Página inicial de Parábolas   As Parábolas - Critérios de interpretação

Os critérios de interpretação dos textos bíblicos são mais rígidos do que os usados para interpretação de um texto literário.

Embora as parábolas sejam textos da literatura hebraica, são mais do que isso e devem seguir os primeiros critérios. Para interpretar uma parábola é preciso:

Comparar as várias escrituras, verificando, no conjunto da Bíblia, o valor de cada palavra. Nunca tirar a palavra seja de seu contexto remoto quanto imediato.
 
  Procurar conhecer o valor dos termos básicos na narrativa valendo-se, para isso, de conhecimentos exteriores, como sejam: históricos (história antiga); geográficos; legislação e costumes e até mesmo, se possível, filológicos para poder determinar o valor particular do vocabulário bíblico.
 
Conhecer a doutrina básica ensinada no todo do livro e não concluir fora do intuito do Autor. Seguir uma linha de interpretação coerente em si mesma (Ex.: se é Calvinista, que seja do princípio ao fim).
Não confundir as eras ou os tempos históricos e manter uma postura escatológica continuada e lúcida.
 

  

  1. Ser capaz de distinguir o uso da linguagem literal e coadjuvância esporádica de metáforas, símbolos, tipos, etc.

  2. Tornar preeminente a grande verdade central. Destacar com clareza o ponto central do ensino aí contido: a idéia mestra que ilustra um ponto doutrinário, que dá uma orientação de conduta ou revela acontecimentos. Para isso é preciso observar a natureza e propriedade da simbologia usada. A partir daí, derivar os outros ensinos, advertências e recomendações.

  3. As parábolas não podem, em muitos casos, ser interpretadas palavra por palavra ou por detalhe; embora guardem um paralelo mais ou menos perfeito entre o suporte da estória e a verdade que ilustram, o exagero pode levar a absurdos. É, no entanto, necessário verificar detalhes e circunstâncias.

  4. Analisar as várias partes e relacioná-las com o escopo geral, preservando a harmonia das proporções e unidade de todas as partes.

 

De acordo com a interpretação, a parábola pode ser dividida em três partes :

1. Ocasião e escopo ( o contexto total em que se insere a narrativa).

2. A similitude em forma de narrativa real ( a história didática).

3. A lição moral, religiosa, tecnológica e escatológica (sentido místico).

Aquilo que é mais objetivo e claro na parábola é a semelhança ou a narrativa literal que serve de suporte às outras partes.

A ocasião e o escopo nem sempre são fáceis de determinar. Haja vista às narrativas diferenciadas de Mateus e Lucas e mais outros fatores circunstanciais.

Da mesma forma, o sentido interno que é , na maior parte das vezes, deixado para o leitor ou ouvinte concluir, não é fácil de encontrar e resulta em grandes distorções de interpretação, pois é aí que está o "mistério" a ser desvendado. Para nos ensinar como interpretar parábolas, Cristo nos deixou alguns exemplos que serão lembrados no seu tempo próprio.

Embora não se firme doutrina a partir de parábolas, elas nunca podem negar ou se opor ao teor doutrinário da Bíblia. Caso isso aconteça, é necessário reformular a interpretação dada, pois ela está errada. A Bíblia, sendo palavra de Deus, é perfeita e absolutamente harmônica no seu todo.

 

Zélia Fávero M, Entendendo as parábolas de Jesus, pgs. 15-16.

 

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