O EVANGELHO SEGUNDO O ESPIRITISMO
Com a explicação das máximas morais do
Cristo, em concordância com o Espiritismo e suas aplicações às
diversas circunstâncias da vida. Por Allan Kardec.
Fé inabalável só o é a que pode encarar frente a frente a
razão, em todas as épocas da Humanidade.
FEDERAÇÃO ESPÍRITA BRASILEIRA – DEPARTAMENTO EDITORIAL
NOTA DA EDITORA
A nossa tradução da obra O Evangelho
segundo o Espiritismo foi feita da terceira edição francesa,
ou seja, daquela que foi revista, corrigida e modificada por
Allan Kardec (Revue Spirite, ano de 1865, Pág.. 356).
Encarregou-se dessa tradução o saudoso presidente da Federação
Espírita Brasileira – Dr. Guillon Ribeiro, engenheiro civil,
poliglota e vernaculista.
Ruy Barbosa, em seu discurso pronunciado na sessão de 14 de
outubro de 1903 (Anais do Senado Federal, vol. II, Pág. 717),
em se referindo ao seu trabalho de revisão do Projeto do
Código Civil, trabalho monumental que resultou na Réplica, e
que lhe imortalizou o nome como filólogo e purista da língua,
disse:
“Devo, entretanto, Sr. Presidente, desempenhar-me de um dever
de consciência – registrar e agradecer da tribuna do Senado a
colaboração preciosa do Sr. Dr. Guillon Ribeiro, que me
acompanhou nesse trabalho com a maior inteligência, não
limitando os seus serviços a parte material do comum dos
revisores, mas, muitas vezes, suprindo até a desatenções e
negligências minhas”.
Como vemos, Guillon Ribeiro recebeu, aos vinte e oito anos de
idade, o maior prêmio, o maior elogio a que poderia aspirar um
escritor, e a Federação Espírita Brasileira, vinte anos
depois, consagrou-lhe o nome, aprovando unanimemente as suas
impecáveis traduções de Kardec.
; Jornalista emérito, Guillon Ribeiro foi redator do Jornal do
Comércio e colaborador dos maiores jornais da época. Exerceu,
durante anos, o cargo de Diretor-Geral da Secretaria do Senado
e foi Diretor da Federação Espírita Brasileira, no decurso de
26 anos consecutivos, tendo traduzido, ainda, O Livro dos
Espíritos, O Livro dos Médiuns, A Gênese e Obras Póstumas,
todos de Allan Kardec. - A EDITORA (FEB)
EXPLICAÇÃO
Como é do domínio público, Kardec, ao
imprimir a terceira edição do seu livro – O Evangelho segundo
o Espiritismo, – por ordem dos Espíritos reformou
completamente as edições anteriores, suprimindo inúmeros
trechos, acrescentando outros, alterando a redação de muitos e
a numeração de vários parágrafos, tendo, anteriormente,
modificado o próprio título da obra.
A 3ª edição francesa ficou, pois, sendo a definitiva e, por
isso mesmo, a Federação Espírita Brasileira, obediente às
instruções que os Espíritos deram a Kardec, e por este
aceitas, fez a presente tradução da referida 3ª edição
francesa, sobre a qual Kardec escreveu, em "Revue Spirite" de
novembro de 1865, o seguinte:
Esta edição foi refundida. Além de algumas adições, as
principais modificações consistem numa classificação mais
metódica, mais clara e mais cômoda das matérias, tornando a
obra de mais fácil leitura e facilitando igualmente as
consultas. - A EDITORA (FEB)
PREFÁCIO
Os Espíritos do Senhor, que são as
virtudes dos Céus, qual imenso exército que se movimenta ao
receber as ordens do seu comando, espalham-se por toda a
superfície da Terra e, semelhantes a estrelas cadentes, vêm
iluminar os caminhos e abrir os olhos aos cegos.
Eu vos digo, em verdade, que são chegados os tempos em que
todas as coisas hão de ser restabelecidas no seu verdadeiro
sentido, para dissipar as trevas, confundir os orgulhosos e
glorificar os justos.
As grandes vozes do Céu ressoam como sons de trombetas, e os
cânticos dos anjos se lhes associam. Nós vos convidamos, a vós
homens, para o divino concerto. Tomai da lira, fazei uníssonas
vossas vozes, e que, num hino sagrado, elas se estendam e
repercutam de um extremo a outro do Universo.
Homens, irmãos a quem amamos, aqui estamos junto de vós.
Amai-vos, também, uns aos outros e dizei do fundo do coração,
fazendo as vontades do Pai, que está no Céu: Senhor!
Senhor!… e podereis entrar no reino dos Céus.
O ESPÍRITO DE VERDADE
NOTA –
A instrução acima, transmitida por via mediúnica,
resume a um tempo o verdadeiro caráter do Espiritismo e a
finalidade desta obra; por isso foi colocada aqui como
prefácio.
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