BN. Adelia Albuquerque Ver�ssimo
Adelia
Albuquerque Verissimo tinha o apelido de "Deloca"
e tamb�m de "Dinda". Casou-se com
Nas
palavras de seu sobrinho �rico Verissimo:
" Quando algu�m murmurava,
"Deus � grande" -- o menino que eu era
perguntava a si mesmo se Deus seria maior que um tal de Mr. Ernest
Hammersmith, jovem magro e espigado, que a mim parecia o homem mais alto do
Universo.
Os
ventos do destino haviam soprado para as bandas de Cruz Alta aquele insinuante s�dito
brit�nico de vinte e pouqu�ssimos anos, nascido na Nova Zel�ndia..
Minha
tia Ad�lia era ent�o a �nica das meninas do Dr. Franklin que estava ainda
solteira.
Era
uma mulher corajosa, dotada duma fibra de pioneira. Na primeira d�cada deste s�culo,
e num burgo conservador e preconceituoso como era Cruz Alta, teve um dia a
coragem de sair � rua fumando um charuto.
Pois essa tia "de faca na bota" foi apresentada a Mr.
Hammersmith numa quadra de t�nis. Uma amiga lhe soprou ao ouvido: "Agarra
esse ingl�s para ti". Uma semana depois estavam noivos . Duas semanas mais
tarde, casados. ("Extravag�ncia
de Ver�ssimo" -- diriam as comadres --
"pois onde se viu casar com um estrangeiro que a gente nem conhece a
fam�lia?")
Ad�lia
Ver�ssimo Hammersmith sabia dedilhar na c�tara suaves melodias, mas quando
necess�rio era igualmente destra no uso dum rev�lver ou duma espingarda .
Viveu
mais de cinq�enta anos com o seu ingl�s, numa permanente lua-de-mel.
N�o tiveram filhos. Depois
que ele morreu, n�o suportando a saudade e a solid�o. ela se deixou morrer
tamb�m. "
(Solo
de Clarineta - 1� Vol. - �rico Ver�ssimo, 1973, Globo)
Residiam no Rio de Janeiro, em S�o Crist�v�o.