OITAVOTRABALHO


A oitava tarefa tem como cen�rio o f�tido p�ntano de Lerna, onde habita uma monstruosa hidra, que todos temos de enfrentar um dia. A hidra possui nove cabe�as: tr�s simbolizam os apetites instintivos relacionados com o sexo, o conforto e o dinheiro; outras tr�s, as paix�es emocionais do medo, do �dio e do desejo de poder; e as �ltimas, os v�cios da mente ainda n�o iluminada pela alma: o orgulho, a separatividade e a crueldade, Uma dessas cabe�as � imortal e encerra um segredo que todos devemos, a certa altura, conhecer. Os m�todos comuns de luta s�o in�teis diante desse monstro, chamado de deplor�vel, no mito de H�rcules. Quando uma cabe�a � destru�da, surgem outras duas no lugar � situa��o desencorajadora para qualquer guerreiro que a enfrente. H�rcules espera o momento de partir para a nova tarefa, quando escuta de seu Instrutor interno dizeres s�bios: "Quem se ajoelha eleva-se. A conquista � obtida por meio da total rendi��o de si. � renunciando que se ganha" � todos eles chaves imprescind�veis para enfrentar o p�ntano que, como uma mancha escura na paisagem, polui com seu odor a atmosfera de uma grande �rea. O mau cheiro � tal que o her�i precisa fazer uma pausa para respirar, antes de penetrar naquela atmosfera f�tida. As areias movedi�as de que se constitui o p�ntano s�o uma amea�a. � preciso muitas vezes recuar os passos, para n�o ser tragado por elas. Aqui, essas areias simbolizam a mente do homem, e o p�ntano f�tido, o seu subconsciente. Dentro est� a hidra, que mora em uma caverna sempre escura, da qual pouco sai. Quando o faz, � sempre destrutiva e mal�fica. O guerreiro mergulha, ent�o, muitas flechas numa esp�cie de combust�vel r�stico e lan�a-as sobre ela, que aparece por um momento. Tem-se a� uma chuva de fogo sem resultado outro que excitar mais o monstro de nove cabe�as. Ora, a hidra, cuja origem se perdeu na noite dos tempos, � o concentrado de todo o mal, erros e falhas vividos durante o longo passado do homem desde a sua cria��o. Quando sua cauda escamosa bate furiosamente sobre as �guas do p�ntano, produz em torno uma chuva de lama. � o que experimenta H�rcules: a cada um desses movimentos, fica todo salpicado daquele material malcheiroso. Com v�rios metros de altura, ali est� ela, resultado dos mais imundos pensamentos forjados pela humanidade, desde os seus prim�rdios. Muito tempo se passa antes que o homem descubra que sempre a alimentou, inconscientemente. Quando isso se d�, cabe-lhe enfrent�-la. Agora, a hidra avan�a e procura enroscar-se nos p�s de H�rcules, a fim de impedi-lo de caminhar. Num desses ataques, tem cortada uma das cabe�as, mas em seu lugar surgem mais duas, terrivelmente agressivas. � medida que H�rcules enfrenta o monstro, este vai-se tornando cada vez mais forte, demonstrando que n�o se deixa abalar por nenhuma esp�cie de golpe. � ent�o que o her�i se lembra da voz do Instrutor: "Quem se ajoelha eleva-se. Conquista-se por meio da total rendi��o de si. � renunciando que se ganha". A primeira frase lhe parece ser o toque inicial. Joga fora ent�o suas armas � que de nada valem nesse tipo de batalha � ajoelha-se e, agarrando o monstro com as suas m�os fortes e nuas, ergue-o do ch�o. Suspensa no ar e distante do seu apoio terrestre, a hidra perde um pouco de sua for�a, H�rcules insiste naquele estratagema e continua segurando-a acima de si mesmo. A luz do dia e o ar puro provocam um efeito inesperado: a for�a da hidra, t�o grande na escurid�o e na lama escorregadia, esvai-se gradativamente. Para isso n�o � necess�rio ao guerreiro esfor�o algum; basta-lhe permanecer ajoelhado, permitindo que os raios do sol e o vento ajam sobre o monstro erguido no ar. Mesmo assim, arrepiada e ainda mais horr�vel, a hidra tenta lutar. H�rcules, no entanto, mant�m-se firme em sua posi��o. As nove cabe�as come�am a pender, as bocas engasgadas com o ar n�o contaminado, os olhos emba�ados pela pura luz do Sol. Depois de certo tempo, ei-las sem vida; somente a �ltima cabe�a, que � imortal, permanece bem vis�vel como se enfrentasse o guerreiro. Com seu olhar penetrante, ela parece dizer-lhe que, por mais terr�vel que seja um acontecimento, ele sempre encerra uma j�ia de grande valor. � in�til, por�m, tentar descobrir o seu significado antes de morta a hidra. H�rcules decepa-lhe, ent�o, a cabe�a imortal, colocando-a em seguida sob uma grande pedra, onde ela fica, inerte e reluzente.


