotar o mantigrua seja como Chirpa e Wicket possam imaginar. O pajé vai para um canto próximo de uma janela, pegar um sabonete verde que está sobre a mesa.

LOGRAY: A pele do mantigrua é grossa demais. Para derrotá-lo devemos usar outro tipo de arma.

WICKET: Um sabonete?



O sabonete mágico

Chefe Chirpa e Mestre Logray reuniram vários membros da tribo no bosque das amoreiras. Eles pretendem mostrar a estratégia a ser usada contra o mantigrua. Logray tem um balde d´água e o sabonete verde mostrado na cena anterior.

Os irmãos Weechee e Willy parecem caçoar do Mestre Logray...

WEECHEE (para Willy): O quê devemos fazer? Matá-lo de tanto esfregar?

Weechee e Willy riem. O irmão menor deles não aprova essa atitude.



WICKET (zangado): Esperem só e vão ver!

Logray começa a explanação.

LOGRAY: Este sabonete é feito da rara raiz de sombra.

Os outros Ewoks ficam intrigados com a menção a essa raiz de sombra, matéria-prima do sabonete.

LOGRAY: Ele torna tudo que lava invisível.

Enquanto fala, Logray dá umas pinceladas numa das amoreiras, e ela desaparece.







A tribo fica mais admirada ainda.

WILLY: Comeu tudo!

Logray acha graça na frase de Willy.

LOGRAY: Oh, não, não.

Ele joga a água do balde na planta, e ela reaparece.

LOGRAY: Viram? Água limpa traz de volta.

Weechee acha graça no engano de Willy.

WILLY (contrariado): Ah, eu sabia!

Agora é hora do líder da tribo fazer a convocação.

CHIRPA: Precisaremos da ajuda de todos para esconder as árvores antes que o mantigrua retorne.



LOGRAY: E, por favor, usem o sabonete com cuidado. Temos muito pouco.

Todo aquele grupo de Ewoks se espalha no bosque, com vários recipientes d´água e vassouras. Willy mexe numa bacia. Wicket se anima, e quer participar, junto com os dois irmãos.

WICKET: Bom, vamos começar!

A visão que Wicket tem a seguir é aterradora: Bozzie (a irmã de Chirpa) chega com várias crianças, disposta a entregar uma tarefa para ele.

BOZZIE: Wicket!



Wicket já sabe que vem encrenca.

WICKET (desanimando): Ah, não!

Bozzie chega dando ordens.

BOZZIE: Wicket! Você deve cuidar dos menores enquanto os anciãos estão pintando. Leve-os para o rio para tomarem um bom banho.

Ela entrega um sabonete normal (não mágico) para Wicket. E deixa três das crianças. Duas delas conhecidas dele: Wiley e Nippet (os irmãos de Latara). A terceira criança é uma menina mais velha que as outras duas.

As crianças ficam animadíssimas, e Wicket fica se perguntando:

WICKET: Por quê sempre eu que tenho que bancar a babá?

WEECHEE: Pintar árvores é trabalho para os adultos, Wicket.



WILLY: É! E nós somos adultos!

Será mesmo? Porque o desastrado Willy atinge a cabeça de Weechee com a sua vassoura, e a cabeça de Weechee fica imediatamente invisível.

WEECHEE (zangado): Seu lurdo, cérebro de Dulok!

Willy sai correndo, e Weechee o persegue.

WEECHEE: Ei! Volte aqui!

Wicket e as três crianças só olham.

Nisso, Princesa Kneesaa chega, doce como sempre. As crianças também gostam muito dela.

WILEY: Kneesaa!

KNEESAA (para Wicket): Eu ajudo a cuidar das crianças. Vamos, Wicket! Será divertido.

Kneesaa leva Nippet pela mão. As outras crianças arrastam o desanimado Wicket com elas. Wiley chega a puxar o braço de Wicket.

"Anda logo! Queremos nadar!"



Os Duloks e as "moscas chatas"

Os Duloks, espécie rival dos Ewoks, realmente são criaturas repugnantes. Fedem muito (como dirá Wicket neste episódio), e por isso alguns deles andam sendo incomodados com a presença de moscas rodeando-os.

Como esses três, que estão torrando debaixo dos dois sóis de Endor.

DULOK 1: Ah! Eu odeio esse sol quente!

