Cada um defende seu uísque com a paixão de um torcedor
Inaugurada há apenas um ano e quatro meses, a Uisqueria da Praça
é o novo templo dos adoradores de malte. Não que o lugar
sirva exclusivamente ‘scotch’. Todas as bebidas quentes estão contempladas,
mas é raro não ver ao menos um litro de uísque sobre
cada uma das mesas. “Temos mais de 30 rótulos diferentes na casa
e os clientes buscam esta conveniência”, diz a proprietária
Dilma Ramos. “Além disso procuramos atender ao gosto específico
de cada cliente. Temos um que faz questão que sua garrafa de single
malt esteja sempre deitada sobre a mesa”, observa.
O ambiente não poderia corresponde mais à imagem que se costuma
associar a ‘bares de uísque’: mergulhado numa meia penumbra, música
ao vivo que se mistura ao som do chacoalhar do gelo no copo. É um
ambiente tão masculino quanto, ainda, predominantemente masculino
é o consumo desta bebida. Talvez por que, ao longo de sua existência,
o uísque tenha sido sempre associado à imagem de homens durões
como John Wayne, Humphrey Bogart e Charles Bukowski, ele ainda hoje é
considerado bebida de ‘macho’.
Os escoceses admitem que não há o melhor uísque (embora
naturalmente haja diferentes classificações). Há o
uísque que cai melhor para determinado paladar. Cada consumidor
defende sua marca preferida com tanto fervor quanto o faz com seu time
de futebol.
O agropecuarista Viberto Melo, aficionado do uísque há 40
anos, já passou pelo Logan, Old Parr e Black and White, mas seu
coração parou no White Horse, o popular ‘Cavalo Branco’.
Ele acredita que talvez por não ser muito massificado, este uísque
mantém um padrão de qualidade. Ele freqüenta a Uisqueria
da Praça pelo menos uma vez por semana e não deixa a mesa
antes de consumir suas 12 doses regulamentares.
O empresário Severino Mendonça, que há pouco tempo
não trocava seu Johnnie Red por nada, bandeou-se para o Logan (aquele
que foi popularizado pela fartura com que era servido na Casa da Dinda,
na Era Collor). "Com o tempo passou a me parecer mais palatável,
aquele que desce mais redondo”.
IMPRESSÕES PESSOAIS – Embora seja largamente (e com bons resultados)
empregados na culinária, poucos são os bebedores de uísque
mais exigentes que admitem acompanhar a bebida com uma refeição
farta, o que não significa que os petiscos não sejam bem
vindos.
As opções ficam por conta do freguês: “Gosto das carnes
para acompanhá-lo”, diz Severino Mendonça, “um carpaccio,
uma costelinha ou picanha de cordeiro caem muito bem”, indica. “Prefiro
os frutos do mar. São mais leves e não deixam a sensação
de estômago muito cheio, que atrapalha o consumo do uísque”,
ressalva Viberto. “Não tem acordo, se eu vou comer, paro imediatamente
de consumir uísque. Ou uma coisa ou outra”, radicaliza o restaurateur
Rinomar Correa.
http://whiplash.simplenet.com/especiallist.mv?rec=115
Relíquias escocesas engarrafadas
Colecionador é caçador de relíquias, e o paulista
Claive Vidiz é dono da maior coleção de uísque
escocês do mundo. Repetimos: do mundo. Seu nome consta do livro de
recordes do planeta desde 1993. "Todo meu tempo é dedicado ao uísque",
afirma Vidiz, que é aposentado e, portanto, tem mesmo muitas horas
livres para dedicar ao assunto. Ele é dono do Museu do Whisky, com
3.014 garrafas fechadas e 137 livros sobre a bebida, e presidente da Associação
Brasileira dos Colecionadores de Whisky, que reúne mais de 400 sócios
no país. Colecionador há 27 anos, Vidiz tem mais de 300 marcas
que já deixaram de ser produzidas.
O primeiro registro sobre o uísque data de 8 de agosto de 1494.
É uma guia de impostos estipulados pelo Tesouro Público Escocês,
especificando o suprimento de "eight bolls of malt" para que um certo frei
John Cor produzisse a acqua vitae ou uísgue beatha, que em gaélico,
o idioma dos celtas da Grã-Bretanha e da Irlanda, significa água
da vida. Graças a esse registro, acredita-se que o uísque
tenha surgido nos mosteiros. Mas a arte de destilar já era praticada
há muito mais tempo pelos celtas, na Escócia e na Irlanda,
países que reivindicam para si a criação da bebida.
A história mais difundida é que essa arte teria surgido na
Irlanda, no século V, e migrado junto com missionários cristãos
para os mosteiros escoceses na direção das Terras Altas.
O certo é que nesses longos e deliciosos anos a Escócia se
tornou a pátria do uísque, abrigando harmonicamente centenas
de chaminés de destilarias com sua paisagem bucólica, repleta
de ruínas de antiqüíssimos castelos, lagos e rios de
água cristalina. Uma água puríssima, que corre sobre
a turfa, o solo esponjoso que serve como combustível para defumar
a cevada, a generosa matéria-prima dos maltes.
www.uol.com.br/claudiacozinha/portal/bebidas/
White Horse
Casa fundada pela família Mackie na cidade de Edimburgo, em 1742.
Anos mais tarde, em 1883, James Logan Mackie levou-a para Glasgow. Seu
blended tem cor amarelo-ouro e perfume de turfa. O precioso malte da destilaria
de Lagavulin entra em sua composição.
http://members.es.tripod.de/chemup/mpage3w.html
White Horse 08 anos 1L R$39,65 à 48,00
White Horse 08 anos 1L CX 12 R$452,01United Distillers & Vintners Ltd
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