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O Autor e a Obra

    A Grande Teia
   Diplomado bacharel em Ciência da Computação na Universidade de Passo Fundo em 15 de janeiro de 2000, havia presenciado o surgimento da Internet quando estava no meio acadêmico.
   Navegar na World Wide Web (www), regularmente, só no primeiro semestre de 1997.
   Sempre gostei de ler. Um fato marcante foi a aquisição de uma coleção de Dicionários Globo, feita por minha mãe, de um vendedor ambulante, sob minha insistência, quando eu tinha aproximadamente sete anos. Aquele "brinquedo" muito me encantou. Gostava de jornais e revistas. Podiam ser velhas, me interessavam. Por isso ficava muito alegre quando um irmão de minha mãe, vindo de Porto Alegre, trazia no porta-malas do carro pilhas de jornais velhos. O tio conhecia o gosto do sobrinho.
   Passava as férias em São Luiz Gonzaga. Tinha dois tios professores - um de português, outro de geografia e história. Nos livros do professor de  português lia algumas estórias infantis e poemas, mas logo parava. Eu gostava era dos livros de história e geografia. Ganhei um livro didático de geografia (mundial e brasileira), e dele extraí todo o sumo.
   A Bíblia chamou minha atenção, especialmente as guerras descritas no Velho Testamento. Li e reli a Bíblia mais de dez vezes.
   Durante alguns meses de 1986 morei em São Luiz Gonzaga. Lia o jornal da cidade e outros escritos ali impressos. A história e geografia da região ficaram definitivamente familiares.
   Na escola, nunca gostei de português e nem de estudar literatura. Minhas preferências eram a geografia e a história. Gostava um pouco de matemática, biologia. química e física.
   Li praticamente todos os títulos da biblioteca da escola.
   No final de 1988 fui trabalhar no escritório do advogado Leôncio Corrêa, um desajustado sonhador, presidente do pequeno Partido dos Trabalhadores (PT) na pequena São Chico.
   O PT distribuía massivamente material para formação política. O Brasil saía de mais de duas décadas de ditadura, e a primeira eleição direta aconteceria em novembro de 1989.
   Passei a ler informações que não havia lido em nenhum outro lugar. A dialética se iniciou em mim. O mundo da justiça se impregnou em mim: aquelas leis e suas interpretações me fascinavam. Pesquisar e datilografar eram as minhas atividades no escritório de Leôncio - "historiador da nossa gente" - como escreveu o também advogado e historiador Francisco Haigert, em dedicatória de um exemplar do livro Pioneiros.
   Às vésperas da eleição de 1989 eu era vice-presidente do Partido dos Trabalhadores em São Chico. Fui Delegado de Votação e Eleição da Frente Brasil Popular naquela zona eleitoral.
   Influenciado por Leôncio e pela Justiça, fiz vestibular para Direito na Universidade do Vale do Rio do Sinos. Em 1990 morei em São Leopoldo. O melhor nesse tempo eram as viagens entre a região metropolitana e São Chico. Dois roteiros bastantes diferentes podem ser realizados: pela Tabaí-Canoas, via Santa Cruz e Santa Maria, ou pela BR 290, via São Gabriel e Rosário do Sul.
   Concluí o Núcleo Preparatório de Oficiais da Reserva em 1991, no regimento Mallet de Santa Maria. Conheci vários aspectos da vida na capital da região centro do Rio Grande do Sul. Vida de milicos, estudantes e comércio.
   Minha companheira Adreane foi morar em Santa Maria e trabalhou alguns meses no jornal A Razão. A vida de repórter da Adre auxiliou inúmeras vezes a formação de meu pensamento, especialmente com as informações de bastidores da reportagem, os dados essenciais, e não publicados pela mídia. Moramos em Joaçaba, no vale do rio do Peixe, onde conheci aspectos do meio oeste catarinense. Depois fomos para Joinville, localizada entre a Serra e o mar. O governo catarinense concentrava esforços na consolidação do turismo. O Rio Grande do Sul, anos depois, verificado o sucesso catarinense, preocupou-se em incrementar o turismo.
   Influenciado pela propaganda governamental catarina, passei a analisar aspectos do turismo.
   Retornamos ao Rio Grande do Sul em 1993, já com saudades do sotaque nativo, e pousamos em Passo Fundo.
   Desconhecia a região do Planalto Médio.
   Nessas alturas já iniciava meu conhecimento sobre o Alto Uruguai, pois os familiares de Adreane concentram-se em Erval Seco. As tantas idas e vindas fazem-me pertencer àqueles sertões.

