Dezoito
de setembro de 1950. � inaugurada a PRF-3 TV TUPI de S�o Paulo, primeira
emissora de televis�o do Brasil e de toda a Am�rica Latina.
Uma iniciativa pioneira do seu fundador, o jornalista paraibano Francisco
de Assis Chateaubriand, o Chat�.
Assis Chateaubriand
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Padr�o de ajuste da TV TUPI
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Ao fim da II Guerra Mundial, os Estados Unidos est�o em franca
expans�o industrial. Tornam-se exportadores de tecnologia,
inclusive no campo das telecomunica��es. � l� que o jornalista Assis
Chateaubriand vai comprar os equipamentos para incorporar a televis�o ao
seu imp�rio de jornais e emissoras de r�dio.
Muitos previam um futuro elitista para o novo meio de comunica��o. Mas o
grande desenvolvimento urbano e industrial de S�o Paulo e, em menor
escala, de outras regi�es brasileiras, permitiu uma r�pida absor��o da
novidade eletr�nica. Chat� estava certo.
A TV brasileira nasceu do r�dio.
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Enquanto
a TV engatinha, o r�dio reina absoluto nos lares brasileiros.
Novelas e programas de audit�rio cativam milh�es de ouvintes.
Depois de poucos meses de treinamento, alguns radialistas
escolhidos por Chat� lan�am-se � aventura de fazer TV. Os est�dios
s�o pequenos, o equipamento � prec�rio. Faltam condi��es, mas
sobram dedica��o, esp�rito de equipe e capacidade de improvisa��o.
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A TV TUPI dos primeiros anos � uma verdadeira escola. Aprende-se a fazer
TV , fazendo. Ao vivo. Aos poucos, os programas ganham forma: o primeiro
telejornal... a primeira novela.
Considerado artisticamente importante at� hoje, o programa TV DE
VANGUARDA revela a primeira gera��o de atores, atrizes e diretores.
Grandes nomes do teatro acabam seduzidos pela televis�o. Montam-se pe�as
como Hamlet, de Shakespeare, e Crime e Castigo, de Dostoievsky. Alguns
programas dos primeiros tempos da TV TUPI tornam-se campe�es de audi�ncia
e perman�ncia no ar.
Al� Do�ura... S�tio do Picapau Amarelo... O C�u � o Limite... Clube
dos Artistas, que existiu de 1952 a 1980... E o famoso telejornal "O
Rep�rter Esso" , 18 anos no ar. Alguns programas acontecem por
acaso. Durante uma visita do l�der cubano Fidel Castro ao Brasil, o rep�rter
Carlos Spera consegue lev�-lo � TV TUPI. �s pressas, improvisa-se uma
equipe para sabatin�-lo. Vai ao ar uma "entrevista coletiva".
Se durante a primeira d�cada a TUPI foi a l�der absoluta, nos anos 60 as
emissoras concorrentes aprimoram sua programa��o para esquentar a luta
pela audi�ncia.
Em 1968, a novela "Beto Rockfeller", de Br�ulio Pedroso,
revoluciona a linguagem da televis�o. A partir da figura de um anti-her�i,
surge um novo estilo de interpreta��o, mais natural. A TV TUPI revela
mais uma gera��o de talentos. O prest�gio da pioneira parece inabal�vel.
A morte de Assis Chateaubriand, em 1968, no entanto, marca o in�cio de
uma crise longa e sem solu��o. Abalada por problemas financeiros, mal
administrada, sem investimentos, a TV TUPI perde qualidade e audi�ncia.
As
emissoras concorrentes v�o ocupando os espa�os vazios deixados
pela pioneira. Ano ap�s ano, a crise se aprofunda. No fim dos
anos 70 a situa��o � incontrol�vel. Os sal�rios est�o
atrasados. H� d�vidas astron�micas junto � Previd�ncia
Social. Proliferam esc�ndalos financeiros.
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Cena de edi��o mostra o �ltimo
logotipo da emissora - 1979
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Dezessete
de julho de 1980. Pouco antes de completar 30 anos no ar, a TV TUPI tem
sua concess�o cassada pelo governo federal. Agentes do Dentel retiram o
cristal dos transmissores, lacrando a emissora. O governo militar prefere
a cassa��o a entregar o canal a uma cooperativa de funcion�rios.
Permanece, entretanto, um acervo de duzentos mil rolos de filmes, 6.100
fitas de videotape e textos de telejornais que contam 30 anos de muitas
hist�rias do Brasil e do mundo.
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