Xenônio

O estudo do isótopo de xenônio 129 presente em meteoritos pode elucidar alguns aspectos da história do sistema solar. O xenônio encontrado nessas rochas apresenta uma grande proporção desse isótopo, que acredita ser produto do decaimento do iodo 129, cuja meia-vida é de 17 milhões de anos.

Xenônio é o elemento químico pertencente ao grupo zero (gases nobres) da tabela periódica, de símbolo Xe. Foi o primeiro gás nobre encontrado em compostos químicos, fato que comprovou serem os elementos dos grupos menos inertes do que se acreditava. Quase cinco vezes mais pesado do que o ar, é incolor, inodoro, e insípido. Quando, a baixa pressão, uma corrente elétrica atravessa o gás, ele emite um flash de luz branco-azulada. A pressões mais altas, emite um clarão de coloração semelhante à da luz do dia. Os ingleses Sir William Ramsay e Morris Travers isolaram o xenônio em 1898, mediante repetidas destilações fracionadas do gás nobre criptônio, descoberto seis semanas antes.

Extremamente raro, o xenônio ocorre em leves traços nos gases no interior da terra e está presente na proporção de uma parte por dez milhões (ou 0,0000086%) por volume de ar seco. Obtém-se xenônio em pequenas escalas por destilações fracionadas do ar líquido. O xenônio natural é uma mistura de nove isótopos estáveis, dos quais os mais abundantes são: o xenônio 129 (26,44%), o xenônio 131 (21,18%), o xenônio 132 (26,89%) e o xenônio 134 (10,44%).

Aplicações:

O elemento é usado em lâmpadas que produzem clarões intensos e extremamente rápidos, como os estroboscópios e os flashes de máquinas fotográficas. É usado também em lasers e como anestésico geral, embora seja caro. Uma de suas aplicações recentes é na produção de televisores de plasma, em que os átomos de xenônio são contidos aos milhares em minúsculas células imprensadas entre duas chapas de vidro.

Compostos de xenônio:

Em 1962, Neil Bartlett produziu o primeiro composto químico de um gás nobre, um sólido cristalino vermelho, que pode ser expresso na fórmula Xe(PtF6)x, com x igual a 1 ou 2. A partir de então, obtiveram-se muitos compostos de gases nobres, como os de flúor (XeF2, XeF4 e o XeF6) e os de oxigênio (XeO3 e XeO4), ambos óxidos explosivos quando secos.

O xenônio apresenta os estados de oxidação +2, 4, +6 e +8 em seus compostos. O difluoreto de xenônio, XeF2, é um sólido branco, produzido na reação de xenônio com uma quantidade limitada de flúor sob alta pressão e temperatura moderada. A molécula de XeF2 tem uma estrutura linear. O tetrafluoreto de xenônio, XeF4, também é um sólido branco e preparado pela reação direta dos elementos, mas com maior pressão parcial de flúor. É um bom agente oxidante e sua molécula tem uma estrutura de quadrado planar. O estado de oxidação +6 do xenônio é representado por volumosos compostos incluindo o XeF6 (estrutura complexa), XeOF4 (estrutura de pirâmide tetragonal) e XeO3 (pirâmide trigonal). O tetróxido de xenônio, XeO4, foi obtido e tem estrutura tetraédrica. Além disso, alguns sais como o perxenato, Na4XeO6.8H2O, foram isolados.