A pedra, sob a qual o her�i deposita aquela cabe�a, representa a vontade persistente de vencer a hidra. Sob a pedra, o peda�o de monstro torna-se uma fonte de poder a ser usado de maneira completamente nova. O Instrutor, recebendo H�rcules ap�s a tarefa, considera-o vitorioso, uma vez que ele acaba de desenvolver em si as qualidades da humildade, da coragem e do discernimento. Ter humildade � ser capaz de colocar-se na posi��o correta diante de uma situa��o de vida; ter coragem � decidir n�o se desviar do que est� acontecendo no momento, isto �, n�o se dispersar em conjecturas ou imagina��es; possuir discernimento � poder ver o que � para ser feito no presente, sem fantasias sobre o futuro ou evoca��es sobre o passado. Ressalte-se, no entanto, que a luz dessas tr�s qualidades s� pode brilhar quando o homem est� concentrado no aqui-e-agora. O mito nos ensina tamb�m que n�o deve haver ansiedade por matar a hidra, pois � a aspira��o, e n�o a luta, a principal arma a ser usada. � a decis�o de permanecer com firmeza na posi��o correta que traz a vit�ria sobre a mente portadora da semente do verdadeiro poder do homem, que � o de conquistar-se a si mesmo. E � o ar puro, que vem do infinito, somado � decis�o clara do homem, que determina a sorte da hidra. Esse ar � necess�rio para que o bem existente em todas as coisas e em todos os seres finalmente se manifeste. Nada existe (nem mesmo a hidra) que n�o contenha a ess�ncia ben�fica da vida c�smica imortal. Portanto, at� um monstro de nove cabe�as, que vive no f�tido p�ntano do subconsciente do homem, cont�m a j�ia da vida eterna. O indiv�duo, quando � l�cido, pode perceber todas as suas rea��es diante da hidra. Atrav�s da aspira��o, mant�m-se firme na entrega total de si �s energias superiores, enquanto a suspende no ar. Renunciando � pr�pria vida, com coragem, ganha vida mais ampla.


Expor a hidra � luz do dia e ao vento fresco corresponde ao que os antigos instrutores ensinaram: "Ao entrar em um quarto escuro, n�o se debata com as trevas". Realmente, de nada valeria mover os bra�os ou dar pontap�s, pois tais movimentos n�o dissolveriam a escurid�o. Para tanto, basta apenas acender uma l�mpada, que a luz surgir�. � assim, renunciando a combater diretamente a obscuridade, que se lida com o subconsciente.

Extra�do do livro HORA DE CRESCER INTERIOMENTE. Trigueirinho.


REFLEX�ES DE ALICE BAILEY

Profundamente alojada nas regi�es subterr�neas do subconsciente, ora calma, ora explodindo em tumultuado frenesi, a fera estabelece morada permanente. N�o � f�cil descobrir sua exist�ncia. Muito tempo se passa antes que o indiv�duo se d� conta de que ele est� nutrindo e sustentando uma criatura t�o feroz. Os dardos ardentes da aspira��o flamejante devem ser disparados antes que sua presen�a se revele. H�rcules faz tr�s coisas: ele reconhece a exist�ncia da hidra, procura pacientemente por ela, e finalmente a destr�i. � necess�rio ter discernimento para reconhecer sua exist�ncia; coragem e paci�ncia para descobrir sua toca; humildade para trazer lodosos fragmentos do subconsciente � superf�cie, e exp�-los � luz da sabedoria.


A cabe�a imortal, separada do corpo da hidra, � sepultada sob uma rocha. Isto implica que a energia concentrada que cria um problema ainda permanece, purificada, redirecionada, e aumentada ap�s a vit�ria ter sido conquistada. Tal poder deve ent�o ser corretamente canalizado e controlado. Sob a rocha da vontade persistente, a cabe�a imortal se torna uma fonte de poder.

As Nove Cabe�as da Hidra

A tarefa atribu�da a H�rcules tinha nove facetas. Cada cabe�a da hidra representa um dos problemas que assaltam a pessoa corajosa que busca conquistar o dom�nio de si mesma. Tr�s dessas cabe�as simbolizam os apetites associados com o sexo, conforto e dinheiro. A trinca seguinte diz respeito �s paix�es do medo, �dio e desejo de poder. As �ltimas tr�s cabe�as representam os v�cios da mente n�o iluminada: orgulho, separatividade e crueldade.


