Mme. Curie

Cientista

 

Após muitas pesquisas e a defesa de sua tese e divulgação do seu trabalho em substâncias magnéticas e magnetismo, Marie Curie necessitava de um assunto para que pudesse pesquisar e iniciar a seu trabalho de doutorado. As estranhas emanações observadas por Becquerel lhe pareceram bastante intrigantes a ponto de iniciar seus estudos. Inicialmente parecia que seu trabalho seria apenas de observação, medindo e anotando dados das substâncias examinadas. Já havia sido observado que o urânio ioniza o ar. Por isso ela preparou uma rudimentar câmara de ionização para que, com duas placas metálicas, pudesse medir o tempo dessa ionização. Testou da mesma forma para diversas substâncias diferentes.

Concluiram que os "raios" que Becquerel denominava "Urânicos" não são simplesmente uma anomalia do urânio, fazem parte de algum tipo de fenômeno mais geral, que requer designação e explicação.

No início de 1899 foi dado aos Curie, para o tratamento e isolamento de Rádio, um cavernoso hangar, que servia como sala de dissecação para os estudantes do curso de medicina.

Após inúmeras precipitações constatou-se uma inesperada propriedade dos "novos metais", eles tinham uma espontânea luminosidade.

Apesar deles terem obtido resultados corretos, serem extremamente meticulosos e não se precipitarem em divulgar seus resultados, os Curie cometeram um erro ao pensarem (e nada em suas observações os levava a crer ao contrário) que a radiação parecia violar a primeira lei da termodinâmica, pois aparentemente os elementos radioativos não sofriam nenhuma variação de forma, peso ou diminuição de energia.

Quem definitivamente explicou a origem da estranha emanação ou radioatividade foi uma equipe inglesa liderada por Ernest Rutherford em 1902, ao entregar um relatório definitivo sobre a chamada "transmutação" (decaimento atômico).

Em julho de 1902, após três anos de muito trabalho e sofrimento devido as dores nas articulações, rachaduras e feridas nas mão e um aborto sofrido por Marie, finalmente ela conseguiu isolar um décimo de grama de rádio puro obtido de dez toneladas de minério. Este resultado, como Marie previu, foi o que faltava para comprovar a existência de seus materiais, colocando-os na tabela periódica de Medeleiev com seu número e peso atômico.

Marie, Pierre e Becquerel recebem o prêmio Nobel de Física, em 1903, por seu trabalho com a radioatividade. Infelizmente, embora esperado, nenhum dos dois se sentia muito bem para comparecer à cerimônia devido a problemas de saúde (causados pelas grandes quantidades de radiação a que eram expostos) e a um estranho sentimento que tinham com relação a prêmios e outras honrarias (apesar de Marie estar orgulhosa de seu desempenho, de ser a primeira mulher a receber um prêmio Nobel e de ter obtido fama mundial como cientista).

Em 1904 nasceu a filha Éve, e Pierre finalmente foi nomeado professor da Sourbone, onde tinha um laboratório mais bem equipado e Marie era paga com sua assistente-chefe. Um ano depois, foi eleito para a Academia de Ciências.

O Rádio, a grande descoberta de Marie, tornava-se famoso, tanto por ser um elemento novo e misterioso, como por uma de suas propriedades a de brilhar no escuro. Com isto os pedidos surgiam de todos os lados e o seu valor crescia vertiginosamente.

Em 19 de abril de 1906, um dia muito chuvoso, ao entardecer, enquanto Pierre ia distraidamente em direção à Universidade, foi atropelado por um pesado carroção ao atravessar a rua, sendo esmagado pelas rodas do veículo.

Marie ficou arrasada com a morte de Pierre e escreveu-lhe cartas de amor enquanto seu corpo era velado em casa. Como uma espécie de fuga voltou ao trabalho em um mês. Aceitou o emprego que era de Pierre e foi a primeira mulher a dar cursos na Sourbone.

Em 1908  Marie foi nomeada professora efetivamente na Sourbone, sendo a primeira mulher a obter esta função. 

Em 1911  Marie recebe outra grande honra, o prêmio Nobel de Química, concedido unicamente a ela, por ter produzido rádio puro. Com isto ela se torna a primeira pessoa na história a receber dois prêmios Nobel. E em 1912 ela recebe um laboratório especialmente construído pelo Instituto Pasteur. Em 1918 Marie era diretora do Instituto que era agora um centro mundial de estudos de radiação, física e química.

O Instituto de Rádio da Universidade de Paris estava pronto em 1914. No mesmo ano, começou a I Guerra Mundial, onde Marie empenhou-se totalmente no esforço de guerra. Arrecadou fundos e instalou equipamentos de raio X em hospitais e em veículos especiais.

Em 1922  foi eleita para a Academia Francesa de Medicina, mas  continuou supervisionando o trabalho no laboratório em Paris. Em diversas viagens esteve inclusive no Brasil. Operou os olhos de catarata e foi cuidada pela filha Éve.

Pioneira na pesquisa da radioatividade, primeira mulher cientista que adquiriu fama mundial, ficou esposta aos efeitos da radiação por mais da metade da vida, sofrendo seus danos. Morreu em Sancellemoz, Suiça, Marrie Sklodowska Curie em 4 de julho de 1934.

 

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