DULOK 2: É! E essas moscas chatas ainda! Ei, anda logo aí, pajé!

O pajé Dulok está enfiado num buraco no chão, pegando ingredientes para bruxaria.

UMWAK: Ei! Pare de resmungar!

E sai do buraco.

UMWAK: Só faltam alguns ingredientes para minha poção mágica.

DULOK 1: Você e suas poções mágicas! Se fosse um mago de verdade, inventaria alguma coisa para espantar esses insetos dos Duloks.



UMWAK (malicioso): Certo! Aqui está um mata-moscas!

Ele taca uma raiz pra cima do outro Dulok, com terra e tudo, sujando-o mais ainda.

UMWAK: Aproveite! He he he...

De repente, os Duloks ouvem uma algazarra, num rio perto dali. Algumas vozes são infantis. Movidos pela curiosidade, os três Duloks se escondem atrás de uma árvore junto ao rio, para ver quem é.



O que eles vêem é aquele grupo de jovens Ewoks. As três crianças ainda fora da água, Kneesaa se lavando e Wicket trepando num ramo de árvore acima do rio.

UMWAK: Ewoks!



Os Duloks se escondem atrás de uma planta ainda mais próxima do rio.

Wicket usa um cipó da árvore para se jogar no rio. Acaba esparramando água pra todo lado, arrancando risos de Kneesaa.

Ali perto, os Duloks já querem aprontar alguma coisa...

Kneesaa chama as crianças.

KNEESAA: Ei! Entrem na água!



A tomada das crianças entrando na água é hilária. Nippet reclama.

NIPPET: Está gelada!

O irmão dela não está nem aí pra ela... Se joga no rio e esparrama água em cima das duas meninas. O que irrita Nippet.

NIPPET (zangada): Você me paga, Wiley! Eu te pego!



E Nippet sai correndo atrás do irmão, na água rasa. A outra menina ri bastante. Kneesaa também acha graça, mas fala:

KNEESAA (graciosamente): Vocês deviam estar se lavando!

A princesa levanta o sabonete. Que já está sendo cobiçado pelos Duloks, que estão escondidos na outra margem do rio.

UMWAK: Sabonete Ewok! Não existe nada melhor em toda Endor para espantar mosquitos!

DULOK 2: Então vamos pegar pra nós!

Mas eles tomam um enorme susto, ao verem o chão se levantando sob seus pés. Eles saltam no rio.



Na água, Umwak vê que as plantas, na verdade, eram a carapaça superior de uma criatura parecida com um hipopótamo gigante. Que boceja.



Umwak toma um enorme susto, e sai correndo da inofensiva criatura.



O pântano dos Duloks

É a primeira vez que o pântano é mostrado, já que ele não aparece em O Lamento das Árvores.



Lá, um roedor de duas cabeças come, mas o repugnante Rei Gorneesh quase o esmaga com seu tacape. E quebra a mesa ao meio.



Gorneesh é assustador. Espanta três moscas somente com o olhar. Ele tem diante de si o pajé Umwak, que está prostrado no chão e contando mentiras para o rei.

GORNEESH: Então quer dizer que pôs a mão no sabonete mata-moscas dos Ewoks e deixou escorregar? Ora, seu cabeça de melão!



UMWAK (cheio de medo): Por favor, grande Rei Gorneesh. Mas eles eram muitos. Dúzias de Ewoks. Centenas! Eu lutei como um hanadak, mas eles pularam em mim, me derrubaram e tiraram o sabonete da minha mão desesperada.

Enquanto Umwak contou essa mentirada toda, os dois outros Duloks que viram as crianças Ewoks lamentam a atitude do pajé. E Gorneesh lamenta o papelão de Umwak.



Gorneesh se levanta, e pisa literalmente sobre Umwak.

GORNEESH: Parece que nossos priminhos amantes das árvores não querem repartir o sabonete secreto conosco.



GORNEESH (mais determinado): Acho que não temos escolha... (berrando) A não ser roubá-lo!

Os outros Duloks iniciam a sinistra algazarra.

"É! Roubar! Roubar! Roubar!"



Amoreiras invisíveis

No bosque das amoreiras, os Ewoks adultos terminaram o serviço de pintar com sabonete mágico todas as amoreiras, que agora estão invisíveis. Mestre Logray agradece.

