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Côn. Vidigal - O Papa e os judeus

Mariana (MG), 19/3/2004

Continua causando confusão um possível pedido de perdão do Papa João Paulo II aos judeus por causa do que houve na guerra hitleriana de 1939 a 1945, época em que ficou registrado nas páginas da História o Holocausto como uma das mais negras manifestações de genocídio. A distorção com relação ao procedimento de João Paulo II se deu por ocasião do Grande Jubileu do Ano 2000. O papa não disse que a Igreja errou, mas reconheceu que houve cristãos que erraram no decurso dos tempos, não se referindo, porém, à questão da perseguição que o nazismo fez aos judeus. Com efeito, o que se quer é atacar a figura genial do Papa Pio XII que é, injustamente, acusado de não ter se interessado pela causa dos judeus perseguidos pelo regime de Hitler. Como bem notou o articulista Kêmeli Mamud Godoi, João Paulo II "não fez menção do posicionamento do papa Pio XII, nem mesmo quando ele (João Paulo II) esteve em Jerusalém, na ocasião de seu discurso no Museu do Holocausto". Em absoluto atual papa afirmou que os católicos tenham tido algum envolvimento na malfadada persecução nazista.. A Igreja Católica não teve a mínima responsabilidade na questão em tela. João Paulo II. dia 12 de março de 2000, confoRme muito bem se expressou D. Estevão Bettencourt na revista Pergunte e Responderemos, número 459 de agosto de 2000, página 338 - 343, concedeu perdão a todos os que têm infligido perseguição aos filhos da igreja, muitas vezes vítimas do ódio de seus semelhantes, no século XX, em particular, que foi um período de numerosos mártires devido ao comunismo, ao nacional-socialismo de Hitler e a outras ideologias que atuaram na Europa, na Ásia, na África e na América". Portanto, João Paulo II não pediu perdão, mas concedeu perdão a quem perseguiu a Igreja. Registre-se que ele, em 2001, rezou pelos judeus massacrados na Ucrânia e homenageou os judeus mortos e vítimas do terremoto no Peru em 2001. Quanto ao Papa Pio XII, ele condenava os planos de guerra que se elaboravam na Alemanha. Aos prisioneiros prodigalizava toda a atenção e aos que sofriam com a derrota da Alemanha na Primeira Guerra Mundial levava o lenitivo da caridade cristã.

Eleito papa, no primeiro ano de seu pontificado em 1939, nova guerra eclode, martirizando seu coração de pai da cristandade. Reivindicava sempre o respeito à dignidade da pessoa humana. Pregava a resistência a todas as pressões, quer nazistas, quer fascistas, que violavam os direitos inalienáveis do ser racional. De maneira discreta, mas eficiente amparava os judeus perseguidos pelo regime de Hitler. Qualquer pronunciamento que então fizesse poderia resultar não só em maior pressão contra os judeus, como também desencadear um processo de perseguição aos católicos alemães. Hoje, longe da convulsão daqueles dias terríveis, querer julgar a ação de Pio XII, acusando-o de omissão perante a causa judaica é uma das maiores injustiças que a própria História há de continuar a desmascarar, relatando outros depoimentos insuspeitos de líderes do nobre povo judeu. Ainda recentemente tivemos oportunidade de ler uma Carta Pastoral do Arcebispo de Mariana, D. Helvécio Gomes de Oliveira, datada de 6 de agosto de 1944, da qual destacamos este trecho: "O grande Papa Pio XII, desde o início de seu doloroso Pontificado, tem sido o bom Samaritano das infelizes Nações em guerra. Sua Santidade foi visto centenas de vezes apeiar-se de seu trono pontifício, humilhar-se mil outras, orando, de joelhos e rosto em terra, ordenando preces ao Divino Mestre e a Nossa Mãe Santíssima, a fim de ver abrandada ao menos a insânia dos bombardeios, invocando o Nome augustíssimo de Deus, pedindo, oferecendo-a, por todos intimamente, almejada Paz que, até ontem, altos juízos de Deus ! ainda não havia adejado sobre os enormes exércitos em luta".

Fonte: Font, Côn. José Geraldo Vidigal de Carvalho

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15/01/2005 - 17h01

Hitler planejou seqüestrar Pio XII em 1944, segundo jornal

Roma, 15 jan (EFE).- Adolf Hitler tinha planejado seqüestrar o Papa Pio XII em 1944 por sua postura contra o nazismo e colaboração com os judeus, segundo a edição deste sábado do jornal católico Avvenire, que se baseia no testemunho do ex-general da SS, Karl Friedrich Otto Wolff. Segundo o periódico, a informação de Wolff aparece em uma declaração escrita de 1972 que se remonta ao processo de Nüremberg e que está entre os documentos do processo de beatificação de Pio XII. o Avvenire sustenta que Wolff recebeu do "Führer" em pessoa a ordem de raptar o Papa Pio XII em maio de 1944, mês no qual o general nazista foi recebido pelo Pontífice. A audiência foi realizada no dia 10 de maio de 1944 e nela o militar alemão, que secretamente se opunha ao plano de Hitler, teria advertido ao Papa de suas intenções. Para que demonstrasse sua sinceridade, Pio XII pediu a Wolff a libertação de dois condenados à morte, coisa que o ex-general fez em 3 de junho daquele ano, segundo o jornal. O Pontífice deveria ser levado ao castelo de Liechtenstein, em Württemberg, acrescenta o jornal, que fala sobre a existência de documentos que mostram que já desde 1941 havia no Vaticano preocupação com uma eventual ação nazista contra o Papa. Alguns historiadores, como Andrea Tornielli, autor de "Pio XII, o Papa dos judeus", já especularam anteriormente sobre a teoria de que Hitler pretendia deportar o Pontífice em represália a sua suposta ajuda aos judeus, e apontavam que, entre outras coisas, foi a oposição de Wolff que o impediu. Apesar de sua suposta colaboração com os judeus, Pio XII recebeu no final da Segunda Guerra Mundial duras críticas por sua aparente passividade diante do holocausto.

Recomendação bibliográfica : David Dalin , The Myth of the Hitler Pope e Ralph McInnerny , The Defamation of Pius XII

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