Simpatias


Seguram-se os cílios e assoa-se três vezes o nariz.

Enquanto se esfrega o olho onde caiu o cisco, repetir três vezes:
"Santa Luzia passou por aqui Com seu cavalinho, Comendo capim."

Esfregar a pálpebra, repetindo três vezes:
"Vai-te, argueiro, Pro olho do teu companheiro!"

Enquanto se esfrega o olho com um lenço vai-se dizendo este ensalmo:
"Corre, corre cavaleiro,
Pela porta de São Pedro
E dizei a Santa Luzia
Que me mande seu lencinho,
Para tirar-me este argueiro."

"Santa Luzia passou por aqui
No seu cavalinho comendo capim.
Perna de banco
Nariz de cupim.
Afirma-se que o argueiro não demora a sair do olho."

Fazem-se três cruzes sobre o olho onde caiu o cisco dizendo-se estas palavras:
"Santa Luzia tem três filhas,
Uma que fusa, uma que fia
E uma que cura mal de azia.
Tirai o cisco dos olhos do Fulano (aqui o nome da pessoa que está com o cisco)."

Quando cai um cisco no olho, lava-se com uma agüinha leve de sal e, enquanto isso, repete-se três vezes:
"Sangue de Cristo caiu nos meus olhos, Não me fez mal."

Esta simpatia tem que ser feita às margens de um rio corrente, antes de sair o sol.
Enquanto se lavam os olhos com punhados de água do rio, dizem-se estas palavras:
"Santa Aurora, Santa Iria Este dordoio com que se curaria?
Com três pai-nossos e três ave-marias e um punhado de água fria."

Banhar os olhos com água de três galhos de arruda dormida no sereno.

Aplica-se durante nove dias, diariamente sobre as pálpebras um ovo quente ao natural, isso é, na horinha em que a galinha acabou de botar.

Quando alguém está com os olhos lacrimejantes queima-se palha benta e defuma-se essa pessoa.

Coloca-se um anel de ouro ou brinco de ouro num copo d'água e com essa água lavam-se os olhos lacrimejantes.

Deixa-se no sereno um copo de água dentro do qual colocamos um punhado de pétalas de rosa e três galhinhos de arruda. No outro dia molha-se nessa água uma aliança de ouro e passa-se nos olhos para tirar a vermelhidão.


Coloca-se pedra-de-boi numa garrafa de aguardente e deixa-se curtir por três dias. Em seguida coa-se e deixa-se a garrafa ao alcance do viciado, para que ele beba à vontade.

Sacode-se bem uma garrafa de pinga onde se tenha. colocado três punhados de terra de cemitério. Deixa-se descansar por um dia inteiro. Depois vai-se despejando a bebida devagar, sem deixar subir a terra decantada. Coa-se num pano fino. Dá-se ao bêbado, aos poucos, alguns goles por dia.

Põe-se para curtir numa garrafa de aguardente um umbigo de menina, se o remédio se destinar a homem ou um umbigo de menino, se destinar-se a mulher. Curte-se durante três dias. Retira-se o umbigo e dá-se a pinga ao viciado, para beber à vontade.

Colocam-se três percevejos numa xícara, despeja-se água fervendo em cima, até o meio da vasilha. Completa-se com pinga. Coa-se e dá-se ao viciado. Uma xícara só.

Torra-se três baratas e soca-se num pano, até virarem pó; mistura-se o pó a uma garrafa de pinga, sacode-se para misturar bem, coa-se num pano e deixa-se o viciado beber quando e quanto quiser.

Modo de fazer: Numa xícara de leite de porca despeja-se uma colher de pinga. Deixa-se a mistura parada por alguns minutos. Acrescenta-se açúcar, mexe-se e serve-se ao paciente.

Faz-se o bêbado ingerir um copo de aguardente contendo três pingos de sangue de urubu.

Num copo de cachaça, coloca-se um tiquinho (o tanto que se pega com as pontas de dois dedos) de titica de galinha. Mexe-se, coa-se num pano, dá-se uma xícara ao viciado. Uma vez só. Serve-se ao alcoólatra

Pinga com raiz de lagarto (planta), quando se trata de encosto ou resultado de despacho.

O cavalo-marinho torrado e reduzido a pó misturada o à aguardente, afasta o viciado da bebida. Deixa-se que a pessoa beba à vontade.

Quando morre um pinguço, pega-se um vidro, enche-se de pinga e, sem ninguém ver, põe-se embaixo do travesseiro do defunto. Enquanto se realiza essa atividade, repete-se por três vezes:

"Em nome de Deus, Fulano (nome do morto) leva a pinga do Sicrano (nome do cachaceiro vivo que precisa ser curado do vicio).

A pessoa que quer deixar de beber e não consegue, deve escrever o pedido e deixar o papelzinho dobrado em cima do altar de Santo Onofre, que é o padroeiro dos bêbados.

Se for outra pessoa a fazer o pedido, deve deixar o papel dobrado igualmente no altar de Santo Onofre, com o nome do viciado escrito.

Em festas, para a pinga não três vezes, antes de beber:
"7 cuia (s)
7 cuia (s)
ferrão de mandi
banana itê."

Espremer limão dentro do ouvido do embriagado é simpatia para ele voltar a si no mesmo momento

Passar cuspe atrás da orelha do bêbado cura os efeitos da embriagues. Ele fica lúcido na hora.


