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Concha Rousia

 

 

 

                           

 

 

 
 
 
 

Biografia

 
 

Concha Rousia nasceu em 1962, numa aldeia situada no Sul da Galiza, entre Ginzo da Límia e Montalegre, onde passou a sua infância. Deslocou-se posteriormente a Vigo, onde cursou estudos secundários na Universidad Laboral, um internato público para raparigas de famílias camponesas e operárias. Lá sofreu por primeira vez o choque de não poder utilizar com normalidade a sua língua galego-portuguesa na sua própria terra, e iniciou uma militância cultural e política a favor dos direitos linguísticos e de identidade da Galiza que continua até hoje.

Após diversas peripécias vitais, cursou tardiamente estudos de Psicologia na Universidade de Santiago de Compostela, e depois residiu diversos anos nos Estados Unidos, completando um mestrado em Terapia Familiar na Universidade de Maryland. Na actualidade partilha a sua actividade literária com a prática da Psicologia Clínica.

As Sete Fontes é o seu primeiro romance. Anteriormente, deu a conhecer na rede alguns relatos curtos agrupados sob o título Lobos. No ano 2004, ganhou o Certame de Narrativa Curta do Concelho de Marim, na Galiza, com o relato Segredo de Confissão.

 

As Sete Fontes

A acção do romance As Sete Fontes anda à volta do misterioso desaparecimento de uma peça de arte sacra em exposição no Museu Arqueológico de Ourense. O estranho sucedido é acompanhado de forma entusiástica pela comunicação social e pela população, dando origem a um conjunto de acontecimentos hilariantes. Dois estranhos investigadores começam também a investigar o caso, interrogando os habitantes das redondezas. Entretanto, um padre fora de actividade, um pedreiro e um alcaide com problemas de consciência percorrem no silêncio das noites os caminhos da província, numa peregrinação que fará a sua passagem por sete fontes, até chegar a...

As Sete Fontes é, no dizer da própria autora, um romance que fala do povo galego, mas também «da condição humana, da queda moral e da possibilidade de redenção».

O professor universitário e dicionarista Isaac Estraviz, que assina o prólogo da obra, refere que Concha Rousia neste romance «enfrenta-se frontalmente ao problema do caciquismo político e religioso e à corrupção que grassa por toda a parte».

Por sua vez, Victor Domingos, o editor, considera que há neste romance «várias tiradas de mestre». No seu entender, Concha Rousia apresenta um estilo muito equilibrado ao nível da organização ou estruturação narrativa, e sublinha que um dos pontos fortes deste romance é o facto de conseguir «conciliar um lado sentimental, quase dramático, com um outro lado bem divertido, ou até mesmo cómico».

(http://www.arcosonline.com/content/view/228/)


 

Verde (Reagir)  

 
Os pinheiros subindo na ladeira
e o seu verde batendo nos teus olhos
Monotonia
 
A onda que leva e trai o mar incerto
e o seu verde batendo nos teus olhos
Indefinido
 
A maçã convidando a tua boca
e o seu verde batendo nos teus olhos
Alouminho
 
As ortigas dam veneno às caricias
e o seu verde batendo nos teus olhos
Ingratidão
 
A garrafa que ensina o vinho verde
e o seu verde batendo nos teus olhos
Transparência
 
A nevoeira emborcalhando-se no vale
e o seu verde batendo nos teus olhos
Turbação
 
O arrepio das roupas de hospital
e o seu verde batendo nos teus olhos
Sofrimento
 
A cicuta tentando co seu talhe
e o seu verde batendo nos teus olhos
Traiçoeira
 
O verão murchando a erva co seu bafo
e o seu verde batendo nos teus olhos
Esvaído
 
O Inverno enchoupando tudo em água
e o seu verde batendo nos teus olhos
Afogado
 
Os ramos cortados do cemitério
e o seu verde batendo nos teus olhos
Moribundo
 
Musgo tenro cobrindo a faz da pena
e o seu verde batendo nos teus olhos
Escorrega
 
O vidoeiro oferece a sombra fresca
e o seu verde batendo nos teus olhos
Repouso
 
O carvalho que torna a touça em prata
e o seu verde batendo nos teus olhos
Bondoso
 
O centeio bambeando-se no ar
e o seu verde batendo nos teus olhos
Vacilante
 
As morugens cobrindo a tona da água
e o seu verde batendo nos teus olhos
Deleitosas
 
O pão trigo comesto polo mofo
e o seu verde batendo nos teus olhos
Apodrecido
 
O eucalipto sobe intruso ao teu céu
e o seu verde batendo nos teus olhos
Estrangeiro
 
Esses olhos entornando a mirada
e o seu verde batendo nos teus olhos
Picareiro
 
O loureiro coroando a cabeça
e o seu verde batendo nos teus olhos
Honorável
 
O incêndio tornando preto o bosque
e o seu verde batendo nos teus olhos
Suplicante
 
Os lameiros ensinando a sua erva
e o seu verde batendo nos teus olhos
Formosura
 
A seiva abrindo o asfalto nos caminhos
e o seu verde batendo nos teus olhos
Vencedora
 
A tua Terra tornando verde o verde
e o seu verde batendo nos teus olhos
Libertai-me!
 
                                   Junho 2005

 

 

 

 

 


 

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