Cientistas descobrem atmosfera fora do sistema solar

Cientistas já descobriram 80 planetas fora do sistema solar, mas nenhum, até então, com atmosfera

Cientistas já descobriram 80 planetas fora do sistema solar, mas nenhum, até então, com atmosfera

 

27/11/ 2001

ATLANTA (CNN) -- Pela primeira vez - e, surpreendentemente, usando o principal observatório da Nasa em órbita, o telescópio Hubble -, cientistas detectaram a presença de atmosfera em um planeta que não faz parte do sistema solar.

A descoberta foi anunciada nesta terça-feira por David Charbonneau, chefe da equipe envolvida na pesquisa. A observação sugere que o planeta, quase tão grande quanto Júpiter, possui uma atmosfera parecida com os gases gigantes do nosso sistema solar.

A mesma técnica usada por Charbonneau e seus colegas poderá ser aprimorada para ajudar no monitoramento de outros planetas, com o objetivo de se descobrir tipos de gases consistentes com a presença de vida.

"Isso inaugura uma fase excitante para a exploração de planetas extra-solares, em que poderemos começar a comparar e contrastar as atmosferas dos planetas e outras estrelas", disse Charbonneau.

O planeta em questão está localizado em torno de uma estrela parecida com o Sol, a 150 anos-luz de distância, na constelação Pégaso. É um dos 80 planetas descobertos além de nosso sistema solar nos últimos anos.

Esses planetas rebocam-se ligeiramente em suas estrelas quando orbitam, dando origem a variações gravitacionais que permitem aos cientistas prever suas massas e suas trajetórias.

Ao contrário dos demais, o planeta estudado pela equipe de Charbonneau passa em frente de sua estrela, na linha de visão da Terra. Os pesquisadores constataram que sua atmosfera possui sódio atômico, um elemento químico comum em Júpiter.

"Vimos apenas metade da absorção de sódio que esperávamos", comentou o cientista Timothy Brown, que classificou a observação como "ratificante".

Charbonneau e seus colegas detectaram a atmosfera de modo inesperado, quando usavam o Hubble, que é pouco adequado para o estudo sobre a formação de planetas distantes.

"Nunca pensei que o Hubble fosse capaz de fazer isso", comentou o astrônomo Bruce Margon, consultor da Nasa.

Ainda assim, os cientistas pretendem usar novamente o Hubble em suas buscas por outros elementos químicos do planeta, como o metano, o vapor de água e o dióxido de carbono.

Se conseguirem encontrar altos níveis de gases atmosféricos consistentes com a presença de vida, essas descobertas poderiam fornecer a primeira evidência direta de vida extraterrestre.

Fonte: CNN

 

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