Transtorno de Pânico

A angústia que vem sem avisar

 

Zwínglio Christopher        [email protected]      8807-6517

CRP-13/4811                                                           

 

Há 10 meses, Marcos, um professor de 32 anos, estava em sala de aula, quando subitamente se sentiu mal. Seu coração acelerou, sua respiração ficou difícil. Tinha a impressão que seria sufocado, suava bastante e começou a sentir o peito apertar. Também sentiu tontura e dormência nas mãos. Todo o ocorrido durou em torno de 15 minutos e durante esse período Marcos teve a nítida impressão de iria morrer. Marcos foi ao hospital pensando que estava tendo um ataque do coração. Quando chegou já se sentia melhor, mesmo que ainda ansioso e preocupado por não entender o ocorrido. Alguns dias depois quando estava em casa lendo um livro teve o segundo ataque, novamente sem explicação. Começou então a ir a médicos com freqüência para tentar descobrir o que estava acontecendo com ele. Mas os exames não denunciavam doenças físicas.

Marcos continuou a ter ataques numa freqüência maior, até 3 vezes na semana, e começou a evitar qualquer situação que pudesse vir a ter ataques. Parou de freqüentar bibliotecas e lojas. Até mesmo ir dar aula se tornará um martírio. Chegou a ponto de abandonar o emprego. Sua vida estava piorando e Marcos não sabia o que fazer. O seu medo de ter ataques se tornou tão grande que passou a se confinar em casa e só saia acompanhado por alguém de confiança.

 

Algumas características do Transtorno de Pânico

 

A história de Marcos exemplifica bem como surge e se desenvolve o Transtorno de Pânico: os primeiros ataques inesperados, a ansiedade antecipatória (medo e ansiedade de vir a ter um novo ataque), a evitação (deixar de fazer atividades antes normais ou não mais freqüentar lugares familiares por medo de ter um ataque), incapacitação (deixar de trabalhar, estudar ou deixar alguma atividade importante por causa do problema) e, por fim, a busca constante por um problema físico (necessidade em associar os ataques a problemas cardiológicos, gástricos ou neurológicos).

 

 

Diferença entre Ataque de Pânico e o Transtorno de Pânico

 

Ataques de pânico são momentos súbitos de pavor com a sensação iminente de perigo, acompanhado de sinais e sintomas físicos, como mencionados no tópico anterior, e do pensamento, como por exemplo, o medo de morrer. Algumas condições físicas podem ser confundidas com o ataque é o caso dos problemas cardíacos, porém nesses casos existe a alteração no eletrocardiograma, o que não ocorre no ataque de pânico. Estimulantes como café e outras drogas, como as anfetaminas e cocaínas podem provocar um ataque típico de pânico.

Quando o indivíduo tem ataques de pânicos persistentes que geram mudanças significativas em sua vida, diz-se que ele tem o Transtorno de Pânico. Porém, apenas os ataques não são o bastante para que se caracterize o transtorno. O medo recorrente de vir a ter outros ataques e as conseqüências no comportamento, por causa dos medos, são necessários para o diagnóstico.

 

 

Alguns dados sobre o problema

 

- O transtorno de pânico é uma doença de curso crônico. Estima-se que 3,5 % da população irá desenvolver o Transtorno de Pânico em algum momento da vida.

- Geralmente manifesta-se no final da adolescência ou no início da vida adulta.

- Os sintomas mais comuns apresentados durante os episódios de Pânico são:

        Palpitações (98%)

        Tonturas    (95%)

        Sudorese   (93%)

        Dispnéia    (90%)

        Medo de ficar louco ou perder o controle (90%)

- Outros sintomas apresentados de menor incidência são: dor no peito, desrealização, despersonalização, parestesias, arrepios, sensação de desmaio e tremor.

 

A Terapia Cognitivo-Comportamental

 

A intervenção cognitivo-comportamental focaliza a atuação na influência do medo dos sintomas físicos associados à ansiedade, nos pensamentos catastróficos e na conduta evitativa, que tem grande influência no surgimento e na manutenção do transtorno. O tratamento é direcionado para a necessidade de eliminar comportamentos prejudiciais ao sujeito; como o medo das sensações do corpo e as evitações.

A terapia cognitivo-comportamental para o Transtorno do Pânico é composta por quatro elementos: 1) Psicoeducação, 2) técnicas para o enfrentamento da ansiedade, 3) reestruturação cognitiva, 4) exposição por imaginação e/ou ao vivo (para aprender a lidar com a conduta evitativa).

A medicação é a primeira escolha no tratamento para o transtorno de pânico no Brasil. Embora muito importante para o tratamento, nem todos os pacientes conseguem se livrar do problema apenas com a medicação. O mais aconselhado seria a associação entre o tratamento medicamentoso (principalmente nos casos mais crônicos) e a psicoterapia cognitivo-comportamental, que visa reduzir a ansiedade, ensinando os pacientes a identificar, avaliar, controlar e modificar seus pensamentos negativos em relação aos perigos de vir a ter algum problema físico e a desenvolver habilidades para enfrentar as sensações corporais tão comuns ao transtorno.

 

 

 

***

 

                Anterior

Página inicial

 

___________________________________________________________________________________

Rua Raposo Câmara, 3614 - Candelária- Natal/RN, CEP: 59065/150. Próximo à Av. da Integração com a Av. Prudente de Morais. 3082-4768

Hosted by www.Geocities.ws

1