A escolha profissional

Zwínglio Christopher Tavares de Oliveira    [email protected]

        Imagine que você se encontra numa época em que não existe ainda a civilização tal como conhecemos. Nessa época as pessoas vivem no sistema tribal – várias pessoas vivendo em conjunto em um determinado local que possa lhes prover o sustento. Se você parar e ficar observando um pouco verá que cada indivíduo da tribo exerce uma função própria. Existe aquele que é o líder da tribo que toma as decisões importantes e atua como um juiz pra resolver os conflitos. Têm aquelas pessoas que fazem a coleta de frutas. Outras fazem a preparação do alimento. Tem um que é responsável por preparar as ferramentas necessárias para a próxima caçada. Algumas pessoas ficam tomando conta dos filhos, enquanto outras ficam de guarda para evitar possíveis perigos. As funções estão parcialmente definidas e cada um tem a sua, agora como é que essa definição acontece? Se começarmos a observar um pouco as crianças dessa tribo veremos algumas semelhanças com as de hoje em dia. Elas são tão enérgicas e curiosas como hoje. Suas brincadeiras imitam o trabalho dos adultos. Os meninos brincam de caçar, de correr, de brigar e as meninas brincam de cuidar e de preparar o alimento. E é a partir desse período infantil que se começa a definir a posição de cada indivíduo no grupo. Aquele que direciona as brincadeiras e fala mais acaba por se tornar no futuro em um líder, aquele que gostava de mexer com planta se torna um herbalista. E Assim cada um assume um papel, de acordo com o que é possível para o indivíduo no grupo, de acordo com o que ele gosta de fazer e  que aprendeu a fazer bem.

         Hoje em dia as coisas são diferentes. Não temos oportunidades semelhantes de seguir uma atuação que fazemos bem desde cedo,  como numa tribo. Ao contrário, os indivíduos passam pela escola, onde estudam todos as mesmas coisas até terem que se deparar com a seguinte pergunta: “o que fazer quando esse período escolar acabar”. Essa pergunta tira o sono de muitos adolescentes no período e que estão acabando o segundo grau. Período em que muitas vezes ocorre pressão pelos pais, familiares e, até mesmo, amigos para uma definição de uma ocupação profissional. O vestibular é talvez a opções mais visada pelos estudantes que estão a concluir o ensino médio. Mas é bom lembrar que essa não é a única opção profissional que possibilita o sucesso profissional.

O dilema da escolha

Independentemente do caminho da profissão que se deseja seguir, existe o problema da escolha. E agora o que fazer? Qualquer tipo de escolha que temos em nossa vida, fazemos com base em algumas informações que permitem que a nossa escolha seja vista como a melhor opção que temos. Existem alguns pontos importantes de serem compreendidos para uma boa escolha profissional:

*deve-se ter um bom autoconhecimento;

* deve-se conhecer bem a profissão que deseja escolher;

* deve-se procurar informações de como está o mercado de trabalho e qual as perspectivas profissionais futuras na área.

-O Autoconhecimento é fundamental para que a profissão escolhida possa ser gratificante no futuro. No exemplo da tribo, não era tão fundamental o autoconhecimento, pois naturalmente cada um assumia a função em que eram mais indicados. Hoje em dia algumas pessoas têm dificuldades de perceberem em que é que elas são boas e o que gostam de fazer e acabam fazendo a escolha mais de acordo com a imagem que tem da atuação do que com a sua adequação a tal profissão. Para se fazer uma boa escolha é importante se conhecer o bastante para que seja possível comparar as características pessoais com as características profissionais.

-Conhecer bem a profissão que se deseja atuar é um ponto central na escolha profissional, mas é um ponto que na maior parte das vezes é deixado um pouco de lado. Deve-se evitar escolher com base no que se imagina ser a profissão ou na imagem que a mídia passa, pois muitas vezes essa imagem pode não ser condizente com a realidade. É imprescindível, também, que se tenha consciência de que existe uma certa diferença entra a atuação profissional e a formação que essa profissão exige. Se pegarmos a profissão médica, por exemplo, veremos que parte do que é estudado muitas vezes não será tão necessário para a atuação, mas é necessário o seu conhecimento. Para o ginecologista não são tão fundamentais os conhecimentos acerca do funcionamento cerebral quanto é para o neurologista e psiquiatra, mesmo assim é importante que ele tenha esse conhecimento, já que o médico, mesmo com uma especialidade, deve compreender o corpo humano em sua totalidade. Porém muitas pessoas acabam desistindo de cursos universitários por não estar gostando do curso ou das disciplinas pagas no começo e acabam esquecendo algo fundamental, o curso (a formação) não é o mesmo que a profissão.

-Conhecer o mercado de trabalho e perspectivas futuras. No exemplo da tribo não existia um mercado de trabalho e todas as potencialidades acabavam por serem incorporadas ao funcionamento tribal. Porém, nos dias atuais essa é uma preocupação extra que temos que ter. Imagine que você se conhece o bastante e que conhece bem a profissão. Isso já seria um grande passo para o sucesso dentro de uma profissão se todos os profissionais que se formassem fossem absorvidos pelo mercado de trabalho. Agora e se já existirem muitos profissionais nessa área? Quando isso acontece ocorre o risco de uma tremenda frustração futura com a profissão se a atuação não for possível. Se esperarmos que a escolha possibilite uma profissão que seja gratificante e nos traga felicidade é importante que se avalie a situação do mercado e as perspectivas profissionais do local em que pretende atuar, lembrando sempre que a situação das profissões no mercado varia de local para local. Se o que você deseja fazer não apresenta boas perspectivas onde você pretende atuar, ainda existe a possibilidade de estar indo a busca dessas possibilidades em outros lugares.

O mundo de hoje é bem mais complexo e competitivo do que em uma tribo. As possibilidades são muitas e as oportunidades podem ser construídas a partir do momento em que se tem mais claro o que se quer e o que se pode fazer em cada ocupação profissional.

 

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