O Combate � Hidra

Uma considera��o dos nove problemas com que se defronta a pessoa nos dias atuais ao procurar matar a Hidra poderia lan�ar luz nas estranhas for�as em atua��o nesse barril de explosivos, a mente humana. 1. Sexo(...) A transmuta��o das energias humanas abre um campo de especula��o e experimenta��o. Na ci�ncia f�sica, a energia do movimento pode ser transformada em eletricidade, e a do calor em movimento. At� que ponto, ent�o, podem ser redirecionadas as energias humanas? Antes de tudo, a energia da mat�ria, representada pelo alimento, � obviamente usada para produzir a energia do movimento. Poder� a impulsionadora energia das emo��es ser, por analogia, recanalizada para a atividade do pensamento? Poder� a energia das agitadas paix�es encontrar express�o como uma aspira��o? Poder�o os impulsos e compuls�es da natureza humana ser de tal maneira transmutados que se possam transformar em for�as ben�ficas? Poder� a energia que produz o pensamento ser utilizada como o poder de s�ntese que resulte em um senso de identifica��o com todas as coisas vivas? (As considera��es sobre os outros oito problemas se encontram nas p�ginas 149, 150, 151, 152 do livro Os Trabalhos de H�rcules)


H�rcules tinha de ver a hidra como um monstro, n�o como uma fera com nove diferentes cabe�as. Enquanto ele procurou decep�-las uma a uma, ele continuou a lutar sem �xito. Quando, finalmente, ele lidou com o monstro como uma unidade, conquistou a vit�ria.


Individualmente estamos t�o profundamente ocupados com a nossa pr�pria evolu��o que nos esquecemos de uma vis�o mais abrangente. Se pretendermos escalar at� o topo da montanha em Capric�rnio, precisamos perder de vista a personalidade e come�ar a atuar como almas.


Ao estudarmos H�rcules, n�s nos vemos. Lembrem-se de que h� tr�s coisas que o estudante tem de fazer em Escorpi�o. Ele tem de demonstrar, n�o para a Hierarquia, n�o para o observador, mas para si pr�prio, que ele tem de superar a grande ilus�o; que a mat�ria, a forma, n�o mais pode det�-lo. H�rcules tinha de demonstrar para ele que a forma era simplesmente um canal de express�o pelo qual ele contataria um grande campo de manifesta��o divina. Lendo alguns livros sobre a religi�o poder-se-ia chegar � conclus�o de que a forma, a emo��o e a mente s�o coisas m�s, indesej�veis, das quais nos dever�amos livrar. � fundamental reter o pensamento que se eu me livrar da forma f�sica, fico sem meios de contato com a express�o divina, porque Deus est� em meu pr�ximo, no mundo f�sico, tang�vel, no qual eu vivo, e se eu n�o tiver forma, nenhum dos meus cinco sentidos, eu me isolo de Deus em uma forma. A personalidade n�o � para ser morta, nem pisoteada; ela deve ser conhecida como um triplo canal de express�o para tr�s aspectos divinos. Tudo depende de se n�s usamos a tr�plice personalidade para fins ego�stas ou divinos. A grande ilus�o � a utiliza��o da personalidade para fins ego�stas. Em Escorpi�o, o Ego est� determinado a matar o pequenino ego para ensinar-lhe o significado da ressurrei��o.

Escorpi�o, o Signo da Magia

Magia n�o significa fazer coisas curiosas; a verdadeira magia � a express�o da alma atrav�s da forma: A magia negra � o uso da forma para alcan�armos o que quisermos para a forma. A magia negra � o ego�smo sem adultera��o, A magia branca � o uso da alma para fins de eleva��o da humanidade, utilizando a personalidade. Por que Escorpi�o � o signo da magia? Um antigo livro diz: "Virgem � a feiticeira, ela prepara os ingredientes que s�o pesados nos pratos da Balan�a, e em Escorpi�o o trabalho m�gico � desenvolvido". Em termos dos aspirantes isso significa que em Virgem eu terei descoberto o Cristo em mim mesmo, que no passar do tempo minha natureza forma alimentou um Cristo; na Balan�a eu flutuo entre os pares de opostos, a forma e a natureza cr�stica, at� que conquisto o equil�brio, e o Cristo e a mat�ria se acham num estado de equil�brio; em Escorpi�o eu sou testado para ver quem vai triunfar, a forma ou o Cristo, o Eu Superior ou o eu inferior, o real ou o irreal, a verdade ou a ilus�o. Isto � o que est� embutido na hist�ria de Escorpi�o.



Sugest�o para aplica��o pr�tica desse estudo:

A- Trabalho com a transmuta��o, utilizando a humildade , a coragem e o discernimento:

Este � um caminho de servi�o. Servi�o possibilitado pelo desenvolvimento obtido nos Trabalhos anteriores. Tal pr�tica fica interessante se o servi�o for realizado com o material amadurecido no Sexto e S�timo Trabalhos: os defeitos transformados e o caminho do meio descoberto. Onde voc� for chamado a servir, procurar usar a caracter�stica positiva desenvolvida no Sexto Trabalho.


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