A fábrica dos brinquedos

 

Há muito, muito tempo, vivia num distante palácio um homem muito grande e forte, mas também muito velhinho. As barbas brancas quase lhe tocavam nos joelhos e o seu cabelo comprido estava em desalinho. Este velhinho era tão despistado que por vezes esquecia-se da panela no lume, ou deixava a torneira aberta e por vezes nem fechava a porta quando saía de casa! Foi numa destas vezes que a sua mulher Natália lhe chamou a atenção: 

- Querido, vejo-te tão despistado e desocupado. Por vezes até pareces triste e só! Devias arranjar algo para te ocupares! 

Quando chegou ao seu quarto, Noel sentou-se ao pé da janela a meditar. Pensou, pensou, e, vendo-se sem nenhuma resposta para o seu enigma, olhou através da vidraça: lá fora nevava. Era Inverno! Os vários pinheiros do seu jardim estavam cobertos de um manto espesso e branco. Porém, umas pequenas pegadas na neve despertaram-lhe a atenção. Um pouco mais adiante, estava uma criança. Mas... não uma criança qualquer! Esta criança estava quase sem roupa, descalça e sozinha. Noel, que tinha um coração de ouro, abriu a janela e chamou o rapazinho: 

- Vem cá, rapaz! Onde estão os teus pais?

  - Oh! Esses…nunca os conheci. Vivia com a minha avó, mas ontem ela morreu, não aguentou o frio deste Inverno… 

- Meu Deus! Mas, que vida tão triste a tua! E agora?! Com quem vives? Sozinho?

- Sim. Agora vivo sozinho. 

- Mas…mas ainda és muito novo! E... e não tens frio, assim nu e descalço? Bem que precisas de um par de sapatos, de uma camisola e de umas calças! 

- Dantes, quando a minha avó era viva, ela tricotava as minhas roupas e, com o pouco dinheiro que ganhava, comprava-me sapatos.

 - Espera, espera aí um pouco. Vou pedir à minha mulher que te faça uma camisola e vou fazer-te eu próprio um par de sapatos! E sabes que mais? Já sei qual vai ser o meu trabalho! Isto é, se quiseres colaborar comigo! 

- Oh! Muito obrigado, senhor. Que devo fazer para colaborar consigo?

 - Eu vou explicar tudo: a minha mulher andava a dizer-me que eu precisava de um trabalho para me entreter, sabes como são as mulheres. Eu fiquei um bocado confuso: como poderia eu arranjar um emprego de um dia para o outro? E então, quando te vi, lembrei-me imediatamente de um bom passatempo para nós os dois! E até fazíamos uma boa ação e tudo! - A minha ideia era construirmos uma fábrica de brinquedos onde trabalharíamos todo o ano para obtermos os melhores e mais bonitos presentes para oferecermos aos meninos bem comportados no final do ano. Podíamos também dar um nome à data de entregar as prendas. Hummm, pode ser NATAL, em honra da minha mulher Natália. 

- O senhor, isto é, o Noel tem ideias fabulosas! Para mim o senhor é um verdadeiro santo! 

- Oh! Oh! Oh! Não sou nada! Sou apenas o Pai Natal! É um bom nome para quem inventa o NATAL! No NATAL todas as prendas devem estar prontas. Treinarei as minhas renas para grandes viagens, prepararei o meu trenó e… já me estou a ver a cruzar os céus!!!!! Só tu poderás estar comigo no trenó, para levares o saco com as prendas! 

- Mas, Pai Natal! Quando é que vai ser o NATAL? 

- Oh! Meu Deus! Não tinha pensado nisso! Mas, até pode ser no dia em que nasceu Jesus! Ele ficaria orgulhoso de nós! Portanto o NATAL é no dia 25 de Dezembro! É verdade, como te chamas meu rapaz? 

- Chamo-me Cristóvão. 

- Muito bem! Vamos já contar tudo à minha mulher! Natália ficou encantada com a ideia do marido e prontificou-se logo a chamar todos os duendes empregados para ajudarem na construção da fábrica. Estes adoraram a ideia de passar a trabalhar numa fábrica e empenharam-se mais que nunca na sua construção. Em menos de cinco dias a fábrica estava pronta! Naquele ano todos os duendes tiveram de trabalhar em velocidade máxima, pois o NATAL estava à porta! Todos os dias a fábrica de brinquedos do Pai Natal recebia dezenas de cartas de todos os meninos e meninas do mundo, a encomendarem os seus presentes de NATAL. A todas as cartas o Pai Natal respondia dizendo que se portassem bem. E o prometido é devido! Os duendes carregaram as prendas até ao trenó e Cristóvão pô-las no grande saco do Pai Natal. À meia-noite em ponto, o trenó cruzava o céu puxado pelas renas, carregando o saco dos presentes, o Pai Natal, e claro, Cristóvão! Ainda hoje, sempre que é dia de Natal, podemos ver o grande trenó com o Pai Natal e Cristóvão, se olharmos para o céu à meia-noite em ponto …

Autor desconhecido

 

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