Reflexões Sobre o Quarto Trabalho


Precisamos ter sempre em mente que se estamos sinceramente procurando o desenvolvimento interior, passamos a emitir vibrações mais elevadas. Essas vibrações passam a atrair fatos que nos propiciam executar o exercício a que nos propomos. Então, durante a realização dos exercícios deste quarto Trabalho, se estivermos integralmente engajados na sua elaboração, atrairemos fatos que nos permitam desenvolver a intuição. Quanto mais enfocarmos os fatos com essa visão, mais circunstâncias favoráveis serão fornecidas, cada vez mais significativas e proveitosas.

O objetivo deste quarto Trabalho é transmutar o impulso instintivo em impulso intuitivo. O plano instintivo é o plano das massas. Estas se comportam instintivamente, freqüentemente sem sabedoria e de forma previsível e, portanto, controlável . O quarto Trabalho desenvolve o intuitivo a partir da elevação dos impulsos. Permite que o ser se destaque da massa instintiva, que se individualize enquanto ser que busca a Luz e que se torne um servidor consciente. De uma certa forma é uma separação da massa. Tal separação é relativa pois quanto maior for o desenvolvimento intuitivo alcançado, maior será a percepção da necessidade de servir. Quanto mais o indivíduo ampliar o alcance de seu serviço, mais facilmente perceberá que com o serviço, ele volta a incluir-se nessa Grande Fraternidade que é a Humanidade. Já vimos que o serviço é a ponte para a sua inclusão no Todo. Dessa maneira, o ser retorna a esse Todo que aparentemente se separou ao deixar de ser meramente instintivo, só que no degrau seguinte da infinita espiral evolutiva.

A sugestão de realizar os exercícios cumulativamente começa a ficar mais compreensível a partir de agora. Para desenvolver a intuição é fundamental utilizar o amadurecimento conseguido com a prática dos três primeiros Trabalhos. No primeiro Trabalho, elevamos a qualidade do pensamento; no segundo, a qualidade do desejo, do emocional; no terceiro construímos a ponte entre o mundo material e o imaterial; e para o quarto, precisamos aplicar todos ao mesmo tempo, senão como receberemos uma intuição? Eles são pré-requisitos.

É necessário esclarecer, que o instinto é importante, ele possui uma função essencial. O instinto mantém a integridade da forma através de seu impulso para que nos alimentemos, para que tenhamos atitudes cautelosas, para que possamos reproduzir. A atitude humana é que corrompeu o impulso instintivo quando exagera, quando gera a competição.O homem quer as coisas só para si. Quer acumular bens materiais com medo que algo lhe falte ou para que possa dominar aqueles que nada posuem. A causa desse distúrbio da percepção instintiva é o distanciamento do homem para com sua verdade interna que sabe que todos somos unidos, que todos pertencemos à mesma fraternidade. Suplantamos essa dificuldade quando submetemos os impulsos instintivos ao controle do plano intelectual. O intelecto discerne e usa o impulso preferencialmente quando este for direcionado para as necessidades grupais de existência. Na medida em que abrimos mão desses impulsos mais primitivos e que assumimos a condição de filhos de Deus, usando a intuição, passamos a pertencer ao Todo onde tudo pertence a todos. "A corça é depositada no templo".

Podemos também perguntar: como distinguir entre uma intuição verdadeira e uma idéia do pensamento? Primeiramente, precisamos ter humildade para reconhecer que no início teremos alguma dificuldade, e isso é compreensível. Mas qualquer amadurecimento requer prática, conseqüentemente, é necessário praticar. Praticar insistentemente, determinadamente. O "cervo" é imprevisível, não se captura com facilidade, ele tende a escapar. É necessário persegui-lo constantemente. Para facilitar o reconhecimento, avaliemos a repercussão que o "impulso" ocasionará, se for implantado. A quem ele atenderá. Se ele só atender a nós mesmos, possivelmente ele se originou no plano mental, mas se sua proposta tiver alcance amplo, fraterno, amoroso, possivelmente terá vindo do mundo interno. Ainda que tenha se originado no mental, se ele objetivar ser altruísta, já terá sido um ótimo passo no sentido intuitivo e uma comprovação de nossa intenção. A persistência dessa intenção na vida cotidiana é importante para sinalizar ao plano interno o destino que queremos dar às nossas vidas. Ciente disso, o interno passa a enviar as intuições adequadas pois saberá que suas mensagens serão corretamente utilizadas, que não serão desperdiçadas.


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