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Asne Seierstad

 

 

                           

 

 

 
 
 

Biografia

 

 

Åsne Seierstad nasceu em 1970. Jornalista norueguesa, é graduada em Russo e História da Filosofia pela Universidade de Oslo. Correspondente internacional, cobriu conflitos no Kosovo, Afeganistão e Iraque. Publicou With their Backs to the Wall, Portraits from Serbia.
 Åsne  construíu uma escola com a renda do livro " O Livreiro de Cabul " para 600 meninas afegãs, que têm aulas em dois turnos diários.
 
 
 

O Livreiro de Cabul

 
 
O Livreiro de Cabul

Por mais de vinte anos, Sultan Khan enfrentou as autoridades, tanto comunistas quanto do Talibã, para prover livros aos moradores de Cabul. Ele foi preso, interrogado e encarcerado; e assistiu os soldados talibãs queimarem pilhas e pilhas de livros nas ruas. Ainda assim, persistiu em sua paixão pelos livros. Chegou a esconder milhares de exemplares em sótãos pela cidade, alimentando o sonho de ver seu acervo de 10 mil volumes sobre história e literatura afegã transformarem-se no núcleo de uma nova Biblioteca Nacional, semeando alguma luz em um dos lugares mais sombrios do mundo.
Campeão nas listas de mais vendidos do The New York Times, O LIVREIRO DE CABUL foi considerado pela crítica um dos melhores livros de reportagem sobre a vida afegã depois da queda do Talibã. Depois de viver três meses em Cabul, com o livreiro Sultan Khan, a jornalista norueguesa Åsne Seierstad compôs este retrato das contradições extremas e da riqueza desse país.
Um relato emocionante do cotidiano de uma família islâmica e das dificuldades deste povo para obter conhecimento e se comunicar. Um retrato íntimo de um homem, seus princípios e sua família — duas esposas, cinco filhos, e muitos parentes dividindo um pequeno apartamento de quatro cômodos em uma cidade devastada, recuperando-se da guerra e de trágicos refluxos políticos. Enquanto enfrentam os desafios e tensões diárias, os integrantes da família tentam também viver uma certa normalidade por meio do trabalho, de um dia de compras, cozinhando em um momento e se divertindo no outro, casando e dividindo alegrias.
Como ocidental, ela teve o privilégio de transitar entre os mundos de mulheres e homens. Escondida atrás da burca, testemunhou relatos das rixas do clã; da exploração sexual das jovens viúvas que esperavam rações de alimentos das organizações de ajuda internacional; de uma adúltera sufocada com um travesseiro por seus três irmãos sob as ordens da mãe; do exílio no Paquistão da primeira esposa de Sultan Khan depois do novo casamento com uma moça de 16 anos; do filho adolescente do livreiro obrigado a trabalhar 12 horas por dia sem chance de estudar.
As mulheres, em especial, são protagonistas de relatos impressionantes. Mesmo após a queda do Talibã, submetem-se a casamentos arranjados, maridos poligâmicos e a limitações para viajar, estudar e se comunicar com os outros. Estas e muitas outras histórias chocantes aos nossos olhos ocidentais compõem essa narrativa ímpar, mostrando aspectos do país que poucos estrangeiros testemunhariam.
Por meio de uma narrativa envolvente, quase literária, Åsne Seierstad dá voz à família Khan, apresentando ao leitor uma colecção de personagens comoventes que reflecte as contradições do Afeganistão. Como exemplo, o protagonista, que mesmo sendo um homem de letras, é um tirano na orientação familiar, em seus negócios, e pautado pelo radicalismo. Prova disso é que, em 2003, quando recebeu um exemplar em inglês deste livro, Shah Mohammed Rais, o livreiro de Cabul que inspirou o personagem Sultan Khan, imediatamente abriu um processo contra a autora.
 
 “Seierstad é uma observadora astuciosa e lírica da vida doméstica afegã. (...) O livreiro de Cabul pode ser lido como um romance, e é uma reportagem empolgante.”
— The New York Times

“Ela escreve sobre indivíduos, mas sua mensagem é ampla, e ninguém que a leia será otimista sobre a transformação dessa cultura tradicional em uma democracia moderna.”
— Mark Hertsgaard, The Washington Post

“Ficará como um dos melhores livros de reportagem sobre a vida afegã depois da queda do Talibã.”
— Publishers Weekly

“O resultado é formidável.”
— The Guardian.
 
