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PATRIARCADO CATÓLICO NA UCRÂNIA

UCRÂNIA: 09/02/2004

Bartolomeu I contra a criação do patriarcado greco-católico na Ucrânia

Ecumenismo

O patriarca ecumênico de Constantinopla - que desfruta de primado de honra sobre a Igreja cismática - , Bartolomeu I, pediu a João Paulo II que não institua um Patriarcado greco-católico em Kiev (Ucrânia), alertando sobre o risco de uma fratura nas relações ecumênicas. É o que contém uma carta do patriarca --publicada na página web do patriarcado (em grego)- na qual discute um escrito apresentado pelo Cardeal Walter Kasper -presidente do Conselho Pontifício para a Promoção da Unidade dos Cristãos- ao patriarca de Moscou e de toda a Rússia, Alexis II --que este último enviou aos distintos patriarcas ortodoxos- e alude ao eventual reconhecimento do título patriarcal em favor dos greco-católicos ucranianos. Na carta, datada de 29 de novembro, Bartolomeu I rebate o documento do Cardeal Kasper, qualificado como "errôneo, confuso, inaceitável, provocador" e, após uma longa refutação ao escrito histórico-canônico do purpurado, alerta sobre as possíveis conseqüências negativas de um eventual reconhecimento do título patriarcal para a Igreja greco-católica da Ucrânia. "Provocará fortes reações por parte de todas as Igrejas irmãs ortodoxas, que após o fracasso do encontro de Baltimore vive um momento crítico", recolhe a revista italiana "30 Giorni". Segundo Bartolomeu I, existe "o perigo de voltar ao clima de hostilidade que havia até poucas décadas. Portanto, é necessário que assegureis com força persuasiva ao povo ucraniano e a todas as Igrejas ortodoxas que não há intenção de iniciar a instituição do patriarcado greco-católico na Ucrânia, como alude o texto do Cardeal Kasper". A questão é vista como fenômeno do "uniatismo", termo utilizado pelos ortodoxos para se referir às Igrejas greco-católicas, como a da Ucrânia: esta pertence à tradição bizantina -como os ortodoxos- e por sua vez está em comunhão plena com o sucessor de Pedro. Na Ucrânia, a maioria da população é ortodoxa e depende do patriarcado russo. O reconhecimento do primado de Pedro é um ponto de discussão entre os católicos de rito oriental da Ucrânia (cerca de cinco milhões) e os ortodoxos, que chamam os anteriores "uniatas". Na assembléia plenária de julho de 2002, celebrada em Kiev, o sínodo greco-católico ucraniano, reconhecendo por unanimidade o nível de desenvolvimento alcançado pela própria Igreja, pediu ao Santo Padre que sancionasse este processo reconhecendo o título patriarcal. De acordo com o decreto conciliar "Orientalium Ecclesiarum" sobre as Igrejas orientais católicas, o Papa tem a faculdade de reconhecer "motu próprio" o plano patriarcal de uma Igreja sem ter que submeter este reconhecimento ao consenso de outras instâncias eclesiais. Com a criação de seu próprio patriarcado em Kiev, os greco-católicos veriam confirmada a continuidade com aquela primeira sede do cristianismo no Oriente europeu, à qual o patriarcado ortodoxo de Moscou também remete sua própria legitimação histórica e canônica. O diálogo católico-ortodoxo tem agora por diante dois encontros: em duas semanas, o Cardeal Walter Kasper manterá um encontro com Alexis II. Em sua recente visita a Havana, o patriarca Bartolomeu I havia anunciado que visitaria o Papa por ocasião da celebração dos santos São Pedro e São Paulo, no final de junho. Para essa ocasião já estará pronta a restauração da igreja de São Teodoro na colina do Palatino (Roma), que o Papa presenteou ao patriarca ecumênico no ano 2000, destinada à comunidade ortodoxa.

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