LOGRAY: Obrigado a todos vocês. Fizeram um trabalho maravilhoso.

Enquanto a maioria dos adultos se retiram, Kneesaa e Wicket chegam com as três crianças. Eles ficam admirados com o serviço.

WILEY: Ei! Olhem!

WICKET: Eeecha-wawa! Olhem!



E lá vai Wicket correndo ao encontro das amoreiras invisíveis.

WICKET: Todas as árvores...

Ele se choca com uma das amoreiras e cai no chão.

WICKET (surpreso): ...sumiram!

Logray vai socorrer Wicket.

LOGRAY: Cuidado. As árvores estão invisíveis mas continuam duras como antes.

Logray dá a mão para Wicket levantar, enquanto outro adulto continua pintando as amoreiras.



WICKET: É. Esse sabonete é incrível mesmo.

LOGRAY (animado): Chak. Agora todas as amoreiras estão escondidas e a salvo do mantigrua.

WICKET: Mas... E quanto às amoreiras que ficam lá perto do rio?

LOGRAY (agora atônito): Perto das Árvores Espíritas? Tinha me esquecido delas!

Muito prestativos, Wicket e os demais jovens se oferecem para ajudar.

WICKET: Podemos pintá-las pro senhor!

As crianças fazem coro com Wicket. Logray fica preocupado.

LOGRAY: Não sei. Vai ser um trabalhão.

WICKET: Por favor, Mestre Logray.

NIPPET: Por favor!

WILEY: Deixa, vai!

Com tanta insistência desses graciosos jovens, claro que Logray deixaria.

LOGRAY: Está bem.

E pega o sabonete mágico. As crianças fazem festa.



LOGRAY (advertindo): Mas tenham cuidado! O sabonete já está acabando, hein?

O furto do sabonete mágico

Enquanto isso, Umwak e outro daqueles Duloks escalam uma das enormes sequóias da aldeia dos Ewoks.



O outro Dulok reclama do peso do pajé.

DULOK 1: Por quê você não faz um regiminho, hein?

Eles conseguem chegar à aldeia suspensa dos Ewoks. Como o outro Dulok fez o esforço todo de subir a sequóia levando o pajé nas costas, Umwak comemora e sai correndo rumo a uma das cabanas, enquanto o outro põe a língua pra fora.

UMWAK (comemorando): Conseguimos! Conseguimos!

Ele vai direto para a janela da cabana de Mestre Logray.

UMWAK: Ninguém em casa! Bom, vamos lá.

O outro Dulok se refaz do cansaço, e os dois juntos entram na cabana.



DULOK 1: É, não vai ser fácil encontrar uma barra de sabonete nessa bagunça.

UMWAK: É melhor encontrarmos uma, ou não nos deixarão entrar no pântano de novo.

Os dois começam a procurar o sabonete mágico em todos os cantos, móveis e recipientes que encontram.



DULOK 1: Ei, pajé!

Chamando Umwak, o outro Dulok roda o oráculo de Logray, que acende imediatamente. Umwak vai lá parar o pião e dá uma bronca.



UMWAK: Agora não é hora de brincadeira! Vá encontrar o sabonete!

Ordens são ordens... O outro Dulok vai abrir uma caixa, de onde escapam peixes voadores.



Depois ele abre a boca de um jacaré empalhado.

DULOK 1: Onde será que está?

Ao mesmo tempo, Umwak gira o oráculo, mas não consegue fazê-lo emitir luz. Acaba deixando-o parado num canto da mesa.

UMWAK: Coisinha idiota!

O outro Dulok leva um susto com uma criatura saída do jacaré empalhado.



Umwak pega um recipiente, e começa a comer e que encontra lá. Parece ser algo crocante.



Mas ele vê no rótulo que a "comida" são insetos secos. E começa a tossi-los, derrubando e quebrando o recipiente.

Umwak encontra uma garrafa. Querendo sacanear o colega, entrega-a. Quando o outro abre a garrafa, de lá sai uma fumaça, que se transforma em uma máscara dourada na cara dele.

Umwak fica invejoso.

UMWAK: Devolva isso aqui!

E toma a garrafa da mão do outro. Mas não encontra mais nada dentro.



UMWAK: Você usou tudo!

O outro está todo sorridente... Mas Umwak fica com raiva e desfaz sua máscara dourada com as mãos.