    Viagens pelas Missões
   Nasci em São Francisco de Assis, RS, no inverno de 1971. Morei por lá até 1990, e estive alguns meses em São Luiz Gonzaga no ano de 1986.
   Meu pai é assisense e minha mãe, são-luizense. Nas férias escolares costumávamos visitar os familiares maternos em São Luiz Gonzaga e nas missioneiras Roque Gonzales, São Nicolau e Cerro Largo.
   A viagem era cansativa. Podia ser realizada em até três horas, mas era comum levar mais de quatro. Eram duzentos e poucos quilômetros em estradas esburacadas e  poeirentas, aliás como todas as saídas de São Chico até 1990.
   A primeira estrada pavimentada foi a RS 241, ligando São Francisco de Assis a São Vicente do Sul.
   Apesar do desconforto, viajar para as Missões era muito interessante.
   Saíamos pela manhã, rumo ao sol nascente. Alguns pequenos contrafortes finais da Serra Geral (Gramado, Lajeado, Sobradinho, Santa Maria, Mata, Jaguari) são os primeiros obstáculos a serem transpostos por quem sai de São Chico rumo a Santiago, distante 52 km pela RS 546.
   O sol encara o carro de frente, e seguimos por vales e pequenas escarpas arborizados e úmidos. Poucas casas, uma peça de alvenaria feita de escola, uma igreja católica com salão paroquial, um ou dois bolichos com cancha de bocha e uma parada de ônibus à beira da estrada indicam a presença das comunidades de Porteira do Toroquá, Picada do Padre e Rincão dos Luzes, em São Francisco de Assis.
   Pouco antes da divisa dos municípios se inicia uma paisagem seca, de campos pedregosos. O último ajuntamento humano antes de Santiago é a vila do Boqueirão.
   Pneus furados no pedregulho eram a regra, e a parada na borracharia do Posto do Batista, para avaliar o estado do carro, também servia para esticar o esqueleto, sacolejado por aproximadamente uma hora.
   Indo para Bossoroca pela estrada do Jóckei Clube, alguns quilômetros depois de Santiago, uma depressão no terreno leva a um lajeado. Em seguida, começa uma subida de aproximadamente 4 quilômetros.
   No topo dessa subida há uma encruzilhada, e as duas estradas levam a Bossoroca. A menor distância é pelo vilarejo de Tupantuba.
   Nesse local, alimentadas pelo rubro solo missioneiro, se iniciam mares de lavouras. Até São Luiz Gonzaga essa é a paisagem, interrompida por pequenas comunidades missioneiras. Poucas propriedades têm cerca, a maioria dos agricultores cultiva as terras até o barranco da estrada. Algumas lavouras roçam os veículos.
   A poeira era o problema em dias secos. Se chovesse, havia muito barro, e caminhões tombados, carros batidos, tratores sendo arrastados por outros tratores, um verdadeiro rali.
   Chegávamos em São Luiz perto do meio-dia. Naquela época, minha bisavó ainda era viva e morava na casa de minha avó. Os doze irmãos e irmãs de minha avó e seus descendentes para lá se dirigiam a fim de pedir a bênção da matriarca. O tradicional modo de vida missioneiro era preservado. Os micuins e o tira-barro junto às portas das casas eram os principais incômodos na opulenta terra vermelha.

