PRECE PARA REUNIÕES ESPÍRITAS
4. Onde quer que se encontrem duas ou três
pessoas reunidas em meu nome, eu com elas estarei. (S. MATEUS,
cap. XVIII, v. 20.)
5. PREFÁCIO. Estarem reunidas, em nome de Jesus, duas, três ou
mais pessoas, não quer dizer que basta se achem materialmente
juntas. É preciso que o estejam espiritualmente, em comunhão
de intentos e de ideias, para o bem. Jesus, então, ou os
Espíritos puros, que o representam, se encontrarão na
assembleia, O Espiritismo nos faz compreender como podem os
Espíritos achar-se entre nós. Comparecem com seu corpo
fluídico ou espiritual e sob a aparência que nos levaria a
reconhecê-los, se se tornassem visíveis. Quanto mais elevados
são na hierarquia espiritual, tanto maior é neles o poder de
irradiação. É assim que possuem o dom da ubiquidade e que
podem estar simultaneamente em muitos lugares, bastando para
isso que enviem a cada um desses lugares um raio de suas
mentes.
Dizendo as palavras acima transcritas, quis Jesus revelar o
efeito da união e da fraternidade. O que o atrai não é o maior
ou menor número de pessoas que se reúnam, pois, em vez de duas
ou três, houvera ele podido dizer dez ou vinte, mas o
sentimento de caridade que reciprocamente as anime. Ora, para
isso, basta que elas sejam duas. Contudo, se essas duas
pessoas oram cada uma por seu lado, embora dirigindo-se ambas
a Jesus, não há entre elas comunhão de pensamentos, sobretudo
se ali não estão sob o influxo de um sentimento de mútua
benevolência. Se se olham com prevenção, com ódio, inveja ou
ciúme, as correntes fluídicas de seus pensamentos, longe de se
conjugarem por um comum impulso de simpatia, repelem-se. Nesse
caso, não estarão reunidas em nome de Jesus, que, então, não
passa de pretexto para a reunião, não tendo esta por
verdadeiro motivo. (Cap. XXVII, no 9.)
Isso não significa que ele se mostre surdo ao que lhe diga uma
única pessoa; e se ele não disse: “Atenderei a todo aquele que
me chamar”, é que, antes de tudo, exige o amor do próximo; e
desse amor mais provas podem dar-se quando são muitos os que
exoram, com exclusão de todo sentimento pessoal, e não um
apenas. Segue-se que, se, numa assembleia numerosa, somente
duas ou três pessoas se unem de coração, pelo sentimento de
verdadeira caridade, enquanto as outras se isolam e se
concentram em pensamentos egoísticos ou mundanos, ele estará
com as primeiras e não com as outras. Não é, pois, a
simultaneidade das palavras, dos cânticos ou dos atos
exteriores que constitui a reunião em nome de Jesus, mas a
comunhão de pensamentos, em concordância com o espírito de
caridade que ele personifica. (Capítulo X, no 7 e no 8; cap.
XXVII, no 2 a no 4.)
Tal o caráter de que devem revestir-se as reuniões espíritas
sérias, aquelas em que sinceramente se deseja o concurso dos
bons Espíritos.
6. Prece. (Para o começo da reunião.) - Ao Senhor Deus
onipotente suplicamos que envie, para nos assistirem,
Espíritos bons; que afaste os que nos possam induzir em erro e
nos conceda a luz necessária para distinguirmos da impostura a
verdade.
Afasta, igualmente, Senhor, os Espíritos malfazejos,
encarnados e desencarnados, que tentem lançar entre nós a
discórdia e desviar-nos da caridade e do amor ao próximo. Se
procurarem alguns deles introduzir-se aqui, faze não achem
acesso no coração de nenhum de nós.
Bons Espíritos que vos dignais de vir instruir-nos, tornai-nos
dóceis aos vossos conselhos; preservai-nos de toda ideia de
egoísmo, orgulho, inveja e ciúme; inspirai-nos indulgência e
benevolência para com os nossos semelhantes, presentes e
ausentes, amigos ou inimigos; fazei, em suma, que, pelos
sentimentos de que nos achemos animados, reconheçamos a vossa
influência salutar.
Dai aos médiuns que escolherdes para transmissores dos vossos
ensinamentos, consciência do mandato que lhes é conferido e da
gravidade do ato que vão praticar, a fim de que o façam com o
fervor e o recolhimento precisos.
Se, em nossa reunião, estiverem pessoas que tenham vindo
impelidas por sentimentos outros que não os do bem, abri-lhes
os olhos à luz e perdoai-lhes, como nós lhes perdoamos, se
trouxerem malévolas intenções.
Pedimos, especialmente, ao Espírito Fulano…, nosso guia
espiritual, que nos assista e por nós vele.
7. (Para o fim da reunião.) - Agradecemos aos bons Espíritos
que se dignaram de comunicar-se conosco e lhes rogamos que nos
ajudem a pôr em prática as instruções que nos deram e façam
que, ao sair daqui, cada um de nós se sinta fortalecido para a
prática do bem e do amor ao próximo.
Também desejamos que as suas instruções aproveitem aos
Espíritos sofredores, ignorantes ou viciosos, que tenham
participado da nossa reunião e para os quais imploramos a
misericórdia de Deus.