A gralha entre os pavões 

Pavão que andava na muda,
Sua plumagem largou,
E uma gralha presunçosa
Com ela o corpo adornou.

Entre um rancho de pavões
Atrevida se meteu,
Até que um dos camaradas
A impostora conheceu.

Passou palra aos companheiros,
Que em cima dela saltaram,
E não só o adorno alheio,
Mas o próprio lhe tiraram.

Voltou para as companheiras,
Que do sucesso informadas
A baniram do seu rancho
Ao som de mil apupadas.

O que sucedeu à gralha
Aos homens pode convir;
Aquele que alheio veste,
O vem na praça a despir.

Este caso, além do exposto,
Serve também de lição
A todos os que procuram
Parecer mais do que são.

La Fontaine

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