    Viagens pela Fronteira Oeste
   Morei entre os 9 e os 18 anos na esquina das ruas Pinheiro Rocha e Carlos Gomes, em um sobrado que parecia um caixão. A casa foi construída por meu pai e exibe aquele jeito gaúcho de ser de meu genitor - sem frescuras. A simplicidade de nossos gaúchos manifesta-se na arquitetura de suas construções.
   Os postos de gasolina substituíram as ferrarias na beira da estradas.
   Meu pai era caminhoneiro, um tropeiro-carreteiro moderno, mas mesmo assim as viagens eram demoradas e trabalhosas. As estradas eram esburacadas e poeirentas, o que tornava a viagem sacolejante até a alma. Viajávamos, principalmente na época da safra (abril/maio).
Como o outono é lindo no campo! Outros fretes existentes eram cargas de gado, alfafa, adubo, sal, palanques - produtos muitas vezes deixados e/ou apanhados em diferentes pontos do município da região. Acompanhei meu pai em centenas de viagens. Ele me contava os causos dos lugares pelos quais lentamente passávamos. Apenas em conhecidos lançantes o caminhão atingia, no máximo, 80km/h. Dessa forma conheci o interior de São Chico e de outros municípios da Fronteira Oeste, especialmente Manoel Viana, Alegrete e São Vicente do Sul.
   Durante alguns anos de minha infância (+-6 a 12a), meu pai teve uma empresa de materiais de construção. Seus caminhões traziam cerâmicas de Santa Catarina. Quando chegavam as cerâmicas catarinenenses, vinham novidades de um mundo distante, quase impossível. "Lá em Osório eles são catarina.
   As mulheres carregam os caminhões que nem homem" - contava, sempre espantado, o caminhoneiro José Bergamota. Nessa época viajei dezenas de vezes até o rio Ibicuí em Manoel Viana, e ao Jacaquá, para carregar areia. Ficava imaginando que me tornaria um velho e lento caminhoneiro, desviando de pedras do meio do caminho na imutável paisagem assisense. Era desesperador.

  Livro Digital - A Obra
  Desenvolvi esse livro digital para divulgar uma proposta alternativa as pessoas que desejam registrar e divulgar seus textos, imagens e sons com o custo aproximadamente dez vezes menor que o do livro tradicional.
  O conteúdo do livro digital é basicamente o resultado de um ano e meio de pesquisa sobre a família Vianna e dois meses de pesquisas sobre o biografado, Tyrteu Rocha Vianna.
  Durante minhas pesquisas topei com seguinte instigante texto: A Internet não pode mais ser ignorada como uma nova mídia. Como tampouco os disquetes e os CD-ROMs. A edição e difusão da obra literária tornam-se inacreditavelmente baratas. O que é quase um milagre neste Brasil onde o preço do livro em papel é um dos mais caros do mundo, a ponto de os editores nacionais, para ter algum lucro, estarem imprimindo na Espanha, Itália, Chile e Colômbia.
  Os direitos de autor praticamente vão pras cucuias. Mas, fora os amigos do Rei, quantos escritores vivem de direitos autorais neste país? Estamos nos encaminhando para uma sociedade em que computador será tão comum como qualquer eletrodoméstico, e editores e escritores terão de levar em conta este mundo novo. Permanece, por enquanto, a velha questão: não é mais agradável ler no papel que na telinha? Pode ser. Nos dias de Gutenberg, certamente não faltaram leitores
para alegar saudades do pergaminho. Claro que é pouco prático usar o computador para ler na cama. Mas a Internet permitirá ao escritor - aliás, já permite - uma liberdade com a qual não pode sonhar quem depende do papel impresso. A utopia está ao alcance de nossas mãos: hoje, cada escritor pode ser próprio editor, Janer Cristaldo em A Difícil Travessia do Uruguai.
  Os interessados em publicar suas idéias e pensamentos num livro digital entrar em contato pelo correio eletrônico: [email protected].
   Locais de consulta
   I) Arquivo Histórico do Rio Grande do Sul - no Memorial do RS, localizado na Praça da Alfândega em Porto Alegre. Antigos documentos oficiais datam de +- 1780-1900.
   II) Arquivo Público Estadual - na rua Riachuelo em Porto Alegre. Documentos oficiais do judiciário datam de +- 1850-1960.
   III) Instituto Histórico e Geográfico do RS - na rua Riachuelo em Porto Alegre. Destaque para as correspondências de Borges de Medeiros.
   IV) Museu de Comunicação Social Hipólito José da Costa - na rua da Praia esquina Caldas Júnior em Porto Alegre. Acervo de jornais e revistas do RS datam de +-1880-1985.
   V) Biblioteca Pública Estadual - na rua Riachuelo em Porto Alegre.
   VI) Biblioteca Pública de São Leopoldo.
   VII) Bibliotecas das universidades de Passo Fundo, Santa Cruz e do Vale do Rio dos Sinos.
   VIII) Biblioteca do Espaço Engenho e Arte.
   IX) Biblioteca do Instituto Gaúcho de Tradição e Folclore no Centro Administrativo
Fernando Ferrari, rua Borges de Medeiros 1501 em Porto Alegre.

