Cabeamentos de Redes (cabling)
Nos últimos anos muito se tem discutido e falado sobre as
novas tecnologias de hardware e software de rede disponíveis
no mercado. Engana-se, porém, quem pensa que estes produtos
podem resolver todos os problemas de processamento da empresa. Infelizmente,
o investimento em equipamentos envolve cifras elevadas, mas é
preciso que se dê também atenção especial
à estrutura de cabeamento, ou *cabling*, uma das peças-chave
para o sucesso de ambientes distribuídos. Conforme pesquisas
de órgãos internacionais, o cabeamento hoje é
responsável por *80%* das falhas físicas de uma rede,
e oito em cada dez problemas detectados referem-se a cabos mal-instalados
ou em estado precário.
>> Tipos de cabeamento
> Cabo coaxial
O primeiro tipo de cabeamento que surgiu no mercado foi o cabo
coaxial.
Há alguns anos, esse cabo era o que havia de mais avançado,
sendo que a troca de dados entre dois computadores era coisa do
futuro. Até hoje existem vários tipos de cabos coaxiais,
cada um com suas características específicas. Alguns
são melhores para transmissão em alta freqüência,
outros tem atenuação mais baixa, e outros são
imunes a ruídos e interferências. Os cabos coaxiais
de alta qualidade não são maleáveis e são
difíceis de instalar e os cabos de baixa qualidade podem
ser inadequados para trafegar dados em alta velocidade e longas
distâncias.
Ao contrário do cabo de par trançado, o coaxial
mantém uma *capacidade* *constante* e baixa, *independente
do seu *comprimento*, evitando assim vários problemas técnicos.
Devido a isso, ele oferece velocidade da ordem de megabits/seg,
não sendo necessário a regeneração
do sinal, sem distorção ou eco, propriedade que
já revela alta tecnologia. O cabo coaxial pode ser usado
em ligações ponto a ponto ou multiponto. A ligação
do cabo coaxial causa reflexão devido a impedância
não infinita do conector. A colocação destes
conectores, em ligação multiponto, deve ser controlada
de forma a garantir que as reflexões não desapareçam
em fase de um valor significativo. Uma dica interessante: em uma
rede coaxial tipo BUS - também conhecida pelo nome de rede
coaxial varal, o cabo deve ser casado em seus extremos de forma
a impedir reflexões.
A maioria dos sistemas de transmissão de banda base utilizam
cabos de impedância com características de 50 Ohm,
geralmente utilizados nas TVs a cabo e em redes de banda larga.
Isso se deve ao fato de a transmissão em banda base sofrer
menos reflexões, devido às capacitâncias introduzidas
nas ligações ao cabo de 50 Ohm.
Os cabos coaxiais possuem uma maior imunidade a ruídos
eletromagnéticos de baixa freqüência e, por
isso, eram o meio de transmissão mais usado em redes locais.
> Par trançado
Com o passar do tempo, surgiu o cabeamento de par trançado.
Esse tipo de cabo tornou-se muito usado devido a falta de flexibilidade
de outros cabos e por causa da necessidade de se ter um meio físico
que conseguisse uma taxa de transmissão alta e mais rápida.
Os cabos de par trançado possuem dois ou mais fios entrelaçados
em forma de espiral e, por isso, reduzem o ruído e mantém
constante as propriedades elétricas do meio, em todo o
seu comprimento.
A *desvantagem* deste tipo de cabo, que pode ter transmissão
tanto analógica quanto digital, é sua suscetibilidade
às *interferências* a ruídos (eletromagnéticos
e rádiofreqüência). Esses efeitos podem, entretanto,
ser minimizados com blindagem adequada. Vale destacar que várias
empresas já perceberam que, em sistemas de baixa freqüência,
a imunidade a ruídos é tão boa quanto a do
cabo coaxial.
O cabo de par trançado é o meio de transmissão
de *menor custo* por comprimento no mercado. A ligação
de nós ao cabo é também extremamente simples
e de baixo custo. Esse cabo se adapta muito bem às redes
com topologia em estrela, onde as taxas de dados mais elevadas
permitidas por ele e pela fibra óptica ultrapassam, e muito,
a capacidade das chaves disponíveis com a tecnologia atual.
Hoje em dia, o par trançado também está sendo
usado com sucesso em conjunto com sistemas ATM para viabilizar
o tráfego de dados a uma velocidade extremamente alta:
155 megabits/seg.
> Fibra óptica
Quando se fala em tecnologia de ponta, o que existe de mais moderno
são os cabos de fibra óptica. A transmissão
de dados por fibra óptica é realizada pelo envio
de um sinal de luz codificado, dentro do domínio de freqüência
do infravermelho a uma velocidade de 10 a 15 MHz. O cabo óptico
consiste de um filamento de sílica e de plástico,
onde é feita a transmissão da luz. As fontes de
transmissão de luz podem ser diodos emissores de luz (LED)
ou lasers semicondutores. O cabo óptico com transmissão
de raio laser é o mais eficiente em potência devido
a sua espessura reduzida. Já os cabos com diodos emissores
de luz são muito baratos, além de serem mais adaptáveis
à temperatura ambiente e de terem um ciclo de vida maior
que o do laser.
Apesar de serem mais caros, os cabos de fibra óptica *não
sofrem* *interferências* com ruídos eletromagnéticos
e com radiofrequências e permitem uma total isolamento entre
transmissor e receptor. Portanto, quem deseja ter uma rede segura,
preservar dados de qualquer tipo de ruído e ter velocidade
na transmissão de dados, os cabos de fibra óptica
são a melhor opção do mercado.
O cabo de fibra óptica pode ser utilizado tanto em ligações
ponto a ponto quanto em ligações multiponto. A exemplo
do cabo de par trançado, a fibra óptica também
está sendo muito usada em conjunto com sistemas ATM, que
transmitem os dados em alta velocidade. O tipo de cabeamento mais
usado em ambientes internos (LANs) é o de par trançado,
enquanto o de fibra óptica é o mais usado em ambientes
externos.
Apenas para complementar: segundo livros que eu tenho falando
sobre o assunto, um cabeamento de fibra ótica teria uma
largura de banda típica em torno de 1ghz, o suficiente
para utilizar-se os serviços mais corriqueiros da Internet
(FTP, e-mail, Web, videoconferência, etc) com muita folga,
assumindo-se um comprimento máximo de 1,5 KM.
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