Moda de corvo torrada, servida no café, é simpatia para sossegar marido mulherengo e fazê-lo voltar para a esposa. Se ele souber, a simpatia não faz efeito, ou faz efeito contrário, ou seja, ele conceberá pela esposa uma aversão invencível.

Numa xícara de café, a moça pinga três gotas de sangue de seu catamênio e dá para o rapaz beber. Ele ficará irremediavelmente apaixonado por ela.

Costurar os cabelos da mulher na vista das calças, ou no cós das calças do amante.

Quando a mulher quer fazer com que um homem crie rabicho (*) por ela, deve vestir qualquer peça de roupa dele. A virtude da simpatia é maior se a moça dormir com a roupa corpo.

A moca côa o café, ao prepará-lo, na fralda da camisa (dela) e dá para o homem tomar. Ele não pode saber da simpatia, porque então o amor que sentir se transformará em ódio.

E bastante dar sete cuspidinhas no café que alguém vai beber, para amarrar de amor.
(Chá de angelim amargo, idem.)

Para fazer uma mulher ou menina-moça consentir, molha-se com a urina dela um tiquinho de terra e encerra-se numa cabacinha com três formigas cabeçudas. (Guimarães Rosa, Sagarana).


Simpatias para emagrecer:


Num copo d'água colocar tantos grãos de arroz quantos quilos quiser emagrecer. Deixar de molho à noite. Tomar um copo cheio dessa água, na hora de levantar. Repetir a simpatia três vezes (três dias).


Vender gordura:
Um gordo e um magro (ou gorda e magra) combinam quantos quilos querem o primeiro vender e o segundo comprar.

A paga é de Cr$ 100,00 o quilo. A pessoa magra recebe e dá o dinheiro ao primeiro pobre que encontrar. Não é necessário que seja mendigo, basta que precise de ajuda.


Cura do limão:
Toma-se o suco de 1 limão na segunda-feira, de 2 limões na terra, de 3 na quarta, de 4 na quinta e assim por diante, até 20. Quando completar 20, volta para 19, 18, 17, 16, etc., até 1.
Pode-se tomar tal quantidade sem nenhum prejuízo. Ressalvam-se os casos em que o limão não deve ser usado, ou seja: por pessoas débeis, crianças, velhos e convalescentes porque os ácidos nele contidos diminuem a resistência do organismo.

Na cura pelo limão é preciso verificar se o paciente não sofre de:
Hipercloridria nervosa; grande sensibilidade gástrica; úlcera do estômago; constipação intestinal, pois que o limão, sendo adstringente, poderá piorá-la; prostatite e uretrites, uma vez que o limão dificultará nesse caso a emissão da urina; espasmos vesical e anal; insônia, por acidificação do sangue. Nos tratamentos longos dos obesos, à base de limão, é necessário aumentar as reservas alcalinas da pessoa, com a ingestão de alcalinos, como: azeitonas, espinafre, leite, cenoura, pepino, cebola, frutas, repolho e aipo.


Regime da Lua (1):
Tomar somente líquidos, na lua minguante. O pormenor mágico está no minguante da lua.

Regime da Lua (2):
Na lua minguante, em toda a sua duração, comer somente maçãs e tomar leite.

Para afinar a cintura:
Colocar um cordão virgem na cintura, bem apertado. Conforme a pessoa for emagrecendo, amarrar o cordão mais apertado. Parar no ponto que convier.


Podem-se fazer 4 banhos diferentes contra o mau-olhado:
a) água de mina e sal grosso;
b) banho feito com o cozimento de sempre-vivas;
c) banho feito com o cozimento de arruda e guiné;
d) banho feito com o cozimento de guiné arruda alecrim e alho.

Ramo seco de artemísia atrás da porta é providencia que pertence à magia defensiva.

Para livrar alguém do encosto faz-se banho com o decocto de 3 galhos de arruda 3 de guiné palma benta alecrim, 3 galhinhos de cambará e 3 espadas de São Jorge.

(Guiné, ou pipi ou ainda erva-pipi tem duas variedades principais: Petiveria Tetranda e Petiveria Aliácea família das fitolacáceas é escurona tem um cheiro forte de alho e sabor acre. Chamada também guiné-gambá tipi, tipi verdadeiro e amansa-senhor. O Dr. João Batista de Lacerda em 1980 alude aos efeitos narcotizantes das raízes do pipi. Era planta usada em beberagens pelos escravos, para amansar os senhores de maus bofes.)

Para defesa contra o mau-olhado planta-se guiné no vaso e coloca-se à entrada da porta da rua.

Andar com um galhinho de guiné atrás da orelha também afasta o mau-olhado.

Para evitar a influência e o encosto de maus espíritos queima-se a folha seca da guiné, em brasa-viva, todas as sextas-feiras às seis horas da tarde, hora da ave-maria.


Em casa mal assombrada entra-se com ramos de arruda e alecrim, ainda verdes.

Quem conduz alho no bolso ou em patuá, está defendido contra o diabo, assombrações e olho mau.

Pendurar uma espiga de milho com a palha, na entrada da casa.

Queimar folha de incenso.

Molhar um ramo de alecrim na água benta e aspergir as portas da rua e dos fundos, tira mau-olhado.

Queimar unha de boi no quintal, espanta inveja e evita a perturbação espiritual e o mau-olhado.

O chamado olho gordo, ou olho da inveja não causam mal se houver limão plantado no quintal.

Guardar um limãozinho no bolso afasta os malefícios, doenças e coisas-feitas.

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