   O Bom Combate
   Hoje devemos lutar, não com lanças e espadas, mas com idéias e pensamentos.
   Como? Na arte: escrita, vídeo, aúdio, escultura, pintura, arquitetura...
   O quê? A liberdade e igualdade no diferente: Gênero, raça, idade, crença, sexo, drogas, dinheiro...
   Porquê? Humanismo.
   Quando? Sempre alerta na arte de: planejar, organizar, criar e avaliar.
   Onde? Entrevistas (adequadas), arquivos históricos, Internet e os livros são fontes básicas de informação.
   Letras Assisenses em 2001
   A poesia assisense está incandescente em 2001. Os versos nada bíblicos de Pouca Carne em Poemas do Lucidoro e Outros que Tais e a ternura em Só Agora Tu de Verney Ramos representam a novíssima e requintada poesia publicada em São Francisco de Assis, que constitui há duzentos anos o mais antigo povoamento ininterrupto das Missões-Fronteira Oeste do RS.
   Sendo assisense, dou continuidade a ufana tradição de meus conterrâneos.
   Se canto deste modo
   Não é para o mal de ninguém
   senão, para o bem de todos. Martín Fierro, José Hernandez.

   Agradecimentos

Uma única luta - a luta pelo caminho.
dividamos: Poesia de importação. E a
Poesia Pau-Brasil, de exportação.

Oswald de Andrade no Manifesto Pau-Brasil.

   À gentileza de:
   Osório Santana Figueiredo, historiador gabrielense.
   Miguel Duarte, funcionário do Instituto Histórico e Geográfico do RS.
   Os quaraienses: Cláudio Knierim e João Batista Marçal
   O bibliófilo paulista Waldemar Torres.

   Em Passo Fundo
   Às letras do pelotense Leonardo "fininho" Machado e às músicas do bageense Rodrigo Nassif. À rapaziada da família "Meira" do colega Roni Warken. Aos doutores Pacheco minha solidariedade.
   Aos meus dedicados professores no curso de Ciência da Computação na Universidade de Passo Fundo: o marauense Antônio "goiaba" Gomes e  Jane Costi Colussi.
   Ao experiente santo-angelense Marco Pimentel e às francas conversas sobre assuntos pessoais, atuais e computacionais.
   Aos inestimáveis Nei Possap D'ávila, Tânia Röesing e à uruguaianense Roseli Pretto.

   Em São Chico
   Zélia e Andréa Vianna
   Zé Uberti e Ronei "catarineta" Rozar
   Branca Marques e Suzana
   Sérgio da Rosa, conterrâneo de Raul Bopp e de Aureliano de Figueiredo Pinto, adotado que adotou São Chico
   Verney Ramos - assisense adotado.
   Os livros e conversas na rua Ipiranga com Leopoldino Vieira Cidade e Leôncio Ribeiro Corrêa.
   Vanderlã Leal, secretário municipal de turismo, pela cedência do acervo de fotos.
   Valdevi Maciel
   Ana Lúcia Reck
   Valdir Tourem
   Mário Aguiar
   André Bellagamba
   Verney Ramos - assisense adotado.
   A KGB assisense.
   Fotógrafos
   Régis Koehler, Teco de Ijuí.
   Foto Arte - Bira e suas conversas e fotos antigas.
   Palmor Fotos
   Foto Minuto - Vanderli Rodrigues
   Antônio Carlos Oliveira - Gringo do Bento
   Entrevistas
   Perci da Rosa
   Amadeo Uberti
   O peão Aparício
   Especialmente, ao assisense advogado doutor Leôncio Ribeiro Corrêa e a todos os que contribuiram para dignificar a história assisense.
   Ghostwriter contatar no correio eletrônico: [email protected]


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