Sessão terror - Obama assistiu ao vivo a transmissão do assassinato de Osama via satélite. Hillary não aguentou: "foram os 38 minutos mais intensos da minha vida".

Texto de Antônio Barañano* / TNT

O ex-presidente de Cuba Fidel Castro Ruiz escreveu no Granma, jornal oficial do governo cubano, que "o assassinato de um ser humano desarmado e acompanhado de familiares constitui um fato nojento". O assassinato teve transmissão ao vivo para o chamado gabinete de situação da Casa Branca. O presidente Obama e seus assessores assistiram imagens transmitidas pelas câmeras embutidas nos capacetes dos 78 militares americanos integrantes do comando que foi ao Paquistão.

A secretária de Estado Hillary Clinton não escondeu o desconforto claramente expresso em seu semblante. "Foram os 38 minutos mais intensos da minha vida", confessou ela. Certamente, essa é uma imagem que nunca mais sairá da sua memória. A transmissão foi via satélite. O gabinete de situação se transformou numa sala de sessão privê. Uma sessão privê de terror. Só que eles não estavam vendo um filme, estavam vendo a realidade e participando dela, já que as ordens saíram dali.

A maior parte do tempo foi gasta em silêncio. Obama parecia "de pedra", disse um assessor ao The New York Times. O vice-presidente Joseph R. Biden Jr mostrou o rosário de contas. "Os minutos passavam como os dias", lembrou John O. Brennan, chefe de contraterrorismo da Casa Branca.

O único que se recusou a ver as imagens é o general fardado que baixa os olhos como que não concordando com a estupidez que estavam fazendo. Num momento destes se constata que civis com poder de mando são capazes de ordenar as maiores atrocidades, que nem os militares se motivam a ver.

O assunto ainda está quente. Mas essa foto da Pete Souza, um funcionário da Casa Branca, ainda vai vai fazer história, dará muito o que falar. O presidente Obama disse que houve justiça. Não houve justiça. Houve justiçamento, o que é muito diferente de Justiça.

*Jornalista diplomado