Adornos Facias: brincos, narigueiras e labretes
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Os Borun ou Enguereck-Mung, conhecidos na história como Aimoré, Guerén ou Botocudo, formavam uma grande nação que ocupou parte da região leste do Brasil. Após o extermínio e integração dos Tupinikim no sul da Bahia, este grupo saiu do sertão em grandes levas em direção ao litoral, atacando engenhos e vilas.
Dizia-se, na época, que quatro guerreiros Aimoré podiam destruir um batalhão português.
Receberam outros nomes, segundo o grupo a que pertenciam, como Pojichá, Poté e Krenak.
Viviam em grupos familiares de dez a trinta pessoas, deslocando-se conforme a necessidade de caça ou coleta. 
Algumas características, como o corte de cabelo, diferenciavam os vários subgrupos, mas era o uso do botoque ou tembetá (nhimatú ), rodela de madeira, que os distinguia dos demais indígenas da região.
A perfuração da orelha e do lábio inferior acontecia em tenra idade, entre sete e oito anos. Era uma identificação tribal, usada tanto pelos homens como pelas mulheres, embora estas utilizassem rodelas menores e mais delicadas. Se para eles era sinal de beleza, para os europeus era algo estranho, reforçando a idéia de selvagem que fizeram deles. Até hoje as nações que ainda usam o botoque acreditam que essas rodelas de madeira no lábio inferior e na orelha os ajudam a ouvir e a falar melhor.
 Indígena usando Botoque 
Os Matis se distinguem pela ornamentação facial.
Nas asas do nariz usam estiletes de patuá, além de um estilete curvo, feito da concha do caramujo aruá, que atravessa o septo nasal.
O grande brinco, usado apenas pelos homens, é feito com uma placa côncava da concha de um caramujo.
As braçadeiras, usadas também só pelos homens, são feitas com dentes do macaco zogue-zogue.
Matis - Foto: Silvio Cavucens <
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 Labrete: Adorno pendente usado no orifício do lábio inferior, distingue-se do tembetá e do labrete emplumado pela matéria-prima empregada - pedra e pena, respectivamente - e ddo botoque, pelo mesmo motivo e pelo formato, circular, de madeira leve.
Os labretes, tal como outros adornos corporais, apresentam variantes que denotam sua qualidade de insígnias tribais, clânicas e subclânicas.
Às vezes são constituídos de uma simples talisca de taquara ou madeira que impede o fechamento do orifício do lábio. Podem ser também de ossos ou resina.
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Foto: Maurizio Leighb
Moça Yanomami
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Brasil Indígena: 500 anos de resistência / Benedito Prezia, Eduardo Hoornaert. – São Paulo: FTD, 2000.
Dicionário do Artesanato Indígena / Berta G. Ribeiro. - Belo Horizonte: Itatiaia; São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 1988.
Botocudo: desenho de M. Wied-Neuwied, 1815; Matis: Foto de Silvio Cavucens; publicados em Brasil Indígena, citado.
Moça Yanomami: foto de Roberto e Pedro Werneck, publicada em Expedições: Yanomamis e outros Povos Indígenas da Amazônia / Paula Saldanha e Roberto Werneck. Edições Del Prado S.A., 1999.
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