Umwak abre outro recipiente. Agora ele encontra um sabonete verde.

A coisa se agrava ainda mais: o sabonete que eles viram primeiro (na mão de Kneesaa) é um sabonete simples, que não é mágico nem espanta moscas. Apenas limpa. E esse sabonete verde que eles encontram também não espanta moscas. Mas é o sabonete que torna tudo invisível.



"SABONETE EWOK!"

Pouco depois, eles começam a descer a sequóia. Rei Gorneesh está lá embaixo esperando-os.

GORNEESH: Vamos, vamos! Depressa!

Os outros dois empacam no meio do caminho. Umwak (que traz o sabonete verde consigo) está literalmente pisando sobre o outro!

DULOK 1: Tire o pé das minhas costelas!

E tenta empurrar o pajé com um dos pés.

UMWAK: Pare de empurrar!

Gorneesh se irrita com tanta trapalhada. Dá um puxão no cipó, fazendo os outros despencarem. E tira o sabonete deles.



GORNEESH: Obrigado.

UMWAK: Guarde um pedaço pra mim! Pra mim! Pra mim!

DULOK 1: Quero um pedaço pra mim!

Duloks invisíveis

Tão logo Gorneesh chega à aldeia, todos os Duloks vão para a água do pântano tomar banho com o sabonete mágico dos Ewoks. Lady Urgah também está lá.

URGAH: Assim é bem melhor! Eu me sinto uma Dulok nova.

Mas seu entusiasmo acaba quando ela vê que seu abdômen inteiro e suas mãos ficaram invisíveis.

URGAH (assustada): Ahhh... Onde está o meu braço?

Gorneesh ficou com a cabeça e as mãos invisíveis.

GORNEESH: Sua barriga? E as minhas mãos?

URGAH: Sua cabeça! Ela sumiu!



Os outros Duloks também ficam apavorados, porque uma das mãos do pajé sumiu, o dedo indicador de outro Dulok também, e parte do braço de outro... Isso aconteceu com todos eles.

GORNEESH: O sabonete está enfeitiçado.

Um Dulok totalmente invisível está ao lado de Urgah, que o empurra.

URGAH: Não ponha as mãos em mim!

Este Dulok cai na água. Como o sabonete que está nele saiu por completo, ele volta a aparecer.

URGAH: Espere. O sabonete sai. Viu?

Gorneesh dá uma daquelas risadas sarcásticas.

GORNEESH: Ah ah ah... Maravilha!

Os outros ficam sem entender nada. Ele explica.

GORNEESH: Se usarmos este sabonete para ficarmos invisíveis, o que nos impede de dar um baita susto em toda a aldeia Ewok?

Os outros fazem coro de guerra.

"NADA!"

GORNEESH: Foi o que pensei.

Os súditos dão risada, enquanto Gorneesh se ensaboa mais ainda.



Crianças travessas

Kneesaa, Wicket e as três crianças Ewoks estão pintando com sabonete mágico as amoreiras que ainda faltam. A animação de todos é visível. E audível.



KNEESAA: Eu não disse que seria divertido?

A princesa ouve alguma coisa, e fica desconfiada. Wicket ouve o mesmo, e pega sua lança de guerra. Kneesaa vai para junto dele. Wicket dá uma ordem para as crianças.

WICKET: Danvay! T´hesh. Se escondam. E fiquem quietos!

As três crianças se escondem entre as amoreiras ainda visíveis.

O casal se esconde atrás de uma árvore, e dali ouve as vozes dos Duloks invisíveis, que estão passando ali perto. Eles falam uns com os outros.

"Ei! Sai de cima do meu pé!"; "Desculpe"; "Cuidado! Sai de cima do meu rabo!"; "Tá pisando em cima de mim! Cuidado!"; "Desculpa".

Wicket e Kneesaa se olham, sem entender nada.



Então os dois começam a voltar para o bosque das amoreiras.

WICKET (para as crianças): Fiquem frios, pessoal. Não vimos nada.

Os dois tomam um enorme susto quando vêem as crianças parcialmente invisíveis, após terem derrubado a bacia com sabonete sobre eles.

KNEESAA: Kavark!





Kneesaa e Wicket ficam completamente desanimados.

KNEESAA: E ainda não pintamos nem metade das árvores!



Parte 2

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