 

101 Dias em Bagdad

 
101 Dias em Bagdad
 
Um ano antes de ter partido para Bagdad, Asne Seierstad tinha passado alguns meses no Afeganistão, olhando para todos os ângulos de um país que parece nunca ter deixado de estar em guerra. A jornalista norueguesa é uma das mais respeitadas correspondentes de guerra da Escandinávia e o seu livro anterior, "The Bookseller of Kabul" foi um enorme sucesso de vendas em todo o mundo, mostrando a dura realidade das relações entre homens e mulheres numa nação em guerra.

Este "101 Dias em Bagdad" descrevem parte de tudo aquilo que ela viu entre Janeiro e Abril de 2003 na capital iraquiana. E não deixa de recordar: "não existe a verdade absoluta sobre a guerra do Iraque. Ou, melhor, há milhões de relatos verdadeiros e, talvez, um igual número de mentiras. A minha tarefa, como jornalista em pleno caos bélico, não foi julgar, prognosticar ou analisar; mas sim olhar, perguntar e contar". Algumas das reportagens que então enviou para os jornais para quem trabalhava estão aqui, no meio de um trabalho mais vasto sobre o que se sentia na capital iraquiana durante todos esses meses desesperantes. Há aqui muitas pequenas histórias que nos levam a ver que não há histórias só com o lado. Como por exemplo, quando os americanos chegam a Bagdad: "Amir tinha seguido o drama sentado no capô do seu carro. Agora as lágrimas caíam-lhe pelas suas fortes mandíbulas e olhou rancoroso para o Sadham caído. - Este é o meu país disse.- O Iraque é o meu país! Os norte-americanos não devem mandar nele! A seu lado estava Abas, o seu amigo. Também ele chorava. Lágrimas de alegria. - Estou tão feliz! Finalmente! Finalmente somos livres! Finalmente podemos começar a viver! I love América! - Com que direito o fazem? - sussurrou Aliya. - Com que direito?".
 Só que, após estes sentimentos tão díspares, todos descobriram uma outra coisa: a guerra ainda não tinha terminado. Para ninguém, como se foi observando ao longo de todos estes meses que passam num mar de sangue. A ditadura aparentemente tinha sido substituída, logo nos primeiros dias de encantamento, pela liberdade. Mas nem tudo eram rosas. Diz alguém, após o assalto a um Banco; "vivemos durante trinta anos num regime que nos roubou tudo: a liberdade, o poder de compra, a possibilidade de escolher. Agora, as pessoas julgam que roubando ficam com algo que tinham perdido. Como se isso fosse possível. Roubam o seu próprio povo, não o regime que já fugiu. Além disso, como é que um ventilador poeirento vai compensar décadas de vida roubada"?

Há claramente neste livro uma lógica de pequenas histórias, de personagens que se cruzam nas ruas de Bagdad e que buscam um sentido para a sua vida. Através das frases de Asne Seierstad sente-se como um único acontecimento pode gerar as mais variadas sensações nas pessoas. É isso que é muitas vezes fascinante em "101 Dias em Bagdad": é um olhar curioso para o desconcertante universo que povoa a vida de milhares de pessoas que foram tocadas por uma ditadura, por uma guerra e, depois, por um catastrófico pós-guerra.

É curioso como a autora fala também, no período anterior à invasão, das formas de propaganda do regime iraquiano, das hordas de defensores do presidente que depois desapareceram como se fosse por milagre, das frases das pessoas sem nome que passam pelas ruas. E todo este mundo, onde o medo se cruza com os gritos que calam todas as dúvidas, que descortinamos nestas páginas que se conseguem ler como se estivéssemos defronte de uma ficção. E não da realidade. A sociedade iraquiana, a própria lógica de "modernização" que atravessou anos sem fim e que destruiu muitas das memórias sociais de um dos berços da civilização, ecoa nestas páginas que nos mostram um outro lado da guerra.

Como refere a autora, "durante dez anos como jornalista em zonas de guerra ou de conflito, jamais trabalhei em condições tão complicadas como as do Iraque. Antes da guerra, o problema foi algo de muito básico: ninguém dizia nada. Os iraquianos falam de lugares comuns e de banalidades altissonantes com medo de falarem demais ou de deixar escapar pensamentos próprios. O que faz um jornalista quando toda a gente diz a mesma coisa? Significa que todos opinam o mesmo? Ou que ninguém opina"? Talvez por isso, nessa teia de dúvidas, este livro seja tão interessante.
 
(http://www.editpresenca.pt/imprensa_detalhe.asp?id=190&pagina=)
 
 

 

 

 

 

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